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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

DRIBLA, BRASIL - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 Desconfiado do mau humor das coronárias, procuro exercitar a memória em busca de beleza.

No futebol, um assunto que já abordamos, em várias oportunidades, é o drible a mais bela manifestação da arte de jogar.

Enganam-se os que o veem como um luxo, desnecessário e supérfluo, usado apenas para enfeitar e, muitas vezes, humilhar.

Nada disso. O drible e a ginga são armas únicas para desmontar os mais rígidos esquemas defensivos do jogo.

Basta perguntar sobre Garrincha, o maior ponta direita que o Mundo conheceu, por ocasião de duas Copas – 58 e 62 .

Na primeira, o melhor da posição. Na segunda, o maior jogador da competição no Chile.

Foi batizado pelo irmãos de Garrincha, nome de um pássaro, sendo em sua carreira o jogador que deu mais alegria na história do futebol.

Esse registro seria o suficiente para explicar o significado do drible para o futebol brasileiro.

Mas, serve, também para dizer que, por essas bandas, as pessoas têm uma mania de jogar as coisas belas para o abismo, sem se dar, sequer, ao trabalho de se curvar e olhar se elas morreram.

O drible está em falta, logo no país onde é mais apreciado e necessário.

O que me chamou a atenção para abordá-lo foi uma matéria na internet sobre o jogo Brasil x Venezuela, com o seguinte destaque: “Quando o drible cessou, o time travou”.

O drible é o antídoto para o horror do jogo feio, a poesia dentro do futebol.

O drible fora de hora é malandragem errada, afinal de contas, além de afirmação de talento, o único meio para quebrar ferrolhos e retrancas das defesas hermeticamente lacradas.

Por isso, o meu berro: “Dribla, Brasil”!

Um comentário:

  1. O drible é um direito que todo jogador do porte de Garrinha tinha e tem de mostrar a sua arte e o seu talento. É pra quem sabe e não pra quem quer.

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