Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 10 de junho de 2020

Tropeiros de Várzea Alegre – por Batista de Lima.




     Antônio Gonçalo de Sousa escreveu o livro “Tropeirismo nosso”. O autor é formado em Administração, além de ser técnico agrícola. É funcionário de carreira do Banco do Nordeste. Telúrico e saudosista, pesquisou sobre os tropeiros, para depois estudar a figura do seu avô, Antônio Gonçalo Araripe.

      Antônio Gonçalo Araripe, nasceu em Várzea Alegre, em 1896 e lá faleceu em 1973. Sua vida foi toda dedicada ao tropeirismo, sendo pioneiro nessa profissão naquele município. Durante toda a primeira metade do século XX, Antônio Gonçalo Araripe vasculhou a região Sul do Ceará, com sua tropa de burros na prática da almocrevia. Fixou residência no sítio Sanharol. E com sua tropa de burros trabalhou o suficiente para educar os filhos e netos. Partindo de Várzea Alegre, ele transportava mercadorias num circuito que ia de Iguatu ao Crato, de Lavras da Mangabeira a Farias Brito.

     Com seu trabalho conseguiu adquirir terras para moradia e cultivo. Chegou a comprar até uma casinha, na cidade de Várzea Alegre, para passar as festas de São Raimundo Nonato. Da religiosidade ao lazer, a presença de sua família era indispensável. Eram Renovações do Sagrado Coração de Jesus, missas na igreja de São Raimundo Nonato, numa integração que envolvia também o futebol e o carnaval. Basta que se conheça a história da Escola de Samba Mocidade Independente do Sanharol.

        O livro de Antônio Gonçalo de Sousa – o neto de Antônio Gonçalo Araripe – foi editado em 2016, pela Expressão Gráfica, de Fortaleza. Tem 298 páginas. Lê-lo é acompanhar a tropa de burros de carga, dirigida por Antônio Gonçalo Araripe, transportando gêneros de consumo dos habitantes da região, para abastecimento de armazéns, mercearias e bodegas.

 (*) Excertos de um artigo do escritor e professor Batista de Lima, publicado no “Diário do Nordeste” de 24-07-2018

5 comentários:

  1. Com muita honra conheço e autor, o pai do autor e conheci o avô. Eram nossos vizinhos e amigos. Pessoas do mais admirável valor, honra e decência. Avô e pai honraram a profissão do tropeirismo e o autor escreve e define como ninguém poderia fazer melhor. Meu mais sincero aplauso.

    ResponderExcluir
  2. Sou um admirador e leitor do Professor Batista de Lima. Inclusive, suas crônicas às terças-feiras, no Jornal Diário do Nordeste, são imperdíveis.
    Encontrei com o mesmo em uma exposição literária, organizada pelo ex-governador e escritor, Gonzaga Mota.
    Na ocadião, ele me ofertou um livro seu e eu tive a honra de doar-lhe um exemplar do meu livro TROPEIRISMO NOSSO, que escrevi com a colaboração do irmão José Gonçalo Araripe.
    Agradecemos ao Prof. Batista de Lima e ao Antomio Morais, por mais essas distintas cortesias em relação aos tropeiros.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns aos envolvidos,esses que fazem da história verdadeiras histórias que encantam o lumiar das nossas recordações puras daquela felicidade repleta de coisas boas que podíamos chamar de vida!

    ResponderExcluir
  4. Francisco Giovani da Costa27 de agosto de 2023 às 09:11

    Meus dois avôs Manoel Leandro e Benedito André foram tropeiros.

    ResponderExcluir
  5. Excelente. Aqui em Altaneira, a população mais antiga conta Histórias de tropas de burros, "comboeiros" que no inicio do século XX carregavam arroz e farinha de Varzea Alegre a Picos, no Piaui e vice-versa. Faziam parada de descanso por aqui.

    ResponderExcluir