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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 31 de outubro de 2021

Maestro Azul (in memoriam) - Blog do Crato - Por Ana Lúcia Jamacaru.

Não podia ser outro o nome do maestro da banda da minha cidade. Nas madrugadas frias, os acordes quentes e festivos da banda de Azul era um café na cama requintado de notas musicais. 

Filtrando-se pelos telhados de nossas casas, “Violetas Imperiais” e “Rosas de Maio” desciam exalando cheiros e sons de clarinetes e saxofones. Amanhecíamos banhados de melodias azuis, sabendo que um de nossos vizinhos fazia anos de felicidade. Com certeza, esse seria um dia mais primaveril e, naturalmente, mais azul.

O maestro sempre foi o arauto das notícias boas. No seu uniforme com galas douradas, o rosto redondo, tinto de preto azulado fazia bonito o contraste. Comandando os seus “soldadinhos de chumbo” era a sua banda que acompanhava o pau da bandeira, abrindo a festa da padroeira, a visita ilustre, as inaugurações que beneficiariam o nosso município. 

Entre confetes, serpentinas e lança perfume, o som das marchinhas de carnaval eram azuladas por sua banda, arrastando-nos até a praça numa euforia que me fazem doer de saudade dos carnavais que já não voltam mais. “Alá, lá, lá, ô, ô, ô...”

Havia somente uma ocasião em que o maestro, ao invés da azul-alegria, convidava-nos musicalmente a vestir a nossa alma de luto. Seus dobrados, em tom fúnebre, cadenciados, tornavam-se solenes e lastimosos como os trajes roxos de Nossa Senhora acompanhando seu filho morto.

Ao despedir-se das solenidades, o maestro ia deixando no ar o seu rastro azul “... qual cisne brancos em noite de lua, vai navegando no mar azul...” e todos ficávamos sonhando em singrar com ele os mares do Norte a Sul. 

Quando criança, eu o seguia sem embaraço, tal qual os meninos do canto de fadas seguiam hipnotizados o tocador de flauta. Minha alma azulada ainda não tinha medo de sonhar, de alçar voos ao mundo da fantasia.

Hoje, embora ainda sinta a vontade de dar a mão a todos da cidade e sair cantando e dançando, mostrando o colorido do meu coração; fico no meu canto muda e só, só vendo “as bandas passarem tocando coisas de amor” e outras tantas melodias que não fazem eco no meu coração.

Onde você está Azul, só pode ser azul; eu te agradeço por ter “musipintado” a minha infância de sonhos e fantasias azuis.

sábado, 30 de outubro de 2021

O CENTROAVANTE PEBA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

O peba é um tatu de cor amarronzada, animal silvestre que faz parte da culinária nordestina, embora com malefícios para a saúde.

No interior, não sabemos por que razão, quando uma coisa não tem valor, diz-se que ela é “peba”.

Lá pelos idos de 1960, o Sport do Crato tinha na sua zaga central um negrão forte e truculento, que atendia pelo apelido de Peba.

Fora do futebol, ele dava duro na vida, como funcionário do frigorífico do Crato também, chamado de “matança”.

Num treino do Sport, por conta própria, Peba se colocou como atacante e marcou nada menos que sete gols.

Foi um espanto e, de repente, “descobriu-se” que a vocação de Peba era a de marcar gols e não evitá-los.

Veio o primeiro jogo, após a “descoberta”, e eis que Peba não traiu as expectativas na nova função e marcou três gols.

Na segunda partida, dois Na terceira, um e, a partir daí, um longo jejum de gols, em uma prova de que “quem nasceu peba, nunca chega a cascavel”.

Entanto, esse tipo de bizarrice não é exclusividade do futebol interiorano.

Sem ideias, em um jogo contra o Palmeiras, o treinador Cuca, do Atlético Mineiro, lançou como homem de área o zagueiro Réver, com seu um 1,90 metro de altura.

Renato Gaúcho fez a mesma coisa, no jogo contra o Atlético de Goiás, escalando o gigante Gustavo Henrique como homem de referência, numa situação em que o rubro-negro levantou 46 bolas na área adversária.

E para finalizar os exemplos, vamos chegar ao grande treinador Pep Guardiola, em uma semifinal da Liga dos Campeões contra o “ferrolho” da Inter de Milão, quando mandou o zagueirão Piqué se enfiar na área, em busca de uma bola alçada.

A idéia “Peba”, de Peba do Sport do Crato, correndo o Mundo.

No Crato, é assim.

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Meu repúdio a destruição do Sitio Cobras - Por Antônio Morais.

Como um observador vejo um grande interesse da população do Crato em defesa do patrimônio histórico, especialmente quando o patromônio está localizado na zona urbana da cidade : Prédios, ruas, praças,  nada mais  justo e correto.

Quando a destruição do patrimônio é localizado na zona rural eu não vejo o mesmo empenho das pessoas, embora reconheçam ser tão importante ou até mais do que qualquer outra coisa preservar o meio ambiente. 

Há poucos dias, se disseminou a noticia da destruição de parte do Sitio Cobras, uma area preservada por determinação de seu proprietario há mais de 40 anos. 

Covém lembrar que a propriedade pertence a mesma familia há mais de cem anos. Que a area preservada é composta por angelins, pau darco, umburannas, camarus, aroeiras,  angicos, baraúnas, jenipapeiros, trapiás e outras árvores centenárias. 

Encontravam-se facilmente aves e animais silvestres como jacús, juritis, cordonizes, marrecas, canários, campinas entre outras. Animais do tipo tatus, teju, gato do mato, veados e raposas, além de uma grande produção de oxigênio, produto indispensável a manutenção da vida humana. 

Tudo foi destruido sem a permissão e consentimento do proprietário. Avaliaram, a seu modo, o valor do bem material, colocaram o financeiro a disposição na justiça e puseram as maquinas e destruiram um patrimonio que pertencia ao Crato desde "Outrora". 

O Crato e seu povo precisam ter o mesmo olhar contra a destruição seja ela "urbana ou rural".  

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Crônicas e contos - Por Antônio Morais.

 

"Eu escutei minha mãe pedindo ao vizinho um pouco de sal. Nós tinhamos sal em casa, então perguntei a ela o porque que estava pedindo.

Ela me contou que eles não tem muitos recursos e, às vezes, eles nos pedem coisas, então eu peço algo pequeno que não irá sobrecarregá-los.

Eu quero que eles sintam-se como se agente precisasse deles também. Dessa forma vai ser muito mais facil pra eles pedirem para nós por algo que precisam".

O arrependimento sempre chega depois, quando nada mais pode ser feito - Por Antônio Morais.

Eu estava na Praça Siqueira Campos, Crato - Ceará, minha cidade, quando conheci o candidato a senador Luiz Girão. 

Acompanhado de um dos politicos mais sérios, honrados e probos do Brasil, o ex- prefeito de Fortaleza,  ex-deputado federal, ex-senador da republica,  ex-governador do Ceará Lucio Alcantara. 

Apresentado, falou comigo, eu prometi votar e trabalhar por sua candidatura. E assim fiz. Deve ter alguns compadres, comadres e afilhados como eu arrependidos por aí.

Arrempendi-me até o último cabelo. Não votei nele para defender, de venta furada, como fez a defesa do Bolsonaro, em quem votei também porque não sabia que era um criminoso pai de filhos bandidos.

Não carecia o senador Girão se expor tanto. Bolsonaro gargalha, debocha dos 600 mil mortes e continua na sua saga vergonhosa, não porque o senador Girão o defenda, mas porque, saiba senador, o procurador Augusto Aras é bem mais importante do que o senhor, e, vai jogar no lixo todas as denuncias e livrar o Bolsonaro, coisa que o senhor não conseguiu fazer.

Fica uma advertência : Na próxima eleição o senhor senador Girão vai prestar contas  com o eleitor, no meu caso é perdito. E o pior, talvez no Ceará o Bolsonaro pouco possa fazer para lhe ajudar.

As escolhas são livres. Inacio Arruda, José Pimentel e Eunicio Oliveira fizeram as suas também. Pagaram por elas. Num foi mesmo!

Mario Sabino, na Crusoé: "Arthur Lira sempre será" - Por O Antagonista.

"Arthur Lira é continuidade completamente sem vergonha, de ser feliz, de uma apropriação indébita histórica que nos constitui como nação".

“Arthur Lira, presidente da Câmara, é o rio Tietê”.

“Arthur Lira é a mancha de óleo na praia. Arthur Lira é a carcaça de boi na caatinga. Arthur Lira é a queimada na floresta. Arthur Lira é a taturana. Arthur Lira é a vassoura-de-bruxa. Arthur Lira é o muro alto que separa a casa-grande da favela. Arthur Lira é incancelável da paisagem nacional.”

"A democracia brasileira produz Arthures Liras em série, e a má velha que tenho a anunciar é que se trata da única coisa que a democracia brasileira é capaz de produzir em quantidade suficiente para não fazer diferença: gente como Arthur Lira. Foi a única coisa que as tiranias também produziram por aqui, que ninguém se engane.”

“Como prova a sua tentativa de aprovar a PEC da Vingança, uma monstruosidade inconstitucional que extermina a independência do Ministério Público, Arthur Lira é continuidade completamente sem vergonha, de ser feliz de uma apropriação indébita histórica que nos constitui como nação, e que não admite correção ou corretivos”.

ZÉ PEQUENO E O CALDO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


Zé Pequeno era motorista de caminhão. Transportava couro para curtumes em Fortaleza.

Conhecido pela grossura nos modos e palavras, contou que, numa seca atravessada pela família, sua mãe fez caldo com o couro de uma cadeira velha.

"A fome era tanta que nós tomamos o caldo e ainda chupamos os pregos", relatou.

DE OLHO NA HERANÇA

Um senhor de muitas posses da região jaguaribana não tinha relação muito amistosa com os filhos que viviam de olho em sua herança. Adoeceu e foi internado em hospital de Fortaleza.

Dias depois, um dos filhos veio à capital tomar pé de sua situação de saúde.

Conversou com o médico e telefonou para os irmãos, com a seguinte comunicação: "A piora foi pouca".

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

PARABÉNS MEU PAI, PELOS 95 ANOS - Por Antônio Gonçalo de Sousa.

Quando tinha por volta de 40 anos, meu pai falava, em tom de brincadeira: "se eu viver até os 60 anos já está bom demais". Embora com boa saúde, talvez se baseasse na expectativa de vida da época para a população no Brasil, que girava em torno da idade que ele se referia para Deus lhe chamar.

O tempo foi passando e, à proporção que a idade apontada por ele se aproximava, voltava a brincar, dizendo que se arrendera da proposta com o Grande Criador: "vamos prorrogar isso aí, toca esse negócio prá frente, que a coisa aqui tá boa".

Hoje (27.10), ao completar 95 anos de idade, Mundinho Gonçalo continua bricalhão, com suas bravatas e, apesar dos pesares, lúcido e pedindo prorrogação a Deus prá viver mais e mais. 

Foi e é um bom vivedor, soube ser perseverante, trabalhou bem e preservou amizades, o que talvez, o tenha ajudado muito a chegar até aqui.

Tem um ingrediente bom nessa receita de longevidade, que é a minha mãe, que está ao seu lado já há 71 anos. Com certeza, os nove filhos, 13 netos, nove bisnetos e muitos amigos o ajudaram nessa trajetória de sucessos, fracassos e paz. 

É hora de agadecermos a Deus e orarmos para que comemoremos por muitos anos essa data divina.

P A R A B É N S !

'A presença de Bolsonaro faz mal para o país'- Por Merval Pereira.

Merval Pereira faz uma análise da fala de Bolsonaro durante uma live quando o presidente relacionou a vacina contra a Covid-19 ao aumento do número de casos de Aids. 

'Um absurdo, um crime'. Merval acrescenta que o presidente da República, seja ele quem for, não pode ficar espalhando mentira, não pode ficar fazendo campanha contra programa de saúde pública de vacinação que é fundamental para o país. 

Merval Pereira destaca que 'dessa vez, Deus não foi brasileiro. A gente enfrentou a maior crise do século com o pior presidente do mundo'. Merval ressalta que o presidente passou dos limites. 

'Inacreditável que não se puna uma pessoa dessas. Ele não tem condições de estar no poder, não tem condições de ser presidente da República'. 

LOS VIEJOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Volto a falar sobre um dos maiores temores humanos: a velhice.

E confesso, acompanhado de um permanente estranhamento pela negligência como os idosos são tratados.

Falta humanidade.

Envelhecer deveria ser uma conquista. Mas, não é assim.

Inaceitável que a base de sentimento sobre os nossos idosos seja de preconceito, como se eles não servissem para nada.

É bom lembrar que o Brasil está envelhecendo.

Estudos apontam que em 2050, mais de 30% da população brasileira terá mais de 65 anos. Um processo de envelhecimento bem mais acelerado do que os nossos pares da América Latina.

Dias atrás, li declarações do escritor, autor de grandes sucessos na Rede Globo de Televisão, Aguinaldo Silva. Disse ele: "Não preciso trabalhar para viver, preciso trabalhar para não morrer. Não me venham com preconceito e discriminação, contra isso e aquilo. Em nosso país, ninguém é mais discriminado do que os idosos.

Aos 78 anos e com a cabeça fervilhando tanto quanto a de um homem com 40, ninguém está mais disposto a lhe dar trabalho.

E olha que se trata de um idoso de prestígio.

Fiquemos com o que diz o poeta:

Admiro a juventude

que não quer envelhecer

Velho ninguém quer ficar

Novo ninguém quer morrer

Só é velho quem vive

Bom é ser velho e viver.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Moro monta sua equipe - Por Diogo Mainardi.


Sergio Moro “tem procurado pessoalmente empresários que gostaria de ter na equipe de sua pré-campanha rumo ao Palácio do Planalto em 2022”, diz O Globo.

“O perfil buscado por Moro é de técnicos que apresentem soluções para a crise econômica, desemprego e inflação alta que vive o Brasil”.

É uma boa notícia. Eu já dei meu pitaco: Moro precisa urgentemente de uma equipe.

Mas não é só isso.

Um Arminio Fraga, por exemplo, pode não fazer parte da campanha ou da pré-campanha, mas é imprescindível ouvi-lo sobre os rumos do governo. 

Eu já dei outro pitaco: “o Brasil foi devastado, e precisa de um plano, muito mais do que de um presidente”.

Esse é o caminho.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

"Arthur Lira terá que repensar a maneira como age dentro da Câmara" - Por Merval Pereira.

Merval Pereira destaca a derrota do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, na votação da PEC que amplia a influência política no Conselho Nacional do Ministério Público. 

'Uma derrota acachapante'. Comentarista destaca que também é um voto contra a maneira de Arthur Lira presidir a Câmara'. Merval destaca Lira é 'um presidente autocrático.

 Ele passa por cima do regimento, passa por cima da minoria e impõe seus pontos de vista'. 

Merval explica que, se ele conseguir burlar o regimento e reapresentar a PEC, ela vai acabar parando no Senado. ‘Uma derrota política grande'.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O despertador do Moro - Por Diogo Mainardi

Desoladoramente, fomos dominados por um torpor patológico no momento em que o engajamento seria mais necessário e urgente. 

Em vez de estarmos esperneando nas ruas, nas redes sociais e na imprensa, com o propósito de pegar o sociopata pelo cangote, arrancá-lo do Palácio do Planalto, condená-lo pelas monstruosidades cometidas durante a epidemia e trancá-lo para sempre numa masmorra, estamos esparramados na cama, em estado comatoso, à espera de um choque nas urnas, daqui a um ano.

Conto com a candidatura de Sergio Moro para me tirar da cama e me arrastar até o computador. O ódio que ele desperta em gente que eu desprezo vai me animar durante a campanha. 

Dependendo do resultado final, porém, corremos o risco de uma parada completa. A OCDE, alguns dias atrás, avisou que o Brasil pode permanecer estagnado pelos próximos 40 anos.

A coisa é plausível, uma vez que já estamos estagnados há 40 anos.

CPI da Covid: 'momentos histriônicos, sensacionalistas, mas fundamental para explicar tudo o que aconteceu' - Por Merval Pereira..

Merval Pereira faz um balanço da CPI da Covid. 'O resultado é bom, mas houve alguns percalços, inclusive, no relatório'. 

Ele falou ainda do aproveitamento político da CPI. 'A CPI teve momentos histriônicos, sensacionalistas, mas teve papel fundamental para explicar tudo o que aconteceu durante essa pandemia'. 

Ele explica como será daqui para frente, a partir da leitura do relatório final. 'A punição do presidente da República é que vai mostrar que nós tomamos providências'.

Merval acrescenta que os fatos são tão graves que alguma investigação será aprofundada.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O ato final da CPI - Por Diogo Mainardi.

Segundo Elio Gaspari, os senadores da CPI trabalharam direito. Mostraram as conexões do charlatanismo com a picaretagem e a má administração da saúde numa pandemia que já matou mais de 600 mil pessoas. 

Num país onde o presidente da República falou na ‘gripezinha’ e reclamou dos ‘maricas’ que se protegiam contra o vírus, isso é muita coisa.

Na reta final, como se tivesse tomado cloroquina, a CPI foi vitimada pelos efeitos colaterais provocados pelo teatro que lhe deu fama.

Renan Calheiros, subiu no palco e fez um espetáculo bisonho, mas as vaias da plateia – felizmente – acabaram trazendo a CPI de volta para a dramática realidade.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

ALJUG - Por Antônio Gonçalo de Sousa.

Acolhida aos Novéis Acadêmicos.

Francisco José Moreira Lopes.

Presidente da Aljug.


É com elevada alegria que a Academia de Letras Juvenal Galeno acolhe os nóveis acadêmicos efetivos, de modo inovador, considerando os novos tempos e formas de reuniões virtuais do Sodalício em prol do desenvolvimento da cultura cearense.

Hoje Júlia Galeno e Eliane Maria Arruda Silva estão exultantes no plano celestial. Júlia Galeno, que inaugurou no Rio de Janeiro, na data de 27 de setembro de 1936, a Academia Juvenal Galeno de Letras (AJGL), em homenagem ao centenário de seu pai, Juvenal Galeno. Eliane Arruda, fundadora e primeira presidente da Academia de Letras Juvenal Galeno (Aljug), na data de 28 de setembro de 2013, em Fortaleza.

Os demais cofundadores exultam pela ampliação do quadro de membros efetivos, em Assembleia Geral ocorrida em 30 de janeiro de 2021 e confirmada na Assembleia Geral de 16 de fevereiro de 2021, que atualizou o Estatuto da Academia e elegeu a diretoria para o biênio 2021-2022. 

A ampliação de 40 para 60 cadeiras permite fazer homenagens a importantes vultos da cultura cearense e brasileira na condição de patronos dos novos acadêmicos, escolha feita pelo próprio grupo de neoacadêmicos, em parte formado por jovens brilhantes que virão somar com poetas e escritores de renome.

A Aljug aguarda uma atuação marcante na produção cultural dos novos acadêmicos, com participação nas ações e atividades a serem desenvolvidas pelas futuras gestões, de modo que possamos dar seguimento aos magníficos trabalhos realizados pelas gestões das Presidentes Eliane Arruda (2013/2015) e Linda Lemos (2015-2018, reeleita para o período 2018-2020, estendendo seu mandato até 27 de fevereiro de 2021).

Sejam bem-vindos para elevar o ideal de Juvenal Galeno, de valorização da cultura, em especial a cultura popular.

Os parabéns de todos que fazem este importante Silogeu pelo ingresso na Aljug em solenidade histórica dia 27 de fevereiro de 2021.

GERAÇÃO APARTAMENTO - Por Wilton Bezerra, comentarista Generalista.

Nas minhas infância e adolescência, dos 13 aos 15 anos, a rua era dos meninos, pela inexistência dos perigos que rondam nossas vidas nos dramáticos dias de hoje. Longe da vigilância dos pais, acrescente-se.

A “geração apartamento”, dos meus netos, não experimentou a sensação de liberdade que os setentões, como eu, usufruíram.

Em cada esquina e rua, a meninada se enturmava, para praticar coisas boas e ruins, também.

Em um tempo sem muita informação das terras civilizadas, o cinema moldava comportamentos.

Dos filmes de heróis e bandidos, a gurizada criava estereótipos de homens valentes, dispostos a “lutas” por motivos banais.

As “lutas” eram as brigas, os pegas, a troca de sopapos, o “agarra-agarra”, para se definir quem eram os mocinhos da patota.

Lembro-me que os mais dispostos e arrojados eram eleitos como nossos defensores, diante dos mais fortes de outras ruas.

No meu caso, embora com boa dose de atrevimento, não estava entre os favoritos para os duelos, em função do biótipo para lá de raquítico.

Meu pior momento: quando fui derrotado, numa “luta”, por “Catita”, um  vizinho meu, no Crato, muito mais franzino do que eu.

O nosso valente-protetor era o Gérson, filho do Seu Nilo, funcionário dos serviços de Endemias Rurais.

Dono de grande coragem pessoal, um pouco mais velho que os demais, Gérson precisava tirar os óculos para brigar, mas não rejeitava parada, mesmo diante de gente mais forte do que ele.

Andar com ele, fazendo presepadas pela cidade, era uma segurança.

Convém lembrar, do outro lado da história desses tempos risonhos e francos, de muita amizade e felicidade.

Existiam os falsos valentões de esquina, denominados de “farofeiros”, por não passarem de bravateiros e zoadentos, sem nenhuma condição para as “lutas”.

Faziam cara feia, mas quando eram testados acabavam “gelando”, termo usado para designar um cabra frouxo.

Esse comportamento devia ocorrer em função de algum distúrbio, pela dificuldade de aceitação ou para ser respeitado.

Dessa tempo de infância e adolescência, no Crato, temos saudades imorredouras.

Se algumas incompletudes não o fizeram um grande tempo, não conheci tempo mais feliz do que esse.

sábado, 16 de outubro de 2021

Mario Sabino "A fome" - O Antagonista por Mário Sabino.

 “Fome não é drama pessoal, é tragédia nacional”, diz Mario Sabino, em sua coluna desta sexta-feira (15) na Crusoé.

“Mas, à exceção de poucos, estamos insensíveis a ela, assim como nos tornamos, se é que não sempre fomos, insensíveis à corrupção, à criminalidade, à ignorância, à incompetência, à paisagem de devastação das nossas cidades, nas quais o número de favelas dobrou nos últimos dez anos, outro espanto recém-noticiado. 

E, na nossa insensibilidade, nos deixamos conduzir por gente que, perversamente, aproveita-se da fome de tantos como nós, para fechá-los em currais eleitorais, em troca de comida, e assim perenizar o círculo vicioso. 

Para essa gente, a fome não é zero e fornece muitos zeros. ‘Um homem com fome não é um homem livre’: li essa frase de um político americano há alguns anos. Não me lembro do nome do político, mas ela resume como a fome é prisão. 

Quando se tem fome, mais do que nos dobrarmos sobre o estômago, dobramo-nos ao estômago. É ele o nosso carcereiro. É ele o nosso vaqueiro.”

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Moro e os postes - Por o Despertador do Diogo.

 “Muita coisa pode acontecer em oito meses. Com a entrada de Moro na disputa presidencial, nem as candidaturas de Lula e Jair Bolsonaro parecem tão garantidas assim. O ex-poste pode se tornar poste mais uma vez. E o sociopata talvez acabe pendurado em seu próprio poste. 

Mas há um fato que não vai mudar: a necessidade de oferecer aos brasileiros um caminho menos calamitoso, que não deve ser o resultado de um gesto heróico ou de um desvario psicológico, e sim de uma escolha ponderada, ajuizada. 

Neste momento, Moro está conversando com uma rodinha de economistas, empresários e políticos. A prioridade é essa: apresentar um plano de governo, capaz de dar respostas a uma sociedade com um presente desesperado e um futuro sombrio. 

Trata-se de um empenho coletivo, e não do capricho de um cavaleiro solitário.”

15 de Outubro dia do Professor - Por Antonio Morais


Padre Anchieta - O primeiro professor do Brasil.

Nesta data unem-se autoridades, pais e alunos para prestarem homenagem ao valioso trabalho realizado pelo professor que coopera na obra de formar novas gerações e moldar o caráter dos novos cidadãos.

A responsabilidade educacional do professor é muito grande, é ele quem mantem contato mais prolongado, na escola, com a criança, o adolescente em fim com o educando. O professor é o elemento insubstituível na ação de educar, não existe nada que possa substituí-lo. O professor desempenha grande função na formação do educando, principalmente no adolescente que enfrenta uma época de mudanças, de transformações.

Cabe ao professor ajudar o aluno, na solução dos seus problemas, não só na aprendizagem, como nas questões pessoais. O primeiro professor do Brasil foi o Padre José de Anchieta que na sua missão de religioso iniciou a catequese aos índios; as primeiras escolas que se tem conhecimento oficial do Brasil foram entregues aos religiosos Padre Manuel da Nóbrega e José de Anchieta.

O verdadeiro professor é aquele que faz da sua profissão um sacerdócio, que transmite seus ensinamentos com amor, dedicação e carinho. Aos professores devemos não só a nossa instrução como nossa educação, pois, a escola é a continuação dos ensinamentos morais iniciados no lar.

Não devemos homenagear somente ao professor da escola primaria ou secundaria, mas, sim a todos sem distinção, principalmente, ao professor quase anônimo, que é o professor rural. È através deste professor que podemos medir o verdadeiro valor do magistério; é nesse professor primário da zona rural que está o verdadeiro sacerdócio, a verdadeira vocação na arte de ensinar. São eles, os professores e professoras, nas condições de heróis anônimos, que preparam o povo para auxiliar no desenvolvimento do nosso país.

Façamos com que nossos dias de estudante, sejam sempre os melhores momentos de nossas vidas e quando chegar o amanha, tenhamos saudades daqueles dias puros e tranquilos que tantas recordações nos trazem.

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais

Foto - Almerio Carvalho.

O Almerio Carvalho é um amigo de brandura impar, um "gentlemen" na expressão da palavra,  tenho muita honra de ser seu amigo. 

O último jogo que o Almerio Carvalho arbitrou foi um amistoso no campo do Esporte, já  no bairro Seminário. 

Numa época em que o Crato tinha cinco equipes bem melhores que a atual, formadas por atletas  locais, o amigo Almerio foi convidado  pelos dirigentes  do Esporte e do Magarefe para  apitar uma partida festiva entre as duas equipes.

Pelo serviço o Almerio nunca cobrou nada, sempre se dispunha a ajudar, assim é que depois de muita peleja foi convencido a dar a sua  contribuição ao evento.

No decorrer  da  partida  houve um escanteio para o Magarefe, Zé Lopes bateu com maestria. Uma bicuda daquelas.

A bola subiu, subiu e foi caindo na pequena área  tal qual um gavião peneirado sobre uma ninhada de pintos, de modo que  o José Lopes já se encontrava por lá  para cabecear a marcar o gol. 

A regra é  clara,  o mesmo jogador não pode bater a falta e ele mesmo finalizar a jogada. Com a anulação do gol foi o maior sururu, um verdadeiro cu de boi.

No outro dia, faltou vaga na enfermaria do Hospital São Francisco para atender tanta gente de bucho furado de faca e outros assemelhados. 

Depois dessa partida o Almério nunca mais aceitou  apitar qualquer jogo que fosse.

Charuto se vendeu - Por Antônio Morais

Professor Alderico de Paula Damasceno, treinador  da equipe do Crato.

Essa vai para o historiador Armando Rafael, meu amigo Carlos Eduardo Esmeraldo, o cantor, compositor e professor José Nilton, amantes da historia do Crato e de modo especial para o Dihelson Mendonça que registra em seus arquivos todas essas proezas de nossa boa gente.

Em décadas passadas, a APCDEC, promovia o torneio “intermunicipal”, contenda que premiava as equipes dos municípios interioranos que investiam no esporte da bola.

Em 1974, Crato e Várzea-Alegre ficaram na mesma chave. No jogo de ida, o médico e desportista cratense Antônio Valdir de Oliveira solicitou do prefeito de Várzea-Alegre Lourival Frutuoso toda atenção com o escrete do Crato.

Foi contratado o melhor hotel da cidade para fazer a hospedaria. Quando a delegação chegou Dona Emília, a hoteleira, se esmerou na atenção e cuidados. Desembarcaram do ônibus de seu Orlando craques famosos como: Dote, Chico Curto, Anduiá, Netinho, Luís e Antônio Pé de Pato, Fruta Pão, Pirrol, Sibito, o afamado artilheiro Pangaré e outros sob o comando austero do treinador e meu querido professor de história Alderico de Paula Damasceno.

Dona Emília com muita lhaneza no trato cumprimentou a todos exigindo o nome de cada um deles. No final das apresentações, Gerçon Moreira que representava a imprensa, digo, a Revista Região do Osvaldo Alves, se apresentou como sendo o “Vigário da Batateira”.

Vige Maria, Dona Emília quase cai pra trás. Era muita honra hospedar um padre. Como ia poder fazer um atendimento diferenciado ao sacerdote sem que os demais percebessem? Os cuidados com a alimentação deviam ser dobrados visto que as 20 galinhas caipiras apimentadas e um “bacurim” de 20 quilos poderiam não atender e agradar ao paladar de todos, em especial do vigário que tinha maior merecedência.

O almoço foi servido numa mesa de pau d'arco medindo 08 metros de comprimento com um e meio de largura colocada na sala do centro do hotel. Dona Emília espalhou as panelas pela mesa e numa delas havia um “molho pardo” que era a especialidade da casa. Quando Pangaré colocou o arroz e botou duas colheradas da “especiaria” e começou a misturar, Chico Curto, jogador cheio de nó pelas costas, metido a importante, olhou de soslaio e disse: bicho, deixa de ser burro, “chouriço” agente come é no fim!

Pra se ter uma ideia até água Dona Emília havia mandado buscar em ancoretas no Crato para agradar aos atletas. Dona “Anunciada”, chefe de cozinha dizia lá com os seus botões, Deus me livre e guarde, mas uma coisa está me dizendo, aqui no meu ouvido, que esse padre não é padre.

Antes do jogo houve um principio de emboança por conta do arbitro. Anildo, o bode, queria porque queria apitar e os cabras de lá sabendo que alem de arbitro ele era vereador não aceitaram diante da possibilidade de uma misturação da arbitragem com campanha política. Depois da intervenção do João Ramos, presidente da APCDEC um arbitro se deslocou do Iguatu para apitar o jogo.

A contenda transcorreu normalmente, o placar de dois a zero para o Crato, era mais ou menos esperado. Nesse dia o artilheiro Pangaré não marcou. Os gols foram contra de Charuto, zagueiro da Batateira, que havia assinado contrato há bem pouco tempo com Várzea-Alegre.

No outro dia, o zum zum zum se ouvia de boca em boca. O juiz roubou, deixou de marcar impedimento. Que nada rapaz, você já viu gol contra ter impedimento? Outro dizia Charuto se vendeu, ele é de lá, quem pode confiar em gente da Batateira? E dona Emília bradava: só podiam ganhar até o Padre veio!

Finalmente eu só não posso informar uma coisa: quando foi que Dona Emília recebeu a conta! Venha hoje, venha amanhã, o prefeito viajou, a tesoureira está doente, o talonário de cheque acabou!

Uma do velho Vicente Vieira - Por Antonio Morais


Em pé atrasde direita para esquerda : Pedre Vieira e o casal Nindete e veirinha. Sentados da direita para esquerda : Dr. Raimundo Vieira e esposa,m José Odmar Correia e a ssposa Balbina, o casal Vicente Vieira e Dona Senhorinha, José Vieira  e esposa. A meninada sentada a frente o prineiro da esquerda para direira  é o Dr. José Flavio Pinheiro Vieira.

Vicente Batista Vieira, Vicente Vieira, avô do nosso querido amigo Dr. Jose Flavio Vieira foi uma das maiores inteligências de Várzea-Alegre. Calmo, prudente, sabia ouvir e era sumamente espirituoso. Pra tudo tinha, na hora, uma resposta pronta.

Um dia ele estava em sua propriedade, Fazenda Cristo Rei, localizada no distrito de Calabaça município de Várzea-Alegre e passou um cidadão da Canabrava indo em direção da cidade de Granjeiro com o couro de um bode debaixo do braço. 

 Bom dia seu Vicente falou o caboclo. Bom dia: respondeu seu Vicente. Pra onde está indo? Perguntou seu Vicente! O Caboclo respondeu solicito: estou indo ao Granjeiro vender este couro de bode. Seu Vicente advertiu em cima da bucha: vende não.


Passado algumas horas o caboclo retornava desanimado com o couro debaixo do braço: Boa tarde seu Vicente, bem que o senhor falou que eu não ia conseguir vender! O couro do bote deu segunda!


Seu Vicente coçou a cabeça e lascou: Caboclo velho, no Granjeiro não tem um homem que o couro dê primeira, imagine um bode!

Moro une o centro - Por o despertador do Diogo.


 Os quadrilheiros brasilienses, apavorados com Sergio Moro, agora espalham que sua candidatura “racha o centro”.

Na verdade, o centro já está rachado entre lulistas e bolsonaristas. O que sua candidatura faz é o exato contrário: ela une a Terceira Via expurgando os oportunistas.

Moro está fechado com Eduardo Leite e Luiz Henrique Mandetta. Aquele que tiver mais chances de derrotar Lula e Jair Bolsonaro vai ganhar o apoio dos outros dois, num claro sinal de união.

Sua candidatura parte com 10% dos votos, e a expectativa de seus estrategistas é que ele tenha aproximadamente 15% em abril. 

A partir daí, os partidos de centro devem aderir à sua campanha, unindo-se em torno dele, sem rachaduras.

Sergio Moro representa um centro que não é equidistante da direita e da esquerda, disposto a se aliar a qualquer uma delas, e sim um centro que se opõe fortemente às patifarias retrógradas e criminosas tanto da direita quanto da esquerda. 

Esse é o caminho da união.

terça-feira, 12 de outubro de 2021

CAUSOS DE JUAZEIRO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.


 

O CHEQUE E AS DORES.

Esta me foi contata pelo saudoso companheiro narrador esportivo Foguinho. Um tio dele, não me recordo o nome não costumava pagar nem promessa a santo.

Adoentado e sentindo fortes dores, procurou um médico amigo e lhe contou a situação.

Consulta paga com um cheque pré-datado para 30 dias. Passado um mês, o cheque voltou, por falta de fundos.

Certo dia, cruzaram no Centro de Juazeiro o médico e tio de Foguinho.

O primeiro falou em voz alta:"O cheque voltou".

O tio respondeu: "As dores, também".

CHOQUE DE BICICLETAS EM LIMOEIRO.

Seu Ladislau vinha pedalando sua bicicleta tranquilamente pelas ruas de Limoeiro. De repente, foi atropelado por outro ciclista. Uma bicicleta entrou na outra pelo impacto do choque. Formado o bolo, seu Nicolau conheceu o jovem que estava por cima dele e disparou: "Ainda bem que voce não tem dinheiro para comprar um caminhão".

Enviado por Amigos de Deus - Postagem do Antonio Morais.


Ainda posso ouvir meu professor me perguntando: “Onde fica Nápoles”? Como não estava bem certo, respondi hesitante: “Acredito que fica na Itália”. A resposta foi contundente: “Acreditar é para questões de igreja; você tem de saber”. De certa forma ele estava correto. Acreditar obviamente está relacionado a questões religiosas, mas não se resume apenas a isso.


Quem crê tem de agir e viver na fé em todos os lugares e em todo tempo, não somente quando está na igreja, mas também em casa, no trabalho, no cotidiano. Quem limita a crença à igreja torna sua fé inútil e morta. Uma fé viva é o poder dinâmico que envolve todos os aspectos da vida de um crente.  Contudo, meu professor quis dizer algo diferente. Quis enfatizar a diferença entre crer e saber de fato. Ele deduziu a partir da minha resposta o quão inseguro eu estava. Geralmente usamos as palavras “crer” ou “acreditar” quando expressamos incerteza. “Será que vai fazer sol hoje”? – “Ah, eu creio que sim”. Existe claramente uma dúvida nessa resposta.

O uso bíblico da palavra “crer” expressa exatamente o oposto: uma confiança firme e inabalável. Quando dizemos que cremos em Deus e em Sua Palavra, a dúvida está fora de questão. Porque confiamos nEle, sabemos com certeza que Ele cumpre Suas promessas e que o que Ele diz é verdadeiro. Deus jamais decepcionou ou enganou alguém.

Se você tem dúvidas, incertezas ou inquietações em seu coração, você deve se refugiar em Deus e em Sua Palavra.

Crer em Deus é abrir mão de nossas próprias crenças e inseguranças e confiar nEle inteiramente.

Desconheço o Autor


Clã Brasil - Postagem do Antônio Morais.


Lucy Alves, aos três anos, dedilhando  o seu primeiro violão.

Já postei vários vídeos. Mas, chamo sua atenção para este. Clã Brasil, como bem diz o nome, é um grupo formado pelo pai, pela mãe, três filhas e dois sobrinhos. Netos e bisnetos de Dedé do Cantinho, um tocador de pé de bode, da cidade de Itaporanga na Paraíba. Esse pessoal compõe, canta e toca uma diversidade de instrumentos muito grande. O Pai é um grande compositor, Larissa, a filha mais velha é acadêmica de medicina, Lisete também, Luciane se prepara para o vestibular de medicina, compõe, canta e toca sanfona, oito baixos, bandolim, banjo. 

O mais bonito é o conjunto familiar, a alegria com que essas meninas se apresentam. São super competentes. Já percorreram a Europa toda e parte dos Estados Unidos, são aplaudidas no mundo inteiro. No Brasil pouca gente as conhece porque a grande mídia brasileira gosta mesmo é de fazer o nosso ouvido de pinico. Essas meninas vão longe. Sebastiana era a musica preferida das festas do Cariutaba, o Elmano que o diga.

A. Morais

NEYMAR, O IDIOTA - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Microfone ligado, Galvão Bueno deixou vazar a afirmação de que “Neymar é um idiota”.

Os jogadores brasileiros se tocam, quando as críticas partem dos globais, sejam narradores ou comentaristas.

Certamente que o buchicho já se formou porque, afinal de contas, o craque brasileiro é “vaca sagrada” no reduzido time dos fora de série.

Pensando bem, qual é o problema em Neymar ser chamado de idiota?

Até os grandes gênios são capazes de dizer e cometer idiotices, certos de que serão perdoados pela obra legada.

Quantos jogadores geniais não arruinaram suas vidas (e maravilharam as nossas) por idiotices cometidas?

Maradona foi o exemplo maior, ao “causar”, cheirando o que lhe agradava e abraçando o maior ditador das Américas.

Dentro e fora de campo, Neymar sempre fez um esforço medonho para parecer um idiota, inclusive, agredindo estupidamente um torcedor francês.

Mimado e arrogante, desde os primeiros passos, não demonstra o mínimo sentido de autopreservação, como se não fizesse questão de ostentar uma boa imagem.

Por ser genial com a bola nos pés, ninguém deixa de ser idiota.

Ora, há 50 anos, Nelson Rodrigues chamava a atenção para a ascensão fulminante do idiota brasileiro.

“Os nosso idiotas”, dizia o Freud pernambucano-carioca: “São viajados, falam vários idiomas, são maridos das melhores mulheres, têm os melhores cargos”. Estão por todas as partes. Na política, nas letras, nas finanças, no teatro”.

Hoje, certamente diria: “Também, no futebol”.

Argumentam que, com tanta grana, tanta fama e tanto talento, o jogador pode ser mil vezes idiota.

Mas, não é disso que estamos tratando.

Agora, é bom não confundir “15 minutos de fama” com “15 minutos de idiotice”.

João Francisco, meu amigo, meu camarada - Por Antonio Morais

O Casal João Francisco, o editor do Blog do Sanharol, foto do Wilson Bernardo - Praça Siqueira Campos - Crato.

Nos últimos dias, dedicamos varias postagens e vários textos em homenagens ao ilustre conterrâneo, amigo, compositor e camarada de saudosa memória José Clementino do Nascimento. Reconhecimentos justos e merecidos pelo trabalho que teve em vida na divulgação e elevação do nome de nossa terra.

Na foto vemos o casal João Francisco, um dos maiores benfeitores de nossa terra. Poucas pessoas prestaram tanta solidariedade à comunidade quanto este cidadão. Como tabelião e proprietário de cartório não tinha horário para atender as pessoas. Pequenos trabalhos os fazia de graça. Conheço a historia de um parente que teve de viajar de madrugada ao Juazeiro e precisava levar o documento autenticado e foi neste horário a residência do João Francisco e ele se deslocou ao cartório em alta madrugada e autenticou o documento atendendo de pronto. Quem quiser saber o valor do João Francisco procure os serviços dos cartórios atualmente, veja a diferença e enfrente as dificuldades, incompetência e má vontade.

Mas, como o assunto é o nosso compositor José Clementino eu gostaria de revelar uma curiosidade, de informar que a primeira atividade do Zé Clementino foi como lavador de garrafas da fabrica de bebidas de propriedade do senhor João Francisco, isto bem antes de se tornar funcionário dos Correios e do INSS. Várzea-Alegre merece ser lembrada pelos seus filhos ilustres como José Clementino que voou para os céus deixando muita saudade e o nosso amigo João Francisco que graças a Deus está entre nós gozando saúde de ferro. Saudemos pelo que representam para a historia e memória de nossa terra.

PALAVRAS

APENAS PARA ENCONTRAR PALAVRAS


(Claude Bloc)



Posso dizer muitas vezes que me alimento das palavras. Encontro-as por aí escritas, faladas, proferidas ao vento, em todas as partes por onde passo. Encontro-as nos finais de tarde ou até nos dias mais ou menos vazios...  Às vezes percebo-as lá fora ao relento, ou mesmo na ausência das horas que me controlam, e que, por um algum motivo, ficaram presas no relógio de parede atrás de mim e para onde nem sequer me lembro de olhar...

São apenas palavras… E, muitas vezes, vou deixando-as ficar para que possam ser admiradas por todos e colecionadas como num dicionário, com todos os seus sentidos, (in)definidos, mesmo que não se saiba muito bem o que fazer com elas...

Palavras, às vezes, mudam de cor e de roupagem e nos acenam com sorrisos engraçados e infantis. Outras são esquisitas, mas nos enchem os olhos de alegria. E nesse deleitoso banquete de palavras me delicio... ainda que paradoxalmente lhes confesse: palavras não são tudo…

Claude Bloc

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

01 - Dr. Fracisco Alves Pereira - Postagem do Antônio Morais

 


Dr. Francisco Alves Pereira – CRM 20.975 – é médico formado pela Universidade Federal do Ceará, 1970. Em 1971 fez residência médica em Anestesiologia na Maternidade de Campinas e Clínica Pierro.

De 1972 a 1981 foi Professor Assistente do departamento de Anestesiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Neste mesmo período, atuou concomitantemente no tratamento da dor crônica oncológica e não oncológica em pacientes internados neste hospital.

De 1977 a 1981 atuou também como Anestesiologista no Hospital Municipal de Campinas, “Dr. Mario Gatti”, atendendo simultaneamente os pacientes com dor crônica internados neste hospital.

De 1981 a 2006 exerceu a atividade de Anestesiologia no Hospital Samaritano de Campinas.

Realizou diversos cursos na área do tratamento da dor. Em 2005 iniciou o estágio no Ambulatório de Tratamento de dor crônica da Faculdade de Medicina da Unicamp, com duração de 1 ano.

A partir de 2006 resolveu se dedicar exclusivamente a atividade de tratamento da dor crônica, em consultório, em regime ambulatorial. 

Dr. Francisco Alves Pereira é um cratense vitorioso, um ilustre filho da terra de Barbara de Alencar que fundou a "Clínica de Dor Dr. Francisco Alves Pereira" em Campinas - São Paulo e presta relevantes serviços a comunidade regional no tratamento da dor crônica oncológica e não oncológica.

domingo, 10 de outubro de 2021

A SAGA DE ANTONIO DANTAS SOBRINHO - Postagem do Antônio Morais.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu, 

Mas nele é que espelhou o céu.  

(Fernando. Pessoa)

Nasci no sítio Baixio, Várzea Alegre, Ceará, 1938. Filho de Lourenço Ferreira Lima e Luisa Dantas de Souza. Faço parte da décima geração descendente de Agostinho Duarte Pinheiro, donatário de uma sesmaria no Riacho da Fortuna onde fundou o sitio Monte Alegre. Um dos filhos de Agostinho, mudou o nome para José Ferreira Lima, com o intuito de obter mais uma sesmaria na região. Até hoje a família é conhecida como os Ferreira Lima de Monte Alegre. Por parte de meu pai, também sou descendente dos Alencar do Crato. Minha avo paterna era Ana Pereira de Moraes, irmã de Carlos de Alencar e outros. Por parte da minha Mãe, sou Neto de Manoel Dantas do Baixio. Meu nome é uma homenagem a um irmão do meu avô.

Eis a trajetória de minha vida.

No início de 1945 passei 2 meses aprendendo a ler numa escola de um vizinho. Em 1946, passei mais 2 meses completando que se chamava o primeiro ano de leitura, e em 1948, passei três meses com um amigo de meus pais cursando o primeiro ano primário em Juazeiro do Norte. Em 1949, por intolerância religiosa, minha mãe havia se convertido ao protestantismo, tivemos que sair do Baixio. Fomos morar numa localidade chamada Santa Luzia, perto da Mata do Nascimento, atual cidade de Dom Pedro, no estado do Maranhão.

Tal qual no Ceará, não havia escola naquele lugarejo, mas ainda tive a oportunidade de passar uns três meses numa escola de uma amiga de meus pais numa localidade vizinha. Em 1954, fui morar e aprender alfaiataria com um amigo numa vila mais distante chamada, Centro do Paciência, atual cidade de Governador Archer, onde meus pais moram atualmente.

Em 1956, por indicação de minha mãe, comecei a estudar no Instituto Batista do Cariri enquanto trabalhava numa alfaiataria em Juazeiro. Quando fiquei ali, tive muitas oportunidades de matar as saudades de Várzea Alegre e do Baixio, visitando e passando férias com meu avo, Manoel Dantas e outros parentes. 

Em 1958 fui expulso do Colégio Batista. Não tinha vocação religiosa! Mudei para Fortaleza onde passei um ano e meio trabalhando numa alfaiataria. Fiz um plano de sair de Fortaleza sabendo inglês, e pus-me a estudar sozinho. Todos os dias, durante um ano, aprendia dez palavras novas. Apenas aprendia a ler e escrever, mas foi muto importante porque meu primeiro emprego em São Paulo foi de tradutor de peças mecânicas, numa firma de pesquisa de petróleo filiada a Petrobrás. Ali havia muitos americanos e aproveitei para melhorar a pronuncia do inglês. Por influência deles, abri uma conta bancária nos Estados Unidos para onde enviava minha poupança para protegê-la da inflação e me preparar para uma eventual oportunidade de estudar no exterior.

Em 1963, comecei a namorar uma americana, e por influência do meu futuro sogro, pedi um visto de emigrante no consulado americano. Emigrei para os Estados Unidos no fim daquele ano. Logo em seguida, fui aceito na Universidade de Wisconsin, em Stevens Point, via um exame de admissão, pois não tinha educação formal. Como não tinha recursos para custear os estudos, a universidade me concedeu uma bolsa de estudos do legislativo estadual.

Em 1966, casei com Marilyn, que fora minha namorada em são Paulo e havia retornado aos Estados Unidos antes do meu visto de imigração. Foi ela quem me deu apoio moral e cuida muito bem de mim até hoje. Em 1968, ganhei uma bolsa de estudos para o mestrado na mesma universidade no campus principal, em Madison. Ali encontrei muitos brasileiros dedicados e preocupados com o destino do nosso país. Eles me influenciaram para que voltasse para o Brasil.

Em 1970, fui convidado, por indicação de um professor, para lecionar na Universidade de Brasília. Quando cheguei ao departamento de economia, acanhado e tímido academicamente, fiquei surpreso em saber que era o primeiro com mestrado lecionando naquele departamento. Logo, com 31 anos de idade, assumi interinamente a chefia do departamento onde promovemos uma reforma acadêmica que deu bons resultados até hoje.

Em 1972, voltei para os Estados Unidos com uma bolsa de estudos da Fundação Ford e apoio da Universidade de Brasília para me preparar para o Ph.D. na universidade de Cornell, estado de Nova York. Ali, tive a oportunidade estudar com ilustres brasileiros, com José Serra, Luciano Coutinho, Yoshiaki Nakono, Sérgio Mindlin, Lívio Reis de Carvalho e outros brilhantes colegas. Senti muito orgulho daqueles amigos. Tínhamos uma intensa vida intelectual e de preocupações com o destino da pátria. Estes se dedicaram a vida acadêmica e política. Eu fiquei sempre ligado a vida acadêmica.

No primeiro dia de aula em Cornell, agosto de 1972, nasceu meu filho Lourenço e na semana que conclui os exames para o Ph.D. nasceu minha filha, Tania. Em 1975, passei 3 meses em São Paulo, levantando dados para minha tese de doutorado. No início de 1976, defendi uma tese comparando o desempenho econômico entre firmas brasileiras e estrangeiras operando em São Paulo.

Em 1978, participei de um programa do MEC, lecionando para professores da Universidade do Piauí dentro do programa PICD. Em 1979, fui convidado pra lecionar no Colorado College, uma pequena universidade na cidade de Colorado Spring nos Estados Unidos. Passei um  ano de licença naquela cidade. E em 1981 voltei brevemente pra passar mais uma temporada lecionando ali.

Em 1985, havia acabado de sair da direção do Instituo de Ciências Sociais da UnB quando recebi um honroso convite do Governo do Canada para visitar o país e participar de um seminário dirigido a administradores. Em 1986, voltei para os Estados Unidos e passei 6 meses na Universidade de Harvard com uma bolsa da Fundação Fulbright. Tive a oportunidade de me especializar na área de investimentos e administração de projetos. 

Em 1988, participei durante 45 dias de um programa das Nações Unidas e Banco Mundial, preparando técnicos do Banco Central de Moçambique, na capital Maputo, antiga Lourenço Marques.

Em 1990, voltei para os Estados Unidos acompanhando meu filho que ia estudar engenharia no Instituo Politécnico de Worcester, estado Massachusettes. Nesse  período, 1990-93, lecionei no Framingham State College, perto de Worcester. Neste último ano, minha filha também entra para universidade, na cidade de Oshkosh, Wisconsin.

1993 - 2001, todos os anos, passamos as férias nos Estados Unidos, acompanhando os os filhos, Tania fazendo graduação e Lourenço, a partir de 1994, fazendo o mestrado na universidade da California, em Davis. 

Aposentei-me da universidade de Brasília em 2001 e passei a lecionar, administração pública e planejamento estratégico na Escola Nacional de Administração Publica, ENAP em Brasília.

Em 2005, voltamos definitivamente para Wisconsin e inverti o percurso, agora passamos mais tempo nos Estados Unidos e menos em Brasília, onde ainda me considero residente. 

Atualmente, desenvolvo trabalhos práticos, analisando os mercados financeiros e operando com ações e moedas. Quase todas semanas escrevo uma pequena resenha sobre esses temas e que são publicadas em alguns sites na Internet. A coleção completa pode ser lida neste site, www.investmax.com.br Todos os trabalhos na Internet são do pseudônimo, Professor Metafix.

Nota final.

Por trás dessa saga existe uma mensagem que aproveito para dirigir especialmente aos jovens de Várzea Alegre e aos leitores desse Blog. Apesar de não possuir a escolaridade de praxe, pois juntando todos os dias que passei nas escolas rurais e em Juazeiro, não chega a ser um ciclo completo do primário, nunca deixei de estudar sozinho até chegar a universidade. Sempre trabalhei pra me sustentar, mas as noites eram minhas e as dedicava aos estudos. 

Considero o sucesso como dependente de dois ingredientes; aquele que vem de dentro, a vontade; o outro, o que vem do ambiente. A inspiração vem do fora pois só podemos ver longe quando pisamos ombros de gigantes. Os professores são importantes e indispensáveis. Não realizamos muito sem que aja algum incentivo ou estimulo externo.

Felizmente, para manter a disciplina, trabalhei com um PMA – plano, metas e ação. Para minha surpresa isso foi fundamental na minha formação. Por exemplo, quando decidi aprender inglês, o plano era chegar em São Paulo com um conhecimento literário que me desse apoio para o trabalho e para os estudos. A meta era aprender, pelo menos, dez palavras por dia. A ação era escrever repetidas vezes as palavras nas duas línguas, traçando uma imagem mental do significado. 

Assim, como fiz com o inglês, todas as outras etapas foram planejadas. E como disse Shakespeare – a consciência nos transforma em covardes –  eu tinha medo de falhar.

Observo que as pessoas trabalham com um plano estratégico. Entretanto,  a maioria não executa, e fica apenas nas intenções. Neste caso, é necessário examinar as forças internas e externas, e trabalhar com metas num ambiente apropriado. 

Nosso cérebro funciona melhor dentro de um quadro de referência. Reconhecia minhas fraquezas e minhas forças e tentei eliminar as primeiras e fortificar as outras. Esse é o primeiro quadro. O segundo é ter uma meta e cumprir todos os dias uma parcela dela. O terceiro quadro, é o meio ambiente. Os estímulos e as forças externas vem do ambiente, se ele não for  propício, não atingimos nosso potencial. 

Na falta de escolas, tentei me colocar em ambientes que me dessem força. Coloquei-me sempre ao lado dos interessados no saber. Fugi dos pretendentes que não tinham a inteligência emocional para entender que a ignorância sai bem mais cara do que o saber. Reconheci o ditado que diz  – mostra-me com quem andas que saberei quem tu és.

Fácil? Não! Simples? Sim! O importante é o desafio; subimos montanhas não porque seja fácil, mas porque elas são lindas.  Não se faz aquilo que é bom porque seja útil, mas porque engrandece a alma. – Tudo vale a pena se alma não for pequena. Navegar é preciso – como disse Fernando Pessoa. Acima de tudo, procurava a felicidade e continuo cultivando-a até hoje. Não tenho riquezas porque sempre fiz tudo para dignificar o espirito.  Não mudei e ainda mantenho meu jeito alegre e brincalhão característico dos várzea-alegrenses. 

Estes são meus heróis. – Merrill, Wisconsin, EUA, 2 de setembro de 2012.

Antônio Dantas Sobrinho.

Crônicas e contos - Por Antônio Morais.

Antes da pandemia eu visitava o Dr. Humberto Macário uma vez por semana. Ele gostava muito de conversar comigo e nossa conversa nunca era menos de duas ou três horas.  Há uma ligação de parentesco entre as familia Macario de Brito de Crato e a Morais Menezes de Varzea-Alegre. 

Pedro Macário de Brito, Pedrinho pai do Dr. Humberto era primo do meu pai e primo e muito amigo do meu tio Raimundo Alves de Menezes, Mundim do Sapo.

Era assim : qualquer problema em Várzea-Alegre parava na casa do meu pai, que parava  na casa de Mundim do Sapo em Crato e terminava no consultorio de Dr. Humberto.

Havia um ambiente muito bom de amizade e consideração recíprocas entre eles. Dr. Humberto saía do Crato  com José Raimundo de Brito  e Macial num Jeep para almoçar um capote na casa do meu pai no sitio Sanharol em Várzea-Alegre.

Eu faço parte da quarta geração de uma familia que cinco tios e tias se casaram com cinco sobrinhos e sobrinhas. Não sei bem, mas dizem que  esse fato fez nascer  muita gente abilolada. 

Um dia  o meu pai trouxe um desses e chegando no hospital São Francisco deixaram o carro com o doido e dois seguranças e foram se ter com o Dr. Humberto. O meu pai e Mundim do Sapo chegaram abriram o porta e entraram. 

Conversa vai, conversa vem papai  alvoroçado falando muito alto o Dr. Humberto mandou a atendente preparar uma injeção, um sossega leão. Estavam os tres  palestrando quando a  infermeira se aproximou de papai, levantou a  manga da camisa  e antes de  da inicio ao procedimento Dr. Humberto gritou : Ei Maria, pare o doido não é esse aí não o doido está  no carro lá fora.

Foto da última visita em 13 de Julho de 2019, Antônio Morais, Uninha Morais e o casal Noemita Arraes e o Dr. Humberto.

BANHO DE CIVILIZAÇÃO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 


No cipoal de nossas reminiscências, não poderíamos esquecer das viagens de trem.

Fins da década de 50 e início dos anos 60, passageiros fomos do "trem do Crato", de preferência, nos vagões de primeira classe. Minha fixação pelo trem vem da infância.

Meu pai foi funcionário da estrada de ferro. Em movimento, nos conduzia. Parada, a máquina servia para nossas brincadeiras, quando criança, entre os seus vagões de passageiros e cargas. Após as escavações da memória, vamos nos situar na viagem mais longa, de Crato a Fortaleza, "puxados" por uma Maria Fumaça ou máquina a diesel.

Com o fito de tomar um "banho de civilização", como se dizia à época das grandes distâncias, partia-se do Crato para Fortaleza, às quatro da manhã, com chegada às 20 horas, na estação João Felipe.

No percurso, cada parada nas estações era uma festa pautada pela comilança.

Peixe frito, tapioca, macaxeira, frutas e água de quartinha servida em copos de alumínio. A passagem pela estação de Baturité era a mais aguardada, por causa das uvas do Maciço. Quando em companhia do nosso pai, desfrutávamos de uma ida ao carro-restaurante, onde na refeição tínhamos "direito" a um Grapette, refrigerante que, ainda hoje, recende um gosto de infância.

O jornaleiro Bodinho, depois muito conhecido, como destacado torcedor do Fortaleza, explorava a venda de revistas. Durante o trajeto até Fortaleza, falava-se e discutia-se futebol cearense. De vez em quando, um grito "Aí é Ferrim, meu filho" ou "Aí é Gildo", notável craque do Ceará.  Vez por outra, numa rampa, o trem deslizava. A própria máquina tinha um dispositivo para despejar areia nos trilhos. Resolvido o problema, a viagem seguia sem sustos.

Outra festa para os nossos olhos eram as estações, cujas arquiteturas provocam em nós lembranças de um tempo lírico e feliz, nas nossas muitas viagens de trem. Muitas foram  preservadas, algumas destruídas pelos desmemoriados.

Nostalgia do apito.

sábado, 9 de outubro de 2021

“O Brasil persiste”, disse Sergio Moro, em sua coluna na Crusoé - Por O Antagonista.

 

“As pessoas, mesmo com dificuldades, persistem. Ainda que nos frustremos com promessas descumpridas de agentes políticos, persistimos fazendo nossas apostas em um futuro melhor. 

Precisamos persistir até vencer. Gosto muito do verso do Samuel Beckett ‘Tente. Fracasse. Não importa. Tente de novo. Fracasse de novo. Fracasse melhor’, mas não acredito que, como país, estejamos presos a sucessivos fracassos. Não estamos”.

A tentativa da Lava Jato de criar um Brasil menos corrupto e arcaico fracassou. Mas Moro está disposto a tentar de novo, persistindo até vencer.

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

Moro vai vencer em 2022 - Por O despertador do Diogo.

Sergio Moro vai vencer em 2022. É o futuro presidente do Brasil. Minha certeza é alavancada pelo fato de que procuro nas pesquisas apenas os números positivos para o meu candidato, ignorando todos os outros. 

Incapaz de prever o comportamento do eleitorado, que faz o que bem entende, atenho-me às minhas próprias idiossincrasias. Na minha urna mental, que é auditável e à prova de fraudes, o único voto vai para Sergio Moro. 

Ninguém sabe se ele vai se candidatar. Nem ele sabe. Como disse uma representante do MBL, depois de encontrá-lo, ele é fechado como uma ostra. 

Minha pergunta é outra: Sergio Moro pode se recusar a se candidatar? Eu mesmo respondo: de jeito nenhum. Ele está encurralado. Duas semanas atrás, por exemplo, ele denunciou na Crusoé o golpe contra a Lei de Improbidade. Agora o golpe foi aprovado pelo Congresso Nacional. 

É preciso que alguém fale sobre o assunto na campanha eleitoral, e esse alguém só pode ser Sergio Moro. Ele está indeciso sobre sua candidatura, mas a candidatura já se decidiu por ele.

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

DISCURSO TRONCHO - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

Que bafo, rapaziada.

O que somos, além de passageiros dos acontecimentos e conjunto dos últimos momentos?

Quanto vale a vida, a preços de hoje?

Na avalanche de informações, o que não falta é fura fila para falar primeiro.

Não tem iguaria fina, só fumaça.

É a busca da fama efêmera e irrisória.

Um mendigar de sentido dos delirantes.

Peguei, em pleno voo, uma frase definitiva: "No século da inteligência artificial, a burrice natural continua solta".

A vida com o efeito bumerangue.

Obrigação de ser jovem, como nos anos 1960.

"Não confie em ninguém com mais de trinta dinheiros".

Olha a responsabilidade: ser jovem não é, apenas, poder usar óculos como enfeite.

Na miséria existencial, tem coroa pedindo adolescência por empréstimo.

Estamos ficando velhos muito cedo?

Um mote de violeiros para lhe sossegar: "Se eu pudesse, comprava a mocidade, nem que fosse pagando à prestação".

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Sergio Moro está bem entusiasmado com a candidatura - Por O despertador do Diogo.

 

A presidente do Podemos, Renata Abreu, aposta na candidatura presidencial de Sergio Moro.

Ela disse para o Valor:

“Eu acho que ele está bem entusiasmado com a ideia. Ele voltou para os Estados Unidos agora para fazer uma conversa com a família dele. Temos até o comecinho de novembro para ele dar essa resposta. 

A gente fez uma pesquisa bem ampla e ele é o único nome hoje que pode romper com a polarização, ele já larga com 10% sem ter se declarado candidato. Ele pega o eleitor do Bolsonaro e pega o eleitorado que é anti-Lula, que é anti-PT”.

Sobre a frente partidária disposta a apoiá-lo, ela disse também:

“Primeiro é preciso confirmar a decisão dele, não adianta fazer qualquer conversa antes. E muitos partidos agora estão em fase de definição de seus candidatos, então acho que novembro vai ser o mês de definição de alguns dos majoritários e aí começarão as conversas sobre alianças”.

Uma das conversas é com a União Brasil, a fusão entre PSL e DEM. O novo partido deve nascer rachado: o PSL tem interesse em apoiar Sergio Moro; o DEM, não.

OBJETOS DE DESEJOS - Por Wilton Bezerra, comentarista generalista.

 

Desejar a vida de alguém não é uma coisa saudável.

“Ah, seu tivesse a casa de fulano, a grana de sicrano, não teria problema nenhum pagar altos impostos por uma vida dessa”.

Isso não é legal.

Por isso mesmo, quando ao vislumbrar certas conquistas materiais, digo brincando –brincando é que as verdades são ditas – que “esta é a vida que Deus pediu pra mim”, é porque sei a quem estou pedindo.

Sabe-se que certos seres humanos desejam, no íntimo, a vida que os ricaços levam, por entenderem que suas existências são eternamente espetaculares.

Só que não é bem assim. O mundo está cheio de nababos com problemas existenciais insuperáveis.

Mas, “deixa eu dizer pra tu” – a forma como pede licença para falar o filósofo Mossoró, exclusivo do Sistema Verdes Mares de Comunicação: dois objetos de desejo me perseguiram na vida e se mostraram inalcançáveis, até os dias de hoje.

Primeiro: ter o privilégio de não fazer nada, ser dono do meu tempo para ler, escrever no computador com dois dedos e, aqui e ali, cometer um comentário generalista, sem obrigação de fazê-lo.

Segundo: ter uma casa na praia, cuja aproximação do mar me permitisse tocar a água com os meus pés.

Quer dizer: o mar aos meus pés.

Esse segundo desejo gerou um causo muito engraçado, pelo fato de sempre dizê-lo em voz alta, para todo mundo ouvir.

Certo dia, no tempo em que possuíamos uma casa no Icaraí, distante cerca de dois quilômetros da praia, depois de uma noite chuvosa, recebemos um telefonema do caseiro Barnabé: “Seu Wilton, tenho uma boa noticia pro senhor. Venha hoje por aqui, que o seu desejo de ter água aos seus pés numa casa de praia vai se realizar. Com a chuvarada de ontem, a casa está inundada, com água no meio da canela”.

Soltou uma gostosa gargalhada e me deixou com cara de cenário.

Como viram, dois desejos fora do meu alcance.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

PT segue com o velho discurso - Por Diogo Mainard.

 

Liderado pelo ex-presidiário Lula, o partido se recusa a fazer alianças e continua com seu projeto de poder.

No Papo Antagonista desta segunda-feira, Diogo Mainardi comentou a estratégia do PT para voltar ao poder. O partido se recusa a fazer alianças, finge que apoia o impeachment de Bolsonaro e faz campanha para Lula durante os protestos contra o governo.

Bolsonaro é avisado de que candidatura de Moro é para valer - O despertador do Diogo.

Aliados de Jair Bolsonaro disseram-lhe que a candidatura de Sergio Moro “é para valer”, segundo O Globo.

“Um dos interlocutores de Bolsonaro emendou que o presidente não deveria se preocupar porque Moro tem a antipatia da esquerda e perdeu parte da direita ao deixar o governo atirando”.

Na verdade, o sociopata deve temer a candidatura de Sergio Moro justamente por esses motivos: ele meteu a esquerda corrupta na cadeia e resistiu às manobras golpistas da direita.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

"Moro é uma ostra" - Por o Antagonista.

Os encontros de Sergio Moro no Brasil criaram a expectativa de que ele pode se candidatar a presidente contra Lula e Bolsonaro. 

A passagem de Sergio Moro pelo Brasil animou os apoiadores de sua candidatura presidencial, mas ninguém sabe o que ele vai fazer.

“O pessoal está pedindo pelo amor de Deus para ele se candidatar, tem muito grupo surgindo de apoio. Mas ele é uma ostra”.

O empresário Alexandre Paonelli acrescentou que só Sergio Moro pode impedir a disputa entre Lula e Jair Bolsonaro:

“O Moro é o único cara que tira o Bolsonaro do segundo turno. Quem pode vestir essa indumentária de ser inimigo dos dois? Eu acho que é Sergio Moro”.