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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 22 de agosto de 2020

Sacerdotes católicos que ficaram no imaginário popular do Cariri

Joaquim e Vicente Sother de Alencar: dois irmãos padres
Barbalha, no início do século XX. Lá os dois irmãos passaram a infância

    O sobrenome era o mesmo: Sother de Alencar. Os pais de ambos foram Vicente Pereira de Alencar e Maria Regina de Alencar. O local do nascimento desses dois sacerdotes ocorreu na mesma cidade: Assaré. O mais velho chamava-se Joaquim e o mais novo Vicente. Ainda na primeira infância seus pais fixaram residência na cidade de Barbalha. Foi lá que Joaquim e Vicente sentiram o chamado para a vocação sacerdotal.  Ambos foram semelhantes no exercício de um profícuo sacerdócio, vivido na entrega total ao semelhante e voltado para a construção do Reino de Deus. E tanto Joaquim, como Vicente morreram com fama de santidade.

     O Padre Joaquim Sother de Alencar iniciou seus estudos no Seminário São José de Crato. Posteriormente estudou no Seminário da Prainha em Fortaleza e dali seguiu para Salvador na Bahia onde foi ordenado em 17 de dezembro de 1882. Voltando ao Ceará foi pároco coadjutor de Barbalha e professor do Seminário em Crato. Era o confessor do Padre Cícero Romão Batista com quem manteve leal amizade, principalmente nas agruras que este sofreu no relacionamento com o segundo Bispo do Ceará.

      Falando sobre o Padre Joaquim Sother de Alencar, assim se refere o Álbum Histórico do Seminário de Crato: “Nunca lhe maculou o espírito e o coração a vaidade de aumentar-se ou de fazer figura, mau grado a sólida formação que recebeu e os conhecimentos que possuía. Seu maior prazer era viver entre os simples, escondido do mundo”. Tanto que foi viver na acanhada vila de Farias Brito (à época chamada Quixará), onde passou mais de vinte anos trabalhando para o bem espiritual daquela população e ganhando almas para Deus, até que a morte o encontrou no dia 25 de janeiro de 1914. Foi sepultado na Igreja-matriz de Farias Brito.

      Já o Monsenhor Vicente Sother de Alencar ordenou-se em 1897 na cidade de Fortaleza. Depois foi vigário de Barbalha, Jaguaribe, Jardim, Triunfo e Ouricuri (as duas últimas localizadas no Estado de Pernambuco). Em 1915 – quando Joaquim já havia morrido – Vicente veio residir em Crato, onde foi professor do Seminário e Vigário Geral da Diocese de Crato. Nas ausências de Dom Quintino governou várias vezes a recém criada Diocese de Crato. E quando Dom Quintino faleceu, Monsenhor Sother foi escolhido Vigário Capitular, onde permaneceu até 13 de janeiro de 1932, data da posse do segundo bispo, Dom Francisco de Assis Pires que o manteve Vigário Geral da Diocese, cargo exercido até 1944.

    Durante vinte anos, Monsenhor Vicente Sother de Alencar foi capelão da Casa de Caridade, onde celebrava diariamente às cinco horas da manhã. Sacerdote culto, dotado de modéstia e humildade exemplares, reto no cumprimento de suas obrigações, zeloso no seu apostolado era tido por todos como uma alma santa, cuja bondade foi lembrada durante muitos anos após sua morte, nesta cidade de Crato.

Texto e postagem: Armando Lopes Rafael

Um comentário:

  1. Prezado Armando - A realização, a felicidade e a alegria dos casais de antigamente era ter um filho padre. Não existia outro sentimento mais forte do que o religioso. Antônio de Souza Rego e Nazárea, da Fazenda Várzea do Boi tinham três filhos padres. Padre Benedito de Sousa Rego, o primeiro vigário ds paróquia de São Raimundo em Várzea-Alegre, Padre José da Costa Leitão e Padre Antonio de Sousa Rego.

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