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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 9 de julho de 2021

SOBRE O “ROUBA, MAS FAZ” - Por Wilton Bezerra, comentarista generalistas.

A arte de dissimulação tem se desenvolvido para azar do mundo e, no Brasil, por exemplo, o que tem de gente se fazendo de doido para brincar com as varandas da rede, faz lama.

Os que conseguem (ou conseguiram) reunir condições para mudar os destinos do país, através de reformas urgentes, se rendem (ou se renderam) ao exercício da gatunagem deslavada.

Quem posa de libertário cultua governos e figuras totalitárias.

Quanto à corrupção, nos últimos tempos, não se abriu mão sequer de usar slogans antigos, para rotular novos roubos, como o “rouba, mas faz”, de Ademar de Barros, um populista que governou São Paulo, tentou ser presidente da República, lá pelas décadas de 50 e 60, e acabou sendo cassado pelo golpe de 64.

Antônio Maria, pernambucano, jornalista, compositor de “Ninguém me Ama” e de outros grandes sucessos, foi quem deu lenha para a fogueira de Ademar Barros incensar o “rouba, mas faz”, no “Cadeira Giratória”, na extinta TV Tupi”, programa de perguntas e respostas, que mais parecia um inquérito policial.

Como David Nasser e Oto Lara Resende não quiseram fazer perguntas em torno da propalada desonestidade de Ademar, Antônio Maria o fulminou com uma acusação:  “O senhor não passa de um reles ladrão”.


Fingindo surpresa, Ademar respondeu: “Meu patrício, se é ladrão que constrói um hospital com quatro mil leitos, eu sou ladrão. Se é ladrão quem abre estrada para Campinas, eu sou ladrão”.

E continuou desfiando mil realizações.

Com isso, inconscientemente, Maria serviu como escada para Ademar naturalizar o “rouba, mas faz” e, nos tempos de hoje, o “bebo, mas faço”, “sou louco, mas faço”, etc, etc.

O que quero realmente dizer, com esta crônica, é o seguinte: parem com as dissimulações e reconheçamos que o perigo maior que ronda esse país não está nos fósseis comunistas e outras fajutas bandeiras.

O perigo real  que nos ameaça é o ladrão de vários matizes.

Esse, sim, qualquer que seja a “ideologia” que o abrigue, precisa ser caçado à pauladas.

O resto é ilação sem futuro.

2 comentários:

  1. Prezado Wilton Bezerra - A picaretagem chegou a tal ponto que não precisa fazer para roubar. Basta emitir uma nota de prestação de serviço ou de compra qualquer e o dinheiro é desviado. Sem obra ser feita e sem receber o que foi comprado.

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  2. Fica a pergunta: Será que no Brasil não Tem nenhuma pessoa competente e honesta para governá-lo?

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