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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 27 de julho de 2019

Crônica do fim-de-semana (por Armando Lopes Rafael

Imperador Dom Pedro II, o maior dos brasileiros 

   Este ano, a população vai lembrar, com grande pesar, um dos dias mais infelizes da nossa pátria: o golpe republicano de 15 de novembro de 1889, que derrubou Dom Pedro II do Trono e baniu a Família Imperial Brasileira.

    130 anos já se passaram. E, no entanto, Dom Pedro II continua sendo “O maior dos brasileiros”. Esta semana a revista “Aventuras da História” publicou uma matéria sobre o magnânimo Imperador. Trata-se de texto escrito por M.R. Terci ( com o título “O mais humilde e culto dos imperadores), do qual retirei os parágrafos abaixo.

 “(...) muitos historiadores apontam que, entre tantas outras virtudes, o reinado de Dom Pedro II teve como marca a modéstia e a humildade. Grande parcela de seus súditos era imensamente mais rica do que ele. Na corte, havia, ainda, residências muito mais confortáveis e luxuosas que a do imperador, destinadas a cientistas, artistas e intelectuais. Dom Pedro II, contudo, não exigia para si mais do que sua escrivaninha e seus livros, gosto que desenvolveu logo cedo.

    “Tal fato foi documentado por diversas personalidades ao longo de seu reinado, como na ocasião em que um diplomata francês, em visita ao Brasil em 1842, descobriu Pedro, então com 17 anos, mergulhado na leitura de Platão. Em 1847, o escritor português Alexandre Herculano escreveria: “É geralmente sabido que o jovem imperador do Brasil dedica todos os momentos que pode salvar das ocupações materiais de chefe de Estado ao culto das letras.”

***   ***   ***
     O atual Chefe da Casa Imperial Brasileira, Príncipe Dom Luiz de Orleans de Bragança, sintetizou – em 1989 – muito bem, o que foi o vasto e grandioso Império do Brasil. Disse ele. “Cem anos já se passaram, e os contrastes entre o Brasil atual e o Brasil Império só têm crescido. No tempo do Império, havia estabilidade política, administrativa e econômica; havia honestidade e seriedade em todos os órgãos da administração pública e em todas as camadas da população; havia credibilidade do País no exterior; havia dignidade, havia segurança, havia fartura, havia harmonia”.

        As crises da sociedade brasileira parecem nos lembrar: o Rei ou Imperador, por ser vitalício e hereditário, está acima das disputas políticas, e se constitui num fator de unidade da sociedade e do Estado. Todas as correntes políticas da nação têm no Rei uma autoridade imparcial, respeitada e que serve de exemplo para a população. É por isso que a Monarquia, por ser o ponto de encontro das correntes políticas, e estando à margem das disputas, assegura a estabilidade das instituições, o que não ocorre numa República, onde, a cada 4 anos, surge um presidente-de-plantão.  E no Brasil, a cada quatro anos vemos como aumenta, com essas trocas,  os nossos angustiantes problemas...

Um comentário:

  1. Prezado Armando - Essa foto de Dom Pedro me fez lembrar os versos do velho Bidin, cantador de Várzea-Alegre :

    Olhando a antiguidade,
    A noite quando me deito,
    Fico a sonhar sobre o leito,
    Com o Brasil dos Andradas
    Ali a honestidade,
    Nascia do coração,
    Roubo, furto e destorção,
    Hoje é quem nasce primeiro,
    Em cada dez brasileiros,
    tem oito ou nove ladrão.

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