A ninguém parece ser concedido o direito de ter um jeito próprio de ser. Logo eu, que me lembro dos meus mortos pelos seus jeitos de rir, como fico nisso tudo? Ou a gente de apruma na foto ou a vaia come de esmola, por meio de uma pressão eletrônica que não permite que o cão assista missa como se ouvisse música.
Ora, não tem mais essa, por falta de tempo e espaço, de que “não estou fazendo nada e você, também”. Ninguém tem o direito de ser antigo, sob pena de ser engolido pelo labirinto dos algoritmos.
A muvuca dos eventos com imagens se destina a nos fazer parecer o que não somos e ficamos sem saber de onde vem essa coisa.
De onde parte essa pressâo eletrônica que nos encurrala do jeito que o rei mandou? Ou a ordem veio do cão da Itaoca?
Fica cada vez mais claro que viver e´ mover com links, likes, Lifebuoy, sabão pavão, desde que prove lavar mais branco.
Ja´ me faço, em demasia, a pergunta: o que nós somos e, afinal de contas, o que estamos fazendo aqui?
Que diabo de medida desconhecida é essa que nos regula, para a gente pegar uma migalha de informacão sobre esse mistério?
Todo mundo quer falar ao mesmo tempo, porque a pós-verdade exige ignorar o obsoleto e a modernidade está na boca de cada um.
Uma ova que está e não há porto seguro à vista.
Como disse o bardo inglês: “Somos para os deuses (?) como insetos para meninos vagabundos: eles nos matam se divertindo”.
E aí, como fica essa parada?
Gostaria, também, de saber porque estou escrevendo sobre esse mundo idiota, num domingo melancólico, em que estou escapando do covid-19, esta praga que existe e ninguém vê.
Cerveja gelada todo mundo bebe.
Eu quero ver é quente.
É verdade. Pensar é F... e, é isso o que mais temos feito nos últimos meses. Pensar.
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