Ontem foi dia de festa em nosso lar. Nosso andarilho que há dez meses não dava o ar da sua graça, veio nos visitar e trouxe muita alegria. Fez festa para cada um de nós.
Foi assim: No início de 2008 nos presentearam com um lourinho, mas procuramos adaptá-lo sem o recurso da gaiola e ele transitava pela casa livremente, pousando na cabeça até das visitas, que as vezes se assustavam pelo inesperado, e muitas faziam questão de ser fotografadas com ele em sua cabeça.
No início ele circulava apenas dentro de casa, mas em 2009 passou a sair para o mato e lá ficava durante o dia. Retornando à tardinha, adentrava a casa e ia parar na lavanderia, usando o varal para pernoitar. Comia e dormia, e na manhã seguinte, a mesma coisa. Assim o tempo foi passando.
Até que certa manhã saiu e passou dois dias sem retornar, e nas suas idas e vindas, cada vez demorava mais dias, às vezes até uma semana. E ficávamos preocupados com a sua segurança. No final de janeiro de 2009 ele partiu e desta vez levou a mala. Sentimos muita saudade e sempre ansiosos esperávamos sua volta, pousando na sua árvore predileta em nosso quintal e gritando para chamar a nossa atenção como de costume. Mas ele não veio!
Foram dois longos meses de espera quando certo dia, na Sexta Feira Santa, cedinho ele chegou e ficou por oito dias aproximadamente. Mais uma vez foi embora, retornando sempre em dias inesperados. Um dia de agosto ele saiu e desta vez achamos que o havíamos perdido, pois os dias se escoaram lentamente, transformando-se em semanas e meses e ele não aparecia.
Nosso melhor presente no dia de Natal de 2009, foi quando o avistamos em sua árvore preferida cantarolando, chamamos e se fez de difícil, demorou mais de uma hora para pousar em nossa cabeça, Sim ele pousava sempre na minha cabeça ou da Valdênia e ai entrávamos em casa naturalmente e ele ia se alimentar também no seu lugar de costume: Sobre a mesa de jantar.
Desta vez ficou durante o Natal e Ano Novo, foi uma alegria sem fim para toda a família e os nossos netos vibraram com a visita.
E assim passou conosco o natal e o ano novo, e no dia dois de janeiro deste ano foi embora e em vão procurávamos ao menos ouvir o seu gorjeado lá no mato, mas devia ter ido longe. Nunca mais voltou! Perdemos a esperança de rever novamente nosso querido lourinho! Mas ele é um ser da natureza, e lá é o seu habitat natural. Ficamos tristes, muuuito tristes, mas conformados.
Mas ontem 25/10, para nossa surpresa, ele passou o dia cantarolando em nossas arvores. Conhecemos ser ele, mas estava muito alto em um pau darco, e os nossos netos tudo fizeram para ele descer e não conseguiram. Ao chegar da rua, vi um neto de oito anos com uma banana descascada na mão, choromingando e dizendo: “Vô, tô a tarde toda chamando o lourinho pra comer e ele não vem”! Fiquei penalizado!
Então fui verificar se era ele mesmo e o chamei. Em menos de um minuto ele veio e pousou em minha cabeça, e como de costume entramos em casa, e hoje no café da manhã foi aquela festa, todos: netos e filhos vieram visitá-lo, e não ficou arredio nem demonstrava insegurança, todos queriam tocá-lo e assim o fizeram. Tomou café com leite e comeu tapioca com requeijão.
Neste momento está ele em meu ombro, enquanto digito essas linhas, para dividir com vocês a alegria que sinto pela honrosa visita. Não sabemos quanto tempo durará a sua estadia, mas, seja quanto tempo for, um dia, dois, três, ou mais, não dá para descrever o bem estar que este lourinho transfere a todos. E olhe, ele pousou para muitas fotos das quais algumas divido com vocês.
Agora pergunto: Como a ciência explica esse fato? – Sábia é a mãe Natureza!
É...
ResponderExcluirPois é compadre, espero que alguem tente explicar o comportamento deste lourinho.
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Ei cara,
Quem te matou foi a Tatiana, não foi a Adriana. Agora explique isso ai para os leitores.
Te vira! Qua qua qua.
Abraços do
Vicente Almeida
Prezados amigos do Blog.
ResponderExcluirHoje pela manhã, eu voltava dirigindo do Juazeiro e o celular tocou. Parei o carro no acostamente e o meu querido amigo e compadre Vicente disse do outro lado da linha: compadre, olha, eu... Notei que alguma coisa estava acontecendo porque o meu amigo estava estremamente feliz.
Então ele queria me contar a historia da Tatiana. Hoje cedinho a Tatiana ouviu pelo Radio a noticia da morte de Antonio Brito de Morais e atribuiu a mim, e, foi dar a noticia ao pai. Desfeito a confusão, eu que pensava que a felicidade do compadre era por a historia não ser verdade, concluir então, que sua alegria era por conta da volta do lourinho Andarilho.
Voce me paga Tatiana.
É...
ResponderExcluirMorais:
Até o presente, ninguem se habilitou a me dar qualquer explicação sobre a história do meu lourinho, nem mesmo os entendidos da área. Esperei que alguem com conhecimento ou algum ecologista se manifestasse.
E mais uma vez, enquanto digito ele está aqui no meu ombro e a janela aberta.
Encontrei em minha coletânea de provérbios ou pensamentos, como queira, uma frase que esclarece literalmente o comportamento dele:
"Amo a liberdade, por isso deixo livre tudo que tenho... Se voltar é porque conquistei, se partir é porque nunca possuí"! Anônimo
Hoje pela manhã estive pela rua e pelo menos seis pessoas, me disseram haver lido a história, e o Professor Jurandir Temóteo vai incluir em seu próximo livro "A Provincia"
Abraços do
Vicente Almeida
Pois é Vicente. O Andarilho cativa qualquer um. Não se sabe ao certo quem é mais carinhoso: se ele ou se vocês.
ResponderExcluirParabéns.
Meu compadre - Nós somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos. A saudade é a memória do coração, é parcial e seletiva e costuma lembrar mais os momentos felizes.
ResponderExcluirLegal compadre. Você resgatou algo já quase esquecido: Meu andarilho. Bons tempos aqueles.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Vicente Almeida