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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 11 de abril de 2009

Pedro Alves de Morais.

Nesta semana santa a saudade bateu forte, não a resisti , não a dominei e decidi falar um pouco do meu irmão Pedro. Fomos os primeiros filhos de José Raimundo de Morais e Antónia Alves de Morais, residentes no sitio Sanharol em Várzea-Alegre. Criados juntos, mesmos costumes, mesmos brinquedos, mesmas escolas. Até o trabalho foi o mesmo: Bicbanco, especialmente para ele que sendo transferido para Fortaleza foi trabalhar como assessor do Presidente de quem gozava de grande confiança e consideração. Nada entre nós deixava de ser compartilhado. Assim era as nossas vidas.
Por fim, padecendo de um CA, estivemos os quatro meses finais no Hospital São Mateus. Vi a humilhação que um CA é capaz de impor a um ser humano e vi também a fortaleza do meu irmão: Resignado aceitando tudo em nome de Deus sem reclamar, sem se aborrecer. Mais do que ninguém ele era consciente de sua situação, mas não reclamava, não se irritava. Recebia todo aquele sofrimento como uma determinação do Divino. Pedro foi exemplo como filho, como irmão, esposo, pai e amigo. Eternas Saudades.

10 comentários:

  1. Morais,

    Fiquei muito consternado com a perda de Pedro.
    Jogamos muito futebol juntos e nos entendíamos muito bem(quem não se dava com Pedro??).
    Calmo, sorriso franco e cativante - era o autêntico "boa praça".
    Deixou saudades!

    Abraço solidário,
    Nélio Júnior

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  2. É Nelio.
    Agora voce me levou as lagrimas.

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  3. Morais,

    Só quem sabe dimensionar a dor da sua saudade é você próprio, mais ninguém.
    Sei que são lembranças que doem, mas que também há o conforto por ele continuar vivo no coração de todas as pessoas que o conheceram e que o amam.

    Abraço.
    Nélio

    P.S. - Fiz um comentário lá no seu artigo intitulado "Legítimo ou falso?".

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  4. Morais,

    Grande amigo Pedim. Trabalhamos juntos no escritório de contabilidade de Siebra, naquela época, funcionava no Grande Hotel, onde havia funcionado o Bar e Sorveteria Glória. Dois fatos marcantes, entre tantos, me acompanharão à eternidade:
    Primeiro – No final de uma tarde corrida e tumultuada de segunda-feira, último dia para recolhimento de impostos, decidimos fazer um trato: nós iríamos lutar com unhas e dentes para sermos “alguém na vida”. Para atingir nossa meta, estudaríamos com afinco e muita vontade. Anotamos este compromisso num papel, assinamos e o enfiamos num buraco que havia na parede (um buraco de prego) e lacramos com cimento. Bem, atingimos nosso objetivo: eu fui pro Banco do Brasil, onde me aposentei e Pedim assumiu uma grande responsabilidade no BICBanco.
    Segundo – Pedim foi o primeiro amigo que me chamou à atenção para um problema que carrego comigo: o alcoolismo. Quando toda a turma de amigos saía para o futebol, eu preferia ficar no Alagoano ou na Primavera. Então, certa vez, ele colocou a mão no meu ombro e disse: “Amigo Chiquinho, você já pensou na possibilidade de que tem problema com álcool? Não fique com raiva de mim, mas pense nesta possibilidade.” Quis ficar com raiva e cantar pra ele: não amarre o boi no pé da cajarana...mas não fiquei, não. Hoje, quando me dirijo às reuniões de AA, escuto no fundo do coração aquelas palavras de alerta, sábias palavras.
    Veja, Morais, o prédio do Grande Hotel foi abaixo, junto com seus escombros o nosso termo de compromisso sumiu, mas eu lhe garanto, que as palavras quando proferidas com honestidade, sinceridade e amizade verdadeira, ficam gravadas n’alma para sempre.
    Um abraço
    Francisco Américo Siebra de Brito

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  5. Meu caro Chiquinho.

    Que bom ler tudo isso. O predio foi a baixo mas o ideal de voces foi vitorioso, tanto ele como voce foram muito bem sucedidos. Não sabia da segunda historia. A historia de Alcolismo. Nesse ponto ele foi o seu grande amigo. Quando vier ao Crato traga o violão quero cantar "Memorias de Uma velha Canção", a musica predileta do Pedro. Um grande abraço. Lembranças a Marcia e Malu.

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  6. Morais eu sei bem o que é perder um ente querido, vc já passou por esta triste experiencia mais do que eu, pois tbm perdeu seu pai...Resta-nos apenas a lembrança dos bons momentos...Ainda como estudante, fui muitos jogos do Fortaleza, na companhia do Demontier e do Pedro....Ele sempre muito simples, caracteristica marcante da sua pessoa, com aquela sua risada cativante,......Um grande Homem como pessoa e como profissional.

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  7. Quero também partilhar com você da minha saudade. É verdade, o Pedro tinha um carinho todo especial para com você, amava a todos os irmãos e sempre falava com carinho de todos. O Pedro verdadeiramente foi um excelente Pai, amigo, irmão, filho, amigo e como Esposo nem se fala. A simplicidade, o carinho, a temperança no Pedro era algo notável, posso dizer que Deus olhando para a terra encontrou um coração de pobre. Jesus diz: “Bem-aventurados os que tem um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus!” O Pedro tinha esse coração porque ele não tinha ganância na busca do poder de qualquer forma, do desejo absoluto de ser maior, superior. Não tinha a ganância em riqueza material. O Pedro sabia e tinha a capacidade de aceitar as diferenças, olhar e respeitar o ser humano por ser uma criatura única feita a imagem e semelhança de Deus. Não era perfeito porque perfeito só Deus mas, tinha virtudes que me impressionava e sei que sempre agradava o coração de Deus. Aprendi muito com o Pedro no seu jeito simples, ele me fez com a graça de Deus cravar no meu coração a verdade da escritura, que tudo passa e me ensinou a viver de um jeito simples na vontade de Deus. No comentário do Enio Menezes ele diz do Pedro: ....Ele sempre muito simples, característica marcante da sua pessoa, com aquela sua risada cativante,. Pura verdade.
    Quero deixar aqui a mais pura verdade de uma mulher que teve como presente de Deus, o melhor marido, o melhor amigo, o melhor pai, o melhor filho. Sinto saudades, meu coração dói… as lembranças sempre presentes. Tudo me faz lembrar o Pedro e mesmo ele não estando aqui, minha vida hoje é conduzida por Deus em primeiro lugar mas, também por tudo que ele me ensinou, a cada dia uma recordação é motivo de continuidade para dar seguimento a minha vida. Meu amor por Pedro continua o mesmo, amarei eternamente e a minha maior alegria é saber que me encontrarei com ele nos céus.
    A você MULHER que estiver lendo quero lhe dizer: Ame seu esposo, não perca tempo com brigas, ciúmes. Viva com seu esposo e seus filhos como se hoje fosse o ultimo dia da sua vida, viva com amor e intensidade. Não deixe de dizer que o ama, não deixe para depois pois não sabemos se vai existir o depois. Ame e demonstre seu amor enquanto VIDA, depois da morte não tem como dizer que ama, não tem como pedir perdão. A minha maior alegria por graça de Deus é ter vivido muito bem vividos meus 23 anos de casada com o Pedro. De sabermos viver na diferença um do outro, de nunca dormir sem pedir perdão, de nunca deixarmos qualquer tipo de discussão ir adiante mas sempre ter um a pedir para parar. O casamento é um caminho, um meio de santidade aonde Deus nos ensina a amarmos uns ao outro na diversidade, na diferença nos dando a oportunidade de amar como Jesus amou.
    Morais, Jesus diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crer em mim, ainda que esteja morto viverá e todo aquele que vive e crer em mim jamais morrerá”. (João 11,25-26). E Pedro esta vivo em Jesus, estar no lugar de onde veio. O Céu é nosso lugar é de onde viemos é para onde vamos. Amem.
    Um abraço Cunhado, você é muito especial para mim. Bendito seja Deus pelo dom da vida de cada um de vocês, e principalmente pelo dom da vida da Dona Antónia que pelo seu sim trouxe o Pedro ao mundo e Deus me presenteou. Amo vocês de todo meu coração.

    SHALOM
    FRANCINEIDE.

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  8. Francineide.

    Sou testemunha do quanto seu depoimento é sincero e verdadeiro. Deus há de preencher o vazio que é a ausencia do Pedro em todos nós especialmente para voce.

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  9. Como filho de Antônio Gonçalves de Moraes ( Antôim de Leó) e ainda primo distante, deixo aqui o meu sincero abraço, Hudson.

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  10. Obrigado Hudson. Recomendações a seu pai e um forte abraço.

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