Ando sem paciência (neuropatia machuca) para ler um livro todo e acabo me socorrendo de pequenas resenhas, quando o assunto bate com o que estamos pensando.
Nem é preciso se aprofundar muito em a “Cegueira Moral”, de Zigmunt Bauman, para concluir que a sociedade vive a “era da indiferença”, dentro do que se define hoje como “modernidade líquida”.
Observa-se facilmente que as pessoas estão perdendo a compaixão pelo outro, tornando-se insensíveis ao sofrimento alheio.
Um filme oscarizado “Normadland’, estrelado por essa monumental atriz Frances MacDormand, mostra que a pessoas importam, sim.
Internalizei que passamos a nos conhecer melhor quando gostamos do outro.
Ora, basta entender o seguinte: o amor é um ato de compensação pelo fato de se encontrar no outro o que faz falta em nós.
Impossível não se incomodar que uma pessoa afirme, com uma saliva bovina e elástica (olha o Nelson aí) escorrendo-lhe da boca: “Eu não preciso de ninguém”!
Conclusão insustentável dos pascácios (dos lorpas, também) de que as virtudes do outro não lhe fazem falta.
O meu pessimismo (ou excesso de lucidez) sobre o outro gerava duas reações: raiva e pena, substituídos a esta altura pelo sentimento de compreensão.
“Feito de barro”, o homem desmorona, perde o sentido da existência e precisa se apoiar na existência do outro.
Guiado pelo que disse Cony (Carlos Heitor), “só temos consciência de nós próprios, quando estamos apaixonados. A vida começa, não quando nascemos. A vida começa quando estamos enamorados”.
“Onde existe o afeto, a miséria não se estabelece”. Até agora, acho que essa frase é de um autor desconhecido e supostamente falecido.
Com esta croniqueta, espero ter contribuído para uma reflexão do outro.
Prezado Wilton Bezerra - Parabéns pela crônica.
ResponderExcluirO mundo seria um lugar melhor se as pessoas se perguntassem com mais frequência : "E se fosse comigo".
Se você espera recompensa por ser uma boa pessoa, então, você não é uma pessoa boa.