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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 7 de maio de 2021

GOSTAR DO OUTRO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Ando sem paciência (neuropatia machuca) para ler um livro todo e acabo me socorrendo de pequenas resenhas, quando o assunto bate com o que estamos pensando.

Nem é preciso se aprofundar muito em a “Cegueira Moral”, de Zigmunt Bauman, para concluir que a sociedade vive a “era da indiferença”, dentro do que se define hoje como “modernidade líquida”.

Observa-se facilmente que as pessoas estão perdendo a compaixão pelo outro, tornando-se insensíveis ao sofrimento alheio.

Um filme oscarizado “Normadland’, estrelado por essa monumental atriz Frances MacDormand, mostra que a pessoas importam, sim.

Internalizei que passamos a nos conhecer melhor quando gostamos do outro.

Ora, basta entender o seguinte: o amor é um ato de compensação pelo fato de se encontrar no outro o que faz falta em nós.

Impossível não se incomodar que uma pessoa afirme, com uma saliva bovina e elástica (olha o Nelson aí) escorrendo-lhe da boca: “Eu não preciso de ninguém”!

Conclusão insustentável dos pascácios (dos lorpas, também) de que as virtudes do outro não lhe fazem falta.

O meu pessimismo (ou excesso de lucidez) sobre o outro gerava duas reações: raiva e pena, substituídos a esta altura pelo sentimento de compreensão.

“Feito de barro”, o homem desmorona, perde o sentido da existência e precisa se apoiar na existência do outro.

Guiado pelo que disse Cony (Carlos Heitor), “só temos consciência de nós próprios, quando estamos apaixonados. A vida começa, não quando nascemos. A vida começa quando estamos enamorados”.

“Onde existe o afeto, a miséria não se estabelece”. Até agora, acho que essa frase é de um autor desconhecido e supostamente falecido.

Com esta croniqueta, espero ter contribuído para uma reflexão do outro.

Um comentário:

  1. Prezado Wilton Bezerra - Parabéns pela crônica.

    O mundo seria um lugar melhor se as pessoas se perguntassem com mais frequência : "E se fosse comigo".

    Se você espera recompensa por ser uma boa pessoa, então, você não é uma pessoa boa.

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