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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

JESUS, JESUALDO E UM TREINADOR PARA DOIS TIMES, EM JUAZEIRO DO NORTE - Por Wilton Bezerra.

Com o sucesso de Jorge Jesus, à frente do Flamengo, outro treinador português desembarca no Brasil para treinar o Santos.

Jesualdo Ferreira é o nome do “portuga”. Embora seja uma coisa natural, a presença de técnicos estrangeiros no futebol brasileiro é, também, uma manifestação do modismo, da arte de imitar.
Se Jesus deu certo, por que não Jesusaldo? E, ainda mais, por se tratar de um português, para ficar tudo parecido.
Se trata de uma onda portuguesa, com certeza, embora esse movimento em torno de nomes de profissionais da bola de outros países no futebol do Brasil não seja inédito.
Vale lembrar que, na Copa do Mundo de 1954, na Suiça, a grande sensação foi a seleção da Hungria, de Puskas, um dos maiores jogadores do mundo.
Mesmo perdendo a final para a Alemanha, de Fritz Walter, a Hungria foi uma espécie de Holanda de 74, jogando um futebol avançado e extraordinário.
A partir de então, no Brasil, todo nome húngaro passou a significar bom futebol.

Um pouco mais atrás, em 1937, aqui, aportou Dori Kurschner, para treinar o Flamengo e, depois, o Botafogo.
Trazendo métodos avançados de treinamentos, implantou no Brasil o sistema 3-4-3, o famoso WM, em voga no futebol mundial.
Foi pouco compreendido por dirigentes reacionários, mas deixou grandes ensinamentos que teriam sido copiados pelo treinador Flávio Costa.
Em 1957, outro húngaro, Béla Guttmann, dirigiu o São Paulo, campeão do mesmo ano.
Asseguram que Guttmann teve fortes influências sobre os modelos táticos de Vicente Feola, funcionário do São Paulo, que seria campeão do mundo, dirigindo a seleção brasileira, em 1958.
Ainda na década de 50, o América, que, à época, era grande, causou impacto em contratar o húngaro Gyula Mandi, treinador de campo da Hungria de 54. Se bem que submetido à palavra final do treinador Gusztav Sebes.
Aqui, no Ceará, nos anos 1960, Janos Tatray, um gentleman, fez sucesso orientando o Ceará e foi responsável pela vinda de outro húngaro: Americo Brunel, que colocou a faixa de tricampeão cearense do ano de 1963.
William Pontes, ex-lateral e treinador do alvinegro, me confidenciou que o Américo não manjava nada e os jogadores é que resolviam.
E, para finalizar, um fato inédito, talvez, no futebol brasileiro, ocorrido, vejam bem, no futebol de Juazeiro do Norte.
Na década de 40, a Liga Desportiva Juazeirense (LDJ) contratou um treinador paraguaio chamado Acosta, para dirigir os clubes Guarani e Treze.
Acosta dedicava uma semana a cada time, e se revezava na direção técnica de cada um, quando os dois se enfrentavam. A experiência surreal não foi bem sucedida e durou pouco tempo.

Enfim, na vida como no futebol, o sucesso é efêmero mas dita moda.

Um comentário:

  1. Feliz ano novo - Wilton. Muito obrigado por sua importante colaboração com o Blog. Saúde e paz.

    Grande Abraço.

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