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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 10 de agosto de 2020

“As Histórias do Cariri – Fatos e Personagens”

("Orelha" que escrevi para o livro" de autoria de Célio Augusto Alves Batista e Halley Guimarães Batista)
Os autores do livro: pai e filho

   O Cariri cearense é uma terra mágica, onde se destacam a fé de sua gente e as manifestações das tradições populares. Ademais, esta região possui uma rica história, iniciada há cerca de 320 anos. A região do Cariri é uma terra abençoada!

   Célio Augusto Alves Batista e Halley Guimarães Batista acabam de escrever este interessante e útil livro: “As Histórias do Cariri – Fatos e Personagens”, resgatando o passado desta bela região, que se constitui num verdadeiro oásis do centro nordestino brasileiro.  Os autores enfatizaram, também, nesta obra, o esplendor do nosso patrimônio arquitetônico e histórico.

     Segundo respeitados historiadores, no início do século XVIII chegaram no Cariri os primeiros colonizadores. Já por volta de 1741, temos os primeiros registros de um aldeamento dos índios Cariús, pertencentes ao grupo silvícola Cariri. Era a “Missão do Miranda” (embrião da atual cidade de Crato), fundada por Frei Carlos Maria de Ferrara, religioso franciscano, nascido na Itália.
    Este frade ergueu, no centro da Missão, uma humilde capelinha de taipa, coberta com folhas de palmeiras, árvores abundantes na região. O santuário foi dedicado, de maneira especial, a Nossa Senhora da Penha.  Em volta da capelinha, ficavam as palhoças dos índios. Estes, além de cuidarem das plantações rudimentares, recebiam os incipientes ensinamentos da fé católica, ministrados por Frei Carlos.

     E tudo isso tendo como moldura a belíssima paisagem caririense, onde ganhava realce a exuberante Chapada do Araripe. Pouca gente sabe que na língua nativa dos primitivos habitantes do Sul do Ceará – os índios Cariris – “Araripe” significa “lugar onde surge o dia”. Nos tempos atuais, além da flora e da fauna, a Chapada do Araripe é riquíssima em fósseis, que remontam ao período cretáceo, os quais proporcionam a pesquisa paleontológica. O meio ambiente está sendo preservado. Qualquer pessoa pode percorrer as trilhas na mata, conhecendo as nascentes, riachos e cachoeiras existentes naquela chapada arenítica.

          Parabéns a Célio e Halley pela produção deste livro. Ficamos orgulhosos do resgate que eles fizeram de episódios do nosso glorioso passado. Encerro com um comentário feito, anos atrás, pelo dramaturgo Oswald Barroso: “O Cariri não é apenas uma região privilegiada, é uma espécie de caldeirão cultural. Os vários Nordestes, o sertão, o da mata, o do agreste, o da praia, o da serra, com suas diferentes culturas, estão reunidos no Cariri. Nele se pode encontrar marcas da cultura ibérica medieval, com seus acentuados traços mourísticos; da cultura negro-africana, com suas danças e batucadas; da cultura ameríndia, com sua magia anímica, caldeada com elementos modernos das mais diferentes”.
            Salve o Cariri cearense!

Armando Lopes Rafael
 Historiador

2 comentários:

  1. Desde o principio a história sustenta que o Cariri é muito rico de Cultura. Por essa razão o município é conhecido como "Cidade da Cultura". Parabéns aos escritores por mais uma obra literária para o deleite dos leitores.

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  2. Sou de familias antigas no Cariri. Admiro muito do que fizeram meus antepassados. Contudo, acho que devo ressaltar que cultura indigena do Cariri antecedeu aquela dos europeus que ai chegaram. Se os indigenas nao deixaram livros de historia `e que os povos indigenas do Brasil nao possuiam lingua escrita--lembrar quem nem todo europeu que veio para o Brasil sabia ler. Creio vale mencionar que antes de serem espoliados, arrebanhados em aldeias, escravizados, massacrados, os indigenas eram livres e donos da terra. Os europeus sao nosso antepassados e merecem um certo respeito, mas nao se pode negar que foram tambem autores de genocidio contra os povos indigenas, que impuseram a fogo e ferro o cristiniasmo a povos que ja tinham sua propria religiao,que nao foi inferior por ser diferente. Ne eram os indigenas seres inferiores por sua tecnologia ter sido menos avancada que a da Europa. Europeus usaram a tecnologia e a forca das armas para subjugar aqueles que denominaram "negros da terra." Que cometeram genocidio, infelizmente, `e uma parte de nossa historia e assim como a escravidao dos africanos e afro-brasileiras, foi sobre os ossos dos indigenas e dos negros que se construiu o Cariri de hoje.

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