Meus muito caros brasileiros,
Foi com viva consternação que tomei conhecimento, através da imprensa,
do projeto de restauração do Paço de São Cristóvão, atualmente designado
como “Museu Nacional” e vinculado à Universidade Federal do Rio de
Janeiro, destruído por um incêndio catastrófico na noite do dia 2 de
setembro de 2018, que não colheu vidas, mas que incinerou, em suas
chamas inclementes, memórias, objetos e documentos históricos, muitos
deles preciosos e únicos.
O referido projeto – que se
pretende concluir a tempo para as comemorações do Bicentenário da
Independência, em 2022 – não visa devolver à antiga glória aquela
residência Imperial, mas sim dar-lhe um aspecto dito “moderno”; isto é,
exibir paredes sem reboco, com pedras e tijolos ainda chamuscados, como
que enormes e perenes feridas, expostas em meio a um amontoado de
escadas e passarelas de ferro, painéis de vidro e decorações
verdadeiramente impróprias para aquele ilustre recinto.
Profundo admirador do legado de progresso científico e cultural deixado
por meu magnânimo trisavô, o Imperador Dom Pedro II, eu não poderia
jamais ser antipático à existência de um museu dedicado às ciências
naturais, mas ao mesmo tempo não creio ser o Paço de São Cristóvão o
local mais adequado para abrigar tal instalação, máxime se, para esse
fim, se pretenda ser necessário desfigurar de tal maneira o lar de
quatro gerações da Família Imperial Brasileira.
Aponto para o
inspirador exemplo do restauro da Catedral de Notre-Dame de Paris,
igualmente arrasada pelas chamas, mas que vem sendo reconstruída, por
determinação do Senado Francês, segundo seu “último estado visual
conhecido”.
É impossível não ver que não se trata aqui de um
mero projeto arquitetônico, mas sim de um novo lance da investida que
há décadas se vem empreendendo contra o edifício da brasilidade:
políticos, homens públicos, pseudo-intelectuais e outros que, tendo
aderido a ideologias funestas e alienígenas, tornaram-se vozes
enganadoras, que disseminam sentimentos de discórdia e de convulsão.
Ideologias e vozes que malsinam a hora providencial em que as naus com a
Cruz de Cristo abordaram nosso litoral, trazendo com os missionários as
bênçãos, as promessas e as riquezas espirituais e culturais da
Cristandade, que gestariam a Monarquia brasileira e cristã.
Felizmente, estou persuadido de que o nosso povo, altaneiro, religioso e
bom, nada tem de comum com estes enganos que repetidamente se levantam.
Portanto, como Chefe da Casa Imperial do Brasil, descendente e herdeiro
dinástico dos Imperadores que regeram nosso destino enquanto povo,
apelo aqui a todos os brasileiros de boa vontade, monarquistas ou não,
para que façam sentir ante as instâncias apropriadas, por todos os meios
válidos e lícitos, sua inconformidade com esse projeto desfigurador,
que arruinará irremediavelmente tão precioso patrimônio histórico e
cultural da Nação Brasileira, cortando assim o passo ao perigo que nos
ronda e fazendo refluir mais este ataque aos fundamentos da Terra de
Santa Cruz.
Rogo a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e
Padroeira do Brasil, que abençoe e proteja sempre o nosso povo e a nossa
Nação.
São Paulo, 1º de março de 2021
Dom Luiz de Orleans e Bragança
Chefe da Casa Imperial do Brasil
A Monarquia era um tecido que não admitia remendo. A republica no Brasil é conluio de autoridades dos três poderes autorizadas a cometer todo tipo de lambança e desordem com poderes para remendar tudo, até as leis em beneficio próprio.
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