Fiscalizar a nomeação e a promoção de diplomatas era uma das maiores preocupações do Imperador Dom Pedro II, que conhecia, pode-se dizer, a vida de cada um. Daí, por exemplo, opor-se à nomeação do futuro Barão do Rio Branco para Cônsul do Brasil em Liverpool, no Reino Unido, por se ter este amasiado no Rio de Janeiro com uma atriz belga do Teatro Alcazar, e já ter dela um filho.
É também conhecido o fato de um diplomata nosso que, após uma carreira sem manchas, foi nomeado Embaixador em São Petersburgo, então capital da Rússia. Naquele momento, o homem estava na Itália, quando veio a público haver ele cometido irregularidades no jogo, em um clube fechado, frequentado pela aristocracia romana. Sabedor do fato, o Imperador foi inexorável; mandou demiti-lo imediatamente, cassando-lhe ao mesmo tempo o título de Conselheiro.
O resultado desse policiamento do Soberano era um corpo diplomático ao mesmo tempo brilhante e capaz, moldado na melhor escola, onde cada qual se impunha pelo seu valor próprio e suas altas qualidades morais. Não se viam diplomatas sem um mínimo de moralidade, ostentando publicamente as suas amantes; embriagados, praticando toda sorte de desatinos; ou fazendo falcatruas, emitindo cheques sem fundos, fazendo dívidas de jogo, tudo à sombra das imunidades diplomáticas e amparados pelos governos com o silêncio.
FONTE: Leopoldo Bibiano Xavier, no livro "Revivendo o Brasil-Império". 1º ed. São Paulo: Artpress, 1991. P. 35.
Diante da bagunça generalizada, que se transformou a degradada república instalada por Deodoro da Fonseca não se pode nem falar em monarquia. Dela e dos imperadores só nos resta os bons exemplos e muita saudade.
ResponderExcluirNa monarquia, os homens tinha reputação, caráter, biografia. Nessa republiqueta de meia pataca tem ficha corrida.
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