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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 18 de maio de 2021

MEMÓRIA DE TITICA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 Ivan Lessa, jornalista, um dos fundadores do Pasquim, acertou no alvo quando dique que: “De 15 em 15 anos, o brasileiro esquece os últimos 15 anos”.

Essa sentença tem quase cinqüenta anos e, Lessa, que morava em Londres, ficava recluso quando de suas visitas ao Brasil, porque se sentia mal diante do que os bárbaros fizeram com a nação.

Preferiu ficar estacionado em algum lugar do passado do Rio de Janeiro, não a tempo de deixar de perceber que o seu aforismo ficou datado: “De quatro em 4 anos, o brasileiro esquece os últimos 4 anos”.

Numa democracia, onde o desgraçado de ontem, ou de hoje, passa a ser a esperança de um país desmemoriado como se esperança fosse remuneração.

Ou ainda, terreno fértil para que, também, se estabeleça o outsider bem apessoado, mauricinho, limpinho e com grande vocação para a gatunagem.

A memória de titica da população (não é o mesmo que povo politizado), nos leva a história de um sujeito que estava esquecido demais das coisas em sua vida e atividade profissional.

Procurou o médico e disse dos problemas causados por esse esquecimento.

-“Quando começou isso ?  Perguntou o médico”

-“Isso o que ? Respondeu o esquecido”

No Brasil, a coisa está assim: “Penso, logo esqueço”.

Dessa forma, a vitória contra os canalhas vai ficar cada vez mais rara.

Como disse Mário Quintana: “Como é admirável a nossa democracia. O sujeito sai das páginas sociais e políticas, direto para as páginas policiais com naturalidade.”

“Quem não tem memória é fantasma de si próprio”. Elton Medeiros.

Um comentário:

  1. Uma crônica de feitura admirável, é isso mesmo amigo quem não tem memória para lembrar o passado não terá futuro.

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