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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 3 de julho de 2020

PRISIONEIRO DE SI PRÓPRIO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista..

Acho que a vida é para ser gasta, pelo pouco tempo que nos é dado nessa passagem cósmica na terra.
Esse “gastar” tem a ver com tudo que se tem direito (nas possibilidades de cada um) de usufruir nessa passagem com prazer.
Afinal de contas, os cuidados excessivos com a saúde, surgem como barreiras contra os vícios que dão gosto nessa preguiça de viver.
O vicio é muito bom; não me venham com purismos de que “não é bem assim” e, que as conseqüências danosas justificam o esforço, ao pé da letra, para se viver mais.
E se esse ”viver mais” for igual a “um ano a mais para Sarney” ?
O vicio de fumar, comer bem, de maneira farta, e beber, na medida que se deseja, celebrar a existência (se é que me entendem) lideram a lista de coisas condenáveis para quem deseja passar mais um tempinho por aqui.

Argumentem sobre as conseqüências, mas não digam que é ruim. Deixem de pruridos bestas.
Não se está propondo nesta croniqueta, um comportamento de sibaritas.
Não resolvi bem, ainda,  essa questão de ter como amigo uma pessoa que nunca se embriagou na vida.
Pois bem, a nossa existência cobra “juros” pelos “excessos” cometidos.
Gasta-se hoje (como é normal)  e, paga-se depois,  pelas energias supostamente desperdiçadas pelos absurdos cometidos.
Mas, e daí ? Absurdo, coisa nenhuma, aproveitar, sim, da maneira que nos convém, os retalhos de felicidade que a vida oferece no seu mostruário.
Será que vale a pena viver sempre se protegendo dos males que afligem a saúde,  na defensiva permanente, tornando-se um prisioneiro de si próprio ?
No meu caso, há um bom tempo, a minha arquitetura vem pagando um razoável tributo pelas madrugadas insones.
Mas, isso a gente já coloca na contabilidade do tempo como um imposto inevitável.
Aliás, devo me confessar notívago por sempre achar o dia longo e chato.
Sempre preferi a noite, esta velha pantera a nos cravar o brilho dentado das estrelas.
Façam o que eu digo e, façam mesmo, o que eu fiz.

2 comentários:

  1. Prezado Wilton Bezerra - Depois de lê e relê sua bela crônica começo a entender que o meu velho amigo Vicente Estevão Duarte, o saudoso Vicente Cesário, meu conterrâneo de Várzea-Alegre tinha razão.

    Um rapazinho recomendado pelo Deputado Otacílio Correia foi falar emprego na barbearia do Vicente.
    Foi recebido com lhaneza no trato e muita cordialidade, mas, antes de contratá-lo. Veio uma entrevista:

    Você bebe?
    Não senhor, Deus me defenda.

    E fumar, você fuma?
    Também não, detesto cigarro.

    Frequenta o Ingém Veio?
    Deus me livre, não sei nem o que é isto, nem onde fica.
    Ingém Veio é um cabaré. Você já foi lá?
    Não senhor, nunca botei os pés nesse lugar.

    Então, eu sinto muito, mas o emprego não serve para você. Todo mundo bebe, fuma e frequenta o Ingém Veio. Com um curriculum como o seu, é bom ir procurar emprego num convento.

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