Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Sacerdotes católicos que ficaram no imaginário popular do Cariri

Padre Pedro Inácio Ribeiro, O Santo do Sertão
Lembrança distribuída na missa de 7º Dia do falecimento do Padre Pedro Ribeiro

    Existe em  Brejo Santo (CE) um pequeno memorial em homenagem ao Padre Pedro Inácio Ribeiro. Lá estão expostos objetos de uso pessoal deste sacerdote, que foi vigário daquela cidade durante exatos 33 anos. Padre Pedro Ribeiro morreu com fama de santidade e muitas pessoas, nos dias atuais,  asseguram ter obtido graças por sua intercessão.

   Nascido em Missão Velha, em 19 de maio de 1902, Pedro Inácio passou sua infância e juventude na cidade de Crato. Sentindo inclinação para o sacerdócio estudou no Seminário São José de Crato e no Seminário da Prainha, em Fortaleza, vindo a ser ordenado sacerdote no dia 17 de abril de 1927, na Catedral de Nossa Senhora da Penha de Crato, pelo primeiro bispo da diocese, Dom Quintino. Em 1º de janeiro de 1930 assumiu a Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, de Brejo Santo, onde permaneceu até a data do seu falecimento, ocorrido em 3 de janeiro de 1973.

    Em Brejo Santo seu sacerdócio não foi vivido mediante obras especiais ou de caráter extraordinário, mas sim na fidelidade cotidiana ao exercício do ministério que abraçou. Reside aí, provavelmente, a dimensão da santidade sacerdotal atribuída ao Padre Pedro Ribeiro. Na verdade, ele viveu seu sacerdócio na consistência do amor a Cristo e a sua Igreja; no amor aos pobres e necessitados; na compaixão pelas almas desviadas e no amor pela pregação do Evangelho de Jesus Cristo. Aliado a tudo isso, a simplicidade, mansidão e humildade de que era dotado o Padre Pedro Ribeiro contribuíram para ele conquistar o afeto de adultos e crianças. Todos na Brejo Santo de então  tinham carinho por seu pastor.

      Aliás, o trabalho missionário de Padre Pedro não foi feito somente no município de Brejo Santo. Durante alguns anos ele deu assistência ao povo da cidade e da zona rural do município de Porteiras CE), conforme atesta o historiador Napoleão Tavares Neves, no texto “O Padre Pedro que conheci”, escrito a partir da leitura feita por ele do opúsculo “O Santo do Sertão–Uma biografia”, publicado pela Fundação Memorial Padre Pedro Inácio Ribeiro, de Brejo Santo.

      Segundo Maria Santana Leite, na monografia “Pequena História da Paróquia de Brejo Santo”:

 “O Padre Pedro foi sempre um pai espiritual para todos os paroquianos. Estava sempre preocupado com os agricultores sofridos, especialmente na época da seca, quando as famílias pobres da zona rural passavam necessidades. Era um entusiasta com a catequese das crianças a quem dedicava um carinho todo especial, participando das aulas de catecismo, levando-as a passear em momentos de lazer, promovendo brincadeiras, além de distribuir moedas e pequenos brindes à criançada.”

“Evangelizou mais com seu desprendimento das coisas materiais, sua vida de oração, adoração e contemplação; pelo seu testemunho de vida, do que mesmo pelas pregações, embora nunca deixasse de fazer as homilias por mais simples que fosse. A tônica de suas pregações era sempre o amor, a partilha, a vida de santidade. Sua metodologia era a do perdão. Pregava um Deus Pai amoroso, misericordioso. Nunca julgava nem condenava ninguém, pelo contrário incentivava e conduzia à conversão”.

“Além do Sagrado Coração de Jesus, era devotíssimo de Maria Santíssima, de Santa Teresinha do Menino Jesus e de São Geraldo”.

      Nos últimos quinze anos de sua vida, Padre Pedro Inácio Ribeiro foi acometido de forte reumatismo que o deixou paralítico. Nos tempos finais perdeu também a visão. Nunca reclamou de nenhuma dessas provações. Ele foi, enfim, um sacerdote bom, piedoso e santo, que fez um bem imenso aos seus paroquianos.

Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Um comentário:

  1. Prezado Armando - A igreja permite e os padres de hoje em dia não são como os de antanho.

    Veja esse depoimento :

    Nunca ame a igreja por causa da igreja. Eu não amo a igreja pela igreja. Se eu a amasse assim, já a teria deixado.

    Eu amo a igreja por causa de Cristo, porque ela é de Cristo, Ele a fundou e está presente nela.

    Dom Henrique Soares.

    ResponderExcluir