Josué de Castro, pensador, político e ativista pernambucano, na sua “Geografia da Fome”, contrariou aos que atribuíam a fome e a miséria ao aumento populacional do mundo. Por esse “crime de opinião”, teve seus direitos políticos cassados no Brasil, e morreu na França em 1973.
Dom Hélder Câmara, em função de sua ação a favor dos mais necessitados, dizia que: “O melhor do pão é sua partilha”; e ia mais longe afirmando que “na pobreza, se tem o básico, na miséria, nem isso”. Por essa “liberdade de expressão”, foi taxado pela ditadura e seus arautos de “Bispo Vermelho”.
Pelo que se vê, as preocupações com o estômago do homem (com fome, vira bicho) custa muito caro às pessoas, que se incomodam com essa perversidade, aqui e alhures. É claro que o ser humano não quer só comida, mas sem forrar o estômago não tem acordo possível, não se inicia qualquer conversa.
Num país com a extensão do Brasil, que possui maior quantidade de água doce do planeta, existe gente que não come e, ainda, em determinados lugares, usam urina tratada como se fosse água potável. O que quero dizer é o sequinte: qualquer plano de governo que não vise mitigar a fome, não deve merecer o menor respeito.
Foram os romanos que inventaram uma maneira de governar com pão e circo: comida, para evitar revoltas, e circo, para distrair. Aqui, não está se tratando disso, mas do essencial, que é o pão. Que venha, por meio de bolsa-isso, bolsa-aquilo ou bolsa-aquilo outro, o importante é que venha.
Os governantes sempre terão objetivos políticos nas suas ações, mas o ideal é que sejam direcionados para as necessidades mais urgentes do homem. Só quem morreu no fogo (a fome) sabe o que é ser carvão, disse o penitente.
Prestem atenção: é o estômago idiotas!
Prezado Wilton - Crônica oportuna, de feitura esmerada, tema atual. Não carece de nenhum reparo. Parabéns.
ResponderExcluirBelo texto
ResponderExcluirPor: Luis do Conselho