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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 30 de março de 2013

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS


Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:
Deus fez tudo que existe?
Um estudante respondeu corajosamente:
Sim, fez!
Deus fez tudo, mesmo?
Sim, professor - respondeu o jovem.
O professor replicou:
Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é o mal.  O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se  vangloriava de haver provado uma vez mais que a fé era um mito. 
Outro estudante levantou sua mão e disse:
Posso lhe fazer uma pergunta, professor?
Sem dúvida - respondeu-lhe o professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
Professor, o frio existe?
Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?
O rapaz respondeu:
Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.  E a escuridão, existe? continuou o estudante. 
O professor respondeu:
Mas é claro que sim.
O estudante respondeu:
Novamente o senhor se engana, a escuridão tampouco existe. A escuridão é, na verdade, a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que ela se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz  toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente. 
Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:
Diga, professor, o mal existe?
Ele respondeu:
Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e  violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal. 
Então o estudante respondeu:
O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é  simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. 
Não é como a fé ou o amor, que existem como existe a luz e o calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz..." Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado.
Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou:
Qual é seu nome?
E ele respondeu:

ALBERT EINSTEIN.

SÓ SE FOR AGORA - Por Mundim do Vale.

Reprisado para atender a uma prima.

Certa vez o tabelião João Francisco, jogava baralho com alguns amigos, quando chegou Leví de Sá Maria, que tinha um grau de juízo no mesmo nível da sua irmã Francisca.
Leví pegou um tamborete e sentou atrás de João para apiruar o jogo. De repente começou a falar besteiras:
Eita! Qui num tem quem tome essa partida de Seu João.
Essa é nossa.
Seu João já tá armado.
João tentando se livrar do inconveniente falou:
Leví vá olhar se eu tou lá na esquina.
Leví respondeu;
SÓ SE FOR AGORA!
Levantou-se foi até a esquina da casa de Jocel Batista, passou um tempo por lá e quando voltou foi dizendo:
Seu João, eu fui oiá, mais o Sinhô num tava lá não. Eu inté preguntei a Zé de Ginu, mais ele disse qui num tinha visto o Sinhô não.
Sentou-se novamente no tamborete e começou com o mesmo lenga-lenga.
João Francisco falando mais sério disse:
Leví, vá olhar o que é que a sua mãe tá fazendo.
O peru puxou o tamborete e falou:
SÓ SE FOR AGORA!
Quando voltou foi dizendo;
Seu João. Sabe o que qui mãe tava fazendo?
Sei não.
Apois ela tava catando pioi im Francisca minha irmã.
Sentou novamente no tamborete e deu seqüência ao discurso de loucuras.
João já um tanto aborrecido disse:
Leví. Vá dar o rabo, vá!
SÓ SE FOR... – Deu uma pequena pausa e continuou – Adispois qui eu virar fresco, Seu João.

quinta-feira, 28 de março de 2013

VIVENDO E APRENDENDO - Por Vicente Almeida


Se utilizada, a experiência dos antigos, ainda é o nosso maior tesouro:

Abre o teu coração porque a felicidade não entre em portas fechadas. Emanuel.- A abstinência é uma boa coisa, mas tem que ser sempre praticada com moderação. Anônimo- A amizade pura é uma flor que nunca morre. Anônimo- A arrogância se opõe a humildade. Anônimo- A felicidade é construção pessoal e intransferível. Anônimo- A felicidade não é uma estação aonde chegamos, mas uma maneira de viajar. Margareth Lee Runbeck- A felicidade não esta em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive, porque a vida não mede o tempo, mas o emprego que dela fazemos. Anônimo
A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela: é preciso fazê-lo descer a escada, degrau por degrau. Mark Twain.
A grande jornada começa com o primeiro passo. Anónimo- A humildade de coração não exige que te humilhes. AnônimoA lição do silêncio tem grande valor educativo: conduz a um verdadeiro domínio de si. Lubienska de Lenval- Amigo é aquele que sabe tudo a seu respeito e mesmo assim ainda gosta de você. Anónimo- Ama e respeita as pessoas idosas! São elas as vigas que escoram o teto da experiência. Anônimo- Amar a humanidade é fácil, o difícil é amar seres humanos. Kalman Schulman- Amar e saber amar são dois pontos delicados, os que amam são sem conta e os que sabem amar, são contados. Anônimo- Amo a liberdade, por isso deixo livre tudo que tenho... Se voltar é porque conquistei, se partir é porque nunca possuí! Anônimo- A natureza segue seu rumo e tudo que nos parece uma exceção, está realmente dentro da ordem seguindo seu rumo. Johann Wolfgang Von Goethe- A oração neutraliza qualquer força negativa. Cultive a prece. Ilumine seu caminho. Anônimo- A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Provérbios 15.1- A verdade alivia mais do que machuca, e estará sempre acima de qualquer falsidade, como o óleo sobre a água. Anônimo- A verdade não deve ser proferida com a intenção de magoar, mas de construir, assim sendo, evite ser grosseiro ao externá-la. Anônimo- A vida é muito curta para se perder tempo odiando alguém. Anônimo
A violência é o refugio do incompetente. Isaac Azimov- Ao desestimular as pessoas nas suas propostas, você estará projetando nelas os seus fracassos. Anônimo

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS


Quero ver-te como tu és e não como os outros dizem que és.

Quero ver-te na imensidão e na ordem do universo, na mais distante galáxia e na mais próxima estrela.

Quero ver-te na cachoeira, na gruta, na floresta, no deserto, na praia, nas alturas dos montes e nas profundezas dos mares, na desembocadura dos rios, nas campinas e nos vales.

Quero ver-te no amanhecer e no entardecer, ao meio-dia e à meia-noite, no vento, na chuva, nos relâmpagos, no trovão.

Quero ver-te no botão de rosa, no ipê-amarelo, no girassol, no jardim, no pomar, na horta, nos bosques, na grama, nos pastos e no matagal.

Quero ver-te no meu corpo, na parte de fora e na parte de dentro, no mais visível e no mais escondido, no mais simples e no mais complexo.

Quero ver-te na biologia, no DNA, nas células-tronco, na substância ainda informe, no crescimento, na reprodução e no envelhecimento.

Quero ver-te nos mistérios da vida, nos mistérios da mente, nos mistérios do amor, nos mistérios da alma, nos mistérios da criação.

Quero ver-te na vaga lembrança, na saudade, na sede, na fome e no temor que eu tenho de ti, no desassossego de minha alma enquanto ela não repousa em ti.

Senhor, abre os meus olhos, pois quero ver a lama, os montões de lixo, a fome, as guerras, o sofrimento, a doença e a morte sob outra perspectiva, sob a perspectiva cristã.

Abre os meus olhos para eu ver o que está acima das nuvens mais baixas. (Atos 1.9)

Abre os meus olhos para eu ver o Senhor assentado num trono alto e exaltado. (Isaías 6.1)

Abre os meus olhos para eu ver os céus abertos e o Filho do Homem em pé, à direita de Deus (Atos 7.56)

Abre os meus olhos para eu ver o Cordeiro — que parecia ter estado morto — em pé, no centro do trono, pronto para abrir o livro fechado por dentro e por fora e dar prosseguimento à história (Apocalipse 5.6.

Abre os meus olhos para eu ver a destruição, a morte e o enterro da morte (1 Coríntios 15.26).

Abre os meus olhos para eu ver a transformação dos vivos e a ressurreição dos mortos. (1 Co 15.50-58).

Abre os meus olhos para eu ver novos céus e nova terra, onde habita a tão procurada justiça (2 Pedro 3.13; Apocalipse 21.1).

Abre os meus olhos para eu ver a plenitude da salvação! (Apocalipse 3.5; 7.10; 12.10; 19.1)

Amém!

O amanhecer - Por Jose Augusto de Lima Siebra.

Acho bom, gosto de ver
Quando o dia vai raiando.
A luz surgindo no céu
A passarada cantando.

Me benzo, pois nesta hora
Encho minha alma de fé
Sigo direto à cozinha
Para cuidar do café.

Que lindo céu da manhã!
Oh, como tudo é grandeza!
Que céu bordado de luz,
Como é linda a natureza.

O rico, pois, nessa hora,
Dorme qual porco na cama
E o pobre, em preces divinas,
O nome de Deus proclama.

O pobre, pois, num instante,
Louva a Jesus e a Maria
Empunha a foice, a enxada
E segue a luta do dia.

Oh quanto me deleito
Nesta hora da manhã!
Neste todo tão divino
Neste céu cor de romã.

Gosto de ouvir nesta hora
A cantiga do Geraldo,
Peito que estala saudoso,
Qual um piston afinado.

Canta muito bem o negrinho
Com tanta satisfação
Que faz um mar de ventura
Visitar-me o coração.

Acho a voz de Geraldo
Tão bonita, engraçadinha,
Que desejava comê-la
Misturada com farinha.


Quem vê o pobre negrinho
Sujo, roto e aleijado,
A cabeça descoberta,
O olhar atravessado,

Não diz que daquele peito
Bate a voz de um chorão
Nem sabe que a voz de Deus
Mora no seu coração.

O Geraldo quando canta
Deus escuta atentamente,
E sendo um Deus no seu peito
Se manifesta contente.

Solta feliz, ó Geraldo,
Este teu canto bonito
Neste teu canto eu vejo
As notas do infinito.

Poema enviado por Stela Siebra de Brito, neta do poeta residente em Recife.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Dane-se a ética - por Gil Castelo Branco



Muitos se arrepiam ao ouvir palavras como demônio, satanás, diabo e outras semelhantes. Mas os vocábulos fazem parte do dicionário e frequentemente são pronunciados, até por autoridades federais.

Na semana passada, o desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, disse que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, era “duro como o diabo”. A impressão que tenho é que desse “diabo”, atuante e destemido, o povo gosta, perdoando-lhe até os excessos.

Em outra ocasião recente, foi a presidente Dilma quem afirmou: “Na hora da eleição se pode fazer o diabo.” Nesse caso, o diabo é aloprado e se assemelha àquela figura horrenda dos desenhos animados, com pele avermelhada, chifre, rabo, tridente, cueca e meias cheias de dinheiro.

Na verdade, o diabo já esta em campo para as eleições em 2014. Sua presença pode ser sentida, por exemplo, na escolha de Renan Calheiros para a presidência do Senado, embora um milhão e seiscentas mil pessoas — o dobro dos eleitores do senador em Alagoas — tenham se manifestado contrariamente.

A figura mítica do demônio também está por trás do 39° ministro empossado. O mostrengo administrativo existente em Brasília, caro e ineficiente, tem agora 24 ministérios, além de dez secretarias da Presidência e 5 órgãos, cujos ocupantes têm status de ministro.

Essa elite “chapa branca”, ao que tudo indica, é recorde mundial. Nos Estados Unidos, país com 315 milhões de habitantes e PIB de US$ 15,5 trilhões, são apenas 15 os ministros. Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel toca a quarta maior economia do planeta com 17 auxiliares diretos.

No Brasil, é muito provável que a presidente da República cruze com algum dos seus ministros e sequer lembre o seu nome. Muitos devem encontrá-la nas solenidades e em despachos semestrais, o que aconteceu com a ex-ministra Marina Silva na gestão de Lula.

UM VARZEALEGRENSE QUE TEVE SAUDADE E NÃO VOLTOU - Por Antonio Gonçalo de Sousa


Em 1993 meu pai, Mundinho Gonçalo, encontrava-se de passeio na cidade de Quixadá  no Sertão Central do Ceará, onde eu e minha família morávamos. Pela manhã costumava dar umas voltas pela praça central  daquela cidade e um dia ouviu uma longínqua gargalhada  muito espalhafatosa e que lhe pareceu familiar. Em função da distância, não tinha a certeza de  quem seria o autor, portanto,  resolveu aproximar-se do personagem e não teve dúvidas. aquele sujeito esguio, moreno,  muito alegre, apesar da idade e dos cabelos brancos,   no meio de uma roda de amigos,  era Manoel de Venâncio. Aproximou-se mais ainda do mesmo, puxou conversa para se cerificar melhor através do tom de voz e, por fim, proferiu a sublime indagação: Você é o Manoel de Venâncio?   Ele de pronto respondeu. Sim, e o Senhor quem é? Meu pai respondeu:  eu sou Mundinho Gonçalo, do Sanharol em Várzea Alegre,  aquele que viajava com você, tangendo burros com meu pai Antonio Gonçalo Araripe nas décadas de 1930 e 1940. O encontro depois de 40 anos foi uma surpresa para os dois.  Abraçaram-se, conversaram, relembraram coisas... causos..., perguntas, respostas. Por fim,  despediram-se,  com  o compromisso de voltarem a se encontrar na mesma praça para outras conversas e mais fofocas.

Chegando em casa, meu pai  contou-me  o ocorrido e eu logo me prontifiquei de visitar a casa do Sr. Manoel, como de fato o fiz. Não foi muito difícil encontrar a casa humilde num dos arredores da cidade. Conhecemos a sua humilde família e tivemos um ligeiro panorama de como teria sido sua trajetória, desde que saíra  de Várzea Alegre, no início da década de 40 do século passado, para nunca mais voltar. Daquele dia em diante, com a  presença do meu pai ou do meu sogro, que também era de Várzea Alegre,  voltei por diversas vezes à casa do  Sr. Manoel de Venâncio, que na cidade era conhecido por “Bigode”, em função do seu vasto conjunto de pelos faciais.  Tive a oportunidade de colher dele uma vasta e dramática história, que vou tentar resumi-la:

Manoel de Venâncio tinha origem em uma família humilde do Sítio Inharé – Várzea Alegre – CE  e na juventude  viajara auxiliando meu avô Antonio Gonçalo Araripe com tropas de burros pelas bandas de Crato, Farias Brito, Campos Sales, Cedro e Iguatu.  Meu pai e outros irmãos, à época com idades equivalentes à do companheiro, também participavam dessas viagens que, embora cansativas e demoradas,  eram recheadas de  comentários, brincadeiras, conversas, etc.  O Manoel de Venâncio tinha uma característica ímpar entre os demais, por proferir uma  gargalhada espalhafatosa e característica. Além de muito magrelo, era só o que tinha de diferente. Era extremamente tímido e não se ouvia falar de quaisquer desvirtuamentos ou até mesmo de cobiças por parte do referido personagem. 

De repente, Manoel passou  a trabalhar como ajudante de carretos (carreteiro) na cidade de Várzea Alegre e, em um dos seus primeiros trabalhos nessa atividade, surgiu logo um comentário um tanto escabroso pela cidade e circunvizinhanças:  “O Manoel de Venâncio estava sendo acusado por um determinado comerciante da cidade”.  Supostamente havia dado “sumiço” a um saco de açúcar. Ele, como sempre, foi o  último a saber da estória.  Decepcionado e, por não ter meios  de fazer frente ao que lhe estavam acusando,  resolveu ir embora. Aproveitou uma viagem no carro do patrão para a vizinha cidade de Cedro e, chegando lá,  avisou ao motorista que não mais voltaria a Várzea Alegre.  O companheiro ainda tentou intervir, inclusive, passando-lhe um agrado que o patrão havia lhe entregue, para ajudar no restante da viagem. O Manoel de Venâncio recusou a oferenda. Falou que não precisava. Iria embora praticamente com a roupa do corpo e uns poucos trocados no bolso. Foi a Recife; voltou ao Ceará para alistar-se em uma frente de serviço em Banabuiú, que à época era distrito de Quixadá, onde trabalhou até a conclusão do grande açude público, que hoje dá nome a cidade que se originou da antiga vila. Depois foi morar em Quixadá – CE, onde voltou à atividade de carreteiro junto às usinas de beneficiamento de algodão.

Nos contatos que tive com o Sr. Manoel  sempre indagava se o mesmo não tinha interesse de voltar a Várzea Alegre. Procurando  incentivá-lo, comentava que muitos de seus amigos  e parentes o aguardavam por lá, dentre eles, personagens como Barela, Chico de Negão, Chico de Jorvino, Zé de Martins, entre outros.    Ele, com o olhar distante, demonstrava ansiedade, mas, sempre relutante, afirmava não ser interessante, pelo fato de ter perdido o contato com familiares e também porque muitos deles, inclusive sua mãe, já não existiam mais. Mas no seu semblante sempre me foi passado a verdadeira causa de não ter desejo de voltar a sua terra natal: A amargura e a falta de oportunidade de passar às pessoas o que verdadeiramente ocorreu naquele episódio  em que lhe foi imputada a responsabilidade pelo desaparecimento de um saco de cereal em um armazém onde trabalhava como carreteiro.

VERSO LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

TESTAMENTO DO JUDAS DO SANHAROL

Reprisado a pedido de um herdeiro.

Seu doutor tabelião
Eu quero nesse momento,
Pedir a sua atenção
Pra fazer meu testamento.

Pra meu sobrinho Morais
Que cuida bem de valor,
Eu deixo os trinta reais
Que vendi Nosso Senhor.

Para Cláudio eu vou deixar
Mil latas de leite ninho,
Que é pra ele alimentar
O  meu netinho Joãozinho.

Não nego nada a herdeiro
Minha herança tá exposta,
Vou deixar meu tabaqueiro
Nas mãos de Giovâni Costa.

A forca é o meu destino
É essa a realidade,
Mas contrato Neto Aquino
Para contabilidade.

O Augusto vai ficar
Com a casa do Inharé,
Um bom lugar pra morar
Sem dar trabalho a Mazé.

O que mais tenho cuidado
É com o maneiro pau,
Quero que fique guardado
Com o mano Pedro Piau.

Pra Moacir vou deixar
Uma touceira de cana,
Para ele se lembrar
Do avô José de Ana.

Meu livro de poesia
Que eu ganhei de Bidim,
Guardei até hoje em dia
Pra deixar com o Mundim.

Meu violão afinado
Pra mim é a melhor coisa,
Quero que fique guardado
Com Sheila e Fernado Souza.

A minha bíblia sagrada
Vai ficar com Manoel,
E o cachorro de caçada
Com Patrícia e Samoel.

Dakson Aquino não, quer não
Por ser ele boa gente,
Mas pra sua coleção
Deixo um tonel de aguardente.

Testamento é complicado
Mas eu faço mesmo assim,
Deixo o rifle carregado
Pros meninos de Padim.

O que mais levo saudade
É da vazante e a lagoa,
Mas vai ficar na verdade
Com o primo Luís Lisboa.

Meu cachimbo de fumar
É meu maior patrimônio,
Eu só confio deixar
Com meu neto Chico Antônio.

As coisas andam de Ré
Quem fala assim não é gago,
Vou deixar o Gravié
Pra Vicente Santiago.

João Pedro meu secretário
Vai ficar com a tarefa,
De conservar o rosário
Que foi de Madrinha Zefa.

Para Nicolau Sabino
Vou deixar de coração,
A calça boca de Sino
O anel e o medalhão.

Buzuga eu deixo de graça
A bodega que eu gostei,
Pra ele vender cachaça
A João Sem Braço e Micrey.

Vou deixar no Sanharol
A minha boa piscina,
Para nos dias de sol
Artur brincar com Marina.

A minha vaca malhada
Era a melhor que eu tinha,
Mas já ficou separada
Para o Doutor Feitosinha.

Ali perto de Iremar
Eu tenho um grande terreno,
Mas já mandei registrar
Para Zé Bitu Moreno.

Eu comprei por aventura
Uma casa na Taíba,
Mas passei a escritura
Para Pinga e Tuíba.

Toda herança traz intriga
Tem sempre um é, mais não é,
Meu velho galo de briga
Fica pra Raimundo André.

Magnólia vai herdar
Meu roçado de feijão,
Pra todo dia almoçar
Aquele feijão com pão.

Doutor Sávio é de outro lado
Perto do sítio Traíras,
Mas não fica deserdado
Ganha a sexta das mentiras.

Meu  Jesus peço perdão
Por meu erro cometido,
Pois eu estava perdido
No momento da traição.
Eu sei que botei a mão
Naqueles sujos dinheiros
E aqueles trinta cruzeiros
Foram a causa do pecado.
Mas eu peço ajoelhado,
Proteja esses meus herdeiros.

Mundim do Sanharol.

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS


Somos peritos em esquecer as coisas. Diga-se de passagem, sou um destes. Já perceberam como a gente consegue esquecer das coisas mais básicas da vida.  Onde colocamos a chave, onde deixamos aquela peça de roupa. Ha alguns esquecimentos maiores ainda.  A data do aniversário de alguém, o nome da pessoa que acabamos de conhecer e dai por diante.

Acho que se esquecer das coisas é algo que nos traz constrangimento, principalmente quando nos esquecemos de coisas importantes. O que dizer então quando esquecemos dos grandes feitos de Deus em nossa vida?

Jeremias, em suas lamentações, começa este capítulo falando dos pecados e desolações que atingem o povo. Ele chega a um ponto tal que sua única declaração não poderia ser outra se não esta "Quero trazer à memória o que me pode dar esperança"!

A vida Cristã é assim. Quantas vezes estamos passando por uma situação semelhante. Quantas vezes os problemas e desolações se tornam tão grandes que nos sentimos totalmente desesperados.

Uma situação assim tira de nós algo muito precioso: A confiança em Deus. Se pudéssemos colocar em um papel todas as coisas que Deus já fez em toda nossa vida, com certeza gastaríamos muitas e muitas folhas para narrar todas as vezes em que o Senhor se prontificou a nos ajudar e agir soberanamente sobre nossa vida

O que acontece é que nossa mente se esquece muito rápido do que Deus faz, e isso nos faz sentir uma tristeza muito grande, de abandono e de falta de esperança.

O desafio de hoje é o seguinte: comecemos a enumerar o que Deus já fez por nós, e façamos de tais lembranças o trampolim para alçar grandes vôos, transpor grandes barreiras e sermos assim mais que vencedores. O Senhor jamais nos abandona, e tudo quanto ele faz é para nosso bem.

"Senhor, que em minha mente estejam sempre nítidas as palavras do Senhor, bem como todos os teus grandes feitos. E que tais lembraças possam fazer com que meu coração confie sempre no Senhor. Amém!"

Pr. Alessandro Costa

Um Vaqueiro andando a pé - Por Carlos Eduardo Esmeraldo.

Outro dia, vi num desses programas rurais que passam nas manhãs de domingo nas nossas tevês, uma inacreditável reportagem mostrando um vaqueiro tangendo o gado montando uma moto e vestido com calças gins e camisa polo. Confesso que fiquei com saudades dos tempos em que os nossos vaqueiros não se separavam de seus cavalos e do gibão. Bons tempos aqueles! Ah que falta do João Bentivi, Raimundo Manezim, e Pedro Mandú! Aqueles sim, eram vaqueiros de verdade! Não como esses janotas, que montados em cavalos mangas-largas, derrubam bois maltratados em um campo aberto. Ao lado de uma faixa de corridas, uma turba de idiotas a ovacionar seus tristes feitos. O vaqueiro de verdade enfrentava a caatinga e seus perigos com muita coragem. Ele e o cavalo eram criaturas que somente se separavam para dormir. Parece que nossos autênticos vaqueiros foram sepultados por essa coisa idiota chamada vaquejada, promovida por empresários de barulhentas e intoleráveis bandas de ruídos, que eles pensam ser forró. O verdadeiro vaqueiro jamais era visto andando em carros, motos ou mesmo a pé. Para qualquer lugar que ele fosse era montado em seu cavalo.
A propósito de vaqueiros, lembrei-me de uma pequena historinha da tia Esmeraldina, a irmã mais velha da minha mãe. Ela era professora e com quase 80 anos, continuava sendo a única catequista do Sítio São José. Morava com o seu irmão, meu tio Zeco Esmeraldo e sua mulher Hélia Abath. Toda tardinha, um monte de crianças se reunia num calçadão existente na casa do tio Zeco para as aulas de catecismo. Certo dia, entre indagações de “o Pai é Deus?” “Sim o Pai é Deus”, repetiam as crianças. De repente, ouviu-se a voz da tia Esmeraldina, interrompendo seus ensinamentos, e exclamando com muita admiração, apontando para a estrada que passava a cerca de uns cem metros: “Olhem meninos, que coisa interessante, um vaqueiro andando a pé!” As crianças olharam e uma delas mais desinibida ousou discordar: “Dona Esmeraldina, aquilo lá não é vaqueiro coisa nenhuma. É um doido nu.” “Para dentro de casa todo mundo!” Falou minha tia, cortando deste modo a natural curiosidade das crianças.

Carlos Eduardo Esmeraldo

terça-feira, 26 de março de 2013

Em compasso de espera - por Ilimar Franco



O governador Eduardo Campos (PSB), que ontem esteve com a presidente Dilma em Serra Talhada (PE), só vai decidir sobre sua candidatura à Presidência no ano que vem. Aos políticos e empresários que conversaram com ele, tem afirmado claramente: “Se eu for candidato é para ganhar as eleições. Não será para preparar 2018. Nunca fiz eleição teste”.

Integrantes da cúpula do PSB asseguram que a candidatura de Eduardo Campos só existirá “se o governo Dilma chegar envelhecido na eleição, num país que não cresce e sem projeto futuro”. Os socialistas estão pasmos com a “atitude raivosa do PT, que acirra ânimos, como se negasse aos aliados o direito de participar do debate político sobre o país”.

Seus dirigentes também perguntam sobre a atitude do PT com os aliados nas eleições regionais: “Os petistas vão compor com os aliados ou vão querer promover um acerto de contas, usando como álibi desacertos do passado?”.

Um Amor de cabelos Brancos - Por Renata Bitu

Paro todos os dias pra olhar você, dona dos meus olhos, e penso no nosso velho amor, o novo amor de todos os dias, começo a me perguntar como seriamos um sem o outro? Se já somos um só, uma vida noutra vida.
E se você partisse? Como eu iria viver? Como seria acordar todos os dias sem ouvir sua voz me chamando baixinho? E quando eu fosse dar minha voltinha pela manhã, acenando pra você um adeusinho, com a segurança de revê-la, sabendo que continuaria ali, no mesmo lugar quando eu voltar, correspondendo meu gesto até perder-me de vista.
E eu pensaria como você poderia ter me deixado? Só você sabe preparar tão bem o meu cafezinho, e ajeitar a minha roupa, com quem eu iria comentar indignado sobre o amor dos dias de hoje, esse amor que a televisão mostra todos os dias, esse amor que as pessoas tornaram tão vil, e você me diria: Que nada disso torna o nosso amor démodé.
E eu lembraria quando sentávamos juntos a recordar nossas vidas, lembraria de quando eu perco minhas coisas que só você sabe encontrar, ralhando comigo (gosto de te ver ralhar, vejo beleza até em seus defeitos).
E eu riria, depois outros ririam de mim, Olha o velho rindo sozinho, diriam. Pois eu também os zombaria, não sabem eles a importância daquele momento tão nosso.
Essas lembranças querida, serão grandes demais para que as suporte sozinho, nós dois que nos amamos tanto, que vivemos tão lindas historias escritas por nós e com Deus de diretor.
Lembraria ainda de quando te vi pela primeira vez, teus cabelos tão negros, tais qual os de Iracema (como a asa de uma graúna) e lembraria de quando foram ficando alvos, fio por fio, testemunhando legitimamente a vivência desse amor.
Nós dois meu amor, que já não precisamos abrir os lábios para falarmos um com o outro, teremos sempre à vontade de continuar nos amando tanto, um amor que passou da beleza física a espiritual.
E você me deixar, como pode? Iria mudando tudo que eu pensei existir, e ia percebendo que a saudade ia ficando mais crescida, e eu iria pedindo pra que as estrelas já não brilhassem, pra que as flores não perfumassem, para que os pássaros não cantassem, porque nada disso teria mais sentido sem você, e eu ia morrendo aos poucos, devagarzinho, pois como seria estranho tudo isso quando você já não esta.
Iria rezando para que os dias se consumissem mais rápidos e chegasse a minha hora de partir, para que eu fosse reunir-me a ti, para sempre, vivendo esse amor eternamente, e ainda depois.
Renata Bitu, em 26 de maio de 2010.
Dedicado aos meus avós.

NADA SE CRIA, TUDO SE COPIA.

Muita gente chia e grita contra as musicas de má qualidade que atualmente dominam as paradas. Na verdade na atualidade pouco se cria, tudo se copia.

Quando surgem grandes valores nascem copiando musicas antigas. O publico é o maior responsável por todo este mal gosto. Diz que não presta e compra o disco, fala que é ruim e lota os shows. Por esta razão a musica que não tem qualidade se sustenta e faz dos nossos ouvidos pinico. Musica antiga, talento atual.


Coração de Papel - Sucesso há 60 anos.


PORQUE O JUIZ TEM QUE OUVIR AS DUAS PARTES


Seu Zé, mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferimentos que sofre  num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu Zé:

- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?

E seu Zé responde:

- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha acabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...

- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado.
- Só responda à pergunta: O Senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?

- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...

O advogado interrompe novamente e diz:

- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem.  Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta.

Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:

- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.

Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:

- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da   rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e,  pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o
patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e  foi até onde ela tava. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:

- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E, como o senhor está se sentindo?

- Aí eu pensei bem e falei: ... Tô ótimo!

segunda-feira, 25 de março de 2013

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS


Conta-se que um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades, estava gravemente enfermo. Mas, muito mais que sua doença, o que mais o incomodava era o clima de desarmonia que reinava entre seus quatro filhos.

Pensando em dar uma lição importante, ele chamou os quatro para fazer uma revelação importante: Como vocês sabem, eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida. Por isso, chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês. Os filhos, surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha a lhes dizer: Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali, encostado naquela porta? Pois bem, aquele que conseguir partir ao meio, apenas com as mãos, este será o meu herdeiro.

De início acharam um tanto absurda a proposta, mas pensando no prêmio logo começaram a tentar quebrar o feixe. Tentaram, tentaram, e por mais esforços que fizessem, nenhum foi bem sucedido no tentame. Indignados com o pai, que lhes propusera algo impossível, começaram a reclamar. Este então se colocou em pé, e disse que ele mesmo iria quebrá-lo. Os filhos o fitaram, incrédulos.

O velho homem começou a retirar, um a um, os gravetos do feixe, e foi quebrando-os separadamente, até não mais restar um único graveto inteiro. Voltou o olhar para os filhos e concluiu: Eu não tenho o menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu quero, na verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho. Sucessores que trabalhem com garra, dedicação, e acima de tudo, repletos de amor, uns pelos outros. 

E disse ainda:

Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá pôr em risco tudo que construí para vocês. Nada, nem ninguém, os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto cada um destes gravetos. Dois pedaços de madeira podem sustentar mais peso do que a soma que cada um pode aguentar separadamente.

Da mesma forma, ajudando-nos uns aos outros, mantendo-nos unidos por bons sentimentos, suportaremos muito melhor os impactos que a vida nos apresentará. A tão presente expressão: Cada um por si, e Deus por todos, precisa desaparecer de nossos valores, de nossa filosofia de vida.

O mundo individualista não tem futuro.  O egoísmo cederá lugar à caridade, ao importar-se um com o outro, à vida em grupo. As famílias estarão muito mais fortes, preparadas para enfrentar desafios, quando unidas. As organizações terão mais êxito e sucesso, quando cultivarem o espírito de equipe em seu ambiente diário.

As comunidades farão mais conquistas, crescerão mais rápido, quando perceberem que as pessoas juntas têm mais voz, têm mais poder de atuação. As nações, por sua vez, entenderão que estamos todos juntos, neste globo, por uma causa muito especial: juntos evoluirmos, juntos alcançarmos os novos patamares celestes de felicidade.

Desconheço o Autor

Multa por alta velocidade - Que advogada!

Uma advogada andava em alta velocidade pela cidade com seu Tucson, quando foi parada pelo guarda de trânsito.
O Guarda: - A senhora estava além da velocidade permitida, por favor a sua habilitação. Advogada: - Está vencida.
Guarda: - O documento do carro.
Advogada: - O carro não é meu.
Guarda: - A senhora, por favor, abra o porta-luvas.
Advogada: - Não posso, tem um revólver aí que usei para roubar este carro.
Guarda (já bastante preocupado): - Abra o porta-malas!
Advogada: - Nem pensar! Lá está o corpo da dona deste carro, que eu matei no assalto.
O guarda , diante das circunstâncias , resolve chamar o Sargento .
Chegando ao local o Sargento dirige-se à advogada:
Sargento: - Habilitação e documento do carro por favor!
Advogada: - Está aqui senhor, como vê o carro está no meu nome e a habilitação está regular. Sargento: - Abra o porta-luvas!
Advogada (tranqüilamente...): - Como vê só tem alguns papéis.
Sargento: - Abra o porta-malas!
Advogada: - Certo, aqui está... como vê, está vazio.
Sargento (constrangido): - Deve estar acontecendo algum equívoco, o meu subordinado me disse que a senhora não tinha habilitação, que não era o dona do carro pois o tinha roubado, com um revólver que estava no porta luvas, de uma mulher cujo corpo estava no porta malas.
Advogada: - Só falta agora esse sacana dizer que eu estava em alta velocidade!!!
Enviada por Jose Eudes Mamedio.

domingo, 24 de março de 2013

Meu Senhor - Mahatma Gandhi.

Ajuda-me a dizer a verdade diante dos fortes e a não dizer mentiras para ganhar o aplauso dos débeis. Se me dás fortuna, não me tires a razão. Se me dás êxito, não me tires a humildade. Se me dás humildade, não me tires a dignidade.

Ajuda-me a ver sempre a outra face da medalha, não me deixe culpar de traição a outrem por não pensar como eu. Ensina-me aos outros como a mim mesmo. Não me deixas cair no orgulho se triunfo, nem no desespero se fracasso. Mas antes recorda-me que o fracasso é a experiência que precede o triunfo. Ensina-me que perdoar é um sinal de grandeza e que a vingança é um sinal de baixeza.

Se me tiras o êxito, deixe-me forças para aprender com o fracasso. Se eu ofender a alguém, dá-me energia para pedir desculpa, se alguém me ofender dá-me energia para perdoar.
Senhor... Se eu me esquecer de ti, nunca ti esqueças de mim.

Mahatma Gandhi

sábado, 23 de março de 2013

DO TEMPO DO BUMBA - Por Mundim do Vale.

FEITIÇO  CONTRA  FEITICEIRO.

A minha memória hoje, retroagiu para o ano de 1956, em Várzea Alegre-Ceará.
Na rua Padre José Alves antes de ser pavimentada, tinha um depósito de cal pertencente ao Coronel Dirceu de Carvalho Pimpim. Ficava entre a minha casa e a lateral da casa do Coronel. Depois que foi desativado o depósito, aquele vão foi ocupado primeiro por Maria Caitano e depois por Manoel Boca Torta. Na rua não trafegava veículos e tinha uns matos com dois palmos de altura, entre a calçada da casa de João Bilé e o muro do jardim de Dona Dosa.
Um dia chegou Dedé de Júlio Xavier com os bolsos cheios de tiras de tecidos e falou para mim:
- Raimundim. Eu vou amarrar essa tiras de uns matos para os outros, qui é pra quando os caba passar, tacar o rabo no chão.
E assim ele fez. Depois nós ficamos na calçada da minha casa para olhar.
O primeiro que caiu foi Manoel Boca Torta. Parece até que ele tinha visto quem amarrou, porque foi direto onde nós estávamos e apontou logo o dedo Para Dedé dizendo palavrões naquela linguagem incompreensível.
Naquele momento Júlio Xavier passava na rau major Joaquim Alves e vendo que havia algum problema com o seu filho, partiu de lá quase correndo. Quando passava pelo mato caiu todo à granel. O tombo foi maior do que o de Manoel, porque Júlio era mais gordo e vinha mais rápido. Mas foi cair quase no mesmo lugar que o outro tinha caído.
Foi até onde nós estávamos mais zangado do que porco sendo castrado e perguntou:
- O que é que tá acontecendo aqui?
Dedé com as mãos nos bolsos, gaguejou e não conseguiu dizer nada.
Eu raciocinei rápido e tomei a defesa de Dedé:
- Foi porque os meninos da praça Santo Antônio amarraram os matos e Manoel caiu no mesmo lugar que o Senhor caiu e tá pensado que foi Dedé.
- Pois ele vai ter que provar. Vamos pra casa, José.
Quando Júlio pegou no braço do filho, a mão saiu do bolso acompanhada de um punhado de tiras.
Naquela hora a situação ficou ruim pra Dedé, porque Júlio foi logo dizendo:
- Então foi os meninos da Praça, não foi?
Não deu nem tempo de Dedé dizer foi.
Júlio pegou na orelha do filho com a mão esquerda e levou suspenso até a sua casa que ficava vizinha a Usina Diniz. E com a mão direita de vez em quando dava um pescoção.

"As Bem-Aventuranças"

Nós podemos viver sob vários códigos de lei. Aliás, elas são um meio pelo qual nos organizamos. Sabemos que não devemos atravessar o semáforo quando estiver vermelho. Sabemos que não podemos trafegar em alta velocidade dentro das cidades. Sabemos que não podemos nos comportar de determinada maneira naquele ambiente e por aí vai. São normas que nos auxiliam a conviver educada e civilizadamente em sociedade. Se todos cumprirem, seremos uma sociedade mais humana, mais irmã. Caso contrario o caos impera.

Hoje, lemos as bem-aventuranças. Não são normas opcionais, mas são a manifestação da grandeza de Deus e dos seus escolhidos, que não são estes ou aqueles em ordem de preferência, mas todo aquele que vive a palavra e, principalmente, as bem-aventuranças. Todo aquele que vive a palavra de Deus é um bem-aventurado, porque deverá suportar todo obstáculo, toda dificuldade.

Precisamos ter a real consciência dessa palavra em nossa vida. Faça o outro feliz e você o ajudará a entender as bem-aventuranças. Ser bom é viver a bem-aventurança.


sexta-feira, 22 de março de 2013

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS.


"As árvores na floresta, protegidas por outras árvores, não produziriam", disse ele. "Os bons violinos são fabricados com madeira das árvores que crescem em ladeiras, que são envergadas pelos ventos, que são castigadas pelo sol, cujas raízes têm que penetrar profundamente no solo em busca de água e que têm que ser robustas para sobreviver".

Da mesma forma o cristão se torna mais forte e mais útil quando enfrenta e supera grandes testes. Não gostamos de passar por lutas, de caminhar em meio a tormentas, de encarar crises em nossa vida diária.

Preferimos uma vida serena e tranqüila, sem lutas e problemas, sem sustos e sem esforços. Ao menor sinal de dificuldades, clamamos ao Senhor pedindo que nos socorra que nos segure com Suas fortes mãos e nos proteja de todo mal. 

Mas não foi assim quando Jesus esteve com Seus discípulos. Ele permitiu que passassem por vários momentos de aflição, que enfrentassem tempestades no Mar da Galiléia, que entendessem que cada luta era um momento de crescimento espiritual que os prepararia para enfrentar o mundo e alcançar grandes vitórias. 

O Senhor deseja que sejamos fortes na luta contra as adversidades. Ele quer nos fazer bênçãos em qualquer circunstância. Se os ventos das injustiças nos dobram ao ponto de parecer que não conseguiremos resistir, se o calor das batalhas do dia a dia nos assola e maltrata, não percamos a
esperança e nem desanimemos.

O Senhor está nos provando!
Sejamos fortes! Finquemos as raízes de nossa fé na profundidade das promessas do Senhor contidas em Sua Palavra. 

Ele nos ama e está apenas nos preparando para sermos instrumentos de valor na Sua obra.  Sejamos violinos espirituais de boa qualidade para Deus.
Pr. Paulo Barbosa

Alta velocidade - Por Antonio Morais

Estarei resgatando nos próximos dias, algumas historias do nosso conterrâneo Juarez Batista de Souza que de uma simples bodega no Mocotó, em Várzea-Alegre, mudando-se para o Crato se tornou o maior comerciante do ramo de estivas e cereais do interior do nordeste.

Como todo bom varzealegrense Juarez era espirituoso, bem humorado e folclórico. Decidir escrever algumas proezas que presenciei depois de liberado pelo Dr.Wilson Caetano de Lima filho do Juarez.

Um dia Juarez estava em seu armazém na Monsenhor Esmeraldo em Crato e foi chamado para resolver um problema urgente em um dos armazéns do Juazeiro. Apanhou o seu Doge Dart a acunhou igual a uma bala. Passou pela Gurita da Policia Rodoviária Estadual localizada no sitio São Jose que parecia um raio.

Uma patrulha o seguiu e, dez minutos depois de Juarez estacionar o carro, os policiais encostaram dizendo: O senhor ultrapassou a velocidade permitida. Não senhor, respondeu Juarez. Meu carro corre 220 km e eu vinha puxando só 180.

O senhor ultrapassou o limite de velocidade permitido para Rodovia. Cadê a sua carta? E eu fiquei de escrever pra vocês? Respondeu Juarez!

Nós estamos falando serio com você e você está é com lera? Eu vou tirar sua carteira! Disse o policial já bastante aborrecido. “Apois tire mermo homi, eu já tentei tirar dez vez e nunca consegui”! Disse Juarez.

De esperança o povo vive - Por Antonio Morais


De tanto ouvir o meu amigo Melito Sampaio dizer que as esperanças depositadas nos políticos "eram trabalho perdido" que todo governo  que chega é pior do que o anterior, creio que o velho amigo de saudosa memoria  estava certo. Talvez por essa razão Melito fosse a politico.

Com base nesse razoado conceito, lembrei-me a historia de uma velhinha de 95 anos que diariamente passava pela casa do Rei e falava para o mesmo: Deus te proteja, te dê saúde  e muitos anos de vida. 

Todo dia era a mesma cantilena. Um dia o Rei  procurou saber da velhinha porque desejava sempre proteção, saúde e vida muito longa! 

A velhinha respondeu: O seu avô não valia um tostão, seu pai não valia um vintém, você não vale nada! Estou muito preocupada com o próximo.

Porque Sitio Garrote - Por Antonio Morais

Quem é do Sanharol já ouviu falar no Sitio Garrote. Dizia o meu pai que a festa de Nossa Senhora da Paz do sitio Garrote era festejada igual a de São Raimundo Nonato na sede urbana do municipio. O sitio pertencia a Pedro Alves de Morais, Pedrinho do Sanharol, meu bisavô. Moravam no local Mariana de Morais Rego irmã e sogra do Pedrinho e mais algumas famílias agregadas. No lugar só existem hoje os pés de cajarana e alguns resquicios de torrões, cacos de telhas e nada mais.

Um dos filhos de papai Raimundo, que não vou revelar o nome, para evitar pendengas, teve um chamego com uma filha de um morador. Entre as promessas de conquistas estava um presente de um garrote. Quando a chama do romance se apagou, pouca gente havia tomado conhecimento do caso.

O cidadão tinha em sua residência, pendurado na alpendrada da casa, uma cabaça cortada um pouco acima do meio. Utensílio que há época se denominava cumbuca. Guardava, na mesma, objetos como ferramentas, grampos de cerca, pregos etc.

Um dia a esposa foi procurar um prego para colocar um santo na parede e deu conta de um bilhete dizendo: Me pague o garrote que você me prometeu! Quando o velho sentou na mesa para almoçar, a esposa falou: Porque você não paga o que está devendo? Ele respondeu: E eu devo nada a ninguém? Deve sim, pague o garrote que você prometeu a fulaninha! Acrescentou a mulher muito aborrecida.

O velho, mais ajuizado e cordato perguntou: e como foi que você soube desta historia? Ela em cima da bucha respondeu!Vi um bilhete junto com suas coisas! E o velho encerra o conversa dizendo: E o que você queria mexendo na minha cumbuca? A historia se espalhou e o nome pegou. Ainda hoje o local, embora desabitado, é conhecido por Garrote.

Copa do Mundo - Por Antonio Morais

Na Copa do Mundo realizada na Espanha, Juarez Batista combinou com o filho Dr. Wilson Caetano para assistirem depois das quartas de finais.

Aguardaram a parte preliminar, chegaram e assistiram exatamente o jogo contra a França, no qual o Brasil foi eliminado. Sem a presença do Brasil, a competição perdeu a graça e, os dois resolveram retornar de imediato. Pegaram um avião que fazia escala demorada de um dia em Londres.

Quando o avião pousou apanharam um taxi para leva-los do aeroporto para o hotel. Logo que deixaram o aeroporto, numa reta de mão unica, o condutor do carro, um ingles é claro, chegou a velocidade de 200 Kms/h. Juarez, sentado no banco trazeiro, coloca a cabeça entre os bancos dianteiros bate com a mão no ombro do motorista e fala:"Zé eu num tô avexado não"!

Dr. Wilson, com a calma que lhe é peculiar, olha para o pai e diz: papai ele não sabe o que o senhor está dizendo não.

quinta-feira, 21 de março de 2013

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

PEIA  REPARTIDA.

Zé de Priscila, nós já citamos ele por aqui no causo do furto do isqueiro. Ele agora aparece novamente nesse outro causo. Zé era afilhado de fogueira do Sr. José Augusto Leite, pai de Alberto. O padrinho considerava Zé como se fosse afilhado de batismo, mas o afilhado além de não ser chegado ao trabalho, era muito malino, gostava de mexer no alheio. Não podia ver isqueiro, chapéu e guarda-chuva distante do dono que surrupiava. Dividia a semana com quatro dias preso e três furtando.
Quando aparecia na mercearia do padrinho gritava da porta:
- A bença. Padim Zé Ogusto !
O padrinho abençoava:
- Deus lhe dê juízo. Mas vá pra casa, que mais tarde eu mando Alberto levar um presente.Mas teve um dia que Zé querendo ampliar o seu ramo de atividade, resolveu furtar a bicicleta de Antônio Diô que estava dentro do mercado. Antônio estava fora do mercado conversando com um soldado e um sargento reformado, que era o delegado de Várzea Alegre.
Quando Zé saiu no portão com a bicicleta na direção norte deu de cara com o dono e a polícia. Antônio Diô gritou e Zé partiu na direção sul. Na agonia da fuga ele não viu que vinha outro soldado na calçada e a bicicleta inventou de atropelar o militar. Quando Zé tentou correr já estava agarrado pelos quatro. Logo que o sargento deu a voz de prisão, Zé Augusto  saiu da mercearia e pediu para que não batessem nele.
A polícia saiu conduzindo o preso pela Av. Getúlio Vargas até o Beco da Liberdade, quando o soldado que foi atropelado notou que a farda estava rasgada, deu um tabefe tão grande no pé do ouvido de Zé que ele já tombou pra cima do outro soldado, o colega não querendo receber  o preso  devolveu com outro tabefe ainda maior.
A sorte de Zé foi o Sargento que falou:
- Já chega. Vocês não viram o cidadão pedir para não bater nele.
Chegando na cadeia o delegado mandou o pessoal sair e deu um bacurejo no preso. E como não encontrou dinheiro falou:
- Ou ladrão sem futuro !
O Senhor José Augusto cortou um pedaço de queijo, pegou uma banda de rapadura e entregou ao seu filho Deda dizendo:
- Vá deixar essa merenda a José e aproveite para dar uns concelhos a ele.
Deda chegou na prisão foi até a cela de Zé e entregou o lanche dizendo:
- Taqui que meu pai mandou pra você, mas ele pediu para eu lhe dar uns concelhos.
- Já sei, os caba já foro dizer a padim Zé Ogusto, mais nem deu certo eu afanar a bicicreta de Ontõe Diô, qui a puliça tava perto.
- Pois é Zé. Meu pai tá preocupado com você, foi não foi você tá preso e isso não é coisa pra homem.
- Num tem pobrema não. Eu já tou acustumado.
- Mas a questão não é só a cadeia, é porque esse sargento trata ladrão é na peia. Você só não apanhou porque meu pai pediu e o sargento atendeu.
- E quem foi qui dixe qui eu num apanhei? Quando nóis vinha ali no Beco da Liberdade, dero dois tabefe no meu peduvido qui meu zuvido inda tá assubiando.
- Pois foi por issso que o meu pai mandou eu lhe aconselhar.
- Apois diga a meu padim Zé Ogusto , que ele arrume oto sargento prumode prender esse daqui, pruque ele é mais ladrão do qui eu.
- Que conversa é essa zé?
- É divera. Onte de noite ele chegou cum um bebo das banda do Riacho do Mei e eu ví quando ele meteu a mão no boço do bebo, tirou o dinheiro e butou no boço dele.
- Mas deve ter sido pra guardar.
- Foi não, pruque hoje de menhã o bebo foi pidi o dinheiro prumode mandar comprar o armoço e ele disse que não pegou  no dinheiro dele não. Aí o bebo disse assim:
- O Sinhor tirou o dinheiro do meu boço.
Aí o sargento disse:
- Você é besta cabra ! Respeite a polícia.
- Mas o Sinhor tirou.
- Você acabe com essa conversa, se não eu mando o meninos lhe açoitar até você aprender a não acusar autoridade.
- E cadê meu dinheiro.
- Se você tinha dinheiro, ou perdeu, ou aquelas raparigas do frejo que tavam sentada no seu colo furtaram.
- Aí quando mãe trouve meu dicumê, foi priciso eu repartir com ele.
Quando Zé acabou de contar a história, o preso do Riacho do Meio que estava na cela vizinha gritou:
- Foi divera Seu Deda.
Deda voltou a alertar Zé:
- Pois é Zé. Eu acho melhor você não ficar comentando o assunto. Porque assim como você repartiu o seu almoço com o colega, pode ser que o sargento queira repartir a peia que ele vai mandar dar ele,  com você também.

Pra lá o inverno já tá pegado? - Por Antonio Morais

Um casal suíço, de ferias e passagem pelo Brasil, chegando ao Crato demorou uns 20 dias observando e admirando a natureza que só o sopé da Chapada do Araripe oferece.

Casal simpático, gentil, educado fez amizade com o jornalista Antonio Vicelmo. Esteve na Radio Educadora do Cariri dando entrevista no programa de maior audiência: O Jornal do Vicelmo e, determinado dia demonstrou interesse em conhecer a oficina do saudoso Paulo Ferreira, que fabricava as famosas facas da marca Jardim.

Vicelmo conduziu o casal até a oficina e apresentou ao artesão dizendo: Paulo, este casal é da Suíça, está de férias no Brasil e há mais de 20 dias em Crato. Estar aqui para ver como você faz estas facas, inclusive deseja comprar algumas para levar como lembrança de nossa cidade.

O Paulo soltou o cabo do fole e a marreta que batia o ferro, olhou para o casal e perguntou: O inverno pra lá já tá pegado?

Pois bem, é característica do nordestino se preocupar com a chuva, um bom inverno é sinal de fartura.

Meus netos - Por Antonio Morais



Ana Thais, uma mocinha fazendo vestibular não gosta e não autoriza que o avô  revele  suas historias por aqui.



João Pedro, o segundo neto, com os seus  quase 9 anos,  tem seus gostos, suas preferências e já decide  suas  vontades.  Muito estudioso e amigo já tem historias demais por aqui.



Aluísio, eita, esse é o Cara da vez. Com quatro anos, o mais novo aluno da  Escola do Mikey. É com ele que vamos conversar. 

Na primeira semana de aulas se valeu do choro. Quando viu que chorar não dava jeito deixou de lado.  Semana passada a mãe lutou para acordá-lo. Vamos Aluísio levantar, você precisa se arrumar e ir para escola. Mãe, eu estou com sono. Quando você voltar da aula você dorme. Eu quero dormir é agora. Não teve jeito foi pra aula.

Depois dos feriados de São José a moleza voltou. Desta feita, quem foi acordar foi o pai. Aluísio vamos, eu já estou indo. Eu quero ir no carro de Mamãe, está bem se arrume, Nós vamos no carro dela e ela vai no meu. Mais uma vez não houve jeito. teve que ir pra aula, achando muito ruim, mas foi.

ENVIADO POR AMIGOS DE DEUS


Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem; Pois foi ele quem fundou-a sobre os mares e firmou-a sobre as águas.

Quem poderá subir o monte do Senhor? Quem poderá entrar no seu Santo Lugar? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos. (Ou não se volta para a mentira nem jura falsamente)

Ele receberá bênçãos do Senhor, e Deus, o seu Salvador lhe fará justiça. São assim aqueles que o buscam, que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.

Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. Quem é o Rei da glória? O Senhor forte e valente, o Senhor valente nas guerras.

Abram-se, ó portais; abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da glória entre. Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos Exércitos; ele é o Rei da glória!

Eduardo Campos minimiza pesquisa de opinião sobre governo Dilma - Por Letícia Lins.



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência, minimizou nesta terça-feira a avaliação feita sobre o governo Dilma. Segundo pesquisa do Ibope feita para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), 63% da população avaliam o governo como ótimo ou bom. Campos afirmou que “ninguém deve cantar vitória antes da hora”:

A presidente já tinha aceitação popular. E é muito importante, em momentos decisivos como este, que os governantes tenham a confiança da população, para poder, inclusive, dar conta dos novos desafios que estão por aí — afirmou. — Que a presidente possa reconduzir o Brasil a um processo de crescimento econômico, distribuir renda, animar investimentos.

O roedor de unhas - Por Antonio Morais

Não houve no mundo casal mais desunido que Zé Chato e Jorvina. Gato e rato perdiam. Já velhinhos moravam numa casinha de taipa próxima a casa de Raimundo Bitu do Sanharol.

Apesar da pobreza extrema, pois a época não havia aposentadoria e os dois não tinham condições de trabalho e nem familiares que pudessem ajudá-los, viviam da caridade alheia, mas, não reclamação da vida.
Zé Chato era muito nervoso, e vivia roendo as unhas. As cabeças dos dedos chegavam ao sangue e ele não parava com a mania.

De repente, de uma hora pra outra, todos estavam admirados: as unhas de Zé Chato ressurgiram como num passo de mágica. Unhas longas, cabeças dos dedos sarados etc.

Zabé de Vicente Felix perguntou: Jorvina muié, o que tu fez que Zé Chato largou de roer as unhas? Ora o que foi Zabé, eu escondi a chapa dele!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Neguim de João Lopes - Por Antonio Morais

Poucas pessoas eram conhecidas em Várzea-Alegre quanto Neguim de João Lopes. Bonachão, chegado a meropeia, divertido e desmantelado. Um dia sua mãe Jovelina recebeu uma visita e mandou Neguim ir ao açougue com uma nota de 20 reais comprar carne.

Uma exigência muito bem esclarecida: não traga qualquer carne, exijo carne de primeira, meus compadres são merecedores de comida de boa qualidade.

Neguim saiu esquipando para o açougue. Antes do mercado passou num local onde Boris estava com um caipira em pleno funcionamento. Neguim não resistiu a tentação do lucro fácil, amarrou o cinco e só parou de jogar quando lhe restava apenas dois reais de todo o dinheiro recebido para pagar a carne.

Neguim foi ao açougue do Jose de Jorvino, mandou juntar uma tripas de gado que estavam sendo salgadas e colocou num jornal e partiu para casa.

Quando Dona Jovelina viu a arrumação deu o maior pinote: Menino, eu te mandei comprar “chã de dentro” e tu trouxe foi tripa!

Neguim bem humorado respondeu: foi mãe, e, tem uma coisa, mais de dentro do que as tripas só se for a merda.

Visões - Pedro Felicio Cavalcante - Por Antonio Morais


Na penumbra translúcida dos sonhos,
Vejo teu vulto e escuto tua voz.
E muitas vezes pensando em ti suponho,
Que se me foge o sofrimento atroz.

Se o teu retrato sobre a mesa ponho,
Logo adormeço e julgo ver-te em pós.
E desperto infeliz e tão tristonho,
Vendo que estou inteiramente a sós.

E nessa tristeza que me dilacera,
Martírio d’alma que no peito impera,
Uma saudade atroz que me consome.

E quando fito o firmamento e vejo,
No azul passeando em lúcido cortejo,
Vejo as cinco letras do teu lindo nome.

O PT descobriu tarde que um dos conspiradores de 1975 é amigo do chefe - Augusto Nunes



A direção do PT deveria ter recomendado ao departamento de necrofilia eleitoreira que, antes de transformar o assassinato de Vladimir Herzog em instrumento de caça ao voto, confrontasse a lista de envolvidos no episódio com a relação dos bandidos de estimação do chefe. Essa medida preventiva conduziria, já na escavação inaugural, à localização de José Maria Marin numa suíte da catacumba reservada a assombrações que Lula abençoou.

Hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Marin era deputado estadual da Arena de São Paulo quando se envolveu na conspiração que resultou na prisão, tortura e morte de Herzog, então diretor de jornalismo da TV Cultura.

Ele entrou em cena na tarde de 9 de outubro de 1975, durante a sessão da Assembleia Legislativa, com o aparte ao discurso do colega Wadih Helu que o incorporou oficialmente à ofensiva forjada para “impedir que uma emissora sustentada pelo governo continuasse sob o controle de comunistas”.

Depois de reiterar que a Cultura só divulgava notícias desfavoráveis ao regime militar e prejudiciais à imagem do país, Marin cobrou do governador Paulo Egydio Martins o imediato desencadeamento do expurgo. “É preciso mais do que nunca uma providência, a fim de que a tranquilidade volte a reinar não nesta casa, mas principalmente nos lares paulistanos”, concluiu.

O apelo foi atendido em 25 de outubro por agentes da linha dura liderada em São Paulo pelo general Ednardo D’Ávila Mello, comandante do II Exército.

Um jantar extravagante - Por Antonio Morais

No inicio da década de 1960, o senhor Antonio Budú morava no Sanharol numa pequena casa do meu pai Jose André. Antonio era muito trabalhador e, a tardezinha apanhava a soca-soca e partia a procura de uma caça qualquer para fazer o mistura no dia seguinte.

Naquele dia perdera a viagem, não apareceu a sua frente nenhum cordoniz, juriti ou marreca na Lagoa do Ronca. Quando já chegava a casa, um preá saiu correndo e ele observou: é você mesmo meu chapa. Mirou, puxou o gatilho e o animalzinho ficou ciscando. Chegando a casa sapecou o bicho no fogo e começou a tratá-lo sob o olhar de reprovação da mulher: Como é que se come um bicho cheio de cabelo e fedorento desses? Dizia dona Jacira. Na tardinha do outro dia, depois de torrado com toucinho, a inhaca desapareceu e Antonio o degustou com um apetite de leão. Depois da meia noite o Antonio começou a passar mal. Com uma gastura condenada, vomitava e cagava sem freio, emendado.

A mulher apavorada foi pedir socorro ao meu pai que arriou um cavalo e foi à cidade, em plena madrugada, a procura de um medico. Chegando a Várzea-Alegre foi o maior trabalho para acordar o Dr. Jose Calores e maior ainda foi o consumo de saliva para convencê-lo a ir ao Sanharol, àquelas horas, receitar Antonio.
Chegando ao Sanharol o Dr. Jose Colares tirou a pressão do paciente e sabendo que nada de mais se passava perguntou a mulher que chorosa já se considerava viúva: O que ele jantou? - Angu com preá, respondeu a mulher solicita.

Minha senhora faltou pouco! Jacira replicou apavorada: pra ele morrer Doutor? Não minha senhora, seu marido está bem, está apenas afadigado. Faltou pouco: pra ele comer merda! Foi isso que quis dizer.

Este cidadão compra a outra banda - Por Antonio Morais


Já contei algumas proezas do Antonio Budú. Por certo já sabemos que era um tanto quanto exagerado, tudo dele era muito. No ano de 1976 ele botou uma roça na Boagua e o ano foi chuvedorzinho e em Junho era gerimun na roça que não havia quem desse vencimento. Antonio ouviu dizer que em Juazeiro vendia tudo que fosse exposto à venda e alugou o caminhão do Miguel Marcelo encheu de gerimum e partiu para o Mercado do Pirajá.

Animado com a venda mandou o Miguel buscar outra carga. Por volta do meio dia Antonio estava com os bolsos arrotando dinheiro, pra lá de “tres mil real” dizia ele se pabulando. Quando restavam apenas os que apresentavam algum defeito, banda murcha ou amarelada pelo sol, Antonio chamou uma caboquinha que possuía uma venda proxima e fez uma proposta: Venda este resto de gerimum que te dou uma boa gratificação. Mas, seu Antonio eu não tenho costume com comercio de gerimum não desculpou-se o cabocla. Antonio insistiu fique aí que eu vou tomar uma cerveja naquele bar ali na frente, qualquer duvida você vai lá.

Antonio chegou ao bar pediu uma cerveja e por arte do diabo Zé de Chicão passava com sua sanfona acompanhado de um zabumbeiro e um trianguista e Antonio empreitou para tocar o resto da tarde. Começo a juntar gente e em pouco tempo estava fervendo de caboclas dançando soltas, animadas que só pinto em monturo. Um sujeito mal encarado se aproximou do resto dos gerimuns e pergunta para a encarregada da venda: você me vende uma banda desse gerimum? A cabocla pediu que aguardasse por que precisava consultar o proprietario.

Partiu para o bar e não percebeu que fora seguido pelo valentão mal encarado. Chegando lá lascou: seu Antonio tem um “féla da puta dum corno” querendo comprar uma banda de um gerimun, eu posso vender? Quando olhou pra trás o cabra estava fungando no pé do seu cangote – Então ela disse: Eu vou vender porque esse cidadão aqui compra a outra banda!

terça-feira, 19 de março de 2013

O enterro do Quechado - Por Mundim do Vale.

A fonte desse causo foi Antônio Ulisses Costa, que já subiu para o andar superior. Pancho era um moreno que morava com Antônio Primo no sítio Baixio. Um moço muito trabalhador, só perdia uma hora de trabalho se fosse para acompanhar um enterro. Não perdia um, acompanhou até o enterro da gata de Fanfanca. Certo dia Pancho sacudia um arroz, quando avistou dois homens com uma rede num pau, vindo das bandas do sítio Quechado. Pancho entrou imediatamente, trocou de roupa sem nem tomar banho e acompanhou o funeral.

Chegou para um dos condutores e pediu o lugar para ajudar. O homem aliviado do peso tirou uma garrafa de cachaça do bornal e foi tomando uma bicada de vez em quando. Pancho sentindo o peso, a quentura e o pelo do arroz misturado com o suó, pensava: - Ou defunto pesado da gota! – Ou enterro mal acompanhado.

 E o silêncio dos três era total. Com três quilômetros de viajem o homem que bebia passou a cachaça para o outro e pegou o lugar dele. Chegaram em Várzea Alegre e não pararam no cemitério. Pancho estranhou mas pensou que fosse para casa de algum parente para ser velado.

Desceram na antiga rua do Juazeiro e quando chegaram na casa do mestre João Alves, o condutor da frente arreou o pau e Pancho fez a mesma coisa com muito cuidado.

Para romper o silêncio, Pancho falou: Ome eu acumpanhei esse interro derna o Baxí e inté agora num sei quem foi qui morreu. Ainda qui má pregunte, quem é o finado?

Um dos condutores respondeu: Né finado não Pancho! Isso é a máquina de custurar de seu Leandro que deu o prego e nóis truvemo pra rua prumode meste João Alve ajeitar.

Fartura - Por Antonio Morais

Se avexe não meu cumpade, deixe de afregelo minha cumade! Apesar dessa falta de chuva toda que atingiu os nordestinos, São Jose se lembrou de nós. A chuva chegou. O saldo será favorável, depois nós descontamos.  

Quando alaga as várzeas de Várzea-Alegre o feijão fulora, o arroz também, o milho pendoa, a melancieira vinga e, tudo indica que teremos um São João dos bons. Tenho noticias gratas que o Dominguinhos está reagindo. Deus salve o nosso  sanfoneiro maior.

A fava verde para fazer baião de dois com queijo está garantida, o milho da canjica, da pamonha também, jerimum como diabo, macaxeira, batata, maxixe, quiabo pra danar, a animação da fogueira vai ser grande. 

Cachaça é o que não vai faltar.  E, para que você vá se animando aí está um vídeo bem ao estilo do nosso São João. Veja como se dança no nordeste, olhe esta danada de vestido branco, dança que parece um beija-flor peneirando no ar.

A. Morais.

Um monstrengo impossível de ser pilotado com eficiência - Ricardo Setti.


Com a habitual franqueza, o empresário Jorge Gerdau — exemplo de empreendedor bem-sucedido, cujo império siderúrgico embasado no Brasil já se estende por vários Estados americanos — decretou: o país, disse em entrevista à Folha de S. Paulo e ao UOL, precisa apenas de “meia dúzia de ministérios”, e não dos 39 que respondem à presidente Dilma Rousseff.

Mais contundente, continuou ele, com a autoridade de quem está à frente, voluntariamente, da Câmara de Políticas de Gestão da presidente:

– Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Provavelmente estamos no limite desse período. (…) Eu já dei um toque na presidenta”.

Pois aí estamos. Com a recente criação da Secretaria da Micro e da Pequena Empresa, cujo futuro titular terá status de ministro, a presidente dispõe de um Ministério colossal, absurdo, gigantesco, talvez o maior Ministério de qualquer país do planeta, excetuadas eventualmente repúblicas corruptas da África, e com certeza o mais numeroso da história “deztepaiz”

Campos critica velhas práticas políticas e defende renovação - Por Letícia Lins.


Depois do périplo por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, na semana passada - onde se reuniu com políticos, autoridades do governo e empresários, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), criticou neste domingo os “velhos pactos políticos’ no Brasil, um dia após a posse dos novos ministros do governo Dilma nomeados já por conta dos acordos para as eleições de 2014.

O governador declarou que os velhos pactos políticos já não servem para promover mudanças no país, e defendeu que o que o Brasil precisa é de renovação. Ele voltou a insistir, que é possível o governo " fazer muito mais" e cobrou a reforma tributária, ressaltando que o modelo brasileiro é um dos piores da América Latina. Campos criticou ainda as desonerações adotadas para movimentar a economia que, segundo o socialista, começam a dar sinais de esgotamento.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Patrocinado pelo povo - Por Antonio Morais


Não tem jeito. Não há o que fazer. Não tem remédio. No inicio dos anos 80 o povo brasileiro embebedou-se com uma tal de Nova Republica, viabilizada pela Aliança Democrática, composta pelo PMDB e uma banda do que de pior existia na época da Arena.

O povo aplaudia. Os políticos que de certo modo fizeram oposição ao governo militar, para chegarem ao poder se juntaram a estes outros em defesa de interesses mesquinhos, como bem faz o Lula nos nossos dias: pra ter o direito de continuar governando.

Entre eles os lideres nordestinos acostumados a mamar nas tetas do poder. Não deu outra, o governo terminou nas mãos do Sarney e seus amigos. O Sarney teve o seu mandato pautado pelos costumes perversos da corrupção. Contaminou o legislativo e corrompeu o judiciário.

Para não me estender muito basta lembrar o rombo no ministério do planejamento dirigido a época pelo senhor Aníbal Teixeira que junto com o genro do Sarney, o maridinho de Roseana, o Jorge Murad quase quebraram o pais.

Uma CPI chegou a ser criada, abortada por conta de retiradas de assinaturas de parlamentares, bem ao modo Sarney: liberação de emendas, cargos e outras malversações. Dos políticos desta época só não tem mandato hoje em dia os que faleceram, mas deixaram um filho ou neto como herdeiro do espolio eleitoral.

Não vejo nenhum petista desabonar a conduta do Sarney e cambada, muito pelo contrario, aplaude o desempenho do PMDB e muitos deles até atribuem o poder do partido ao prestigio de Lula. Há quem possa justificar o afastamento do Lula de Marina Silva, Cristóvam Buarque, Tião Viana, Aluízio Mercadante, Eduardo Suplicy, Eloísa Helena, trocados por Sarney, Renan, Collor. Maluf, Barbalho e o resto do lote do que de pior existe na política nacional?

Está se tornando pratica tomar através da justiça o mandato perdido no voto. O senador João Capiberibe perdeu o mandato porque um eleitor afirmou ter recebido 16,00 do mesmo durante a campanha eleitoral. O governador da Paraíba perdeu o mandato pela mesma acusação, abuso de poder econômico, o governador do Maranhão também perdeu o mandato pelo mesmo motivo.

Todos eles perderam os mandatos para os candidatos do PMDB que terminaram o pleito em segundo lugar. A justiça que julgou é a mesma que não julga o governador do Tocantins que é do PMDB e tem vários processos acusatórios desde primeiro mandato. Quem não gastou em campanha? Quem não fez caixa dois?

 Dois pesos e duas medidas. O Fato é que os costumes são os mesmos, o modelo de administrar também e por isso o Sarney, Renan, Collor e Lula vão se mantendo pelos auspícios de um povo que vota por paixão, por emoção, raiva e por dinheiro, em síntese mantidos por uma legião de idiotas que não sabe escolher os seus representantes e assim vão se criando os Daniel Dantas e sacrificando-se os Protógenes Queiros.

Doe ouvir alguém justificar o voto ao Lula porque é do nordeste, por acaso Sarney e Collor são nordestinos? E o que ganharam o Maranhão e Alagoas de seus filhos na presidência da republica? O título de estados mais pobres da federação. Com um povo otário e imbecil como o brasileiro, fica fácil enganar. 

Selo de identidade - Por Antonio Morais

Canaviais - Crato.
"Tudo o que é importante na nossa vida, devia vir com um selo dizendo: Você só entenderá o meu valor quando me perder. Mas, Deus lhe dará, junto ao sol, uma chance de me recuperá".
Paulo Coelho.
Arrozais - Várzea-Alegre.

Quando leio os textos e os comentários dos meus conterrâneos, sejam de Várzea-Alegre ou do Crato, que vivem fora do aconchego das nossas campinas, entendo o sentimento de saudade, de amizade que todos tem pelos lugares, pelas pessoas, pelas coisas e sobretudo pelas proezas vividas na sua juventude e adolescência. Cada vez me convenço mais da verdade traduzida pelo Paulo Coelho em seu pensamento. Porém, o que observo nos que por aqui ficaram é exatamente o desperdício deste convívio. Diariamente se cruzam uns pelos outros e nem um bom dia é dado, nem um aceno, talvez nem um sorriso. Como estranhos vivem cada um por si, alimentados por sua empatia e egoísmo, sem perceber que o final é um só: Sete palmos abaixo do chão sob uma pedra fria com as indefectíveis palavras: Aqui Jaz.

Como reconhecimento ao amor que eles tem pelo Crato e Várzea-Alegre, dedico esta postagem aos amigos:

Nos tempos do Hildegardo - Por Antonio Morais

Outro dia fiz uma postagem lembrando os bons tempos do Crato na época dos conjuntos do Hildegardo e do Irineu. Ontem vi um comentário de uma cratense radicada em Fortaleza procurando informações se alguém tem algum vídeo daqueles velhos e bons tempos. Acredito que não existam, pois a tecnologia da época não permitia esses recursos, e, as pessoas eram tão felizes que não imaginavam que aquele tempo voava sem retorno. Fica porem, o questionamento, e, se alguém possuir essa relíquia que repasse para outras pessoas para que possam reviver os momentos dourados de um Crato puro, amigo e solidário.
Um forte abraço a todos, e fiquem com Renato e seus Buicleps - Menina Linda.

Lia - Xico Bizerra.

João era um menino muito impossível, como dizia minha avó. Por causa de suas trelas, as babás demoravam muito pouco no emprego. Lia, não. Magrinha, crente e míope Lia pesava pouco, orava muito e enxergava quase nada, mas tinha o maior respeito de João que nunca lhe escondia os óculos. Lia só não podia levá-lo à praia, de manhã cedo, pois a mãe de João não confiava no atravessar da avenida daquela criatura com 23 graus em um olho, 21 no outro e com um João danado nos braços. João, hoje, vai à praia todo fim-de-semana, trabalha com vendas e estuda marketing em uma faculdade do Grande Recife. Lia, soubemos há pouco, casou, teve dois filhos, outro João e um Francisco, fez cirurgia ocular e continua crente. Não mais usa óculos nem tem tanto tempo para orar. Às vezes, leva seus filhos à praia embora continue morando em Ponte dos Carvalhos. Mas hoje Lia enxerga muito bem.

domingo, 17 de março de 2013

Bons anos - Cesario Saraiva Cruz.

Médico era único. Clínico Geral. Este resolvia todos os problemas do corpo. Dor na barriga, braço quebrado, dor de cabeça e tantas outras. O exame era uma radiografia e pronto. Está diagnosticado a doença. Pra limpar os ouvidos era um grampo da mamãe com um algodão enrolado na ponta. Pra ter menino era a parteira que resolvia o problema. Falta de ar, costela caida, nada como uma boa rezadeira com uns raminhos que não resolvesse. Verme, há, piula do mato que parecia bila (bola de gude.) Nunca se viu um menino usar oculos, o remedio era passar pomada do posto de saúde e ficava bonzinho. Torcicolo pegava uma meia da mãe e enrolava no pescoço. Não sei porque, mas dava certo. E por aí vai.
O importante que somos sadios comendo toda comida de panela, chupando picolé de essencia, e a água, sei lá de onde vinha. Fomos felizes.

Bons anos, bons tempos.

Foi um Rio que passou em minha vida.


017 - Luiz Salviano Filho - Por Antonio Morais


Luiz Salviano Filho, o Lila. Varzealegrense da Extrema, era extremamente presepeiro. Todos conhessem suas historias e estorias ou delas ouviram falar. Talvez a mais  engraçada delas tenha ocorrido em Crato, no Parque de Exposição.

Lila chegou numa barraca e sem pedir licença a proprietária meteu a colher de pau num  caldeirão com  50 quilos ou mais de macunzar. Tirou um pedaço linguiça quente como uma brasa e jogou na boca. Fez malabarismo, jogou prum lado e pró outro, não aguentando soltou novamente na panela, desta feita, acompanhado da dentadura. 

A mulher vendo aquela cena  fez o maior fuá.  Lila  preocupado com a chapa pegou uma colher de pau  a se danou a procurar.Trazia um volume era um pé de porco, trazia outro era um pedaço de costela e nada de encontrar a chapa, Por fim meteu a mão no panelão apanhou a chapa, jogou  na boca, acomodou-a direitinho e disse: Eita macunzar gostoso da peste. 

A esta altura a policia já havia tomado chegada. Conversa vai, conversa vem, foram a cima e a baixo, Lila se prontificava a pagar o prejuízo, mas, não concordava com a valor e não tinha o dinheiro disponível no momento. O cu de boi estava formado.

Dr.Henrique Costa, parente, conterrâneo do Lila e, presidente da comissão organizadora da Exposição  pagou  o valor exigido pela mulher. Lila tomou conta da panela e convidou a negrada que passava para comer macunzar. 

A festa foi grande. O macunzar não deu pra quem quis. Quando acabaram de comer a mulher colocou as mãos na cintura e disse: "Dr. Anrique", esse cabra é um "Servergoin" ele jogou a chapa dentro do macunzar de propósito, porque quis. A seguir o que se via era negro vomitando pra todo lado e, o Lila dizendo: oxente o macunzar fez mal a vocês?

Viver é preciso – Por Carlos Eduardo Esmeraldo.

“Navigare necesse: vivere non est necesse.”

Contrariando o general romano Pompeu Magnus, que viveu mais de meio século antes de Cristo e, derramou o seu latim com essa frase dita aos marinheiros que durante as guerras de conquista, tinham medo de entrar no mar para levá-lo à ilha da Sicilia, eu sinto que viver é preciso. Mesmo que para tanto, eu tenha que construir "pontes" e pavimentar novos caminhos. Somente é possível navegar, se houver vida. Mas viver, “não para gozar a vida, mas para engrandecê-la a serviço da evolução da humanidade", como diria o genial poeta português Fernando Pessoa. Viver nesse “vale de lágrimas” é bom demais e ninguém quer morrer. Todos pensam que a morte somente acontece aos outros. Mas poderemos adiar o nosso encontro definitivo com Deus.

A propósito desse assunto, ouvi muitas pessoas dizerem que cada um já nasce com o dia de sua morte marcado. Eu mesmo, durante muito tempo, acreditei nisso. Mas apesar das muitas surpresas que a vida nos reserva, hoje não penso mais assim. Por isso, valho-me de todos os meios que a medicina nos oferece para prolongar esta caminhada pelas estradas da vida, dom maravilhoso de Deus.

Outro dia ouvi de um dos defensores da tese do dia marcado, uma história interessante, que aqui deixo registrada para encerrar essa pequena reflexão, procurando alegrar os ânimos, quando nada, pelo menos o meu próprio estado de espírito.

Certo dia, ao despertar, um jovem de vinte anos ouviu a campainha de sua casa tocar e foi abrir a porta. Surpreendeu-se com a velhinha da foice, bastante autoritária, dizendo-lhe que aquele era o dia marcado para ele ir embora. Tentou argumentar, vivera tão pouco, o carnaval estava próximo. Pelo menos que ela o deixasse brincar seu último carnaval, implorou. A velhinha resolveu ligar seu celular e falar com o Superior lá de cima, pedindo a concessão de um prazo de 30 dias. Pedido atendido, como que por encanto, ela sumiu de sua frente. O rapaz pulou de alegria e pensou que na nova data ele iria driblar a velha Dona Morte pela segunda vez.

Na véspera do dia marcado, foi ao cabeleireiro e ordenou que raspasse toda sua vasta cabeleira à navalha. A cabeça ficou lizinha que dava gosto. No dia marcado, a Dona Morte foi a casa dele e alguém lhe informou que ele se encontrava num clube próximo. Então ela o procurou no meio da multidão que lotava os salões do clube, sem, contudo encontrá-lo. Olhou para um lado, para outro e afinal exclamou para si mesma. “É! O cara não está aqui não! Mas para não perder a viagem, eu vou levar aquele carequinha ali do meio, pois hoje é o dia dele”.

Pois é, esse nosso encontro fatal poderá ser adiado. Por via das dúvidas, eu estou até pensando em raspar a cabeça.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo