Sem ler, escrever e falar (bons alimentos) sinto falta de ar.
Então, diante dessa falta de oxigênio, o único remédio é escrever sobre um tema: a náusea de todo dia.
Sai ano, entra ano, e a dor continua dizimando nossas almas, mesmo porque, a dor independe de calendário.
Não tem couraça forte que agüente esse rojão, e não há como entender essa gota serena incessante no nosso cotidiano.
E, sabe, é melhor não entender mesmo, porque a curiosidade é uma doença, segundo Santo Agostinho.
Tem outra: quando a gente entende as coisas acaba ficando preguiçoso e, a vida real já nos basta.
O aconselhável é seguir em frente entoando a canção “Não estou nem vendo”, fingindo que a vida não é feita de exterminados e exterminadores.
Quem é que não sabe: desde a estréia do mundo os homens fazem guerra e a única mudança está no perverso esquema do jogo.
Para os mais estragados pela lagarta do tempo “o pau está troando” desde então.
A saída mais simples é acender a lanterna do celular, ao invés de esculhambar com a escuridão reinante.
Dar um “descanso” nessa prosa, antes que o vírus tire o gosto da comida e o cheiro dos perfumes.
Uma crônica de leitura realista e atual. Esse vírus é cruel e no Brasil teve um aliado poderoso. Um aliado perverso, desumano que tem a caneta e o diário oficial nas mãos para fazer as suas vontades loucas.
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