Este
ano é atípico, já dissemos muitas vezes desde março último. Mas,
existem eventos que mesmo em momentos difíceis merecem ser lembrados. E
de uma coisa não podem nos acusar: de que não amamos esta terra, a
Princesa do Norte, a capital e metrópole dessa região: Sobral. Dia 5
daremos início ao 247° ano da fundação da Vila Distinta e Real de Sobral
que dava foros de Vila com Câmara e Cadeia, nos moldes coloniais (ainda
não éramos parte do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves que
seria criado anos depois, em 1815), à cidade que se originou da Fazenda
Caiçara.
Talvez a emoção aflore quando, sozinhos, cantarmos em nossos lares:
“Oh! Meu Sobral quão, altaneira foste tu!/ Oh! Meu Sobral/ Oh! Meu
Sobral/ Linda princesa cá do Norte do Ceará/ Oh! Meu Sobral/ Oh! Meu
Sobral./ Cidade luz aqui da terra de Tupã”, mas, ao mesmo tempo
lembrar-nos-á da força do povo dessa heráldica Cidade de Sobral. E isto
nos servirá de alento para nos prepararmos para o retorno às nossas
atividades quando for possível. Neste tocante, permitam-me um aplauso à
administração municipal de Sobral, tendo à frente o Prefeito Ivo Gomes,
tanto nas ações, quanto na transparência do que vem sendo feito,
especialmente nesse período de pandemia.
Sobral é a Cidade Luz proclamada em seu hino pelas mesmas razões que
Paris o é: pelo saber! Conforme nos informou o estimado amigo Dr. Paulo
Quezado, este epíteto foi dado a Sobral em face do saber de dois
sobralenses que se destacaram na primeira turma de Acadêmicos em Direito
da Faculdade Direito de Recife, iniciada em Olinda: Jerônimo Martiniano
Figueira de Melo e José Antonio Pereira Ibiapina, o futuro Padre
Ibiapina. Concluído o curso, o Diretor da Faculdade chamou-os para
conversar. Após a brilhante conversação, o Diretor indagou de que cidade
eles eram. Os dois formandos responderam: de Sobral, na Província do
Ceará. Respondeu-lhes, então, o Diretor: ‘Sobral Cidade Luz’”.
Luz da Religião que a se fez se tornar sede de nossa Diocese que deu
origem a outras Dioceses e cuja fé é exemplar e os tantos padres e
aqueles que se formaram em seu seminário e se destacaram em variadas
áreas.
Luz da Força de vontade que herdou de Luzia-Homem; dos que a engrandeceram e a engrandecem!
Luz da Liberdade e aqui lembramos Da. Maria Thomazia, na libertação dos
cativos e Luz da Luz, por meio da comprovação da Teoria da Relatividade
que ano passado celebramos o centenário!
Luz do Saber pela sua Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) que
possibilitou-a tornar-se a Cidade Universidade com a chegada de tantas
instituições universitárias.
Luz do Progresso que sobre esta terra se irradiou e se reflete em sua região metropolitana.
É
dia de celebrar e me permito citar alguns nomes dos que não estão mais
entre nós: Dom Jerônimo (Arcebispo Primaz do Brasil), Dom José
Tupinambá, Maria Thomazia, Barão de Sobral, Domingos Olímpio que criou a
Luzia-Homem, José Saboia, Visconde de Saboia, Zenon Barreto, Teodoro
Soares, os candidatos a santos católicos: Pe. Ibiapina, Dom Expedito
Lopes, Mons. Arnóbio de Andrade e Mons. Waldir Lopes, o cantor Belchior e
muitos ilustres mulheres e homens que viveram, nestes 247 anos de
Sobral, o segundo município mais desenvolvido do Ceará, atrás apenas de
Fortaleza!
Ave, Sobral, Cidade Luz!
(*) José Luís Lira
é advogado e professor do curso de Direito da Universidade Vale do
Acaraú–UVA, de Sobral (CE). Doutor em Direito e Mestre em Direito
Constitucional pela Universidade Nacional de Lomas de Zamora (Argentina)
e Pós-Doutor em Direito pela Universidade de Messina (Itália). É
Jornalista profissional. Historiador e memorialista com mais de vinte
livros publicados. Pertence a diversas entidades científicas e culturais
brasileiras.
Eu tenho a impressão que Sobral apesar de ter uma representação politica importante foi uma das cidades do interior que mais sofreu com essa pandemia. Se não tivesse a estrutura educacional, econômica e politica que possui o estrago seria muito grande.
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