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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 14 de setembro de 2020

A crônica do domingo

As fitas verdes da Imperatriz
    O então Príncipe Dom Pedro de Alcântara – nosso futuro Imperador Dom Pedro I – lançou, na colina do Ipiranga, o famoso grito que fez do Brasil independente. Dias depois, nos salões completamente cheios do Paço de São Cristóvão, reclamava Sua Majestade que lhe trouxessem fitas verdes, pois queria que todos usassem o laço das cores representativas do Brasil livre. Vendo que ainda faltam alguns distintivos, virou-se alegremente para a Imperatriz Dona Leopoldina, perguntando-lhe:
   – Não haverá mais fitas verdes no Paço?

   Sorrindo, a esposa disse-lhe que não, mas, ainda assim dirigiu-se aos seus aposentos, para mais uma busca. Abriu e remexeu em quantas gavetas encontrou, mas nada de fitas verdes. Já desanimava, e se dispunha a voltar ao salão com as mãos vazias, quando os olhos caíram sobre sua cama, cujas fronhas ostentavam, a correr pelos ilhoses de bordado, fitas da cor procurada. Não se deteve a pensar; arrancou todas as fitas e voltou ao salão, ruborizada e feliz, para distribuir os distintivos. Em seu entusiasmo, chegou a exclamar:
– Não havia mais fitas, mas arranquei as dos travesseiros de minha cama!


   Imediatamente, sentindo o silêncio que se fizera, Sua Alteza corou. Viu que ninguém se sentia digno o suficiente da honra daqueles distintivos. No meio da indecisão, o primeiro a dar um passo à frente foi Embaixador Antônio de Menezes Vasconcelos Drummond. A Princesa Dona Leopoldina lhe estendeu a mão que segurava um laço verde, e sobre aquela mão e aquele braço, o Embaixador inclinou sua cabeça de patriota e beijou os dedos da nobre dama, agradecendo-lhe a honra:
– Obrigado, Majestade!

   Foi aquela a primeiríssima vez, após a Independência, que alguém lhe dava o tratamento de Majestade, reconhecendo-a como Imperatriz do Brasil.

(Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de autoria de Leopoldo Bibiano Xavier).
Publicação original: Face Book Pró Monarquia

Um comentário:

  1. Prezado Armando - Comportamento digno de admiração, distinção e louvor. Diferentemente das figuras dessa apodrecida republiqueta muito bem inspirada nos exemplos das "Flordeliz" e cia.

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