Mesmo debaixo de "peia" de Seu Martins, meu pai, fui menino levado das ruas do Crato. Com outros de quem tenho muitas e boas lembranças.
Frequentava, quase que diariamente, os campos do Sport e do Cariri. Outros pontos de ocupação eram: a Estação Ferroviária, o Bar Social, do Seu Chiquinho, comandado pelo filhos Geraldo e Chico Alberto, e a Praça Francisco Sá.
Foi, nesse bar, que vi uma confraria de adultos acompanhar, pelo rádio, a Copa do Mundo de 1958, na Suécia.
Jogo a jogo, as comemorações eram fotografadas e colocadas em molduras pelas paredes do bar.
As escapulidas para os banhos na Nascente, no tempo em que não existiam os balneários, faziam parte da programação de traquinagens.
Só que o ponto de maior permanência era uma rua interessantíssima, pela sua composição.
A atração da meninada pela Rua Nelson Alencar se concentrava, claro, no Cine Araripe, onde acompanhei o seriado "Os perigos de Nyoka".
No mesmo prédio do cinema, funcionava a Rádio Araripe, a pioneira do Cariri, inaugurada no início da década de 50, por Assis Chateaubriand, comandante da Rede de Emissoras Associadas do Brasil.
Agora, a parte curiosa dessa rua, que era habitada por boa parte da elite da cidade, começava pelo cemitério, onde trabalhava o coveiro Ramiro, o homem mais feio do Brasil, passava pelo Colégio Diocesano, Cine Araripe, Crato Hotel, Praça Francisco Sá e Viação Varzealegrense e terminava no cabaré.
Nesse último lugar, a gente só passava de passagem, durante o dia.
Tempo de um Crato "Município Modelo", festa permanente, com os seus clubes, cinemas, praças, Quadra Bicentenário e de gente constantemente alegre.
A saudade quase mata a gente.
Um texto de leitura memorável e prazerosa. Vale muito a pena lê-lo. Não perca.
ResponderExcluir