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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

FALTA VIDA AO VIVO E SOBRA SOLIDÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Não sou enfronhado nos assuntos que dizem respeito à solidão. Mesmo porque não me reconheço neles.

Nos raros momentos em que padeci desse mal, pude compreendê-lo como um dos mais sérios problemas do mundo atual: a solidão do homem.

Até nas pequenas cidades do interior, onde as pessoas estão mais próximas, são observados quadros sociais de angústia.

Está mais difícil fazer amigos nas ruas. Quando as pessoas se encontram nos bares, o que as une é a solidariedade da bebida.

No duro, são poucos os vizinhos amigos. O que existe é o "companheiro de elevador".

Ninguém olha para ninguém. Todos só olham para os celulares.

Foi-se o tempo em que o bairro era uma "nacionalidade".

Nosso netos rejeitam a prática do futebol e de outros esportes. Preferem ficar dias inteiros presos em seus apartamentos, com a cara no computador.

É uma relação permanente com pessoas distantes, que eles nunca verão.

Uma coisa incontrolável que jamais substituirá a vida ao vivo, cara a cara.

Funciona como um ensaio do ser humano, com o fito de aprender a ser só.

Ficamos a pensar o que essa geração vai pensar de si própria, em um futuro bem próximo.

O saudoso jornalista e poeta Carvalho Nogueira me marcou, com uma colocação definitiva: "A solidão é o mais perverso estágio da alma humana".

Um comentário:

  1. "A solidão é o mais perverso estágio da alma humana". Nunca se viu definição mais perfeita.

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