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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CONTO DE CARNAVAL Por Raimundinho Piau


A nossa Charanga foi uma batucada, criada para animar os carnavais de rua e os jogos de futebol de salão em Várzea Alegre.O grupo era composto por:Luís Filho, Marconi Proto, Célio e Tércio Costa, Mario Leal, Noberto Rolim, Joemilton Martins, Gonzaga Teixeira, Nilton Freire, João Piau e outros, inclusive esse contador de causos.Nos ensaios nós procurávamos locais reservados, para que nos dias de desfiles, o público tivesse novidades. Uma vez nós estávamos na busca do local para o ensaio, quando Nilton falou:
- Nós podemos ensaiar na casa de Dona Maria Edite, eu arranjo a chave.
Eu perguntei: - E ela não acha ruim não?
- Não que a casa tá alugada a papai.
Nós entramos e fechamos a porta da frente com muito cuidado para que não entrasse curiosos. Com a gente estava o saudoso Fernando de Raimundo Leandro, que nós chamávamos carinhosamente de Castelo Branco. O garoto contava apenas com quatro anos mas não perdia um ensaio da Charanga.Armamos a nossa tenda na sala onde hoje funciona os estúdios da rádio Cultura. Começamos a tocar quando de repente eu notei um claro no corredor. Olhei para a porta e vi entrando Dona Maria Edite vestida de preto, que era luto de sentimento por uma pessoa próxima. Vendo aquela visita entrando eu gritei:
- Lá vem Dona Maria Edite!
Dizendo isso eu corri pela parte traseira da casa, escalei o muro que dava acesso a minha casa e notei que Noberto Rolim ia logo atrás com um surdo de mão quase do tamanho dele. João Piau e Tércio Costa entraram num chiqueiro e ficaram escondidos atrás de uma pilha de pneus velhos. Gonzaga Teixeira que não sabia nadar, pulou o muro depois pulou uma cerca de arame e saiu nadando na lagoa de São Raimundo. Depois foi bater na casa do Sr. Matias onde ficou escondido. Mário Leal pulou para a casa de Valdeliz e enrolou-se no pano de Jesus Cristo, Que era um cenário que Jesus usava nas fotos de primeira comunhão. Só que depois Mário disse, que teria sido melhor enfrentar Maria Edite. Joemilton e Luís Filho, saíram pulando muros até chegar no Recreio Social.Só quem ficou para encarar a proprietária, foi Marconi, Célio e Nilton. Enquanto Marconi e Célio pediam desculpas e Nilton gritava:
- Mas a casa não tá alugada a papai?
- Tá mas eu aluguei foi para morar, não foi pra bater macumba não. E ainda mais que estou de luto.
Enquanto isso eu fui chegando pela porta da frente, com jeito de curioso. A proprietária apontou o dedo na minha direção e falou:
- Taí outro irresponsável sem futuro Na minha reação eu falei:
- Êpa! Eu não tenho nada a vê com isso não. Eu tou chegando agora.
- Tá chegando agora porque atrasou-se. Mas você faz parte da mesma gangue. Com aquela zoada o nosso amiguinho Fernando chorava que desciam lágrimas. Eu peguei o garoto nos braços, me aproximei de Maria Edite e falei:
- Tá vendo o que a senhora fez? A criança chora que corta a voz.
- E eu com isso? Eu não sou babá não. Tá com pena leve ele pra sua avó dar de mamar.
Reprisado para: Luís Gonzaga Teixeira ( Padeco ) e Noberto ( Sibitim )

SONETOS. MOMENTOS.

Dedico à Fran Pinheiro


SAUDADE


Estou a te esperar desde o momento

Daquele longo dia em que partiste.

No mundo, fiquei só... E muito triste!

Revendo o nosso amor... Só em pensamento!


Não tive uma alegria ou encantamento

Um minuto, sequer, tu me feriste!

Num manto de saudade me cobriste

Roubando a minha paz, isto eu lamento!


Porém, no soluçar da longa espera

No leito encouraçado da quimera

Eu vi o que é sentir recordação.


Olhando para um céu de brigadeiro

Eu vi o meu amor descer ligeiro

Daquele imaginário avião.



PORTO


A musa, em triste hora, entra em mar bravio

Pensando ter o oceano águas cristalinas

Repousa em muitas ilhas e tantas salinas

Porém, o seu coração está sempre a fio.


Nas suas vãs lembranças com muito arrepio

Faz brotar de sua mente recordações finas

Contudo, lá no meio de tantas grã-finas

Retorna ao bom passado e nutre um desafio.


Sem ter medo do tempo e com voracidade

Grita forte pra o mundo e também pra nós:

- Vou viver minha vida e ter felicidade!


Na terra de seus pais e de suas avós

Repete esta façanha com simplicidade:

- Abraço o meu amor e digo: ENFIM, SÓS!



ACRÓSTICO EM SONETO


Fico feliz em poder te abraçar

Razão verdadeira da minha vida!

Amor, que me faz tanto meditar,

Nina amorosa, jamais esquecida.


Eternamente, conduzo a você

Um bom presságio, um amor infinito!

Tamanho querer no céu não se vê...

E aqui, neste mundo, é tão circunscrito!


Acreditando num amor de verdade

Mando-te um recado do coração

Oh, princesinha, que tenho saudade:


Aquecendo o corpo com a tua feição

Mexo na mente com tenacidade

Oásis de amor, ternura e paixão!



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

SEXTA DE TEXTOS – Sávio Pinheiro


NONATO LUIZ

Caríssimos amigos,

Logo mais, às 19h30, no Centro Cultural BNB de Juazeiro do Norte, se apresentará o genial violonista Nonato Luiz, do nosso querido Ceará. Músico que encanta com o seu instrumento e a sua simpatia admiradores em todo o planeta. Apresentação imperdível.

Apresento dois poemas antigos, escritos em épocas diferentes, em sua homenagem.

NONATO IMORTAL

Quisera eu, ser
Um ávido organismo unicelular
A bipartir-me por divisão binária.

Quisera eu, estar
Na tentativa biológica suprema
De permanecer no amanhã triunfante
Da imortalidade.

Quisera eu, morrer e viver,
No amanhã. Distante do hoje,
Que eu existo.

Quisera eu, recriar-me
Na memória dos descendentes
Como o fez Beethoven, Bach, Chopin.

Quisera eu, já ser criado
Com a real certeza
De poder transcender
E me tornar imortal,
Nonato.


MÚSICA E AMOR

A música surge e encanta
Quando se canta o amor
Serena, brota da alma
E nasce feito uma flor.

Flor brejeira, flor de campo
Flor de cacto, flor de lis.
Dos teus dedos brotam notas,
Que o teu pensamento diz

Sinfonia em mutação
Emergindo, faz sonhar
Inocente, faz lembrar
Do amor.

Amor santo, musical,
Infinito, universal,
Eternamente sensual
Como a flor.

Quisera eu, ter o dom
De entender, compreender
E um dia poder crer
No amor.

Flor brejeira, flor de campo
Flor de cacto, flor de lis.
Dos teus dedos brotam notas
Grande Nonato Luiz.

EXPLICAÇÃO NECESSÁRIA - Por Vicente Almeida

Comunicamos aos comapanheiros e colaboradores do Blog do Sanharol que estamos sem internet desde o dia 19.

O nosso provedor nos deu o maior cano. Parece que está distribuindo a tecnologia da informação de tal forma que não conseguimos acessar nada. Há uma espécie de congestionamento.

Parece que venderam mais do que podiam entregar. A minha velocidade atual é de apenas 42 kbps. Para enviar um e-mail de apenas 10 linhas, quando conseguimos acesso, a transmissão leva mais de dois minutos e as vezes não completa.

Por três vezes já enviaram a assistencia técnica a nossa casa. Já trocaram o rádio, mexem e remexem e fica funcionando. É só o técnico dar as costas e tudo vira poeira.

Tentaram usar como bode expiatório, o meu computador, mas, usamos aqui seis computadores e em todos eles o problema persiste igualmente, inclusive no tira teima deles: um notebook. Entretanto, não descartamos a possibilidade de um erro do Windows XP.

O detalhe aqui é que pago bem mais que os outros, para ter acesso a uma internet de qualidade em função do número de maquinas em uso.

Não vamos dizer aqui que o nome do provedor é ARAUJOSAT, por que seria uma indelicadeza. Além do mais, não sabemos até que ponto a responsabilidade é deles.

Na impossibilidade de uma solução, estamos providenciando outro tipo de internet por uma dessas operadoras de celular, ou velox. Aqui, há tempos atrás usavamos o velox, mas foi desativado pela Telemar por que estava dando muita pane.

Acontece que depende de um teste, e isto segundo eles, entra na fila de espera e a minha vez será somente no dia 02 de março. Até lá, ficaremos no ora e veja.

Com isto tentamos justificar a nossa ausencia. Neste momento, Estamos usando a internet do nosso amigo; Samuel Macedo Lobo, na cidade do Crato e não da nossa residencia no Lameiro, a quatro kms da cidade.

Permaneceremos ausentes dos debates por mais algum tempo.

Sinceramente, abraço a todos

Vicente Almeida

MOCIDADE INDEPENDENTE DO SANHAROL - MIS

Claudio Jose de Sousa.

Dr. Jose Bitu Moreno.

Fafa Bitu.
Joaquim Washington Oliveira.

Edwardes Batista Moreno.

Magnolia Fiuza e Mundim do Vale.

Pedro Alves de Morais - Pedro Piau.

Jose Felipe de Sousa - Ze Felipe Afamado.

André Menezes - Otacilio Correia e Patativa do Assaré.

Pedro Alves de Morais - Pedro de Ze André do Sanharol.

Dr. Savio Pinheiro.

Dr. Rolim.

Reprise para facilitar o acesso:

A MOCIDADE sairá com um carro alegórico "VÁRZEA ALEGRE MUNDO AFORA". E nesse carro gostaríamos de levar o nome e fotos dos varzealegrenses que levaram Várzea Alegre pelo mundo.

Nomes Indicados na primeira postagem:

Joaquim Correia Ferreira – Associação Beneficente São Bernardo – Dr. Dario Moreno – Joaquim de Figueiredo Correia – Jose Felipe de Sousa – Antonio de Sousa Rego – Serginho Piau – Manuel Fernandes – Matias Fiuza – Mundim do Vale – Dr. Savio Pinheiro – Dr. Rolim – Magnolia Fiuza Menezes – Israel Batista – Claudio Sousa – Jose Clementino – Chico de Amadeu – Antão Bitu – Jose Bastos Bitu – Pedro de Ze André – Joãozinho Piau – Francisco Jose – Mestre Chagas – Ricardo Oliveira – Klebia Fiuza – Flavio Costa Cavalcante – Dr. Aluisio Menezes – Lulu – Tiago Menezes – Dr. Jose Bitu Moreno – Dep. Otacilio Correia – Romulo Cassudé – Raimundo Lucas Bidinho – Poeta Jose Gonçalves – Dona Elisa – Dona Iracy Bezerra – Dona Dolores Menezes – Dona Ormecinda – Pedro Piau – Acelino Leandro – Pedro Tenente – Dudau – Pedro Severino – Dr. Fransquim Feitosa - Jose Leandro – Poeta Candeiro – Antonio Dantas – Dr. Pedro Satiro – Luiz Carlos Correia Diniz – Jose Moreno – Douglas Moreno – Ivan Moreno – Jussiê Moreno – Francinete Moreno – Edwardes Moreno – Berenice Moreno – André Moreno – Joaquim Washington Luiz Oliveira – Raimundo Sobreira Filho – Josimá Cunha – Nilton Cunha de Menezes – Luciano Rolim – Giovane Costa – Major Joaquim Alves – Jose Iran Costa – Ana Angelica Batista – Jose Helder Maximo – Prof. Almino Gabriel – Jose Batista Rolim e Yaci Menezes – Xica do rato – Loudes Alves - Jaedna – Sabrina – Dr, Menezes - Dra Ana Micaely – André Fiuza Menezes – Enio Menezes – Didi Morais – Fafa Bitu – João Bitu – Dr. João Eufrasio – Lourival Manga Mucha – Joaquim de Bilinha do Chico – Isabel Vieira - Raimundo Batista de Menezes - André Batista de Menezes - Santiago Bezerra - Joaquim André, Compadre - Antonio Leandro - Raimundo Sabino - Raimundo Pretinho - João de Pedrinho - Mundim Gonçalo - Menininho Bitu - Manuel de Vó - Raimundo Bitu - Cotinha Bitu - Renato Bitu - Jose Satiro Bitu - Pinga Bitu - Paulo Cesar Clementino - Natercio Andrade - João Manga Mucha - Nonato Sousa - Fernando Sousa - Valdizio Correia - Antonio Sales Ferreira - Dona Ambrozina - Poeta Aldenizio Correia - Washington Luis de Sousa - Pedro Moreno - Neuma Moreno - Karol Moreno - Fatima Moreno - Francinilson Martins "in memoria" - e todos os cidadãos e cidadãs nascidos nesta terra abençoada por São Raimundo Nonato.


PAPAGÁIO ESPERTO E LOIRA BURRA - Por Mundim do Vale


O saudozo poeta Zé Clementino também contava as deles. Essa foi ele que me contou.

José Paulino dos Santos ( Zé Mouco, possuía um papagáio, que foi herança da sua mãe Generosa.
O papagáio muito falador, ganhou o nome de Lourival.
A menos de setenta metros da carpintaria onde morava o Lourival, fiava a casa de Manoel Bezerra, onde tinha uma loira muito simpática com o nome de Lourinalda. Os dois passeando pelos telhados começaram a bater papo e Lourival já partiu para a conquista, tentando flertar com a loira, que se fazia de difícil mas o louro não desistia. Até que a duras penas conseguiu conquistar. Namoro firme, passeios de asas dadas, tudo ía muito bem, até que chegou o carnaval. A folia corria solta no Recreio Social, que ficava muito próximo a casa dos namporados.
Lourival deixou a namorada só e sumiu durante o período momino. Quando foi na quarta feira de cinzas, chegou cantando o samba " Amélia " Lourinalda coma a cara de Amélia falou:
- Mas Lorival como é que tu faz uma coisa dessa?
- E o que foi que eu fiz?
Tu pensa que eu não sei? Pois uma andorinha me contou que viu tu arrastando uma asa pra franga de Emília de Romão alí no Recreio Social.
- Isso é mentira. Eu te amo, me dê...... A loira interrompeu e disse: - Êpa! Pode parar. Do jeito que tu anda me tratando eu não dou nem o pé.
- E tu vai acreditar nessa andorinha? Deixa de ser besta. essa andorina tá querendo é que tu acredite pra depois ela dizer que tu é uma loira burra!. Vai nessa!
- É mesmo. Pois eu também te amo. mas onde era que tu tava nesses dias?
- Eu tava era doente, mudando a pena.
O namoro continuou e Lourival já falava em casamento.
Na aproximação da eleição, manoel Bezerra era candidato a vereador e Zé Mouco era adversário ferrêneo de Manoel. Foi aí a oportunidade para a loura por em prova a fidelidade do noivo.
Os dois estavam se bicandos, quando a loira parou e falou:
- Lourival tu me ama mesmo?
- Claro. Você quer fazer uma prova?
- Quero.
Pois faça.
- Então lá vai. Eu só me caso com você, se você ajeitar pra Zé Mouco votar em Manoel Bezerra.
- Pois Aguarde.
Lourival foi falar com Zé Mouco. E Zé dise que não votava nem arrastado pela besta fera.
Terminou a apuração, Manoel não elegeu-se e por consequência o noivado foi rompido.
Lourinalda ficou coroa e ainda sofria gozações das ponbas de Robson Moreno. Elas diziam que lourinalda era um loira burra, porque perdeu um excelente casamento por causa de um candidato ruim.

Dedicado a Flor e Luz de París em Serra Verde e Dr. José Bitu Moreno.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E a ExpoCrato ficou sem um grande ícone – por Napoleão Tavares Neves (*)



Nos seus 66 anos de existência, a ExpoCrato sempre teve um grande colaborador e assíduo frequentador hoje ausente: o ínclito advogado, Dr. Raimundo de Oliveira Borges, um dos seus fundadores.

Nos anos anteriores quem quisesse ver e conhecer o Dr. Raimundo de Oliveira Borges só tinha um caminho certo: ir à ExpoCrato. Lá ele estava sempre presente com sua simpatia e a sua proverbial jovialidade centenária. Em tudo o tempo passa e o Dr. Borges também passou com o tempo, depois de haver vivido mais de um século.

E viveu ativamente, sendo exemplo e dando exemplo. Efetivamente, os que forem à ExpoCrato neste ano 2011, sentirão, por certo, a falta deste assíduo frequentador, um pequeno grande homem que ajudou a ExpoCrato a nascer, acompanhou a sua infância e adolescência até a sua idade adulta de progresso e grandezas mil.

Com certeza, muito falarão dele e nele, sentindo a falta de sua presença como verdadeiro testemunho de sua rica história.
Os grandes homens são sempre assim: passam, como tudo passa, mas deixam para a posteridade o rico legado de sua vida!
(*) Napoleão Tavares Neves é médico, escritor, historiador, memorialista e cronista. Reside em Barbalha (CE).
(As fotos que ilustram a matéria são de autoria de Dihelson Mendonça. Na primeira foto, Dr. Borges entre o ex-governador do Ceará, Lúcio Alcântara e o vice-prefeito de Crato, Raimundo Filho. Na foto menor, Dr. Borges é abraçado pelo seu filho, Roberto Borges, em solenidade no Instituto Cultural do Cariri).

Cuidado! - Desgraça nunca vem Só - O Fenômeno da SÉRIE - Por: Dihelson Mendonça


AZAR e SORTE


Eu estou para começar a escrever um livro contendo algumas lições que aprendi nestes 45 anos de existência. Coisas que evitariam que outros caíssem nas mesmas armadilhas preparadas pela vida que eu já caí. O ser humano nasce sem nenhum manual de instruções, e fica meio perdido aprendendo a duras penas, coisas, que outros tantos já passaram pela mesma situação.

Há alguns anos eu conversava com um grande amigo de Fortaleza, chamado Haroldo Ribeiro, que em seus mais de 60 anos de idade, a maioria dos quais trabalhou como médico de hospitais, e excelente médico, diga-se de passagem, realizando mais de 15.000 cirurgias, me falou do chamado fenômeno da série. E o que é isto ? Dizia o Dr. Haroldo: "Atendendo em hospitais, passávamos até 3 anos sem ter um só caso de costureiras que tinham acidentes graves com agulhas, até que em certos períodos, na mesma semana apareciam no hospital, 4 ou 5".

Sabe-se que a vida funciona baseada em ciclos. A própria ciência já comprovou isso. Tudo no universo é regido por frequências. Os acontecimentos são fenômenos periódicos, cíclicos, e se repetem em mais ou menos intensidade. Baseado nessa observação do Dr. Haroldo, eu pude constatar que na minha vida pessoal, já aconteceu por diversas vezes de haver épocas em que nada de ruim acontece. Mesmo que se passe por dentro de uma parede de fogo, algo irá acontecer em nosso benefício, e sairemos ilesos. Já em outras vezes, quando se entra no chamado "fenômeno da série", se uma coisa ruim te acontece, é bem possível que uma série de outras coisas igualmente ruins aconteçam no período. Por exemplo, a fase dos prejuízos, a fase das doenças, etc...

Ontem me aconteceu uma coisa que me deixou literalmente "de orelha em pé". Meu carro já está bem velho, e eu não tenho grandes problemas em deixá-lo sem proteção pelos 4 cantos da cidade. Praticamente nunca acontece nada ( de 1986 pra cá é muito tempo ). Meu carro às vezes fica ao relento, passa dias na chuva e no sol, estaciono em locais perigosos, cheios de outros carros, em altas horas da noite; Nada acontece.

Ontem à tardinha, me deu uma vontade de sair para compar pães, mas "algo" me dizia para não ir. Contrariando essa intuição ( coisa que nunca se deve fazer ) , resolvi sair, e estacionei o carro na rua Dr. João Pessoa, por volta das 18:40, ao lado da Farmácia Vasconcelos. Não havia um só veículo estacionado no trecho. A Rua estava deserta. Espaço à vontade para outros veículos. Depois de comprar os pães, resolvi passar no Banco do Brasil e pegar um extrato. Ao retornar ao carro, fui chamado pelo pessoal da farmácia, que me disse que uma pickup prata havai acabado de bater no meu carro e disparado em alta velocidade. Eles tentaram ainda descobrir a placa, e se viram, não quiseram me repassar, mas o condutor da pickup, depois de quebrar a lanterna dianteira, dando uma ré ( incrível ), sem a menor necessidade, pois como falei, a rua estava limpa de qualquer veículo, evadiu-se do local. Então, sobrou-me somente o prejuízo, já que o sujeito não ficou nem para prestar solidariedade.

Quando eu vejo esse tipo de coisa acontecer, fico preocupado, por causa do fenômeno da série. Quando alguma coisa ruim "acontece do nada", temos que ter cuidado. Hoje pela manhã, seguindo com as "coincidências" da série, um HD do meu computador começou a dar um estalo como batida de cabeça. Quando acontece isso, é o aviso de que vai pro saco...Não é a primeira vez que esse tipo de série acontece. SORTE e AZAR são coisas reais, quer alguns acreditem ou não. É por época, a vida funciona como ondas, como já dizia o Lulu Santos. Uma maré de coisas boas te acontece, e uma maré de coisas ruins também. Existirão fórmulas para quebrar este "encanto" ? Ainda não sei.

Para terminar, eu lhes deixo com a solução do meu amigo Haroldo Ribeiro, para quando percebe que o fenomeno da série está chegando:

"Se eu acordar pela manhã, e logo no início acontecerem 2 ou 3 coisas ruins totalmente inesperadas e aleatórias, como levar uma "topada" num local inesperado, um pneu furar num local aparentemente limpo, ou baterem no carro, numa sequência, eu não tenho dúvidas! - Se continuar insistindo, coisas piores acontecerão pelo resto do dia. O melhor a fazer nestes casos, é voltar pra casa, e se esconder debaixo das cobertas até a maré braba passar."

Quando se entra no fenômeno da série, qualquer coisa que você faça, só irá trazer mais infortúnios e cada vez mais prejuízos, e você entra num estado de fragilidade em que poderá até escorregar no banheiro ou se engasgar bebendo água. Portanto, com o fenômeno da série não se brinca. Todo cuidado é pouco e quase sempre ineficaz.

Por: Dihelson Mendonça

JUSTIFICANDO O PLEBISCITO - Por Mundim do Vale

Quando eu lancei a idéia de criarmos um nome artístco para a poetisa Claude, foi deixando uma abertura para que os senhores colaboradores exercessem as suas soberanias democráticas.
Assim sendo eu posso dizer apenas que; A LUZ DE PARÍS ilumina o Sanharol e a FLOR DA SERRA VERDE, conduz a essência do sertão para perfumar.
O nome escolhido é menos relevante, do que a cerimônia do Batismo.
Não vamos deixar que a poetisa seja uma pagã cultural.
Abraços para todos do blog.

Os conselhos de Bill Gates.


Eis os conselhos que Bill Gates deu numa conferencia que proferiu há pouco tempo numa escola secundário. São 11 regras que os alunos não aprendem na escola. Começou por dizer que a “política educativa de vida fácil” para as crianças tem criado uma geração que não sabe o que é a realidade, e que esta atitude tem feito com as pessoas falhem na vida, depois de saírem da escola.

Muito conciso, todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais, falou menos de cinco minutos, foi aplaudido durante dez, depois agradeceu e deixou o local.

Regras:

01 – A vida não é fácil. Acostuma-te a isso.
02 – O mundo não se preocupa com a tua auto-estima. O mundo espera que faças alguma coisa útil por ele, antes de te sentires bem contigo próprio.
03 – Não ganharás $ 6.000,00 por mês, mal saias da escola. Não serás vice-presidente de uma empresa, com carro e telefone ao teu dispor, sem antes teres conseguido comprar os teus próprios carro e telefone.
04 – Se achas que o teu professor é exigente e rude, espera até ter um chefe. Este, não terá pena de ti.
05 – Vender jornais velhos ou trabalhar durante as férias, não te diminui socialmente. Os teus avós tem outra palavra para isso: chamam-lhe oportunidade.
06 – Se fracassares, não é por culpa dos teus pais. Poe isso, não lamentes os teus erros, mas sim aprendes com eles.
07 – Antes de nasceres, os teus pais não eram tão críticos como são hoje. Só ficaram assim, por terem de pagar as tuas compras, lavar as tuas roupas e ainda por cima, ouvir-te dizer que são ridículos. Por isso, antes de salvares o planeta, para próxima geração, ao quereres corrigir os erros das gerações dos teus pais, tenta é limpar o teu quarto.
08 – A tua escola pode ter eliminado à distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Nalgumas escolas, já nem repetes o ano e dão-te todas as oportunidades que forem precisas para acertares. Bom, isto não se parece em nada com a vida real. Nela, se pisares o risco está despedido. RUA! Por isso, faz tudo como deve ser logo a primeira.
09 – A vida não se divide em semestres. Não tem sempre os verões livres e é pouco provável que os outros empregados te ajudem a fazer as tuas tarefas no fim de cada período.
10 – A televisão não é a vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar de ir ao bar ou a discoteca, e irem trabalhar.
11 – Sê simpáticos com os CDFs, aqueles estudantes que os outros julgam que são uns patetas. Há uma grande probabilidade de vires a trabalhar para um deles.

BILL GALTES

É o dono da maior fortuna pessoal do mundo e da Microsoft, a única empresa que enfrentou e venceu a IBM desde a sua fundação, em meados do século XX, que foi a empresa que construiu o primeiro cérebro eletrônico do mundo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Do seriado "Coisas da República": Carlos Luz, presidente por 4 dias (por Armando Rafael)

A tumultuada história republicana brasileira inclui fatos surrealistas. Em 24 de agosto de 1954 o presidente Getúlio Vargas suicidou-se. Assumiu a Presidência da República, cumprindo a lei maior, o vice-presidente Café Filho. Mas, no dia 7 de novembro de 1955, Café Filho teria sofrido um enfarte e afastou-se do cargo para tratamento de saúde.

Cumprindo a Constituição, no dia 8 de novembro assumiu a Presidência da República, o deputado Carlos Luz, (foto acima) presidente da Câmara Federal. No entanto ele só foi Presidente da República durante quatro dias.
No dia 11 daquele mês, o Ministro da Guerra (nome mudado em 1967 para Ministro do Exército), Marechal Henrique Batista Dufles Teixeira Lott (ao lado direito num cartaz de quando foi candidato a Presidente da Repúlica em 1960) – liderando um movimento militar denominado Movimento de 11 de Novembro – depôs Carlos Luz.
Os militares conseguiram que o Congresso Nacional decretasse o impeachment de Carlos Luz e colocaram no seu lugar o Presidente do Senado, Nereu Ramos (foto à esquerda portando a faixa presidencial).
O motivo para o impeachment de Carlos Luz? Os militares alegavam que este não queria dar posse ao presidente recém-eleito, Juscelino Kubitschek.
Moral da Opereta: Quando alguém lhe disser que Collor de Mello foi o primeiro Presidente da República a sofrer impeachment, informe que Carlos Luz foi o pioneiro dessa prática, em 1955.
Tem mais: de 7 de novembro de 1955 e 31 de janeiro de 1956 (período de 84 dias), a República dos Estados Unidos do Brasil (nome oficial do nosso país àquela época) teve quatro presidentes: Café Filho, Carlos Luz, Nereu Ramos e Juscelino Kubitschek.
Coisas da República...
E a história registra tudo!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PEBLISCITO - Por Mundim do Vale

É com alegria e curiosidade, que eu dirijo os dedos ao teclado, para esse desafío.
A nossa: Escritora, educadora, fotógrafa e poetisa, Claude Borís, já passou do tempo de adotar um nome artístisco, na república do Sanharol.
Eu apresento dois nomes e espero a manifestação de todos vocês:
. FLOR DA SERRA VERDE
. Ou, LUZ DE PARÍS.

Saudade: das cinzas, carnaval

Por Beatriz Jucá Pinheiro

A vida por viver não tem espaço no Roçado de Dentro. Lá, rebobinam as cenas, voltam no tempo. Sustentam o presente no pretérito, mas esquivam-se de quaisquer planos para o futuro. Quem mora no Roçado de Dentro tem cabeça boa de não pensar na vida. De não se preocupar com o dia que ainda está por vir.

O Roçado de Dentro está impregnado das histórias de hoje, mas há uma mistura dos tempos porque como se pode entender o que acontece hoje sem saber do que já passou? As coisas no Roçado acontecem em carne viva. Tudo é muito visceral porque as pessoas estão impregnadas por um tipo de dor que não vem cheia de pena. A dor que aparece nas histórias é só mais uma dor dentre tantas outras. O sofrimento faz parte da vida e não é supervalorizado por causa disso. Faz parte como muitas outras coisas.

O Roçado é cheio de gente. Tem Tita interrompendo a fala pra falar do tempo. Tem Cícero com nojo de tirar leite de vaca. Tem Chiquinho que não sabe tocar, mas tira som de mais de dez instrumentos. Tem Socorro que grudou os olhos no chão porque pegou a depressão da família. Tem Bichinha que chora quando fala de comida porque tem os olhos de seca. Tem Tonha que descobriu que era andarilha quando me contou que foi a única da família que conseguiu ver os “fogos de Copacabana” em Santos. Tem Antonito que perdeu o juízo no tempo, mas não deixou de recitar versinhos. Tem Lázaro cantando as marchinhas de carnaval da década de 60. Tem Matias tocando sanfona. Tem Antônio de Souza desfilando com dor no ombro até ter um filho que queira ocupar o seu lugar na Esurd. Tem pai de família levando criança em moto e revoltando Chiquinho. Tem Nonato querendo realizar o sonho do pai e insistindo na história do samba-enredo acompanhar o desfile da Esurd. Tem Lúcia vendo a vida do terreiro. Tem Fransquinha acompanhando o mundo pela janela de casa. Tem homem trabalhando na roça e fazendo samba. Tem pai de família com sete anos de idade. O Roçado de Dentro tem história.

A música é o que diferencia os agricultores de lá de todos os outros da região. O instrumento é o que faz sentido, o que entrecruza as gerações. Agora o que dá sentido à Escola de Samba Unidos do Roçado de Dentro é a saudade. E também a necessidade de mostrar para os que já se foram que os agricultores do Roçado de Dentro conseguiram seu lugar no mundo. Porque ninguém esperava que matuto fizesse carnaval, mas eles ousaram. Desfilaram animados. Percorreram longos trajetos incentivados pela saudade do pai, do avô, do tio, do mestre, do herói. Agora podem bater no peito e dizer que têm uma casa, um chão pra plantar o alimento, uma família e uma escola de samba. Venceram a fome, a seca, o preconceito. E, como não conseguem vencer a dor da ausência, transformam a saudade em samba. A beleza está nas sobras do carnaval. A vontade está nos restos dos abraços.

DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO - Por Mundim do Vale

Para Sávio Pinheiro e Fafá Bitu.


Quem não sabe o que é a infração
Atropela e abusa a lei penal,
Não encontra na lei, amparo legal
Sendo o crime de, discriminação.
Quem pratica o seu fim, é a prisão
Condenado a sentença de direito,
Punição pelo pré, sobre o conceito
Pra servir de exemplo e corrigir.
Processar, julgar, condenar e punir
É assim que a lei trata o preconceiro.

Pitombeira - Blog do Sanharol

Dr. Menezes Filho e Pitombeira - foto Dihelson Mendonça.

Ano passado, fui com o Dr. Menezes Filho e Dr. Enio a Fazenda Pitombeira, no Assaré, pertencente ao Sr. Raimundo Menezes pai de ambos. Piaba, a cochorra de Dona Nilza, esposa do encarregado da Fazenda, Senhor Zuca Cunha, havia parido 10 filhotes, sendo um macho e 9 femeas. Para o macho haviam varios pretendentes e para as femeas nenhum. Assim é que Dona Nilza já havia matado 8 femeas, restando apenas o macho e uma femea que não fora morta porque estava doentinha, veja o contraste, aguardava-se a recuperação para em seguida matar. Dona Nilza contava a historia com a maior naturalidade.

Na saida da Fazenda eu apanhei a cachorrinha e coloquei na camionete. Trouxe para o Crato, e, com um mes depois João Pedro veio a passeio e a levou para o Sanharol onde está grande, forte e querida de todos da casa. Francisco Gonçalves de Oliveira ficou de contar a historia de Pitombeira, mas se embebedor com cajuina e esqueceu. O fato é que pra tudo neste mundo é preciso contar com a sorte, e a sorte de Pitombeira foi o nosso passeio.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

DISCRIMINAÇÃO E PRECONCEITO

(Uma Análise Poética)

Sávio Pinheiro

Dedico aos Colaboradores Mundim do Vale, Cláudio Sousa, Morais, Fafá Bitu e Francisco Gonçalves, que navegaram nas ondas preconceituosas da crônica “E Tu Acha Pouco?”


Um juízo antecipado

Alimenta o PRECONCEITO

E um fundamento perfeito

Há de ser considerado.

Um homem conceituado

Pode não ter má intenção.

Todavia, a sua ação

Precisa ser repensada

E, esta, quando estudada

Tem de ter reflexão.


Possuindo opinião

E sendo, ela, maioria

Ele vive a fantasia,

Que está com a razão.

Mas, a DISCRIMINAÇÃO

Mostra-se separatista.

É cruel e egoísta

Por maltratar o inocente

Carimbando tanta gente

Num estigma realista.


O PRECONCEITO é criado

De forma individual,

Não sendo intencional,

Porém desvalorizado.

Não deve ser atacado

Por ser um pouco inocente.

Contudo, deturpa a mente

De forma muito cruel

Desmerecendo o papel

De ser um fato decente.


Porém, de forma agressiva,

Surge a DISCRIMINAÇÃO

Sendo a manipulação

Uma arma progressiva.

De maneira compulsiva

Nasce o instinto do mal.

De forma antissocial

A instituição ostenta

E num relance alimenta

Essa moléstia letal.


Quem se acha superior

Fere o preto, fere o branco,

Mata o índio, humilha o manco

E castiga o agricultor.

Não enxerga algum valor

Num homem sem capital.

Ver no homossexual

Uma mente aculturada,

Que não merece ser nada

No campo profissional.


O Nordestino é piada

No Sudeste do Brasil,

Mas na construção civil

Ver sua força edificada.

Este, quase não é nada

Para o rico prepotente.

Todavia, tem a mente

Desprovida de revolta,

Pois só sonha com a volta

Pra viver com a sua gente.


Fim.