Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 29 de junho de 2022

'É crime. Não basta demitir Pedro Guimarães', diz Miriam Leitão sobre denúncias de assédio contra o presidente da Caixa.

O Ministério Público Federal está investigando denúncias de assédio contra o presidente da instituição financeira. Ele é um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro dentro do governo.

As denúncias de assédio foram feitas por servidoras da Caixa Econômica Federal. Todas elas com atuação funcional próxima à presidência da instituição. Estas funcionárias denunciaram, inclusive ao Ministério Público Federal, terem sido vítimas de assédio sexual e de assédio moral. Atribuíram as práticas a Pedro Guimarães que está no cargo desde 3 de Janeiro de 2019.

Constrangidas e com medo de represálias, elas não quiseram se identificar. As mulheres disseram que os assédios aconteciam na sede da Caixa, em Brasília, mas principalmente nas viagens de trabalho quando as equipes se hospedavam no mesmo hotel.

terça-feira, 28 de junho de 2022

Arremessos - 7 - Por Wilton Bezerra, Comentarista generalista.

Não vale a pena morrer. Para presidente, vote em qualquer um. Viver é melhor.

Abram alas para a felicidade passar.

De tudo que gastamos, o mais caro é o tempo.

Das mágoas, nunca precisei. Dos prazeres, sim.

A ausência é capaz de matar o amor.

Se não tem almoço grátis, almoce em suaves prestações.

Escape do ódio das redes sociais, enquanto é tempo.

No futebol, "empatite" faz menos mal do que 'derrotite".

Lembramos e esquecemos as coisas de acordo com o que nos convém.

Cruel é não viver, embora com tempo para isso.

No futebol, a glória de hoje não garante a de amanhã.

Por que a propaganda eleitoral tem autorização para torturar nossos ouvidos?

Os idiotas amam os imbecis. E vice-versa.

Não duvidem da força que a vaidade ferida detém.

A ferramenta de produzir gente é a educação. Quem conhecer outra me avise.

A arte espanta. Se não espanta, é outra coisa.

Quem não errou na vida é porque viveu escondido. O que já é um erro.

O rádio e o futebol fazem o álbum da minha vida.

Há momentos em que tenho a impressão de estar falando para o deserto.

Os mais experientes dizem que uma semana na política é um longo tempo. Pesquisas?

Se traições destruíssem casamentos, nenhuma família estaria intacta.

Quero a companhia dos amigos, quando o apocalipse chegar.

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Bolsonaro e os sentidos da necropolítica - Por Renata Lo Prete.

Diante das centenas de milhares de vidas brasileiras perdidas na pandemia, normalização e deboche. 

Em resposta à tortura e morte de um cidadão por policiais rodoviários federais, desconversa. 

Nos assassinatos de Bruno Pereira e Dom Philips, responsabilização das vítimas. 

Três exemplos da política de violência sistêmica que “glorifica a morte como espetáculo”.

O último Coronel - Por Antônio Morais

Li, outro dia, um relato mencionando o coronelismo de outrora, e lembrando de uma preciosidade atribuída ao austero Cel. Mario da Silva Leal, chefe político da antiga UDN na região centro sul do estado.

Deputado Estadual por duas legislaturas e que fez historia por sua destacada liderança das décadas de 40 e 50. Proprietário de um grande latifúndio com base territorial no município de São Mateus, hoje Jucás.

O comentário sustenta que se o Cel Mario oferecesse guarida a qualquer recomendado de amigo não tinha nem perigo da policia entrar nas Tabocas, onde morava. Os macacos voltavam da primeira cancela.

Em uma escola municipal do Poço do Mato, hoje Caipu, a professora perguntou ao aluno: Dilermando onde está o sujeito desta oração? Xavier matou Joaquim! Dilermando cravou a resposta no ato: Na fazendo do Cel Mario Leal fessôra.

O Coronel Mário Leal nasceu na Fazenda Castro, do Município de Cariús, na época pertencente a Jucás (São Mateus), antigo solar dos Leais que já apareceu nas crônicas dos primeiros tempos do Império e nas lutas de Pinto Madeira, guarnecendo a região do Alto Jaguaribe.

Ele era filho do abastado fazendeiro e prestigiado chefe político daquela zona, o Coronel Manoel da Silva Pereira da Costa Leal, o “Né do Canto”. 

Cel. Mário fez os primeiros estudos na própria casa paterna, na fazenda Canto, com o professor Francisco Bezerra que deixou fama de mestre-escola rigoroso e eficiente ensinando a diversas gerações.

Deputado Estadual em duas legislaturas, marcou presença e posição em todas as grandes decisões do Estado, principalmente nas campanhas eleitorais, sempre ao lado de Virgílio Távora, já que era mais moço do que Fernandes Távora e o irmão João Leal.



Foram seus contemporâneos nas diversas frentes políticas do interior do Ceará os lideres Teodomiro Sampaio, de Jardim; José Geraldo da Cruz, de Juazeiro do Norte; Argemiro Sampaio, de Barbalha; Raimundo Augusto, de Lavras da Mangabeira; Chico Martins, de Mombaça; Major Feitosa, de Cococi, Dr. Gouveia, de Iguatu e Chico Monte, de Sobral, Filemon Teles, do Crato.

Considerado o último coronel do Sertão, Mário Leal, faleceu na clinica Gêneses de Fortaleza, aos 93 anos, no dia 13 de outubro de 1990.

“A ficha criminal de Bolsonaro atingiu seu nível máximo” - Por O Antagonista.

Pré-candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes foto afirmou que o áudio do ex-ministro Milton Ribeiro em telefonema com a filha, interceptado pela Polícia Federal, é a prova mais “contundente de um crime desta espécie já praticado por um presidente”.

“A ficha criminal de Bolsonaro atingiu seu nível máximo, com os indícios de que ele agiu deliberadamente para obstruir as investigações contra Milton Ribeiro, em várias etapas. Até quando os Poderes vão assistir isso passivamente?”, questionou Ciro em publicação no Twitter

“A gravação do telefonema do ex-ministro à filha, quando diz, sem rodeios, que fora informado pelo presidente da operação contra ele, é a prova mais contundente de um crime desta espécie já praticado por um presidente. Este crime clama Justiça!”

Como mostramos, a suspeita do MPF de que Bolsonaro interferiu na operação Acesso Pago e vazou informações a Milton Ribeiro foi baseada num diálogo do ex-ministro com sua filha Juliana Pinheiro de Azevedo.

No telefonema, Ribeiro diz que “as coisas estão caminhando” e cita uma ligação de Jair Bolsonaro. “Hoje o presidente me ligou… ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos para ele, né?”

domingo, 26 de junho de 2022

O LIVRO DE UM JUVENIL DA ESCRITA - Por Wilton Bezerra.

Os problemas neurológicos já me deixam torto.

Mais torto fico, quando alguém diz que leu uma crônica minha e gostou.

"Nem tudo que é torto é errado. Vejam as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado".

Não sei quem é o autor. Li e capturei.

Mais desengonçado estou, com essa aventura de escrever e lançar um livro de crônicas e causos.

Pense numa pessoa abobalhada nesse tipo de serviço.

"Tem que saber sobre a arquitetura de texto". Me alertaram os que entendem do assunto.

Penso e escrevo. Não tenho estilo, nem técnica. É o que desce da telha.

Autografando com os dedos avariados pela artrite, a  dedicatória vai sair borrada.

Faço lançamento em três tempos: Fortaleza (1° de julho), Juazeiro do Norte (7 de julho) e Crato (9 de julho).

Depois, os amigos devem me orientar sobre a circulação dos meus modestos escritos.

Sorte minha de contar com luxuosos apoios de Eduardo Freire, Lincoln (chargista), Renato Casimiro e Luiz Carlos de Lima.

Dizem que a pior crítica sobre um trabalho literário é o silêncio.

Pelas manifestações, (inclusive de pais de santo) acho que não vou enfrentar esse problema.

A sorte do "escritor" está

está lançada.

Onde entrei, acho que dá para sair vivo.

sábado, 25 de junho de 2022

Dr. Antônio de Sátiro - Por Antônio Morais.


Dr. Antônio de Sátiro. 

Não há no Brasil atual atividade mais lucrativa que a advocacia. Segundo o jornalista "Reinaldo Azevedo a : Rosemary Noronha, a amante do Lula" tem uma banca de 40 advogados em sua defesa.

O Brasil  é o único pais do mundo em que  o roubado paga  advogados para defender  quem  roubou ou autorizou  o roubo. A Petrobras  pagou advogados para defender  os bandidos de quem foi vitima. O PT  pagou a paga advogados para defender  seus  dirigentes que dilapidarem a pátria embora  muitas estejam  presos.

Todo esse mar de lama atual que se transformou o Brasil, me faz lembrar a decência do meu conterrâneo Antônio de Sátiro.

Muito jovem, saiu do sitio Boa Vista em Várzea-Alegre e foi aprovado no vestibular para advocacia : Primeiro lugar na Universidade Federal do Ceara.

De volta a casa dos pais, vestiu um terno, pôs uma gravata, se empertigou diante do espelho e disse: Meritíssimo senhor Juiz, nobre promotor, senhores jurados : Este rapaz matou a mãe para roubar, mas ele tinha toda razão. 

Fez uma pausa e disse: Essa não é profissão pra mim.

Voltou a Fortaleza, fez vestibular para odontologia, Formou-se dentista e passou a vida fazendo o bem, aliviando a dor e sofrimento dos seus semelhantes, Deixou um legado de exemplos nobres e virtuosos.

Zuza Benício é história - Por Antônio Morais.


A primeira vaquejada de Várzea-Alegre, me corrijam se estiver errado, foi em 1966. Promovida pelos senhores Eliseu Sátiro e Dr. Luiz Luciano.
O parque foi montado  na saída da cidade entre as vias que servem de acesso por um lado ao Sanharol e pelo outro ao Roçado Dentro. Um área de terra pertencente, à época  ao senhor Mundoca Jucá.
Foi um sucesso. Ali se conheceu  uma  vaca da raça  nelore chamada "Tamarina", pertencente ao pecuarista Laércio Freitas, que nunca alguém conseguiu derrubar.
Naquela vaquejada Zuza Benício  montava  um cavalo do senhor Eliseu Sátiro conhecido por "Pombo Roxo". Um animal muito bonito e famoso, porém, sem nenhum traquejo para o exercício da vaquejada.
Numa disputa, Pombo Roxo tropeçou  no boi  e caiu por cima do vaqueiro Zuza Benício que foi parar no hospital, tirando  muito do  brilho do evento.
Os cavalos campeões pertenciam ao senhor Chiquinho de Sales,  do distrito de  Arrojado em Lavras da mangabeira, montados pelo Manuelzinho aboiador e Raimumdo Mossoró.
Na disputa final com apostas de grandes valores "Tamarina"fez finca pé, parou e arrancou  de vez, deixando para trás os vaqueiros. 
Ganhou as apostas quem acreditou em "Tamarina", uma vaquinha pequena mas, treinada e ensinada a deixar na poeira os cavalos daquela época que não tinham as habilidades dos de hoje em dia. 
Nas minhas idas ao sitio "Unha de Gato", quando a mim pertencia, sempre que passava  no  sitio Capão parava  para  levar um lero agradável  com o amigo Zuza Benicio.  A noticia de seu falecimento  me enche de tristeza  pela  perda de um amigo. 
Meus sinceros votos de pesar a família. 

Mario Sabino, na Crusoé: "O homem mais poderoso do Brasil" - Por O Antagonista.



Na Crusoé que foi ao ar nesta sexta-feira 24, Mario Sabino, foto escreve sobre Gilmar Mendes, o homem mais poderoso do Brasil.

“Não existe ninguém mais poderoso no Brasil do que Gilmar Mendes. Se um ministro do STF pode tudo, ele pode ainda mais. Não há ninguém capaz de ombrear com ele. No Supremo, ele engoliu todos os presidentes do tribunal, desde que Joaquim Barbosa deixou o cargo e retirou-se da Corte. 

Por qual motivo ninguém lhe faz frente? É que o decano do STF, ao contrário do resto, sabe que só tem poder quem efetivamente o exerce por inteiro. Age sem peias por instinto, por origem e também, reconheçamos, porque leu Maquiavel melhor do que qualquer outro integrante atual da Corte.”

“A Lava Jato, fulminada, serviu a que Gilmar Mendes estendesse o seu poder ao Legislativo. Ele, que era chapa, virou patrão. No Executivo, Jair Bolsonaro lhe é tão devedor, que foi pedir a bênção para a indicação de Kassio Nunes Marques. André Mendonça? 

Gilmar Mendes, outra vez. Se Lula for eleito presidente da República, ele terá um credor no atual decano do STF, porque foi Gilmar Mendes quem o tirou da prisão.”

PRÊMIO BNB 2022 PARA A CASA DO CAMPO - Antônio Gonçalo de Sousa.



Uma das coisas que ainda me trazem satisfação é ver pessoas que tinham sonhos e os alcançaram com sua força e fé, mas sempre enaltecendo as virtudes de quem os ajudou na jornada. Assistindo o vídeo em que um empresário de Quixadá agradece o prêmio que lhe foi ofertado como mérito pelo BNB, lisonjeio-me ao dobro, por ter assistido o princípio daquele negócio, inclusive, à época, como técnico do Banco e amigo particular, que ainda sou.

Mas o conhecimento das vertentes empreendedoras de Sérgio Queiroz (Serginho) começaram bem mais cedo. Foi quando, no meado da década de 1980, o via, ainda pós-adolescente, acompanhando seu pai, que era vendedor de animais nas feiras agropecuárias do Sertão Central. Eu, juntamento com equipe do BNB e EMATERCE, sempre participávamos daqueles eventos como avaliadores. 

O tempo passou, o pai do Serginho foi chamado por Deus, mas deixou com ele a bagagem de conhecimento adquirido com mérito ao longo daquela convivência frutífera de pai e filho. O conceito de bom negociante, de pessoa afetiva e emprendedora só foram crescendo, mas o sonho de Serginho era maior que o seu poder financeiro.

Por volta do ano de 2004, sua então namorada e atual esposa (Paulinha Saldanha)  - à época contratada do BNB   - me indagou sobre a viabilidade do Serginho abrir um negócio do ramo de loja agropecuária. Lembro que, aproveitando um trabalho de planejamento da Faculdade que eu cursava, elaborei um plano sintético, pois a informação que recebi era que o montante a investir era próprio, mas não poderia passar da irrisória quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Nascia ali o embrião da "CASA DO CAMPO". 

Hoje, quando volto a Quixadá, vejo quão frutífero foi o emprego daquele capital mínimo inicial, que fez com que a Casa do Campo tenha crescido em valor e em seus préstimos para com o setor agropecuário. O prêmio que o Banco do Nordeste oferta ao empresário é um bom e merecido reconhecimento da capacidade empreendedora desse visionário do bem que, com sua juventude, humildade e vigor, ainda tem muito a ofertar ao setor agropecuária e ao comércio da região.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

O ANDARILHO VOLTOU - Por Vicente Almeida

Ontem foi dia de festa em nosso lar. Nosso andarilho que há dez meses não dava o ar da sua graça, veio nos visitar e trouxe muita alegria. Fez festa para cada um de nós.
Foi assim: No início de 2008 nos presentearam com um lourinho, mas procuramos adaptá-lo sem o recurso da gaiola e ele transitava pela casa livremente, pousando na cabeça até das visitas, que as vezes se assustavam pelo inesperado, e muitas faziam questão de ser fotografadas com ele em sua cabeça.
No início ele circulava apenas dentro de casa, mas em 2009 passou a sair para o mato e lá ficava durante o dia. Retornando à tardinha, adentrava a casa e ia parar na lavanderia, usando o varal para pernoitar. Comia e dormia, e na manhã seguinte, a mesma coisa. Assim o tempo foi passando.
Até que certa manhã saiu e passou dois dias sem retornar, e nas suas idas e vindas, cada vez demorava mais dias, às vezes até uma semana. E ficávamos preocupados com a sua segurança. No final de janeiro de 2009 ele partiu e desta vez levou a mala. Sentimos muita saudade e sempre ansiosos esperávamos sua volta, pousando na sua árvore predileta em nosso quintal e gritando para chamar a nossa atenção como de costume. Mas ele não veio!
Foram dois longos meses de espera quando certo dia, na Sexta Feira Santa, cedinho ele chegou e ficou por oito dias aproximadamente. Mais uma vez foi embora, retornando sempre em dias inesperados. Um dia de agosto ele saiu e desta vez achamos que o havíamos perdido, pois os dias se escoaram lentamente, transformando-se em semanas e meses e ele não aparecia.
Nosso melhor presente no dia de Natal de 2009, foi quando o avistamos em sua árvore preferida cantarolando, chamamos e se fez de difícil, demorou mais de uma hora para pousar em nossa cabeça, Sim ele pousava sempre na minha cabeça ou da Valdênia e ai entrávamos em casa naturalmente e ele ia se alimentar também no seu lugar de costume: Sobre a mesa de jantar.
Desta vez ficou durante o Natal e Ano Novo, foi uma alegria sem fim para toda a família e os nossos netos vibraram com a visita.
E assim passou conosco o natal e o ano novo, e no dia dois de janeiro deste ano foi embora e em vão procurávamos ao menos ouvir o seu gorjeado lá no mato, mas devia ter ido longe. Nunca mais voltou! Perdemos a esperança de rever novamente nosso querido lourinho! Mas ele é um ser da natureza, e lá é o seu habitat natural. Ficamos tristes, muuuito tristes, mas conformados.
Mas ontem 25/10, para nossa surpresa, ele passou o dia cantarolando em nossas arvores. Conhecemos ser ele, mas estava muito alto em um pau darco, e os nossos netos tudo fizeram para ele descer e não conseguiram. Ao chegar da rua, vi um neto de oito anos com uma banana descascada na mão, choromingando e dizendo: “Vô, tô a tarde toda chamando o lourinho pra comer e ele não vem”! Fiquei penalizado! Então fui verificar se era ele mesmo e o chamei. Em menos de um minuto ele veio e pousou em minha cabeça, e como de costume entramos em casa, e hoje no café da manhã foi aquela festa, todos: netos e filhos vieram visitá-lo, e não ficou arredio nem demonstrava insegurança, todos queriam tocá-lo e assim o fizeram. Tomou café com leite e comeu tapioca com requeijão.
Neste momento está ele em meu ombro, enquanto digito essas linhas, para dividir com vocês a alegria que sinto pela honrosa visita. Não sabemos quanto tempo durará a sua estadia, mas, seja quanto tempo for, um dia, dois, três, ou mais, não dá para descrever o bem estar que este lourinho transfere a todos. E olhe, ele pousou para muitas fotos das quais algumas divido com vocês.
Agora pergunto: Como a ciência explica esse fato? – Sábia é a mãe Natureza!

Professor José Newton Alves de Sousa, um grande cratense! – por Armando Lopes Rafael


 
 O Prof. José Newton Alves de Sousa com sua exposa, Maria Ruth (já falecida)
  
    Tempus fugit! Esta expressão latina poderia ser traduzida por “O tempo foge", ou "O tempo voa". Daqui a quatro meses, mais precisamente no dia 5 de junho, o Prof. José Newton Alves de Sousa chegará aos 97 anos de idade. Na galeria dos cratenses ilustres ele figura com destaque, graças as suas ações de mestre renomado, chefe-de-família exemplar, cidadão digno, por ser uma pessoa dotada de vasta cultura e, principalmente, sua postura de católico autêntico.

   No início deste século, ou seja, no ano 2000, o nome do Prof. José Newton chegou a ser lembrado entre os candidatos ao título de “Cearense do Século”, pleito que, ao final, foi vencido pelo Padre Cícero Romão Batista.  A bem dizer, a longa existência do Prof. José Newton Alves de Sousa se constitui, para quem o conhece, numa bela lição de vida. Lição que deveria ser divulgada especialmente nestes tempos atuais. Escusado é dizer que vivemos tempos medíocres e calamitosos, cujos reflexos trouxeram e continuam a trazer imensos prejuízos para a perplexa população deste nosso querido e infelicitado Brasil.

   Certamente as novas gerações de cratenses desconhecem quem é o professor José Newton Alves de Sousa. Permitam-me, pois, um rápido retrospecto sobre a caminhada dele. Nascido em Crato, em 5 de junho de 1922, José Newton Alves de Sousa veio ao mundo no seio de uma família modesta, mas profundamente imbuída dos princípios da fé Católica. Àquela época, outros eram os tempos. Outras eram as pessoas daquela época!

   Depois dos primeiros estudos feitos na sua cidade natal, o jovem José Newton Alves de Sousa conseguiu – superando, provavelmente, previsíveis dificuldades – a graduação em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia de Salvador, na Bahia. Dr. José Newton foi um fundador de escolas. Como exemplos poderíamos citar o Ginásio Pio XII, em Salvador na Bahia e o Colégio São João Bosco, na cidade de Crato. Partiu dele, também, em 1968, a ideia da criação do Ginásio Prof. Bezerra de Brito, do distrito da Ponta da Serra. Na época que ele ocupava o cargo de Secretário de Educação do município de Crato.

   Fundada a Faculdade de Filosofia do Crato, em 1959, o Prof. José Newton foi seu primeiro diretor. Lá, por mais de uma década, deu o melhor de si, levando aquela instituição de ensino superior a destacar-se na história da educação no interior do Ceará. A Faculdade de Filosofia de Crato foi o embrião da atual Universidade Regional do Cariri–URCA. Aliás, a sigla URCA foi criação do Prof. José Newton.

   Lembro-me de um fato da minha adolescência. Eram os primeiros anos da década 60, quando fui, certa tarde, à residência do Prof. José Newton a fim de cumprimentá-lo por ele ter sido agraciado – pelo Papa de então – com o título honorífico de Comendador da Ordem Equestre de São Silvestre Papa. Modesto – humilde mesmo – o professor José Newton Alves de Sousa nunca deu publicidade daquela honraria que lhe fora concedida pelo Vaticano, por indicação do terceiro bispo de Crato, Dom Vicente de Paulo Araújo Matos.  Outras honrarias certamente ele recebeu posteriormente. Talvez foram guardadas na gaveta do esquecimento. É o seu estilo de vida!

      Ao lado de suas profícuas atividades pedagógicas, o professor José Newton manteve extensa agenda intelectual. Desde a juventude foi reconhecido como um dos bons poetas da sua geração. Foi também jornalista e escreveu diversos livros. Talentoso, e com vasta produção cultural, deve-se também a ele a criação da revista “Hihyté”, a qual – por muitos anos – publicou a produção acadêmica e as pesquisas de docentes da Faculdade de Filosofia de Crato.

     Na sua longa existência, o professor José Newton não apenas criou escolas, colégios e faculdades. Da sua bagagem de publicações – entre densos livros e breves monografias, contabilizam-se cerca de cem obras. Dr. José Newton é sócio do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, do Instituto do Ceará e do Instituto Cultural do Cariri, mercê o valor de seus escritos, com destaque para a produção de artigos e crônicas, publicadas em revistas e jornais, além de muitos opúsculos e plaquetes de sua autoria. Foi por sua iniciativa que surgiu a Academia de Letras e Artes Mater Salvatoris, em Salvador da Bahia.

         Para mim, no entanto, o lado mais fascinante da personalidade do Dr. José Newton Alves de Sousa é a sua postura e coerência de um verdadeiro católico, apostólico, plenamente romano. Ele e sua esposa, Maria Ruth, já falecida (ela foi o único e grande amor da sua vida) formavam um casal exemplar, no que diz respeito às exigências e testemunhos de uma família autenticamente cristã.

           O estilo é o homem! Ou como disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Pelos frutos se conhecem as árvores”.          
          

quinta-feira, 23 de junho de 2022

Aperreio - Por Dedé de Zeba


Na agência do Banco do Brasil em Crato :

Quase que nem subo a rampa, 
Prá cagar vinha vermelho, 
Me deparo com um aparelho. 
Todo cagado e sem tampa, 
 Foi o maior aperreio.
Minha testa já suava, 
Cagar fora, muito feio.
Cagar dentro, eu me cagava, 
Enquanto eu um dos dois.
Escolhia bem vexado, 
A força maior impôs: 
Estava todo cagado.

Sobre campos de concentração no Ceará - Por Jorge Linhaça


Em 1932, uma grande seca assolou o Ceará e iniciou-se um movimento dos sertanejos em direção às grandes cidades, dessa vez eles procuravam as cidades atendidas pela via férrea, Senador Pompeu, Ipu, Quixeramobim, Cariús, Crato e Fortaleza.

Como já havia acontecido nas secas de 1877 e 1915 o governo instalava campos de concentração cercados por arames farpados e vigiados por soldados.

"A seca de 1932 foi uma das maiores da história do Ceará. Fome e doenças como cólera, febre amarela e varíola marcaram aquele povo sofrido pela sede e fome. Senador Pompeu foi uma das cidades que abrigou um dos sete campos de concentração, criados pelo governo da época para deter a vinda de retirantes à Fortaleza."

"O governo obrigava as vítimas da seca a trabalhar na construção da barragem do açude Patu. No entanto, repentinamente, a obra teve seus trabalhos paralisados e, junto com a paralisação, o governo deixou de manter o posto de saúde e o setor de fornecimento de alimentos que funcionava no campo. Com isso, os retirantes foram adoecendo e morrendo.

Atualmente, Senador Pompeu é o único município onde se encontra viva a memória do campo de concentração.

O cemitério da Barragem do Patu é considerado um espaço sagrado para visitação. Há romarias, pessoas que rezam e pagam promessas. Os moradores acreditam que as almas dos concentrados são milagrosas porque sofreram muito".

TREINADOR NÃO É MÁGICO OU FEITICEIRO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

É preciso parar com essa visão exagerada de que o treinador é o único responsável pelo que ocorre à uma equipe de futebol.

Não há dúvidas de sua importância e, sobre isso, já tivemos a oportunidade expor reflexões.

Os analistas ficam de tal forma ansiosos para opinar, que "descobrem" o dedo do técnico nos mais prosaicos movimentos de jogo.

Como se houvesse, a cada momento, um esquema tático diferente.

Fosse assim, num passe de mágica, como um bruxo da tribo, Vojvoda faria o Fortaleza jogar o futebol exibido no ano passado,  curando-o de todos males.

Ou como se fosse possível um "futebol de computador", programado e calculado pelo técnico para funcionar.

O tempo em que o treinador "dava visão aos cegos, muleta aos aleijados e fazia as vezes de curandeiro" só existia nas tiradas filosóficas de Gentil Cardoso.

Para começo de assunto, o entorno do técnico reúne outro time formado por especialistas.

Nesse ponto, até lembra as "comissões de campo" dos primórdios do futebol. Tinham um treinador(ou professor) para cada jogador.

Já pensaram essa situação nos dias de hoje. Seria bem pior para os "entendidos".

quarta-feira, 22 de junho de 2022

Milton Ribeiro, corrupção moral e material - Por Claudio Dantas.

 


Nos quase dois anos em que permaneceu à frente do Ministério da Educação, Milton Ribeiro colecionou polêmicas e mostrou seu despreparo, tanto intelectual quanto moral, para lidar com uma das áreas mais sensíveis do governo.

Ele foi o ministro que defendeu “universidades para poucos” e atacou a política de inclusão de crianças especiais em salas de aula comuns. Ao justificar a criação de salas especiais, disse ser “impossível a convivência” com outros alunos com “grau de deficiência” elevado.

Na verdade, Ribeiro é quem sofre de elevado grau de preconceito, corroborado em outras declarações funestas, como a de que “o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo vêm de famílias desajustadas”.

Useiro e vezeiro do Kit Covid — combinação de azitromicina, com ivermectina e cloroquina –, o ex-ministro foi incapaz de criar soluções políticas e técnicas para reduzir o impacto negativo da pandemia na vida dos estudantes.

Como capacho ideológico de Jair Bolsonaro, ainda tentou interferir no Enem, levando à demissão de 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pela prova.

Também fez nomeações polêmicas na pasta, mandou produzir Bíblias com sua imagem para distribuição em eventos e, por fim, acabou pego traficando recursos da educação para prefeituras amigas.

A Polícia Federal pode até conseguir calcular o dinheiro desviado e a propina paga, mas não será fácil medir a extensão dos danos causados pela gestão bolsonarista na educação.

terça-feira, 21 de junho de 2022

Simone Tebet - Renata Lo Prete.

A senadora disse ter confiança de que avançará ao segundo turno, mas falou também sobre o que fará na possibilidade de ficar de fora da disputa.

"Eu posso dizer o que eu não vou fazer no 2º turno: Eu não estarei assistindo na sala, na frente de uma TV. 



Eu estarei em um palanque eleitoral defendendo a democracia e defendendo as propostas de país que possam efetivamente tirar o país dessa vergonhosa estatística de ser um dos países mais desiguais do mundo".

segunda-feira, 20 de junho de 2022

A VIDA É UMA VIAGEM - Por Edmilson Alves


A vida é uma grande viagem que poderá nos levar onde nossa consciência determinar. Poderá ser ao Céu ou ao Inferno! Durante o percurso há estradas íngremes, há testes os mais variados pra que a criatura seja avaliada por Deus, e, pela própria consciência. Deus e o Demônio moram dentro de cada um pra que o discernimento determine a quem deseja servir.

O itinerário necessita de reflexão e questionamento, interrogando o próprio coração –, onde está o amor?

A boa vontade do viajante, dizem os iluminados, é que torna os desafios suaves. Os papeis vividos nessa trajetória são responsáveis pela credibilidade ou o fracasso da jornada. Só aprendendo, verdadeiramente, a amar e a viver em harmonia com as pessoas de próprio gregário‚ nutrem-se a consciência de paz, ampliando a fé e o entusiasmo para vencer os obstáculos naturais da vida!...

O amor é aprendido sendo praticado, é traduzido nas relações interpessoais reais e concretas; é amando sem nada temer, como instrumento de paz, sem a especulação abstrata do interesse que seremos exemplos pra humanidade.

Moro: “O STF acabou perdendo força e legitimidade” - Por O Antagonista.

Em entrevista ao Estadão, Sergio Moro afirmou que o STF perdeu “força e legitimidade” perante a opinião pública. Questionado sobre a PEC elaborada pelo Centrão para anular decisões não unânimes do Supremo, o ex-ministro da Justiça afirmou:

“Historicamente falando, os melhores momentos do STF foram o mensalão e durante a Lava Jato, quando ela era apoiada pelo Supremo. Depois, com a ressalva de que há ministros que sempre defenderam o combate à corrupção, decisões começaram a ser maiorias que enfraqueceram o combate à corrupção. 


O STF acabou perdendo força e legitimidade frente à opinião pública. Isso favorece a apresentação de propostas dessa espécie.”

Moro também foi questionado sobre o fato de Lula liderar as pesquisas de intenção de voto para a Presidência. Eis a resposta:

“Um grande erro. Um grande risco colocar alguém que foi condenado por corrupção em três instâncias e foi beneficiado por um erro judiciário numa posição dessa e com perspectiva de poder”.

domingo, 19 de junho de 2022

UMA ATITUDE DE REI - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Aos 29 anos Pelé foi para a Copa do México de 1970 entendendo o que ela significava para ele.

Encarou de tal maneira a conquista do tri que acabou contagiando companheiros conscientes de ser aquela a última Copa deles.

Casos de Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Gérson.

O que se viu foi uma gigantesca onda em forma de time de futebol.

Como admitiu Eric Hobsbawm, diante da maior Seleção Brasileira de todos os tempos, o futebol inserido como grande arte.

Se poderia esperar por parte de Neymar uma atitude pelo menos parecida?

Futebol o mimado pop star brasileiro possui. O que lhe empresta autoridade para, se quiser, animar o movimento do grupo visando a jornada brasileira no Qatar.

Embora tenha se dedicado ultimamente ao aconselhamento dos mais jovens do escrete, de Neymar não se pode esperar a estatura de Pelé para inebriar um time.

Entre os dois existem diferenças abissais que não permitem comparações.

Há homens que demoram a amadurecer.

Do que gastamos na vida o mais caro é o tempo.

E fica complicado quando o tempo de um astro é ocupado por duas paixões: o futebol e a vida de prazeres nababescos que a riqueza oferece.

E como sentenciou o "Freud brasileiro" Nelson Rodrigues: "As paixões são exclusivas. Duas paixões se excluem pela suspeita da traição."

Visita do Governador - Por Antônio Morais



Quando o Cel Adauto Bezerra era governador do estado, em uma de suas visitas a Várzea-Alegre, o líder do PFL do município Dr. Iran Costa, ofereceu-lhe uma grande recepção, cuja culminância foi um lauto almoço.

A esposa do politico ficou sabendo, não se sabe como, que o governador gostava muito de ribaçã com baião-de-dois. Então, como o deputado Nilo Sérgio participava dos festejos, foi logo encarregado de trazer as avoantes do Iguatu, lugar onde havia baixado um pombal.

Na hora do repasto uma mesona foi servida a capricho e lá estava o pratão de baião acompanhado de uma travessa de colombinas assadas.

Quando chamaram os convidados, o candidato a vereador Zaqueu Guedes, sentou-se bem em frente da travessa de avoantes e atacou-as com voracidade.

A Lais Holanda, esposa do Dr. Iran Costa ficou apreensiva, porque aquele prato ela tinha reservado para o governador e com muito jeito para não melindrar o futuro edil, aproximando-se do guloso, falou baixinho : Zaqueu, o governador gosta muito de avoantes!

E Zaqueu devorando mais uma : duvido que ele gosta mais do que eu!

sábado, 18 de junho de 2022

O Gringo do Crato - Por Antônio Morais


Semana passada, os meninos resolveram passar uns dias em Canoa Quebrada, uma das melhores e mais bonitas praias do Ceara. Levaram-me junto. Um bom passeio, boa acomodação, família reunida, nada mais aprazível. Depois de acomodados foram todos para praia, menos eu, não sou muito chegado as águas do mar.

Em frente a casa onde nos hospedamos tinha um baita de um restaurante, negocio pra estrangeiro, muito chique, luxuoso mesmo, resolvi tomar uma cuba, rum, coca e limão, para lembrar os velhos tempos do inicio da década de 70. Fui ao restaurante, me acomodei numa mesa, e, bem próximo, duas jovens senhoras tomavam uma antárctica gelada e levavam uma prosa. Uma delas, a mais jovem, parecia muito revoltada e passou a dizer palavrões com o marido, namorado ou amante, sei lá.

Dizia: aquele baitola, pensa que eu vou aceitar as farras dele? Eu já renunciei a muitas coisas pra segurar o relacionamento com aquele fresco, e ele o que faz? Casamento não é só uma parte não, vou jogar as coisas dele na rua e ele vai chorar godê e eu não quero mais nem vê-lo pintado na minha frente.

Nessa historia ela contou toda sua verve e eu escutando. Lá pras tantas a outra disse: mulher tu revelou toda tua vida, ele aí escutou tudo. Ela falou: nada mulher, isso aí é um gringo, não sabe nada do que falei. Não segurei, dei uma grande risada e respondi: Você que pensa!
As duas quase se acabam de dar risadas.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Angu com toucinho - Postagem do Antônio Morais.


Contavam-se, e ainda contam, muitas sobre o Major Feitosa, dos Inhamuins. Era deveras obstinado. Certo dia ele mandou uma pessoa ir até a casa do velho Adriano, nas Cajazeiras, município de Mombaça, saber se o mesmo podia ir montar um engenho seu, no lugar Cococi.

Seu Adriano chegou no Cococi, acompanhado de um caboclo par ajudá-lo. Então o Major perguntou-lhes qual a comida que eles gostavam. Seu Adriano, querendo ser agradável e educado, respondeu que gostava muito de um angulzinho temperado com toucinho, e o caboclo, mais apresentado, disse que gostava muito era de arroz, carne e queijo.

Passaram duas semanas trabalhando e todos os dias, no almoço e no jantar, para o caboclo, arroz, carne e queijo, e para o seu Adriano, angu temperado com toucinho.

POR ENTENDER QUE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.



Por entender que beber e comer muito é prazeroso.

Por celebrar, sempre, o fato de estar vivo.

Por entender que a vida tem que ser gasta.

Por tantas horas de futebol e magia.

Por não virar às costas para valores como lealdade, dignidade e honestidade.

Por entender que o grande acontecimento é a amizade.

Por dar o tapete ao invés de derrubar.

Por entender que é possível ser digno e humilde, sem ser humilhado.

Por não me levar, rigorosamente, a sério.

Por entender que vim ao Mundo a passeio, mais que a trabalho.

Por me aceitar piegas.

Por entender que a vida é um "tantinho assim", mas com alegria é muito.

Por não desejar mais do que possuo.

Por entender que não existe paraíso aqui na Terra.

Por entender que o valor de mercado do cronista está na credibilidade.

Por entender que não é só a história que importa e, sim, como ela é contada.

Por entender que é preciso saber envelhecer.

Por entender que o amor é mais forte do que a morte.

Por entender que a família é porto seguro.

Por catalogar um bocado de defeitos.

Por ser filho de dois, pai de cinco e avô de cinco.

Por "causa disso, daquilo e daquilo outro" é que ainda estou por aqui.

E não é não?

quinta-feira, 16 de junho de 2022

No Inferno - Postagem do Antônio Morais.


Estava fazendo um grande verão, a lavoura já secando, mas, todas as noites avistavam um relampinho bem longe no rumo do nascente. Amanhecia o dia e nada de chuva.

O Chico Biloto, um caboclo de Várzea-Alegre aproveitando a viagem que o velho tropeiro Antônio de Gonçalo teve que fazer ao Aracati, a fim de comprar sal, em costas de burros, disse para a mulher: “Rosária, eu vou "pru Aracati tombem", quero vê onde diabo é aquele relampo de todo dia".

Chegou no Aracati, sempre avistando o relampinho em frente. Deixou o companheiro e foi até a beira da praia, e de lá avistou o mesmo relampinho bem longe, no alto mar.

Danadinho de raiva voltou. Quando chegou em casa a mulher perguntou: “adonde é o relampinho, Chico?

E ele ainda com muita raiva, respondeu: “no inferno...A mulher que era muito católica, começou a se benzer, dizendo:  Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria...”

Pintadinha - Por Antônio Morais


Casa do Major Feitosa  no Cococi.

Cococi  foi cidade localizada  nos sertões dos Inhamuís de 1954 a 1968.  Hoje é um distrito fantasma. Quando cidade teve dois prefeitos, o Major Feitosa, seu fundador  e Leandro Custodio, também da família Feitosa..
Naquele tempo palavra data era cumprida. Certa vez o Major Feitosa, do Cococi, estando de saída para a cidade de Tauá, disse para sua mulher, também da família Feitosa, que a primeira rés que descesse para a bebida mandasse matar.
A primeira que desceu foi justamente a de sua estimação, de nome “Pintadinha”, mas como a palavra dele tinha que ser cumprida, ordenou que matassem aquela mesma.
A tardinha, quando o Major voltava da cidade, de longe avistou o couro da “Pintadinha” dependurado no Juazeiro na frente da casa.
Assustou-se, chegou logo e perguntou o que tinha havido com a “Pintadinha”, e a mulher respondeu que era porque tinha sido a primeira rés que desceu para a bebida.
Ele não disse mais nada, porém, todas as tardinhas se encostava ao pé do juazeiro, o tempo todo passando a mão no couro da vaca, dizendo: “É, você vexou-se”

História de sertanejo - Por Antônio Morais.


 Historias de Sertanejos - Antonio Morais.

O Cacimiro Bento, do Açude Velho, município de Piquet Carneiro, de início, era uma pessoa normal. Casou-se, nasceram muitos filhos, porém depois de quarenta anos, apareceram uns problemas e ficou amalucado. Não era totalmente débil mental, mas, muito ingênuo mesmo. As conversas dele não tinham pé nem cabeça. Enviuvou, e passou a morar na casa dos filhos, uns dias na de um, outros dias na casa de outro, e assim por diante.

Quando se encegueirava por uma coisa não tinha quem o arredasse. No começo da década de 1940, cismou de ir passar uns meses na casa de uma filha em São Paulo. Insistiu até arranjarem dinheiro para ele viajar, àquela época de navio, em companhia de pessoas conhecidas. Passou por lá um ano ou mais e, de novo, começou a insistir para voltar. Era no quente da segunda grande guerra, de vez em quando se sabendo notícias de navios afundados pelos alemães, por isso, a filha temia em deixar seu pai viajar de navio, pois, naquele tempo não havia outro meio de transporte, porém, insistiu tanto que o jeito foi ela concordar embora sabendo do grande perigo.

Arranjou passagem, embarcou ele no porto de Santos e telegrafou para a família. Aconteceu que com oito ou nove dias de viagem o navio foi torpedeado. Correu a notícia: “o navio que Cacimiro viajava afundou e não se salvou ninguém”. A família em Piquet Carneiro quando soube, ficou muito aflita e botou luto. Passados uns dois ou três anos, eu estava um dia hospedado na casa do meu parente, o Chico do Zeca, em Fortaleza, saí pra rua e quando voltei avistei o Cacimiro bem sentado na casa onde eu estava hospedado, e sem querer acreditar, perguntei: “É o Cacimiro Bento mesmo?” E ele com aquela mesma cara de pateta, só fez dizer “éééé”.


Ai fomos quebrar cabeças para saber como foi que ele se salvou do naufrágio do navio. Ele contou uma estória que quase não acabava mais e no final tiramos à conclusão de que o caso aconteceu mais ou menos assim: quando o navio chegou ao Rio de Janeiro demorou um pouco; o Cacimiro então saiu e foi pedir para um rapaz desconhecido trocar uma cédula de dez mil réis; o rapaz respondeu que não podia, mas, se ele quisesse ia ali trocar o dinheiro e voltaria já; ele concordou e depois de esperar muito pelo rapaz, faltou à paciência e saiu para procurá-lo na rua; nem encontrou e nem acertou mais voltar; começou a se lastimar de rua em rua, até que um senhor se compadeceu e o levou para a casa, onde ficou trabalhando, zelando o jardim; depois, este mesmo senhor arranjou uma passagem e o mandou para o Ceará, visto que a guerra já havia terminado.

Passou mais de três anos na casa desse senhor. No dia seguinte viajávamos de trem para o interior, sentados na mesma cadeira, e de vez em quando eu o notava querendo rir. Perguntei-lhe porque estava rindo e ele respondeu: “maginano, quandeu chegá lá, o avoroço do povo cum medo deu”....

quarta-feira, 15 de junho de 2022

FAZER O QUE O “CORAÇÃO” PEDE - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Mudar as coisas, a partir dos outros, é a coisa mais fácil do Mundo.

"Dar de pau" em cima de um treinador que se transfere de um clube para o outro é atitude de torcedor, mesmo.

Ou não seria tão simples assim ?

A mídia esportiva se ocupa deste tipo de assunto, dando-lhe, a exemplo do torcedor, ares de luto pela "perda".

Chega mesmo a tomar partido.

Em outras atividades, as transferências, por mais milionárias que sejam, são encaradas com naturalidade.

No futebol, quando um treinador troca de clube é logo tratado como antiético, covarde, mal agradecido e outras "adjetivações".

Na demissão, não vai nenhuma tinta para o gestor que o despacha. "Normal", dizem logo.

Isso tudo alimenta uma mania do futebol brasileiro: a compulsão pela demissão de treinadores.

Mas, tem uma coisa nova nessa questão: o torcedor não pede nas arquibancadas apenas a cabeça do treinador. A do dirigente pode seguir, também, como brinde.

Como recheio de toda essa muvuca, segue outro hábito: o de contratar técnicos que falem outra língua.

Até os que falam javanês estão perfeitamente habilitados. A barreira da língua não é problema.

Sim. O Dorival Júnior afirmou que fechou com o Flamengo porque o seu coração pediu.

E aí, qual é o problema de uma pessoa ter o seu coração no bolso ou na necessidade do estrelato?

O entrar e sair do futebol é que não pode gerar consternação.

Ouçamos o nosso coração.

Depois, vocês me dizem.

Ramiro, o belo - Por Xico Bizerra



Ramiro era muito feio e todos os bonitões da cidade riam de sua feiúra. Descaradamente. Até os que também eram feios riam de sua feiúra, tão feia que era. 

Ele não se importava e seguia a vida, carregando bagagens na estação de trem, trabalhando como chapeado: era assim que se chamavam aqueles que transportavam malas, identificados por um número na chapa de bronze colada ao quepe: o seu era o 341.

Um dia Ramiro ganhou de um viajante um espelho encantado que refletia a alma das pessoas que nele se olhassem. 

Ramiro olhou, viu-se e passou a rir da feiúra de todos os bonitões da cidade. Discretamente, sem que ninguém percebesse que estava rindo. 

Como era feio aquele povo! Como era belo o Ramiro!

Personalidades Lavrenses - Por Maria Glaudia Ferrer Mamede

Dr.  Ildefonso Correia Lima,  médico filho de Fideralina Augusto Lima.

  Casa da Fazenda Tatu - pertencente a familia.
Primeiramente, falarei de Fideralina Augusto Lima, nascida em Lavras da Mangabeira, em 24 de agosto de 1832 e ali falecida, em 16 de janeiro de 1919. É uma das figuras políticas mais fortes do Ceará e simboliza a época do mandonismo e da força. Segundo o historiador cearense Raimundo Girão Barroso, foi ela “valente espírito feminimo a quem muito interessava a política cearense”. O poeta Gentil Augusto Lima, em conferência pronunciada na Associação de Imprensa da cidade fluminense de Campos dos Goitacases, assim se referiu a Fideralina: “mais brava e de muito mais valor do que Bárbara de Alencar e, ainda do que Anita Garibaldi”. A ilustre romancista cearense e membro da Academia Brasileira de Letras, Rachel de Queiroz, descreveu Fideralina como “uma espécie de rainha sem coroa, uma legenda”, porque “das margens do São Francisco aos seringais do Amazonas, a sua palavra era lei”. Fideralina era possuidora de vastos domínios territoriais. Estabeleceu-se, em Lavras e sua residência de campo era no sítio Tatú, naquele município. Viveu no tempo em que o cangaço era a lei única e nem o exército podia com os jagunços armados. Dona Fideralina também se cercava de cabras armados, para defesa dos seus e de sua moradia. Como era autoritária, teve muitos inimigos que lhe levantaram calúnias e foi motivo de lendas. Diziam que ela rezava o rosário num terço feito com as orelhas dos seus inimigos e que a frase sacramental usada pelos seus capangas, antes de darem o golpe mortal nos inimigos era a seguinte: “Está aqui o presente que Dona Fideralina lhe mandou”. Tinha ela grande poder político em Lavras da Mangabeira. Mandava, com absoluta liberdade, embora nunca tenha sido investida, legalmente, em cargo público. Um fato que a enlutou e a fez recolher-se por uns tempos, foi o de ela ter, em comum acordo com o filho, coronel Gustavo Augusto Lima, em 26 de novembro de 1907, determinado, pela força imperante do bacamarte, a retirada do seu outro filho Honório Correa Lima, do cargo de intendente. Havia entre eles um desacordo sobre os interesses políticos. Fideralina encarnou as instituições políticas vigentes em sua época. Latifundiária, garantiu a sobrevivência do feudo, com o trabalho escravo. Tinha homens ágeis no trabuco e cangaceiros destemidos, como Antonio Preto e Miguel Garra. Relegou a liteira, usada em sua época e transportava-se, do sítio Tatú para a cidade, no lombo de possantes cavalos, sempre com um bacamarte atravessado na lua da sela. Dona Fideralina transmitiu aos seus descendentes o gosto pela política. Três dos seus filhos foram deputados estaduais; dois bisnetos foram senadores e muitos outros têm exercício cargos de destaque na vida política, administrativa e econômica do Ceará. O poder, inicialmente instituído em Lavras, para defender o feudo do clã dos Augusto, transferiu-se, por força da sucessão hereditária, para a esfera política e administrativa da Vila de São Vicente das Lavras, nome primitivo de Lavras da Mangabeira. Muitos membros da família exerceram cargos políticos em Lavras da Mangabeira e no estado do Ceará.
Coranel Gustavo Augusto Lima. Dando um salto na história, apraz-me, agora, falar sobre Raimundo Augusto Lima, filho do coronel Gustavo Augusto Lima e neto de Fideralina. Nasceu Raimundo Augusto, no dia 21 de junho de 1887. Abro aqui um parêntesis para dizer que meu pai Anselmo Teixeira Férrer, morou, muitos anos, durante a adolescência e a juventude, com Raimundo Augusto e sua esposa Cira Férrer ( irmã de Anselmo) e por eles nutria um amor filial. Eu, também, tive muito contato com tio Raimundo. Na minha infância, até os dez anos, freqüentava os sítios São Domingos e Santa Inês, de propriedade do mesmo e relembro, com prazer, as moagens de cana, o fabrico da rapadura e dos bem elaborados e deliciosos alfinins. Raimundo Augusto era um homem forte, conversador, diligente, respeitado e querido de seus correligionários. Em sua casa grande, na rua do Alto, hoje rua Hilda Augusto, todos os dias, a grande mesa, de cerca de 5 metros de comprimento, ladeada de bancos rústicos, ficava cheia de pessoas amigas, para o almoço do meio-dia e, à tardinha, para se saborear a excelente sopa, elaborada sob as vistas da incansável tia Cira. A freqüência de pessoas à casa de Raimundo Augusto era tão intensa que, às vezes, sua família reclamava da falta de privacidade para as refeições e as conversas mais íntimas. Entretanto, isto era inevitável, face ao grande sentimento de simpatia que o coronel Raimundo Augusto inspirava na população lavrense. Fecho, aqui, o parêntesis em que relatei minhas recordações de infância. Após a morte de seu pai, Gustavo Augusto Lima, em 28 de janeiro de 1925, assassinado em pleno centro comercial da capital do Ceará, o coronel Raimundo Augusto Lima assumiu o domínio absoluto da política, em Lavras da Mangabeira, domínio esse que perdurou por meio século, assegurando o poder oligárquico de sua família. Assim, sua existência foi cheia de prestígio mas muito tumultuada, politicamente. Seus inimigos políticos mais notáveis foram os filhos de Dulcéria Augusto de Oliveira, “a velha Pombinha”, irmã de Fideralina: os coronéis José Augusto de Oliveira e Antonio Augusto de Oliveira, o primeiro dos quais liderou, em Lavras, a militância oposicionista contra o coronel Raimundo Augusto Lima. Este, entretanto era homem forte e de prestígio, tanto que em 1926, ele, com um pequeno exército armado perseguiu os revoltosos da Coluna Prestes, em Senador Pompeu, outro município cearense, ganhando a simpatia do então presidente do estado do Ceará, José Moreira da Rocha. Em junho de 1927, Raimundo Augusto enfrentou o temido ”rei do cangaço”, Lampião, expulsando-o, com grande valentia, de sua terra. Um fato curioso é que após a contenda, Lampião se tornou amigo de Raimundo Augusto, embora respeitando-o e temendo-o, pois nunca mais se atreveu a invadir suas terras. Tanto assim que o sanfoneiro Antonio Ferreira, irmão de Lampião, assim cantava: “Lampião bem que disse/ que deixasse de asneira/que passasse bem longe/de Lavras da Mangabeira.Com a Revolução de 1930, que levou ao poder Getúlio Vargas, a situação política do Brasil se modificou bastante. Durante 15 anos governaram os Estados interventores do Governo Federal. O primeiro interventor do Ceará foi Fernandes Távora. Távora durou pouco no poder, pois continuou com as práticas clientelistas e corruptas da Velha República. Nesta época, Raimundo Augusto era prefeito de Lavras da Mangabeira a qual foi invadida por ordem de Fernandes Távora, pelo 23º Batalhão de Caçadores. O coronel Raimundo Augusto evadiu-se, deixando a cidade vazia e o batalhão do exército desnorteado. Localizado, foi perseguido pelas tropas e afinal, detido, em Juazeiro do Norte. Conduzido preso a Lavras da Mangabeira, Raimundo Augusto foi recolhido à cadeira pública local. Seu patrimônio foi, então, dilapidado, e incendiadas as suas propriedades, pelo alto comando revolucionário. Livre da prisão, ele deparou-se, em 26 de junho de 1932, com o tenente Veríssimo Gondim que, por ordem expressa do chefe de polícia do Ceará, tentou algemá-lo para, assim, conduzi-lo a Fortaleza. Raimundo Augusto reagiu, com destemor e feriu, mortalmente, o tenente Veríssimo. Levado ao tribunal do júri, foi absolvido, por unanimidade, graças, sobretudo, ao brilhante desempenho de causídicos renomados que o defenderam. Em 1934, vitoriosa a Liga Eleitoral Católica, foi nomeado prefeito de Lavras o irmão de Raimundo Augusto, João Augusto Lima, que deu continuidade ao domínio político da família.

  Coronel Raimundo Augusto Lima. Em 14 de dezembro de 1937 foi nomeado prefeito de Lavras o acadêmico de Direito Vicente Férrer Augusto Lima, filho de Raimundo Augusto e de Cira Férrer .Assim a estrela dos Augustos voltou a brilhar, mais intensamente, pois ficou no cargo até 17 de novembro de 1945. Vicente Augusto nasceu em Lavras no dia 19 de junho de 1915 e morreu em Fortaleza no dia 1º de janeiro de 2004. Era um homem de fino trato, inteligente e de grande manejo político. Filiou-se ao PSD e foi deputado Estadual por várias períodos legislativos de 1947 a 1963, foi Senador da República , em 1964. De 1967 a 1971 foi Deputado Federal. Exerceu vários cargos de coordenação administrativa no Ceará. Mas apesar de suas inúmeras atribuições, nunca se desligou de Lavras da Mangabeira, sua terra amada e seu maior reduto eleitoral. Como jornalista escreveu vários trabalhos publicados como “Controle da Administração Municipal”, “Questões de Direito Público”, “Mandado Político Usurpado”, “ Evolução de Rendas Municipais”, entre outras.

 
Senador da Republica Vicente Augusto Ferrer Lima.
Em 1947, foi a vez do Dr. Gustavo Augusto Lima ser eleito prefeito de Lavras da Mangabeira. De 1951 a 1955, o poder passou, novamente, às mãos de Raimundo Augusto Lima. Em 1958, Raimundo Augusto foi eleito, mais uma vez, ficando no poder até 1963. De 1963 a 1967 foi prefeito de Lavras Dr.Aloysio Teixeira Férrer, sobrinho de Cira Férrer Augusto Lima. A derrocada da velha oligarquia dos Augustos teve início em 15 de novembro de 1970, quando foi eleito para o biênio 1971-1973, pela ARENA 1, Wilson Sá, para prefeito de Lavras, derrotando seu adversário Gustavo Augusto Lima. Raimundo Augusto Lima foi, indubitavelmente, um dos mais importantes coronéis do sertão nordestino, no século XX. Após uma vida cheia de privilégios, prestígio e fartura e muito sofrimento em prol da política, faleceu Raimundo Augusto Lima, em Lavras da Mangabeira, no dia 3 de julho de 1971. Deixou o exemplo de muito amor à sua terra e um traço de muita aflição e de sofrimento a toda a sua família, tudo encarado, pelo grande patriarca, como um destino e um desafio a vencer. Maria Glaudia Ferrer Mamede.

terça-feira, 14 de junho de 2022

A propaganda não resolve - Por Diogo Mainardi.

Jair Bolsonaro vai mal nas pesquisas porque a maioria dos eleitores sente nojo dele. Não se trata de uma questão de marketing. Quatro anos de descalabro absoluto não podem ser cancelados por uma campanha de propaganda.

Diz o Estadão:

“Antes mesmo de sentar na cadeira, Fábio Wajngarten já trabalha na campanha de Jair Bolsonaro. Na sexta, negociou com a TV Record a inserção do presidente ao vivo dos EUA, durante a Cúpula das Américas. Ontem, se reuniu com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o marqueteiro Duda Lima, que trabalha para o partido e é responsável pelos comerciais no rádio e na TV. Uma pesquisa qualitativa feita pelo PL mostra o presidente mal avaliado entre eleitores em razão de ataques às urnas eletrônicas e ao STF. 

Wajngarten promete fazer a articulação entre a campanha e o Planalto, mediando o conflito entre os dois filhos do presidente, Carlos, que cuida das redes sociais, e Flávio, que anda colado na turma do PL.”

Os jornais dizem que há um conflito entre Carlos e Flávio. O fato, porém, é que isso não importa, porque o bolsonarismo deixou um rastro de 700 mil mortos, que não vai ser apagado com um comercial de 30 segundos recitado por Michelle. 

Wajngarten pode até faturar um tutu, mas não vai resolver nada. Todos os publicitários sabem que, quando o produto é uma porcaria tão grande, não há propaganda que funcione.

Crônica de Domingo - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Escrevo no dia dedicado à liberdade de imprensa e o faço antes que os cancelamentos nos atinjam.

Estou exagerando? Nunca se sabe, "meus amor".

Basta de engodo. Vou falar "essa vez" e em outras, quando for necessário.

O amigo avisa, sempre.

Sobre a vídinha que levamos no Brasil, vou logo dizendo o seguinte: não adianta ouvir os ventos das ruas. Nem eles sabem, ainda, para onde devemos ir.

Tá o maior vacilo.

Os nossos graves problemas não são enfrentados e o pior: não se consegue algemar a inflação.

Os debates são estéreis, as pessoas abandonam a reinvindicação e há quem ache o silêncio uma resposta.

Incontáveis as vezes em que afirmo: o Brasil não tem povo. Tem população.

Povo tem noções de cidadania, reflete antes de agir. Não vai apenas para onde o nariz aponta.

População é massa manipulável.

Não adianta dar aulas de economia na TV, se falta comida e sobra depressão.

Daqui a pouco, as ruas serão pequenas para tantos moradores ao relento.

As boas ideias e ações precisam ser acompanhadas de comida. O estômago não espera por blá, blá, blá.

Não vejo preocupação se a morte tem pouca idade.

Só há uma certeza, nesse cenário: a solução não está na fartura de bundas exibidas, nem tampouco em show de cantores sertanejos.

Que muxôxo!

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Pergunto ! - Por Antônio Morais

Os de Varzea-Alegre conhecem a memoria de Geraldo Teté e o carisma do Amadeu. Gostaria de saber se algum leitor já viu um "suvaco tão bem ritimado" Quanto o de Geraldo Teté.

Moro falará na terça-feira sobre futuro político - Por O Antagonista.

Sérgio Moro falará apenas na próxima semana sobre seu futuro político nas eleições de 2022. O ex-juiz federal e ex-ministro convocou uma entrevista coletiva em Curitiba, às 11h de terça-feira (14), para o tema.

Na coletiva, Moro estará acompanhado de líderes locais e nacionais do seu partido, o União Brasil. Luciano Bivar, Antônio Rueda e o deputado Felipe Francischini devem estar ao lado de Moro na coletiva.

Este será a primeira manifestação oficial do ex-juiz federal depois que o Tribunal Regional Eleitoral - TRE de São Paulo barrou seu registro de domicílio eleitoral em São Paulo – o que o impediu de concorrer ao cargo de senador pelo estado. 

Na ocasião, ele se disse “surpreso” com o julgamento.

sábado, 11 de junho de 2022

Crônicas e contos - Por Pedrinho Sanharol.

Dr. José Sávio Pinheiro, foto,  médico, escritor e membro da academia brasileira de cordel e do Instituto Cultural do Cariri. E, meu conterrâneo e meu amigo.

Faz, em boa hora, uma advertência - "O remonte".

O político faz seus cursos,

Postais e por reembolsos,

Onde aprende a ajustar,

Os paletós em arcabouços,

E a remontar suas calças,

Afundando mais os bolsos.

Faz bom uso da cueca,

Das meias, do paletó,

Da pasta, que traz na mão,

Repleta de ouro em pó,

E vendo a impunidade,

Nem pensa no xilindró.


Mas, o povo está atento,

E demonstrando atenção,

Pra remontar o Congresso,

E os gestores da nação,

Mesmo que seja levado,

A não votar em ladrão.


Se votar ficou difícil,

Para o eleitor, que é franco,

Agarre-se em qualquer coisa,

Mas, não caia do barranco:

Vote num homem honesto,

Ou apenas, em seu Branco!

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Ciro é melhor do que um tiro - Por Diogo Mainardi.

“O Brasil precisa de uma boa cadeia para gente desse tipo. É preciso cassar e botar na cadeia esse maluco.”

O maluco era Jair Bolsonaro. Quem sugeriu cassá-lo e botá-lo na cadeia foi Ciro Gomes, em meados de 1993, depois que o maluco defendeu o fechamento do Congresso Nacional e a volta da ditadura.

Ciro Gomes, nesta semana, reproduziu no Twitter um retalho do Jornal do Brasil daquela época, no qual o episódio é noticiado. Em 2023, com trinta anos de atraso, Jair Bolsonaro finalmente poderá ser preso. Mas é claro que, se os brasileiros tivessem feito o que Ciro Gomes sugeriu lá atrás, cassando o mandato do maluco e botando-o na cadeia, uma calamidade teria sido evitada. É claro também que deveríamos ter ouvido seu diagnóstico certeiro sobre a saúde mental bolsonarista. Dois pontos para ele.

Concluo minha coluna na Crusoé dizendo:

Entre Lula, Jair Bolsonaro e um tiro na nuca, o tiro na nuca é incomparavelmente melhor. 

Ciro Gomes equivale a um tiro na nuca. De certa maneira, ele é até preferível a um tiro na nuca.

PARABÉNS AO NETO ISRAEL - Por Antônio Gonçalo de Sousa.

Hoje, 10.06.2022, nosso único neto e o caçula de um total de três, está completando um ano de idade. Estamos contentes por sua existência e pelas primeiras compreenções que deixa transparecer, quando nos olha fixamente e abre o seu sorriso ingênuo.

Esperamos que Israel tenha uma vida próspera, com saúde paz, fé e coragem. Que Deus lhe  apresente bons caminhos na sua jornada, sabendo aprender com o tempo e a ser humilde para ensinar aos semelhantes o que a consciência lhe apresentar como ideia nova, boa e próspera.

Faremos o máximo de esforços para lhe apoiar no que for possível e que se nos apresente como coisa viável e dentro do projeto do Grande Criador. Julgamos que até agora o que fizemos foi pouco, mas suficiente para acreditarmos que o passado foi bom e que as perspectivas do futuro são promissoas.

Nesta data, não haverá festa maior do que essa oportunidade de externar esse humilde contetamento de estar com você e seus pais, para abraçá-lo e, mesmo que ainda não nos compreenda, no futuro, saiba que contaremos com vocês. 

Parabéns, Israel....Com Deus