Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cidadão Pernambucano - Por Xico Bizerra

Clic na foto para ampliar.

Com muito orgulho de ser ‘caririzeiro’ do Crato, serei também, a partir do dia 15.12.2010, cidadão pernambucano, por deliberação unânime dos Deputados que compõem a Assembléia Legislativa de Pernambuco. Em agosto já tinha sido Cidadão Recifense e, agora, a grande honra de ser conterrâneo de Luiz Gonzaga, Manoel Bandeira, Carlos Penna Filho, Ascenso Ferreira, João Cabral de Melo Neto, Joaquim Nabuco e tantos outros.

Convido todos os amigos e amigas a se fazerem presentes à solene sessão do dia 15.12.2010, 18 horas, no Salão Nobre da Assembléia Legislativa de Pernambuco.

Grande abraço

XICO BIZERRA

MOMENTO DA POESIA

As coisas do tempo
- Claude Bloc -


Hoje me recuso
a interpretar
as coisas do tempo...
Não ouso mesmo
mudar nada
pois ainda guardo nos olhos
as cores das flores
no jardim da minha infância

ainda atiro pedras
sobre o espelho d'água do açude,
ainda ouço os sinos
da igreja da Sé
cedinho, aos domingos,
despertando os homens
e os arcanjos

ainda ouço em silêncio
a sinfonia suave das pétalas
e das noites escuras

ainda tenho na boca
o gosto dos bolos
que minha avó fazia
nas férias de julho.

Enquanto isso, a vida seguia
a gente contava histórias de fadas
e eu
desenhava nos meus pensamentos
um mundo muito mais perfeito
que os fins de todos esses contos:
um mundo sem países
e sem fronteiras.

Eu era como os pássaros soltos
que fazem o seu trajeto:
eu voava livre...

Por isso
hoje me recuso
a interpretar
as coisas do tempo.
Não ouso
mudar nada...

Claude Bloc

sábado, 27 de novembro de 2010

Petrolina, 26 de Novembro de 2010 - Por A. Morais

Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Inocentes.

Crismandos - Thays Mamedio, ao centro de oculos, colaboradora do Blog do Sanharol.

Thays Mamedio e Dom Paulo Cardoso Silva, Bispo Diocesano de Petrolina - Pernambuco.
CRISMA.
A Crisma é o segundo Sacramento da Igreja Catolica Apostolica Romana, denominado como o Sacramento da maturidade Cristã. Crisma significa a confirmação de um compromisso pessoal com Cristo e com o comunidade Cristã, efetivado anteriormente pelo batismo. É a ratificação das promessas batismais efetuadas pelos pais e padrinhos no dia do seu batismo.
A jovem ou jovem que vai ser crismado, deve ter um padrinho ou uma madrinha de crisma que podem ser os mesmos do batismo, cuja tarefa é zelar para que ele cumpra fielmente as obrigações inerentes a este Sacramento Cristão. Quem ministra a Crisma é o Bispo e para que o jovem possa receber a Crisma é necessario comprovação atraves da certidão de que foi batizado na Igreja Catolica quando pequeno.
Para receber a Crisma é necessario que os jovens passem tambem por um cursinho preparatorio, onde serão relembrados os ensinamentos da Igreja Catolica. As tradições familiares inerentes a Crisma são iguais as tradições do Batismo. Assim como no batismo os pais podem optar por uma celebração familiar após o termino da cerimonia religiosa. Os jovens já tendo o poder de decisão poderão escolher o tipo de lembrancinha a oferecer aos familiares, exatamente como foi oferecida no Batismo.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MOMENTO DA POESIA

Página em Branco
- Claude Bloc -

 Mais uma vez uma página em branco. Branca e indiferente. Por um momento a mão começa a arte. Não sei se maior ou menor. Um esboço apenas a lápis. Um rabisco... e as palavras escondidas vão surgindo na brancura do papel, escapando em linhas.

De início, meros pensamentos esfumaçados. Vestígios de algum sonho dobrado em versos que corta a página ao meio sem piedade. Aos poucos o poema vai crescendo, rindo à toa e o sonho afiado vai se perdendo nos descaminhos da imagem refletida na transparência dos sentimentos.

Palavras farfalham no papel..dançam uma valsa, dedilham um violão. Representam apenas a (des)memória amarelando o passado. E os versos vão surgindo, um a um - unidos e ao mesmo tempo tão (des)iguais...

Palavras buscam a brancura do papel e se estendem preguiçosamente... A mão que escreve já nem desenha as letras, as palavras sequer existem nesse ajuntamento de verdades.

Palavras ficarão inscritas na alma até que a noite as apague na escuridão reciclando o fluxo da vida. A marca do sonho.

Claude Bloc

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL

A MPB no Cinema Brasileiro

Outro dia estive revendo Amarcord, de Federico Felini. Uma ou duas vezes por ano revisito as obras primas do insubstituível mestre. Vivo num tempo em que o bom é voltar pra trás, como diz o mineiro. O passado parece que me revigora. Mas, não seria o novo? Aliás, tenho uma mania feia de não correr para olhar novidades. Deixo o tempo passar, ouço tudo sobre a coisa da hora, aí, bem na frente, depois de muito tempo, eu vou lá, atrás do novo que já passou.
Há coisas novas que vejo, leio ou escuto uma vez só, quando me interessam. Já outras eu firmo uma espécie de compromisso de um eterno retorno. Tipo assim uma dívida divina, é como se aquilo se tivesse um “pedaço de mim”, “metade afastada de mim”, que me crava uma saudade imensa. Por isso eu volto levado pela saudade e ausência, e me refaço porque equilibro todos os meus sentidos.
Voltei a Amarcord também pela bela e penetrante trilha sonora. O talentoso Nino Rota fez demais. E fez para o filme de Felini. Filme de recordação. E quando ouço a trilha “no toca fita de meu carro” bate uma saudade... Mas de que ? De quem ? Não sei explicar. Só pode ser da “metade desgarrada de mim” e de sua inquietante ausência. Aliás, me lembrei do filósofo Rubem Alves; ele fala desses mistérios.
Bom, quem não se emocionou com a música acompanhando as cenas daquele filme? Quantas lágrimas não foram derramadas no escurinho do cinema quando a música criava o clímax? Quem não se lembra de “Al di la”... Com a palavra a poeta Socorro Moreira, o escritor José do Vale, o folclorista Antonio Morais, o maestro Dihelson e você aí que curte tudo isto.
O cinema brasileiro tem um passado de inserção de boas trilhas sonoras e muitas músicas principalmente nos tempos das chanchadas. Mas também nos belos filmes com temáticas urbanas e rurais.
Nesta quinta-feira, no COMPOSITORES DO BRASIL, vamos iniciar uma série de programas com a temática da MPB no cinema. Claro que aceitamos colaborações, porque não é fácil encontrar aquela música daquele filme.
Para o primeiro programa iniciaremos com:
ESTRELA DO MAR, de Marino Pinto e Paulo Soledade com Dalva de Oliveira e a Escola de Samba Império Serrano, do Filme TUDO AZUL, 1952
SODADE, MEU BEM, SODADE, de Zé do Norte com Pena Branca e Xavantinho, do Filme O CAGACEIRO, 1953
VIDA DE BAILARINA, de Américo Seixas e Chocolate com ângela Maria, do filme RUA SEM SOL, de 1953.
ESCUTA, de i Ivon Cury com Emilio Santiago e Ângela Maria, do Filme O REI DO MOVIMENTO, 1954
OBSESSÃO, de Mirabeau e Milton de Oliveira com Carmem Costa, do Filme. DEPOIS EU CONTO - 1956
ANDORINHA PRETA, de Breno Ferreira com Hebe Camargo, do Filme RIO FANTASIA , 1956
TRABALHA MANÉ, de José Luiz e João da Silva com Os 3 do Nordeste, do Filme FUZILEIROS DO AMOR.1956
MADUREIRA CHOROU, de Carvalhinho e Júlio Monteiro, com Joel de Almeida, do Filme É DE CHUÁ, 1957
CISNE BRANCO, de Antônio M.E.Santo e Benedito X.de Macedo, com Dilermando Reis, do filme O PAGADOR DE PROMESSA, 1962
VAI TRABALHAR VAGABUNDO, de Chico Buarque com Chico Buarque, do Filme VAI TRABALHAR VAGABUNDO, 1973
PECADO ORIGINAL, de Caetano Veloso com Caetano Veloso, do Filme A DAMA DO LOTAÇÃO, de 1978.
Quem ouvir verá!
Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri (www.radioeducaroradocariri.com)
Todas as quintas de 14 as 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Operador high tech: Iderval Dias
Direção Geral: Dr. Geraldo Correia Braga

COMPOSITORES DO BRASIL


A MPB no Cinema Brasileiro

Por Zé Nilton

Outro dia estive revendo Amarcord, de Federico Felini. Uma ou duas vezes por ano revisito as obras primas do insubstituível mestre. Vivo num tempo em que o bom é voltar pra trás, como diz o mineiro. O passado parece que me revigora. Mas, não seria o novo? Aliás, tenho uma mania feia de não correr para olhar novidades. Deixo o tempo passar, ouço tudo sobre a coisa da hora, aí, bem na frente, depois de muito tempo, eu vou lá, atrás do novo que já passou.

Há coisas novas que vejo, leio ou escuto uma vez só, quando me interessam. Já outras eu firmo uma espécie de compromisso de um eterno retorno. Tipo assim uma dívida divina, é como se aquilo se tivesse um “pedaço de mim”, “metade afastada de mim”, que me crava uma saudade imensa. Por isso eu volto levado pela saudade e ausência, e me refaço porque equilibro todos os meus sentidos.

Voltei a Amarcord também pela bela e penetrante trilha sonora. O talentoso Nino Rota fez demais. E fez para o filme de Felini. Filme de recordação. E quando ouço a trilha “no toca fita de meu carro” bate uma saudade... Mas de que ? De quem ? Não sei explicar. Só pode ser da “metade desgarrada de mim” e de sua inquietante ausência. Aliás, me lembrei do filósofo Rubem Alves; ele fala desses mistérios.

Bom, quem não se emocionou com a música acompanhando as cenas daquele filme? Quantas lágrimas não foram derramadas no escurinho do cinema quando a música criava o clímax? Quem não se lembra de “Al di la”... Com a palavra a poeta Socorro Moreira, o escritor José do Vale, o folclorista Antonio Morais, o maestro Dihelson e você aí que curte tudo isto.

O cinema brasileiro tem um passado de inserção de boas trilhas sonoras e muitas músicas principalmente nos tempos das chanchadas. Mas também nos belos filmes com temáticas urbanas e rurais.

Nesta quinta-feira, no COMPOSITORES DO BRASIL, vamos iniciar uma série de programas com a temática da MPB no cinema. Claro que aceitamos colaborações, porque não é fácil encontrar aquela música daquele filme.

Para o primeiro programa iniciaremos com:

ESTRELA DO MAR, de Marino Pinto e Paulo Soledade com Dalva de Oliveira e a Escola de Samba Império Serrano, do Filme TUDO AZUL, 1952
SODADE, MEU BEM, SODADE, de Zé do Norte com Pena Branca e Xavantinho, do Filme O CAGACEIRO, 1953
VIDA DE BAILARINA, de Américo Seixas e Chocolate com ângela Maria, do filme RUA SEM SOL, de 1953.
ESCUTA, de i Ivon Cury com Emilio Santiago e Ângela Maria, do Filme O REI DO MOVIMENTO, 1954
OBSESSÃO, de Mirabeau e Milton de Oliveira com Carmem Costa, do Filme. DEPOIS EU CONTO - 1956
ANDORINHA PRETA, de Breno Ferreira com Hebe Camargo, do Filme RIO FANTASIA , 1956
TRABALHA MANÉ, de José Luiz e João da Silva com Os 3 do Nordeste, do Filme FUZILEIROS DO AMOR.1956
MADUREIRA CHOROU, de Carvalhinho e Júlio Monteiro, com Joel de Almeida, do Filme É DE CHUÁ, 1957
CISNE BRANCO, de Antônio M.E.Santo e Benedito X.de Macedo, com Dilermando Reis, do filme O PAGADOR DE PROMESSA, 1962
VAI TRABALHAR VAGABUNDO, de Chico Buarque com Chico Buarque, do Filme VAI TRABALHAR VAGABUNDO, 1973
PECADO ORIGINAL, de Caetano Veloso com Caetano Veloso, do Filme A DAMA DO LOTAÇÃO, de 1978.

Quem ouvir verá!

Programa: Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri (www.radioeducaroradocariri.com)
Todas as quintas de 14 as 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Operador high tech: Iderval Dias
Direção Geral: Dr. Geraldo Correia Braga


A eficiência do Correio – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

De uma América a outra, eu consigo passar num segundo.”, diz um dos versos de Vinicius de Moraes na extraordinária canção “Aquarela”, cuja música tem uma interpretação primorosa do cantor Toquinho. Hoje vivemos essa realidade, com o mundo em nossas casas, falando e vendo entes queridos em algum lugar distante. As comunicações se propagam na mesma velocidade de nossos pensamentos. Longe vão os tempos em que um telegrama demorava de três a quatro dias, algumas vezes até mais tempo. Quando uma simples carta era recebida com atraso de mais de uma semana.

Mas o nosso Correio às vezes nos surpreende com algumas coisas interessantes. Recentemente, vi no “Jornal Hoje” da Rede Globo a notícia de que um cidadão de Brasília residente na Super Quadra Norte, cujo endereço os brasilienses simplificam para SQN, ao fazer o registro por telefone do seu aparelho celular, a funcionária da operadora teve dificuldade de entender a sigla do endereço que ele lhe fornecia. Então pausadamente ele explicou S de Sapo, Q de queijo e N de nada. Não é que ao receber a conta mensal do seu telefone o endereço que constava era “Sapo Queijo Nada 1315?” Naturalmente o pessoal do correio teve os mesmos pensamentos do destinatário.

Outro dia, eu recebi uma correspondência da Mútua, uma entidade de previdência privada, para um endereço totalmente diferente do meu. E não sei como tal correspondência me foi entregue, apesar do endereço indicado no sobrescrito vir totalmente trocado. Em vez de Avenida Rui Barbosa onde resido, vinha Avenida Raul Barbosa e o bairro Joaquim Távora foi substituído por Meireles, pelo qual não passa a essa tal Avenida Raul Barbosa. Até o CEP veio trocado. Não sei como recebi tal correspondia, que tinha de correto apenas o meu nome e a cidade de destino. Entretanto, diante dos recursos atuais, em que através da internet descobrimos o endereço de qualquer pessoa, isso não nos causa nenhuma admiração.

Admirável mesmo foi quando eu recebi em Salvador uma carta do meu irmão Pedrinho, apenas com o meu nome no envelope e o nome da cidade de destino. Isso há mais de quarenta anos, sem existência da internet e suas inúmeras listas on line. Era para essa carta ter voltado ao remetente com muita justiça. Mas eu a recebi, como que prenúncio de um verdadeiro milagre.

No dia seguinte, eu quis saber do carteiro, como aquela carta havia chegado às minhas mãos. E ele me respondeu que ao retirar as correspondências da sua área, ouviu o seu chefe perguntando aos carteiros se alguém conhecia Carlos Eduardo Esmeraldo. Então ele gritou: “Essa é minha!”. O carteiro trazia cartas que Magali me enviava com freqüência e por isso eu me tornei um velho conhecido dele.

Porém não foi assim recentemente com uma encomenda que eu enviei a um amigo do Crato. Com o nome do destinatário e o da rua corretamente preenchidos, apenas me equivoquei com o número da casa. E a carta voltou, possivelmente por uma incrível má vontade do carteiro, pois o destinatário é uma personalidade bastante conhecida no Crato: o artista plástico Jacques Bloc Boris, que todos os cratenses sabem onde fica a sua casa. Tive de reenviá-la corretamente e acredito que finalmente chegou ao destino. Quem poderá entender nosso Correio?

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Historias de Crianças - Por A. Morais

No inicio da década de 70 do século passado, inauguraram a rede de energia elétrica do Sanharol ao São Vicente. Eu comprei uma televisão e levei para a casa dos meus pais. Era a única TV que existia no Sanharol naqueles tempos. Papai dormia muito cedo e vivia a se aborrecer com o movimento e a zoada dos telespectadores. Mamãe se esmerava em atender a todos de modo que ninguém deixasse de assistir a novela “Ídolos de pano”. Juntavam-se todas as pessoas da ribeira, uns traziam a cadeira de casa e outros se esparramavam pelo chão da grande sala.

Francisca de seu Leandro Dantas, de saudosa memória, trazia sua cadeirinha e colocava a filha conhecida por Preta de seis anos entre as pernas enquanto assistia a novela.

Uma bufa circulava o ambiente de forma impertinente, antes mesmo de acabar, outra já fazia o mesmo roteiro, sem que ninguém soubesse identificar o autor. Uma hora lá, quando a bufa ascendeu Preta disse em toda altura: Essa foi mãe! Dona Francisca deu um cascudo tão condenado que Preta abriu o eco chorando. Seu Leandro perguntou: o que foi isso Preta? E Preta respondeu: é que agente não pode nem falar a verdade.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ninguem gosta de choradeira - Por João Pedro.

Thaysinha.

Tenho acompanhado as suas postagens. Sei que a proposta de vovô é você postar uma musica do arquivo dele. Acontece que os leitores não gostam de choradeira. Veja bem, tres comentários pra Primavera do Tim Maia, apenas um comentário pra Jovens Tardes de Domingo interpretada por um rebanho de artistas importantes. Tu vais ver uma coisa, engana vovô e posta coisas alegres do tipo abaixo. Vai chover comentários.

JP.

Quando a solidariedade humana é mais forte do que as barreiras e os preconceitos – postado por Armando Lopes Rafael

Este texto não é meu. O preâmbulo é de Claude Marie Bloc Boris. Ou, simplesmente Claude, tão nossa conhecida. E os excertos – abaixo publicados – foram tirados de uma carta escrita por Francis Bloc Boris. Ao final da leitura do texto, descobrimos que a solidariedade humana pode vencer as barreiras e os preconceitos criados pelo homem.
Armando Lopes Rafael


Preâmbulo
Quem é Francis Bloc Boris? Irmão gêmeo de Hubert Bloc Boris, nascido em Paris em 1922, aos 18 anos viu-se no meio da Segunda Guerra Mundial. Participando da resistência francesa, ele acabou aprisionado em Auschwitz na Polônia, considerado o pior dos campos de concentração. Não seria necessário aqui entrar em detalhes sobre sua trajetória nos horrores do holocausto. O texto-carta em si já serve para contextualizar o episódio, e foi escrito por ele, em lembrança aos fatos com ele ocorridos e dedicado ao Padre Bonaventure, que nunca saiu do seu pensamento pela dedicação, pelo altruísmo e sentimento de humanidade. No fim de tudo, e apesar de tudo, o que restou foi o amor fraterno, evidente na beleza deste relato. (Claude Bloc)
A carta


"Fortaleza, 5 de setembro de 1985.
CARTA ABERTA AO
Reverendíssimo Padre Bonaventure
Herói da Resistência Francesa durante a Guerra 1939/1945
Sobrevivente dos Campos de Concentração Nazistas
NO CÉU

Meu velho amigo da resistência e fiel companheiro dos campos de concentração nazistas.
Acabo de ser informado que você deixou esta terra para, como você dizia, um mundo melhor. No telex recebido do Arcebispado de Lyon (França) que me informou da infausta notícia, acrescentaram que você nunca se esqueceu de mim, preocupando-se ainda com as seqüelas que me deixou a deportação e continuava apelidando-me “o judeu mais cristão do mundo”.

Minha tristeza é imensa e minhas lágrimas dificultam a elaboração desta carta. Eu nunca conheci na minha vida um ser humano como você, e, por isto, gostaria de gritar ao mundo quem você era, bem como demonstrar que segundo seu exemplo, não é tão difícil dar de si e amar ao próximo qualquer que seja sua raça, sua cor, sua religião, suas origens.

Somos um exemplo de que, se muitos homens sobreviveram a tantas provas desumanas da escravidão nazista, foi devido à solidariedade que se manifestou sob múltiplos aspectos, permitindo a muitos lutar contra o “animal” nazista e conservar sua dignidade.

Se somos, como você dizia, depositários da grande esperança pacífica de todos os homens, esquecendo o ódio sempre estéril (o que foi para mim difícil de cumprir) prestamos juramento em reunião memorável de nunca esquecer o que suportamos nos campos de exterminação.
Reverendíssimo Padre Bonaventure, apesar de sua bondade inata, sua fé incomensurável, sua abnegação total diante da qual sempre me curvei com respeito e admiração, ao ponto de não saber como consegui sobreviver, continuo judeu, por respeito aos meus ancestrais e meus pais, e por ter sofrido desde que nasci, só por causa desta origem.

Padre Irmão, quantas vezes nos abraçamos, quando juntando nossos esforços conseguíamos o impossível: “salvar um companheiro do sofrimento”. Lembrar-me-ei sempre que você, tendo acesso às cozinhas do campo, ia roubar alimento. Quando nos separamos, cada um pesava 36 e 41 kg, tão secos e esqueléticos que não conseguimos derramar uma lágrima. Você me disse então; “Meu filho, quando conseguirmos chorar, seremos definitivamente salvos”.

Hoje precisaria de você para enxugar meus olhos nesta lembrança inesquecível. Queria que este exemplo servisse ao mundo inteiro para comprovar que nós, tão diferentes, com fé diferente, conseguimos nos entender tão humanamente.

Vou lutar até o fim da vida para cumprir nossa promessa: atuar sempre a fim de que nunca mais existam campos de concentração, para que não haja mais guerras e perseguições raciais, e sim respeito mútuo, qualquer que seja sua raça, religião, crença, origem, opinião.

Reverendíssimo Padre Bonaventure, se não freqüento ainda as igrejas, garanto que, se todos os eclesiásticos fossem do seu gabarito, as igrejas estariam sempre cheias. Com meu imenso respeito e eterna saudade, de seu fiel amigo e admirador,

FRANCIS BLOC BORIS
“SHALON”

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Para os românticos...

Promessa
- Roberto Carlos -

Essa música era cantada por Wanderley Cardoso e hoje aparece aqui para festejar o Dia do Músico na interpretação de Roberto Carlos.

Para Fafá Bitu -

Com Françoise Hardy
- Tous les garçons et les filles  -


Para matar a saudade...

TUNEL DO TEMPO - Por Vicente Almeida

Dia desses fiz uma longa viagem a certo país europeu, onde conheci várias cidades, destacando-se uma que era considerada a cidade dos inventores. Ali se inventava de tudo, e vi muitos instrumentos, equipamentos e objetos pitorescos, impressionantes e às vezes até inúteis para o nosso tempo, mas, os inventores sempre demonstravam a sua utilidade e necessidade, hoje ou no futuro.

O que me impressionou foi mesmo um inventor isolado dos demais, que o chamavam de “Inventor Maluco”, pois ele dizia a todos que construíra maquinas do viajar no tempo, podendo ir ao passado e ao futuro e conhecia vários lugares do planeta. A população ria dele, mas ninguém desejara testar seus inventos.

Não davam crédito as suas histórias mirabolantes. Então como eu estava distante da minha terra, a passeio com muito tempo para contemporizar, resolvi visitar o Inventor Maluco para tirar minhas próprias conclusões.

Disseram até que ele falava muitas línguas esquisitas, inclusive o português, um tanto confuso, mas dava para entender. Fui lá e o abordei, e para inicio de conversa perguntei: O Senhor conhece o Brasil?

- Barasil – Sanharol! – respondeu ele. E continuando disse:

- Sim já fui lá para conhecer Sanharol!

Ah, o Senhor fala da abelha sanharol que existe lá em nossos sertões não é?

- Non senhor, eu falar da cidade Sanharol. Ai todo orgulhoso foi à sua maquina virtual e me mostrou uma foto, dizendo: - Aqui cidade Sanharol, Já tive lá!

Fiquei inacreditavelmente surpreso, pois a foto era a da abertura do Blog do Sanharol e lhe perguntei em que ano o senhor esteve lá?

Em 2.110, respondeu ele com ar engraçado!

O quêêê, então o senhor foi ao século XXII e tirou esta foto?

- Non, non, e non, disse ele, esta foto; copiei do meu rastreador virtual, e por causa dela é que viajei até lá. Inseri instruções na minha máquina para ela localizar prédio da foto daqui a cem anos.

Ah, entendo, e entre incrédulo e sarcástico falei: - O senhor viajou cem anos à frente e estacionou no Brasil, na cidade de Várzea Alegre. Arrisquei: - Olhe: daqui a cem anos aquele lugar não existirá mais, essa casa terá sido substituída por grandes e majestosas construções e a cidade será bem diferente, as ruas não serão as mesmas, os veículos talvez não tenham mais rodas, simplesmente flutuarão sobre as pistas das grandes avenidas.

Então ele riu e disse: - Tudo mais ou meno conforme você falar, mas, casa continuar lá, rodeada por toda a modernidade do amanhã. Ela ser tombada por um tal de Patrimônio Histórico. Ela ser espécie de Museu Virtual onde toda história da cidade ser guardada e você poder ver todo o passado de cidade Sanharol.

Retruquei: - O Senhor quer dizer: de Várzea Alegre, não é? Ai ele se aborreceu e quase gritou comigo:

– Já falei: cidade de Sanharol – Barasil, tá aqui ó! O mundo todo conhecer. Então ele abriu novamente a sua maquina virtual e orgulhoso me mostrou:

- Ver aqui, nome na foto: Tá escrito “Blog do Sanharol”, logo Sanharol ser cidade do Barasil e aqui dizer que ela ser fundada pelo ilustre Senhor A. Morais, que ter muitos conselheiros encarregados de contar história de cidade e de sua gente, e haver um que ser o seu braço direito, e mais trabalha para tornar a cidade conhecida em todo o mundo. Seu nome ser Mundim do Vale, e ele ter costume estranho de usar papel enrolado na boca, às vezes até ter brasa na ponta do papel que ir se consumindo.

Continuando ele disse: - A cidade é tão importante que ter conselheiro instalado muito distante de lá, em lugares chamados São Paulo, Recife, Sâo Bernardo do Campo, Crato, Fortaleza, João Pessoa, Paraná e muitos outros. E bote importante nisso, pois, ter conselheiro até no país Portugal.

Conselheiros destacar muito, contrastes de Sanharol. Tudo lá ser contraditório, veja: Ter uma chaminé dentro de um açude; A cadeia ser na rua da liberdade e o peru ser o delegado, o Juiz ser uma mulher e o padre ser casado. Ora, nós saber que no Barasil padre num casar, então; grande contraste!

Resolvi não questionar mais, pois sabia que ele estava realmente falando de Várzea Alegre, no Ceará.

Para encerrar o assunto, comentei: - Muito bem, o senhor conheceu Várzea Alegre através de um comunicador virtual chamado “Blog do Sanharol”, mas, no século XXII ele já na existirá mais.

- Ele riu muito e disse: - Você dizer ser do Barasil e não saber de nada. Sanharol ainda existir no século XXII. O seu administrador fazer trabalho histórico honroso, criar tantos amigos, que mesmo depois ter deixado terra, ter sucessores que dar continuidade a história de cidade Sanharol. E rematou: Você querer ver com seus próprios olhos como dizer lá?

Ai caro leitor, tremi na base. Fui convidado a viajar com um maluco para o futuro, mexi com os brios dele e ele queria provar que não estava mentindo. A tentação era grande. Não sei se vou, não sei se fico. Decidi: Vou!

Entramos em seu laboratório, onde havia duas máquinas cheias de leds e botões. Dentro de uma havia dois assentos e nenhum pedal nem direção. Na outra, quando se olhava para a cabine, dava a impressão de ser um corredor. Então me dirigi para aquela que possuía dois assentos e ele me puxou e disse:

- Non, nessa máquina ai non chegar lá! Ela valer para todos os lugares menos para cidade Sanharol. Nós ir viajar nesta, e apontou a que dava a impressão de ser um corredor. Perguntei: por que ai? E ele respondeu:

- Ora, Sanharol, terra de contraste, então, só chegar lá através de Túnel do Tempo.

Fiquei arrepiado e perplexo com a sua lógica. Quem vai discutir com um maluco não é?

Muito bem, entramos no Tunel do Tempo, e feito o sincronismo da viagem, mal iniciamos e já chegamos ao século XXII, exatamente no ano 2.110, num piscar de olhos, não deu nem tempo de falar: Ôxente?

De princípio, constatei serem verdadeiras as afirmativas que o Inventor Maluco havia feito sobre Várzea Alegre.

chegando, fomos direto à casa que representava a abertura do blog do Sanharol. Estava muito mais bonita e conservada. A fachada foi mantida como antes, mas seu espaço interior foi totalmente modificado. Fizeram uma grande construção na sua parte traseira, ampliando horizontalmente em centenas de metros, para a instalação dos equipamentos virtuais do Museu.

Constatei que o movimento no Museu era intenso. Havia gente de vários lugares, abrindo, consultando e fechado arquivos virtuais. Vi como em uma tela de cinema, toda a história do Blog do Sanharol e de Várzea Alegre se desenrolando em uma velocidade incrível, mas perceptível a compreensão. As cenas penetravam em meu consciente com todas as informações necessárias. Fiquei curioso ao perceber que eu não estava lendo, simplesmente captava as informações mentalmente. Era fascinante! Vi a data de fundação do Blog e A. Morais enviando ao mundo a sua primeira mensagem às 18:06hs do dia 21 de Janeiro de 2009, intitulada: “Bem Vindos ao Blog do Sanharol”. Vi a segunda postagem datada de 22/01/2009 às 05:54hs sob o título “Sanharol”, feita por A. Morais e onde ele traçava o perfil e a finalidade do blog. O primeiro colaborador a fazer uma postagem foi o Dr. Sávio Pinheiro, sob o título “O Vigário de todos os tempos”, no dia 22/01/2009 às 07:02hs.

Vi uma imensa exposição cronológica sobre A. Morais, o seu fundador e primeiro administrador, incluindo-se ai, seus sucessores e os sucessores de seus sucessores. Vi milhares de colaboradores e suas histórias. Vi as histórias se sucedendo, contadas pelos netos, bisnetos, tetranetos e amigos daqueles que colaboraram no Blog do Sanharol. Era uma loucura, estava tudo ali e eu podia captar as informações num piscar de olhos. Não sei que tipo de tecnologia usavam!

descobri que quem o Inventor Maluco chamava de conselheiro, eram os colaboradores do Blog, e seus nomes estavam todos naquele arquivo, imortalizados. Ao lado do nome de cada colaborador havia um histórico de suas atividades profissionais e muitos se destacaram pelo desempenho honroso na profissão que abraçaram.

Várzea Alegre havia mudado. A tecnologia dominava todos os setores, via-se do alto, construções imensas. Rodovias eram coisas do passado, foram substituídas pelas aerovias com uns trinta metros de largura, tudo para permitir o trânsito que se escoava em belos aero-veículos que flutuavam no seu leito, obedecendo rigorosamente as normas de segurança. Os aero-veículos utilizavam energia solar ou aeólica. O ar era puro. Tudo era diferente. Petróleo como combustível era coisa do passado, utilizavam-no por alguns minutos apenas, para demonstrar a funcionalidade de veículos antigos que, diziam eles: rastejavam pelo chão.

Daí imaginei como seria o restante do Brasil, que o Inventor Maluco, insistia em chamar de Barasil.

Várzea Alegre, graças ao Blog do Sanharol, ficou eternizada e mundialmente conhecida, e o volume de pessoas que vinham visitá-la, obrigatoriamente passavam pelo Museu Virtual para conhecer a história do Blog e da cidade. Até criaram um ditado que dizia: Ir a Várzea Alegre e não ir ao Museu Virtual é o mesmo que ir a Nova York e não ver a Estátua da liberdade.

Triste detalhe: O banco de dados não tinha fim, mas, havia um tempo estabelecido para o regresso e precisávamos voltar ou ficaríamos presos no futuro. Perdi assim a chance de visitar São Raimundo, o Vale do Machado e tantos outros lugares tão decantados nos anais da história da cidade.

Manifestei o desejo de copiar algumas informações e tirar fotos para mostrar ao leitor, mas o Inventor Maluco adiantou que era impossível, pois lá estávamos invisíveis aos olhos materiais, e não podíamos trazer para o passado, documentos ou fotos de fatos privativos do futuro, pois isto poderia desencadear uma catástrofe temporal, criando um paradoxo, cujo resultado poderia provocar uma reação em cadeia, desembaraçando a estrutura de contínuo de tempo e espaço, gerando o caos no passado e desconstruindo o futuro. - Fiquei pasmo! Não entendi nada do que ele falou, mas também não questionei. Percebi que ele não era tão maluco assim como todos supunham. Era apenas um excêntrico, com muitas informações a transmitir, mas o mundo ainda não estava preparado.

Ao regressar da minha fantástica viagem, despedi-me do Inventor Maluco e agradeci pelo maravilhoso passeio, prometendo a mim mesmo que qualquer dia voltaria lá para mais uma viagem ao futuro.

Escrito por Vicente Almeida

Mensagem lida na formatura do Curso de Medicina da PUC- PR /2010

Boa noite a todos!

Hoje estou aqui para prestar uma homenagem ao primeiro, maior e melhor médico da história da humanidade!

Deus é esse médico, o médico dos médicos, e o mais excelente conhecedor do corpo humano. Todas as células e tecidos, órgãos e sistemas, foram arquitetados por Ele, e Ele entende e conhece a sua criação melhor do que todos.

Que médico mais excelente poderia existir?

Deus é o primeiro cirurgião da história. A primeira operação? Uma toracoplastia, quando Deus retirou uma das costelas de Adão e dela formou a mulher.

Ele também é o primeiro Anestesista, porque antes de retirar aquela costela fez um profundo sono cair sobre o homem.

Deus é o melhor Obstetra especialista em fertilização que já existiu! Pois concedeu filhos a Sara, uma mulher que além de estéril, já estava na menopausa havia muito tempo!

Jesus, o filho de Deus, que com Ele é um só, é o primeiro pediatra da história, pois disse: “Deixem vir a mim as crianças, porque delas é o reino de Deus!”

Ele também é o maior reumatologista, pois curou um homem que tinha uma mão ressequida, ou, tecnicamente uma osteoartrite das articulações interfalangeanas.

Jesus é o primeiro oftalmologista, relatou em Jerusalém, o primeiro caso de cura em dois cegos de nascença.

Ele também é o primeiro emergencista a realizar, literalmente, uma ressuscitação cardio-pulmonar bem sucedida, quando usou como desfibrilador as suas palavras ao dizer: “Lázaro, vem para fora!”, e pelo poder delas, ressuscitou seu amigo que já havia falecido havia 4 dias.

Ele é o melhor otorrinolaringologista, pois devolveu a audição a um surdo. Seu tratamento? O poder de seu amor.

Jesus também é o maior psiquiatra da história, há mais de 2 mil anos curou um jovem com graves distúrbios do pensamento e do comportamento!

Deus também é o melhor ortopedista que já existiu, pois juntou um monte de ossos secos em novas articulações e deles fez um grande exército de homens. Sem contar quando ele disse a um homem coxo: “Levanta, toma a tua maca e anda!”, e o homem andou! O tratamento ortopédico de quadril mais efetivo já relatado na história!

A primeira evidência científica sobre a hanseníase está na Bíblia! E Jesus é o dermatologista mais sábio da história, pois curou instantaneamente 10 homens que sofriam desta doença.

Ele também é o primeiro hematologista, pois com apenas um toque curou a coagulopatia de uma mulher que sofria de hemorragia havia mais de 12 anos e que tinha gastado todo o seu dinheiro com outros médicos em tratamentos sem sucesso.

Jesus é ainda, o maior doador de sangue do mundo. Seu tipo sanguíneo? O negativo, ou, doador universal, pois nesta transfusão, Ele, ofereceu o seu próprio sangue, o sangue de um homem sem pecado algum, por todas as pessoas que tinham sobre si a condenação de seus erros, e assim, através da sua morte na cruz e de sua ressurreição, deu a todos os que o recebem, o poder de se tornarem filhos de Deus! E para ter este grande presente, que é a salvação, não é necessário FAZER nada, apenas crer e receber!

O bom médico é aquele que dá a sua vida pelos seus pacientes! Ele fez isso por nós!

Ele é um médico que não cobra pelos seus serviços, porque o presente GRATUITO de Deus é a vida eterna!

No seu consultório não há filas, não é necessário marcar consulta e nem esperar para ser atendido, pelo contrário, Ele já está à porta e bate, e aquele que abrir a seu coração para Ele, Ele entrará e fará uma grande festa! Não é necessário ter plano de saúde ou convênio, basta você querer e pedir! O tratamento que ele oferece é mais do que a cura de uma doença física, é uma vida de paz e alegria aqui na terra e mais uma eternidade inteira ao seu lado no céu!

O médico dos médicos está convidando você hoje para se tornar um paciente dele, e receber esta salvação e constatar que o tratamento que Ele oferece é exatamente o que você precisa para viver!

Ele é o único caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até Deus a não ser por Ele.

Seu nome é Jesus.
A este médico seja hoje o nosso aplauso e a nossa sincera gratidão!

E-mail enviado por Dion Pinheiro

domingo, 21 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

Quantos presidentes teve a República brasileira? – por Armando Lopes Rafael

Na poltrona”, revista de bordo distribuída entre os clientes da Itapemirim, trouxe – no seu número de novembro/dezembro-2010 – interessante matéria sobre os presidentes da República brasileira. Interessante, mas contendo alguns equívocos.

Na poltrona” afirma que a República Federativa do Brasil (nome que substituiu a antiga denominação oficial dos “Estados Unidos do Brasil”, em vigor de 1889 a 1967) teve – nesses 121 anos completados no último dia 15 de novembro – 31 presidentes. E inclui nessa lista 2 presidentes que não chegaram a tomar posse: Júlio Prestes e Tancredo Neves. Ora, se incluiu até quem não assumiu o mandato, cometeu uma injustiça, com alguns brasileiros que chegaram a exercer a Presidência da República (seja por meses, semanas ou mesmo dias).

E quem foram esses brasileiros que assumiram o mandato de Presidente da República e não foram citados pela revista “Na poltrona”?

1) Augusto Fragoso
2) Isaias de Noronha
3) Mena Barreto
(Essa “Junta Presidencial” esteve na Presidência da República entre 24 de outubro a 3 de novembro de 1930, antecedendo a posse de Getúlio Vargas como “Chefe do Governo Provisório”, que existiu de 1930 a 1934. Depois, Getúlio Vargas emendou o mandato como “Presidente Constitucional” – ele outorgou uma nova Constituição – de 1934 a 1937 e virou ditador por mais 8 anos, até 1945. Getúlio ficou 15 anos na Presidência)

4) José Linhares (cearense de Baturité, que era presidente do Supremo Tribunal Federal e exerceu a Presidência da República após a queda da ditadura Vargas entre outubro de 1945 a janeiro de 1946).

5) Carlos Luz (era presidente da Câmara dos Deputados e foi investido como Presidente -- de 8 a 11 de novembro de 1955 -- em face de um golpe militar que derrubou o presidente Café Filho)

6) Nereu Ramos (era presidente do Senado Federal e foi investido como Presidente (de 11 de novembro de 1955 a 31 de janeiro de 1956, em face de novo golpe militar que derrubou o presidente interino Carlos Luz)

7) Rainieri Mazzilli (como Presidente da Câmara dos Deputados assumiu durante a renúncia de Jânio Quadros, entre 25 de agosto a 7 de setembro de 1961).

8) General Aurélio de Lira Tavares
9) Brigadeiro Márcio de Sousa e Melo
10) Almirante Augusto Rademaker
(Estes ministros do Exército, da Aeronautica e da Marinha, que assumiram "o exercício temporário da Presidência da República", para o que não havia qualquer previsão constitucional. Estes ministros militares proibiram o emprego da expressão “junta militar” e em 6 de outubro de 1969, declararam "extinto" o mandato do presidente Costa e Silva).

Como se vê, a revista “Na poltrona” deixou de incluir na sua lista 10 (dez) brasileiros que efetivamente exerceram a Presidência da República. Com isso o número de Presidentes da República no Brasil sobe para 41. O que dá uma média de cerca de 3 anos para cada mandato...
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Sãojoaozando Pelo Sertão - Por Edgar Mão Branca.

De junho a agosto,Varzea- alegre é só festa
É forró pra todo lado que voce passa
Tem festa no calsadão, clubes e churrascarias

Varzea- Alegre, sanhrol, que saudade
Logo estou ai mais uma vez
Inharé, gibão, canto e serrote
Estou sempre mim lembrando de vocês

A festa de são joão no Riacho verde
O são pedro no juremal é de lascar
Festa no chico, que coisa linda
Vazante o mais bonito lugar

Tem festa nos Altos, Arueiras
Bacupari, Baixio Fechado, Baixio verde
Bebedouro, Buenos aires e Buquerão

Amaro minha terra tô chegando
Charneca, unha de gato terra minha
São Vicente seu nome já está na lista
Alô boa vista, alô varginha

Meu roçado de dentro. açude velho
No coité encontrei jente bacana
Furmiga, Rusário e Araçás
Alô jente boa da caiana

É forró nas Cajazeiras, Calabaça
Canidezinho ,Carnaubas, Cristo Rei
Carrapateira e caatinga grnde

Vaquejada no Riachinho, a festa é boa
A salva de São Raimundo de manhã
Grossos, Ronca e Jaburú
S João bom é no arraiá la da Acauã

O brejo em Varzea- alegre é meu encanto
De Sao Caetano vou até o poço dos paus
S Nicolal, Juazerinho e mundo novo
Tem festa boa no alto do Coloral

É festa no Fantasma, Gamelas, Fortuna
Jatobá, iputi, Lagoa seca, mamelucos
Mucuripe, Mulugus e muquen

Guarani pedacinho de saudade
Monte alegre orgulho do meu sertão
Panelas , Peri Peri e cachoeira
Vacaria, Vaca morta e Calderão

Sobradinho, Baldinho e josé lopes
Aba da serra, Umari e mocotó
Quem for brincar o São João seja onde for
O lugar certo é o arraiá do Sanhrol

E só festa pra todo lado
Pacheco, Picada, Piranhas, Saco
Riacho do meio, serra do cavalos
Queixada, riacho fundo,Tanga e Tabua lascada.

Enviada pelo colaborador Luiz Lisboa de Morais - São Bernardo do Campo - SP

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

DEUS EXISTE! - Por Vicente Almeida

NOS arredores de uma grande cidade, havia um casal com três filhos o mais velho com quatro anos e o mais novo com três meses de idade. Habitavam em uma palhoça no subúrbio afastado, por favorecimento de um senhor que não lhe cobrava aluguel de tão singelo casebre.

A pobreza cobria seus dias. A necessidade envolvia aquele casal como se não desejasse largá-lo. Nada possuíam que se pudesse identificar como patrimônio, com exceção da sua prole composta pelos três filhos.

Na pequena palhoça não havia cama, improvisavam esteiras, forravam com velhos e carcomidos lençóis doados pelas criaturas sensíveis a dor alheia. O fogão improvisado ficava em um canto da casa que não possuía quartos, era composto de três pedras que formavam uma trempe e sobre elas uma pequena panela de barro com água. Algumas rachas de lenha apagadas ornavam a trempe e uma caixa de fósforos com meia dúzia de palitos estava sempre ali por perto, para, dizia ela: quando Deus mandar a comida, já terei tudo preparado para cozinhar.

Não viviam da mendicância, pois o pai era muito esforçado e onde houvesse a possibilidade de ganhar o sustento de cada dia, lá estava ele rogando trabalho. Enquanto isso a mãe se dedicava ao cuidado materno dos filhos e não podia sair de casa para procurar trabalho por que havia o pequenino, que estava requerendo extremados cuidados.

O tempo ia passando lentamente e a necessidade do casal só aumentava. Eles juntos oravam todas as noites, rogando ao Senhor Deus para não deixar seus filhinhos morrer de fome. Todas as manhãs o pai saía em busca de trabalho, e sempre voltava com o necessário, mas certo dia retornou de mãos vazias, e chorando abraçou a esposa e falou: Mulher, eu sei que Deus não nos abandonou, mas está muito difícil arranjar trabalho. Hoje não teremos comida para nossos filhos e me dói ver o nosso neném sofrer por causa da nossa pobreza. Você já esgotou o leite materno pela ausência de com que se alimentar. Amanhã vamos pegar nossos filhos e procurar casais que queiram criá-los, assim eles terão o alimento de que precisam. A nossa dor será grandiosa, pois nunca mais os veremos, mas, prefiro assim a para eles não morrer de fome.

Naquele dia, a ausência do que comer tirou o sono do casal e dos filhos que famintos, choramingavam silenciosamente lá no cantinho do casebre, enquanto o pequenino nos braços da mãe, olhava para ela com muita ternura, sem nada entender e sem saber que aquela poderia ser a última noite juntos.

E a noite foi se aprofundando até que os animais noturnos silenciaram. Ai os pequeninos finalmente adormeceram, o casal, carinhosamente consternado, colocou-os sobre suas esteiras em sua volta e se ajoelharam para orar pela última vez na presença dos filhos, pois sabiam que no dia seguinte, iriam procurar alguém que os aceitasse.

Foi a noite mais longa de suas vidas, mesmo assim oraram com mais fervor e finalmente também adormeceram.

No dia seguinte ao acordar a esposa contou para seu marido que em sonho uma senhora havia lhe dito que aquela seria a sua última noite de pobreza extrema. Disse mais, que eles haviam passado na prova.

A mesma senhora disse que ela fosse a um grande supermercado que existia na cidade e lá fizesse uma grande feira de tudo que realmente precisasse para alimentar sua família durante um mês, mas, procurasse passar a feira no caixa 3 e se houvesse grande fila mesmo assim esperasse lá a sua vez.

O seu marido ouviu tudo atentamente e disse: Mulher, a tua fome está te transtornando e eu não vou fazer isto para não ser preso, imagine chegar ao caixa de um mercado de homens ricos e quando a moça somar tudo eu disser que não tenho com que pagar. Pense no vexame, A gente é pobre e se formos presos, ai é que nossos filhos vão sofrer.

A mulher disse: A senhora que falou comigo no sonho, foi como se eu tivesse acordada e vendo mesmo ela, e ela falou para eu não ter medo. Vamos fazer assim, - disse a mulher: Você fica com nossos filhos lá fora, se eu for presa, você volta pra casa e faz que nem me conhece. Assim ele aceitou e lá se foram para o supermercado, cheios de medo.

A mulher entrou, pegou um carrinho e foi olhando nas prateleiras o que era mais barato e necessário para alimentar a família e nele foi colocando. Quando já estava superlotado com tudo que ela de fato precisava. Entre temerosa e confiante se dirigiu ao caixa 3.

Havia uma grande fila, mas, aguardou pacientemente, enquanto lá fora o marido fazia o que podia para controlar as crianças. Ao chegar sua vez, seu coração disparou, quis sair correndo e abandonar tudo, mas, olhou lá fora e viu seus pequeninos com o olhar voltado para ela que já estava passando a mercadoria no caixa. Ai ela se lembrou da senhora do sonho e falou consigo mesmo, tenha fé!

Quando a moça do caixa somou tudo e ia dizer o valor total da feira, uma voz surgiu de repente nos alto falantes da loja “PAREM TODOS OS CAIXAS E ATENÇÃO, QUEREMOS FAZER UM COMUNICADO IMPORTANTE, NOSSO PATRÃO ESTÁ PRESENTE E VAI FALAR!

Naquele momento, silenciosamente a mulher do caixa 3 começou a derramar lágrimas e pensou “É agora, eles vão me prender”!.

Mas, o proprietário do supermercado que havia chegado de viagem, ao assumir o microfone, informou que aquele supermercado estava completando 25 anos naquele dia, e ia presentear um cliente com a feira que estava passando no caixa, e mais um ano de supermercado grátis, tudo isto em virtude do sucesso obtido nos seus negócios. Pediu que aguardassem que ia fazer o sorteio entre os 8 caixas existentes.

Em seguida anunciou: “O cliente sorteado é o do caixa 3. Peço que zerem a conta dele e o encaminhem a Diretoria para completarmos o que foi anunciado”.

A moça do caixa 3 então se dirigiu a mulher que estava a tremer de medo e falou “A senhora ouviu, não vai pagar nada!”.

Caro leitor - Não posso descrever o que o casal sentiu, precisaria de muitas páginas para falar da sua emoção e de quão grande era a sua fé, deixo que você imagine conforme as definições de sua sensibilidade.

Posso dizer apenas que ela chamou o seu marido e os filhos e se ajoelharam ali mesmo e deram Graças a Deus. E todos se surpreenderam quando ela contou por que estava ali e queriam ajudá-la e nada mais lhes faltou.

Para resumir, ela e o seu marido foram contratados para trabalhar na empresa e passaram a residir em uma modesta e confortável casa pertencente ao dono do supermercado.

*****************************************
Dedico este conto aos escritores e comentaristas do Blog do Sanharol: Fafá, Magnólia, Klébia, Fideralina, Morais, Mundim do Vale, Sávio, Thays, João Pedro, Rolim, João Bitu, Fco. Gonçalves, Armando Rafael, Carlos Esmeraldo e Magali, Claude Bloc, Xico Bezerra, Zé Nilton, Dihelson, Iris-(Arcoiris) e Manoel Severo. Se esqueci alguém, peço perdão, mas, sintam-se prestigiados.

Escrito por: Vicente Almeida

GALO PERVERSO - Por Mundim do Vale

.
Dizia o contador que o Sr. Alcides Peixoto era conhecido no Crato, como uma pessoa que gostava muito de briga de galos e também de apostas. Apostava em briga de touros, galos, canários e até de meninos sem pais.
Disse que uma vez Alcides viajou para a cidade de Araripinas e chegou já de noite. Hospedou-se numa pensão para dormir e na manhã seguinte quando acordou foi até uma janela para contemplar a cidade. Da janela ele avistou alguma pessoas arrumando uma rinha para briga de galos. O visitante vestiu-se muito rápido e desceu para praça, lá chegando já avistou um sujeito com um galo branco e outro com um galo vermelho. Os galos só faltavam pular para a briga antes da hora.
Alcides abordou um matuto perguntando:
- Me diga uma coisa parente! Qual é o miozinho dos dois?
- O miozim é o branquim.
Alcides apostou uma boa quantia no galo branco, sem perceber que todos apostavam no vermelho.
Quando deram a ordem para soltar os galos, o vermelho pulou de bico e esporão sobre o branco, que não agüentou nem dois minutos. Morreu sem nem uma pena.
Alcides aborrecido com o prejuízo abordou novamente o pernambucano:
- Você é muito bom de peia viu? Me disse que o miozinho era o branco e fez eu perder meu dinheiro.
- Mais é divera. O miozim era o finado branquim. Agora esse vermeim aí é prevesso, feito o cão do inferno.

Eu não posso confirmar a veracidade do causo porque não foi em Várzea Alegre. Talvez algum colaborador do Crato possa fazer.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

PARA TODOS OS COLABORADORES DO SANHAROL


Flores de algodão
- Claude Bloc -


Flores de algodão
doce fábula
sob um céu intangível
sonhos macios,
nuvens brancas
nas serenas madrugadas
réstias de sol adormecidas...


Nos casulos do tempo
sementes, dormentes
teimam em germinar,
e afogam-se no suave cortejo
da matéria
clausura estática
nas entranhas da terra...



Sãs essas coisas simples
que vemos.
Flores de algodão
círculo perdido
nesse emaranhado
de segredos e mistérios...
Pergaminhos
onde se escondem os versos
onde se perdem as palavras
Flores de algodão
no meu quintal...



Claude Bloc

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


O SAMBA CANÇÃO
Parte II

Por Zé Nilton

- Siga a partitura, Zezinho, isto não está ai ! Este foi o meu primeiro carão recebido de um Pe. Ágio furibundo porque ousei inverter uma tonalidade que o meu ouvido pedia no samba canção “Ave Maria no Morro”. Talvez seja por isso que ainda hoje torço o nariz para inversões às vezes descabidas nas estruturas rítmicas e de tonalidades que se fazem em certas músicas. Só fico vidrado nas repetições joãogilbertianas porque ele repete inovando em acorde, em timbre de voz, na batida e vai por aí.

Pode vê, ou melhor, ouvir os 9 minutos e seis segundos de “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, interpretado ao vivo no 19 th Montreux Jazz Festival, no dia 18 de julho de 1985. João se superou em tudo, viveu todas as suas excentricidades neste show.

Bom, mas o assunto aqui é o Samba Canção, e nesta segunda parte vamos seguir um roteiro idealizado pelo mestre Tárik de Sousa.

Nesta quinta feira, às 14 horas na Rádio Educadora do Cariri, no programa Compositores do Brasil, conversaremos, nesta última parte, sobre o ritmo e seus defensores, suas mudanças e permanência, enquanto ouviremos:

A NOITE DO MEU BEM, de Dolores Duran com Dalva de Oliveira
A VOLTA DO BOÊMIO, de Adelino Moreira com Nelson Gonçalves
BOM DIA TRISTEZA, de Adoniran Barbosa e 12. VINGANÇA, de Lupicínio Rodrigues com Linda Batista Vinicius de Moraes com Aracy de Almeida
MATRIZ OU FILIAL, de Luiz Cardim com Angela Maria e Cauby Peixoto
ME DEIXE EM PAZ, de Monsueto Menezes com Milton Nascimento e Alaíde Costa
OUÇA, de Maysa Matarazo com Maysa
AVE MARIA NO MORRO, de Herivelton Martins com Dalva de Oliveira e o Trio de Ouro
SE ALGUÉM TELEFONAR, de Alcyr Pires Vermelho e Jair Amorim com Lana Bittencourt
CHUVAS DE VERÃO, de Fernado Lobo com Caetano Veloso
RONDA, de Paulo Vanzoline com Maria Bethania
CONCEIÇÃO, de Dunga e Jair Amorim com Cauby Peixoto
VINGANÇA, de Lupicínio Rodrigues com Linda Batista

Quem ouvir verá.

Compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri(www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Quintas-feiras. De 14 às 15 h.
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Direção Geral: Dr. Geraldo Correia Braga

Para o padrasto do Joãozinho - Por Mundim do Vale

QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Um amigo meu herdou
Gado, fazenda e dinheiro,
Mas por ser aventureiro
Nada daquilo ficou.
Da herança o que sobrou
Foi mel transformado em fel.
E pra ficar mais cruel
Teve que escutar fofoca.
QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Zé Chicô foi candidato
Com apoio do P.Q.P.
Eu só não sei, é porque
Teve tanto do aparato.
Em cada poste um retrato,
Em cada esquina um painel,
Mas ele foi infiel
Virou feito tapioca.
QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

O Coronel Zé Andrade
Pôs seu filho em Juazeiro,
Gastando muito dinheiro
Estudando pra ser padre.
Mas chegou lá um compadre
levou ele num bordel,
Lá fizeram um aranzel
Naquela casa de Noca.
QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Eu tinha um jegue baixeiro
Troquei por uma brasília,
Pra passear com a família
De Crato pra Juazeiro.
Quando cheguei no Granjeiro
Fui parar lá num hotel,
Colidi com um corcel
Que pertencia a Mundoca.
QUEM NASCEU PARA MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Nas festas eu ficava só
Como quem tinha inimigo,
Ninguém dançava comigo
E nem queria xodó.
Eu via lá no forró
Marta com Natanael,
Chico Brito com Raquel
E eu comendo pipoca.
QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Pedro Souza tinha trato
Em tudo quanto fazia,
Em caçada, pescaria
E pra tirar mel do mato.
Já o seu filho Nonato
É pescador de miguel,
Foi pescar com Otoniel
Só pegou corró na loca.
QUEM NASCEU PRA SER MINHOCA
NUNCA CHEGA A CASCAVEL.

Mundim do Vale.

HOMENAGEM A RAQUEL DE QUEIROZ

Hoje me lembrei de um encontro que tive com Raquel de Queiroz. Nessse dia, podem crer, mergulhei no seu silêncio, na paz dos idos, na ausência abnegada do seu sorriso manso. Escutei todos os apelos dessas palavras mudas que pousam por aí, nas coisas, na memória. Escutei o coração de Raquel e os sons da saudade proferidos ao vento. Ventura ! Ventania !

Raquel estava doce, presa ao banco da praça, no final de tarde. Esperava a visita dos passantes. Um dedo de prosa, um sorvete pra refrescar as agonias da tarde fortalezense...

Pois é, hoje me lembrei de um encontro que tive com Raquel de Queiroz...
Foi boa a prosa. Uma boa conversa em que as palavras nem precisavam ser ditas e/ou ouvidas, apenas sentidas... 
Claude Bloc


Telha de vidro
( RAQUEL DE QUEIROZ )

Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda, na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...

A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...

Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que - coitados - tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.

Que linda camarinha! Era tão feia!
- Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão bem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!


Geometria dos ventos

Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio;
onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia

 ( RAQUEL DE QUEIROZ )

terça-feira, 16 de novembro de 2010

CARIRIANAS


SOBRE NÓS

Por Zé Nilton(*)

Recentemente peguei uma mania de ficar pensando pelas madrugadas adentro. Altas horas e eu ali matutando coisas. Antes me pegasse transido do alumbramento bandeiriano quando disse “pensando na vida e nas mulheres que amei”. Não é. Até porque, contrariando Martinho da Vila, pouco as tive. Conto nos dedos. E aqui pra nós eu não sei elas mas eu ainda hoje mantenho uma incomensurável paixão por cada uma. Ih, dirá você que “já passou, já passou”, ele continua com seus superlativos. E eu lhe direi: continuo.

Mas voltando, há momentos melhores pra gente pensar que quando nos entregamos às insônias das horas mortas? Só sabe quem se encontra no limiar da quadra perigosa dos sessenta. Estou nessa.

E assim pensando pensei noutro dia, na ante véspera do amanhecer, sobre a questão da identidade. Sobre os elementos formadores da identidade de um povo. Aí me veio à lembrança a famosa definição do termo Cariri, lida em todos os compêndios de história como sendo um qualificativo tupi, que significa – calado, silencioso –, em contraposição a outros índios tidos como palradores incoercíveis.

Para começo de conversa, após o Tupi o Cariri detém grande importância para a construção da identidade do povo brasileiro, notadamente do Nordeste. Povo numeroso ocupava grande extensão do Nordeste Central, abrangendo uma área cultural desde o norte da Bahia até o sul do Piauí, concentrando-se pelos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Só para você ter uma idéia, quando no Século XVIII inicia-se o paulatino processo de ocupação das terras do sul da província do Ceará, inaugura-se igualmente o processo de genocídio e etnocídio das populações indígenas por empresas portuguesas, paulistas e mesmo nordestinas, por um lado, e por outro por contingentes familiares à procura de terras para a criação de gado, de pedras preciosas e do enriquecimento fundiário. E no meio disto tudo as missões catequéticas fazendo um jogo dúbio entre religião e poder.

Mesmo antes da presença de entradas e bandeiras, de forças militares, de curraleiros e de aventureiros, é bom que se diga, os primitivos habitantes das terras do Nordeste já vinham sofrendo um lento processo de dizimação, mercê de guerras intertribais pelo domínio de melhores áreas para a sobrevivência. É sabido que os Índios Tapuias, como eram denominados todos os índios não tupis, tanto por estes como pelos agentes das entradas e bandeiras, habitavam primitivamente o litoral e sofreram um paulatino processo de expulsão por grupos tupi-guarani para o interior. No interior das províncias tiveram que lutar com outras tribos por locais mais amenos e urbertosos, como beira de rios, planaltos, baixios. O nomadismo indígena levou a extinção quando não aculturação e mistura com outras guildas como sobrevivência étnica.

Um momento de grande turbulência ocorreu na maior tragédia entre os índios do Nordeste de um lado, e de outro, de colonos, de posseiros, de vaqueiros, de militares e missionários na chamada “Guerra dos Bárbaros”, ou Confederação dos Cariris. A maior rebelião dos silvícolas em terras nordestinas se arrastou por quase cinquenta anos, entre 1683 a 1713, com períodos de tréguas, de menor ou maior combate. Os agentes sociais de cabo da superioridade pela força das armas de fogo, das estratégias de combate e do apoio vezes velados vezes por interpretações das dúbias leis do estado português, enfim cumpriram seu ideal, o enfraquecimento da moral indígena e sua rendição às entradas e posses de suas terras.

Este famoso levante por parte das populações indígenas, desde o Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará como um todo resultou numa tomada de atitude do conjunto das tribos frente ao moto-contínuo de violência, covardia, subjugação e escravidão de famílias indígenas praticados por hostes de ádvenas de todas as partes. Crônicas missionárias falam de homens brutais e sanguinários, desconhecedores de leis e de limites da condição humana, despreparados para o exercício da alteridade cujo único interesse a mover sua inteligência e bravura para adentrar os longínquos, desconhecidos e temerosos sertões resumia-se tão-somente na busca do enriquecimento.

Tribos da nação Cariri destas bandas dos Cariris-Novos participaram do levante contra os bárbaros a partir de 1713 como os Icó, os Cariri, os Jenipapo, os Jucá, os Cariú entre outras, na segunda fase da Guerra, declarada pelos índios mansos e aldeados.

A visão idílica e romanceada com a qual alguns historiadores e escritores descrevem a vida das populações indígenas não condiz com a realidade de sua permanência no solo brasileiro, principalmente no nordestino. Desde que o homem branco guiado pelos tupis domesticados e escravizados (os bárbaros) pisou em solo nordestino, plantaram uma rotina de beligerância e desassossego no seio dos povos indígenas.

Usaram e abusaram de seus adjutórios em conflitos estranhos a seus interesses, recrutando-os sob pena de severos castigos para servirem em frentes de batalhas em decorrência das invasões holandesas na Bahia e em Pernambuco, da francesa no Maranhão, da guerra dos Palmares em Alagoas, do projeto expansionista da Casa da Torre, na Bahia, das lutas de potentados familiares como a dos Monte e Feitosa (nos Inhamuns e Cariri) e, por último, em movimentos pela independência como a Revolução de 1817 e na Guerra do Pinto ,em 1832. Saibam que o governo cearense convocou os últimos remanescentes indígenas para perfilarem-se juntos às forças restauradoras em favor da coroa portuguesa.

E saibam também quer quando ainda se chamava a nossa região de cariris-novos tribos que ocupavam seu espaço eram por demais fragmentadas em função dos embates tribo a tribo e dos constantes avanços de colonos e posseiros em guerras de conquista nesses tristes vales.

E digo mais, para extirpar de vez os últimos dos moicanos em terras caririenses, já que o grosso dos indesejáveis havia sido levados a pé para o litoral, em 1790, em 1860 guarnições bélicas dos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará insurgiram-se contra remanescente dos Cariri, reduzidos entre Jardim e Milagres. Foi um massacre. O escocês Gardner noticia essas pobres figuras ainda tentando sobreviver, em 1834.

É isto. Nas minhas faltas de sono estou pensando em nós. Continuamos calados, silenciosos, arredios, amedrontados... Os bárbaros estão à vista, palradores e cheios de Crato.

Está tudo certo. Não há nada a dizer.

(*)*Antropólogo. Professor do Departamento de Ciências Sociais da URCA
E-mail: figueiredo.jnilton@gmail.com

SÓ O MÍ - Por Mundim do vale

Certa vez o Sr. Antônio Costa inventou um comércio de milho cozido em Várzea Alegre e botou seus filhos Antônio Ulisses e Chico Neném ainda garotos, para vender o produto na cidade.
A empregada Tereza era encarregada de cozinhar e dividir o milho em dois caldeirões grandes. Os clientes de Antônio Ulisses eram os comerciantes. Já os de Chico Neném eram: carpinteiros, Alfaiates, padeiros e estudantes.
O mercado estava excelente mas quando era na hora do retorno, Chico neném voltava com o caldeirão todo amassado.
Tereza resolveu chamar Chico a atenção:
- Chico! Pruque qui todo dia tu vorta cum esse caldeirão todo amassado? E Antônio Ulisses vorta cum o dele bem dereitim. Será qui tu tá é jogando bola cum o caldeirão?
- É não Tereza! È porque meu irmão vende SÓ O MÍ. E eu vendo o mi e sabugo.
- E o qui é qui o meu caldeirão tem a ver cum isso?
- É porque nós vende a espiga a dez mil réis. Mais os caba me pergunta se eu quero vender a vinte mil réis pra quando eles acabar de comer, tacar o sabugo neu. Aí eu topo né? Mais eu boto o caldeirão assim na frente, qui é pra livrar pelo meno o peduvido.
Dedicado ao Dr. Rolim.

Testando seus conhecimentos - Por A. Morais

A história mostra que as eleições em Varzea-Alegre têm sido bastante acirradas. Porém, em 1970 para o mandato de dois anos, as lideranças do município fizeram um acordo e lançaram uma única chapa. O candidato a prefeito da ARENA e o vice do MDB. Houve uma insatisfação popular enorme e por pouco os votos brancos e nulos não superaram os votos validos. A pergunta é: como se formava a chapa lançada naquele ano? Quem se elegeu prefeito e vice respectivamente?

A – Dr. Pedro Satiro e Acelino Leandro.
B – Antonio Afonso Diniz e Antonio Rolim de Morais
C – Lourival Frutuoso e Jose Carlos de Alencar
D – Antonio Afonso Diniz e Carlos Renir Correia
E – Joaquim Diniz e Jader de Figueiredo Correia
F – nenhuma das respostas

A musica e suas lembranças - Por Thays Mamedio.

Amor, só não basta – Artur da Tavola.
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna. Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar. Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, "solamente", não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande, mas não é dois. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

-

Baixem o vídeo por completo. Os primeiros 45 segundos você verá uma caminhada silenciosa numa estrada entre arvores, flores e a neve. Em seguida o piano entra e o restante é fascinante.
John Lennon - IMAGINE.