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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 12 de maio de 2021

DOCE IRRESPONSABILIDADE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Em um momento de esquecimentos, ando sonhando muito, ultimamente, com tempos de nossa mocidade no Cariri, especialmente em Juazeiro do Norte.

Fico cabreiro sobre o que isso significa ou esteja a prenunciar para esse modesto plebeu.

Da mesma forma, fico na dúvida em qual estágio desse passado gostaria de ter estacionado.

Com o fundo musical da Jovem Guarda que se estendia ao mais brega, dependendo do ambiente, o que eu, João Eudes, Rochinha, Chico Anastácio e coadjuvantes praticávamos era a doce irresponsabilidade, “comportada” boemia.

Para as nossas seletas confrarias não procedia o papo, segundo o qual, o Juazeiro e o Cariri não tinham vida noturna à época, além de outras opções interessantes para fazer as pessoas felizes.

Nós fazíamos a hora e não achávamos a vida chata. Pelo contrário, vivíamos os bons momentos por entender ser a vida feita deles.

Nossos problemas advindos das pequenas remunerações (Chico Anastácio aliviava) do período, eram minimizados pela alegria de viver e celebrações que não eram poucas.

Nos tratávamos, jocosamente, de sibaritas por não nos deixarmos levar pelos conflitos da existência, ignorando o que não devia ser louvado e levando em conta o que era prazeroso.

Seguíamos ao pé da letra o que sugeria o menestrel Belchior: “viver é melhor que sonhar”.

Tempo duros politicamente, mas temperados pelo conforto da ternura e da amizade.


Um comentário:

  1. Wilton Bezerra resgata uma grande equipes de pessoas ilustres e queridas da região do cariri. Parabéns.

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