("Orelha" que escrevi para o livro" de autoria de Célio Augusto Alves Batista e Halley Guimarães Batista)
Os autores do livro: pai e filho
O
Cariri cearense é uma terra mágica, onde se destacam a fé de sua gente e
as manifestações das tradições populares. Ademais, esta região possui
uma rica história, iniciada há cerca de 320 anos. A região do Cariri é
uma terra abençoada!
Célio Augusto Alves Batista e Halley Guimarães Batista acabam de
escrever este interessante e útil livro: “As Histórias do Cariri – Fatos
e Personagens”, resgatando o passado desta bela região, que se
constitui num verdadeiro oásis do centro nordestino brasileiro. Os
autores enfatizaram, também, nesta obra, o esplendor do nosso patrimônio
arquitetônico e histórico.
Segundo respeitados historiadores, no início do século XVIII chegaram
no Cariri os primeiros colonizadores. Já por volta de 1741, temos os
primeiros registros de um aldeamento dos índios Cariús, pertencentes ao
grupo silvícola Cariri. Era a “Missão do Miranda” (embrião da atual
cidade de Crato), fundada por Frei Carlos Maria de Ferrara, religioso
franciscano, nascido na Itália.
Este frade ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa,
coberta com folhas de palmeiras, árvores abundantes na região. O
santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha.
Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de
cuidarem das plantações rudimentares, recebiam os incipientes
ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos.
E tudo isso tendo como moldura a belíssima paisagem caririense, onde
ganhava realce a exuberante Chapada do Araripe. Pouca gente sabe que na
língua nativa dos primitivos habitantes do Sul do Ceará – os índios
Cariris – “Araripe” significa “lugar onde surge o dia”. Nos tempos
atuais, além da flora e da fauna, a Chapada do Araripe é riquíssima em
fósseis, que remontam ao período cretáceo, os quais proporcionam a
pesquisa paleontológica. O meio ambiente está sendo preservado. Qualquer
pessoa pode percorrer as trilhas na mata, conhecendo as nascentes,
riachos e cachoeiras existentes naquela chapada arenítica.
Parabéns a Célio e Halley pela produção deste livro. Ficamos orgulhosos
do resgate que eles fizeram de episódios do nosso glorioso passado.
Encerro com um comentário feito, anos atrás, pelo dramaturgo Oswald
Barroso: “O Cariri não é apenas uma região privilegiada, é uma espécie
de caldeirão cultural. Os vários Nordestes, o sertão, o da mata, o do
agreste, o da praia, o da serra, com suas diferentes culturas, estão
reunidos no Cariri. Nele se pode encontrar marcas da cultura ibérica
medieval, com seus acentuados traços mourísticos; da cultura
negro-africana, com suas danças e batucadas; da cultura ameríndia, com
sua magia anímica, caldeada com elementos modernos das mais diferentes”.
Salve o Cariri cearense!
Armando Lopes Rafael
Historiador
Desde o principio a história sustenta que o Cariri é muito rico de Cultura. Por essa razão o município é conhecido como "Cidade da Cultura". Parabéns aos escritores por mais uma obra literária para o deleite dos leitores.
ResponderExcluirSou de familias antigas no Cariri. Admiro muito do que fizeram meus antepassados. Contudo, acho que devo ressaltar que cultura indigena do Cariri antecedeu aquela dos europeus que ai chegaram. Se os indigenas nao deixaram livros de historia `e que os povos indigenas do Brasil nao possuiam lingua escrita--lembrar quem nem todo europeu que veio para o Brasil sabia ler. Creio vale mencionar que antes de serem espoliados, arrebanhados em aldeias, escravizados, massacrados, os indigenas eram livres e donos da terra. Os europeus sao nosso antepassados e merecem um certo respeito, mas nao se pode negar que foram tambem autores de genocidio contra os povos indigenas, que impuseram a fogo e ferro o cristiniasmo a povos que ja tinham sua propria religiao,que nao foi inferior por ser diferente. Ne eram os indigenas seres inferiores por sua tecnologia ter sido menos avancada que a da Europa. Europeus usaram a tecnologia e a forca das armas para subjugar aqueles que denominaram "negros da terra." Que cometeram genocidio, infelizmente, `e uma parte de nossa historia e assim como a escravidao dos africanos e afro-brasileiras, foi sobre os ossos dos indigenas e dos negros que se construiu o Cariri de hoje.
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