(Excertos de longa reportagem publicada pelo jornal “Diário do Nordeste”)
Escrito por Redação, 15 de Novembro de 2004
Esta matéria foi publicada há 17 anos. Mas permanece atualíssima
Crato (Sucursal) — “A Proclamação da República, que deveria ser comemorada hoje, é apenas mais um feriado nacional. O desconhecimento e o desinteresse em relação à data é, no mínimo, curioso. O Cariri ocupa lugar de destaque na luta entre monarquistas e republicanos. Episódios marcantes da mudança de regime são rememorados nas fachadas de prédios antigos e em logradouros públicos. Nas escolas públicas de municípios cearenses, os estudantes mostram-se indiferentes à data, mesmo com trabalhos realizados em sala de aula.
O Cariri mantém vivas as lembranças do Império, regime que antecedeu a República. Os principais episódios que marcaram a mudança do regime estão presentes nas fachadas dos prédios antigos que testemunharam o conflito de idéias entre republicanos e monarquistas. A mais forte imagem dessa luta de idéias é a Cruz do Século, erguida no bairro Pinto Madeira, onde o líder monarquista foi fuzilado. No local, muitas pessoas, acendem velas e fazem promessas, a maioria, sem saber o que Pinto Madeira representou para a região. E assim, acendendo uma vela à República e outra à Monarquia, as pessoas simples comemoram mais um feriado, sem saber o motivo. O aposentado Alfredo Rodrigues, 74 anos, que nasceu e cresceu no bairro Pinto Madeira, não sabe a origem do nome do bairro onde mora, muito menos o que significa Proclamação da República.
O escritor e historiador monarquista, Armando Lopes Rafael, lembra que o Crato poderia ser uma das poucas cidades do Ceará a comemorar o aniversário da Proclamação da República, neste 15 de Novembro. “Poderia. Mas também aqui, a exemplo do restante do País, a data passa sem nenhuma comemoração”. Ao fazer este comentário, Armando Lopes Rafael lembra que hoje somente uma minoria nos meios acadêmicos não perde oportunidade para enfatizar a participação da cidade na Revolução Pernambucana de 1817. Iniciada em Recife (PE), esse movimento libertário e republicano estendeu-se até o Crato, que foi palco de um confronto ideológico entre o Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, monarquista e católico tradicionalista, e membros da influente família Alencar, de formação liberal, defensora dos princípios republicanos e laicos da Revolução Francesa de 1789.
Armando Lopes Rafael destaca os heróis monarquistas, começando pelo brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, nascido no Crato. O mais conhecido herói da Monarquia, porém, ficou sendo o caudilho Pinto Madeira. Crato o homenageia dando o seu nome a um dos bairros da cidade. A primitiva Casa da Câmara, onde Pinto Madeira foi julgado, e o local onde foi fuzilado são preservados. Neste último, a Prefeitura construiu uma praça chamada de “Cruz do Século”. É que o local do fuzilamento foi escolhido a fim de abrigar uma cruz de madeira para assinalar a passagem do século 19 para o século 20.
Conhecido como pessoa vingativa e, até certo ponto violenta, Pinto Madeira, após sua trágica morte, foi transformado em “santo”. Segundo o historiador Irineu Pinheiro, no Crato antigo as pessoas faziam promessas e iam agradecer as “graças alcançadas” acendendo velas no local onde tombou o monarquista caririense”.
Cada dia que passa a republica trata de destruir o Brasil e sua imagem. Não vejo pespectiva de melhorar enquanto existir esses politicos eleitos pela raiva, pelo odio e despreso que o povo sente por quem está no puder. Enquanto existe esse sistema de utilização da justiça na defesa de criminosos. Politicos influentes se articulam. Eu te protejo nas tuas broncas e você me defende nas minhas.
ResponderExcluirQuando o Bolsonaro assumiu o ex-presidente Temer chegou a ser preso. m Em pouco tempo o Bolsonaro mandou o avião presidencial buscar o ex-presidente Temer para telefonar para um ministro por ele indicado para maneirar nas suas broncas. Um lava a mão do outro e fica tudo bem. Você acha que irá acontecer nada com o Temer ou Bolsonaro? Um salva o outro.
Comemoram-se os 132 anos da Proclamação da República do Brasil, golpe político-militar ocorrido "na calada da noite".
ResponderExcluirO líder republicano, jurista, político e jornalista Aristides Lobo afirmou, "o povo assistiu bestializado à Proclamação da República".
Ou seja atônito, surpreso, sem entender nada.