Notei lhe a funda lividez.
Voltei para apanhá-lo.
De tempos em tempos, desisto do Brasil. Estou desistindo novamente agora. Além de renunciar às urnas, resolvi renunciar também ao nosso site.
A partir de hoje, vou parar de escrever para a imprensa. No caso, O Antagonista e a Crusoé.
O plano é me dedicar a atividades mais gratificantes do ponto de vista intelectual e espiritual. De fato, pretendo passar meus dias deitado no sofá, tirando meleca do nariz. Quanto tempo isso vai durar? O trato é permanecer um ano de folga. Pode ser mais, pode ser menos. A única certeza é que vou me abster de comentar a campanha eleitoral, os debates na TV, o resultado do primeiro turno, a festa do vencedor, os nomes dos ministros, as tentativas de golpe, a compra dos parlamentares.
Sinto-me revigorado só de ver essa lista.
É claro que há reciprocidade nisso. Eu desisti do Brasil, o Brasil desistiu de mim. Ninguém está disposto a ler pela trigésima-oitava vez os mesmos comentários sobre os mesmos assuntos. Eu já disse o que tinha a dizer. O afastamento, portanto, é consensual.
O Brasil e eu enjoamos um do outro. Vou sair de mansinho e o leitor nem vai notar.
Estupidamente, eu havia prometido me atirar do campanário de São Marcos em caso de segundo turno entre Lula e Jair Bolsonaro.
A aposentadoria precoce foi o jeitinho acovardado que arrumei para descumprir a promessa. É uma espécie de terceira via particular.
Minha vida vai virar uma Simone Tebet: estreita, tediosa, supérflua e sem brilho, mas longe daquela gentalha fedorenta que há vinte anos embosteia meu dia a dia.
Não se trata de culpar apenas os candidatos, os seus marqueteiros, os seus aliados políticos e os militantes a soldo imediato ou com perspectiva de ganhos mais adiante.
Os culpados são também os brasileiros que escolheram a polarização entre Jair Bolsonaro e Lula, além de todas aquelas autoridades que contribuíram para que chegássemos a este ponto. Ou seja, a maioria esmagadora.
Não adianta culpar o “sistema”, como se fosse algo completamente exterior aos cidadãos. O nosso analfabetismo, a nossa miséria, o nosso sentimento de impotência, não nos inocentam.
O “sistema” somos todos nós: ricos, pobres e remediados. Quem escolheu a polarização escolheu a lama.
Quando o 4-4-2 (a Inglaterra usou na Copa do Mundo de 1966) prenunciou o sumiço dos pontas especialistas, estranhou-se por aqui.
Besteira. O futebol sempre precisou (e precisa) de especialistas.
Com as novas geometrizações táticas e avanços da preparação física, os jogadores tiveram um acréscimo em suas funções.
Entanto, os espaços da linha de fundo não viraram "terra de ninguém".
Pelo contrário. Os laterais viraram alas (para armar e atacar como extremas), afora deslocamentos de jogadores de outras posições em campo.
Quando Zé da Galera pedia ponta a Telê, tinha ponta esquerda voando: Éder e Zé Sérgio, que nem foi para a Copa.
O pedido era voltado mais para o setor direito.
Só que não era fácil deixar de formar um quarteto com Cerezo, Zico, Sócrates e Falcão. O ala Leandro era, na verdade, um extrema.
Telê não abria mão de um centroavante de referência. Daí, a escalação de Serginho Chulapa.
Mas, voltando ao assunto do "sumiço" dos pontas. O Palmeiras, que vimos domingo passado contra o Goiás, reforça a nossa observação de que os extremas, no duro, nunca deixaram de existir.
Dudu e Wesley (ou Rony) fecham da ponta para o meio. Acrescente-se o apoio incessante dos alas. Mayke (ou Marcos) e Piquerez (ou Vanderlan).
Ataques apoiados pelas pontas, para Zé da Galera nenhum botar defeito.
Não à tôa, o time do Abel Ferreira está solto na buraqueira do campeonato brasileiro.
Ao perseguir Deltan Dallagnol e Rodrigo Janot, o pessoalzinho de Renan Calheiros entra na campanha eleitoral e refresca a memória dos brasileiros sobre a Lava Jato e o departamento de propinas da Odebrecht.
Lula só tem a perder com isso. Ele merece.
Ciro Gomes teceu duras críticas a seus dois principais rivais na corrida presidencial, Lula e Jair Bolsonaro, em entrevista ao Financial Times publicada nesta terça-feira (9).
Quanto ao ex-presidente, Ciro o comparou aos ditadores latino-americanos Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua.
O pedetista disse que Lula é “uma expressão de populismo sul-americano podre e corrupto”.
“Se você considera que Ortega é um populista corrupto, então Lula é a expressão absolutamente igual de Ortega ou de Maduro”, acrescentou.
Deus é brasileiro?
9 agosto 2022
Índice acumula alta de 4,77% neste ano e de 10,07% nos últimos 12 meses
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,68% julho, a maior deflação registrada desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1980. Com esse resultado, o IPCA acumula alta de 4,77% no ano 2022, e 10,07% em 12 meses.
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que previam um recuo entre 0,88% e 0,45%, com mediana negativa de 0,66%.Quer ajuda para colocar as contas em dia? Assine agora a newsletter e receba conteúdo gratuito e exclusivo no seu e-mail!
Em um encontro de dois saudosos poetas caririenses, Hélder França e Enéas Duarte, o primeiro deplorou a precária vestimenta do segundo:
Responde-me,
Oh! Pobre vate,
Qual foi o mal alfaiate
Que te aleijou de uma vez
Enéas não tardou a responder:
Foi o alfaiate da miséria
Que pobreza
É coisa séria
Foi a miséria quem fez.
Acontece que a pobreza que gera a fome não tem nada de poética.
Quando iremos nos preocupar com a pobreza no País?
O que falta para encarar esse problema com a urgência que ele merece?
Quem tem maiores responsabilidades sobre essa questão já experimentou passar um dia de fome?
E ver os seus dependentes vítimas dessa pena de morte por inanição?
Como em outros desafios, não há uma preocupação real com isso.
O objetivo parece ser mesmo naturalizar essa impiedade de séculos.
Manuel Batista Vieira, professor Vieirinha.
No dia 25 de Fevereiro de 1969, sair de minha cidade Várzea-Alegre para o Crato no ônibus de Seu Totô.
Trazia no bolso da camisa uma carta do meu pai para Vieirinha, era assim que ele chamava na intimidade conterrâneo. Solicitando a minha matricula no Colégio Estadual Wilson Gonçalves do qual Vieira era diretor.
Encontrei o Vieira na Livraria Católica sentado em cima do balcão conversando com José do Vale enquanto José Vieira, seu irmão recebia e conferia uns livros.
Entreguei a carta, ele retirou do envelope, leu, colocou novamente e escreveu no verso do envelope : Faça-se! Mandou-me procurar Zuleide na secretaria do colégio.
Iniciava-se ali uma grande amizade. Como aluno e depois como amigo sempre o vi com os olhos de um filho e, acho que havia uma grande reciprocidade, ele me via com os olhos de um pai.
A minha amizade com o Velho Vieira passou para os filhos José Flávio, Vicente e Luciano.
Do Vieira eu guardo as melhores lembranças, muita gratidão, reconhecimento e saudade.
A pior coisa do mundo é ver o olhar triste de uma criança causada pela fome e miséria. Causada pelas guerras sem sentidos comandadas por homens rígidos e impiedosos que nunca perceberão que a guerra só terá fim quando um dos lados desisti.
O tempo não apaga nada. Agente finge que esqueceu. Doe hoje e vai doer mais um pouquinho amanhã
Pode ser que tempos depois melhore, pode ser que não. Mas, um dia passa, disso tenha certeza. Porque assim como a felicidade não é eterna, a tristeza também não há de ser.
Se você não sente a dor do teu irmão, a tua doença é maior do que a dele.
No tem hábil Sérgio Moro e a esposa Rosângela Mora transferiram o domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo.
A justiça eleitoral de São Paulo barrou Sérgio Moro e permitiu para esposa. Ao mesmo tempo, o ministro do governo Bolsonaro Tarcísio de Freitas transferiu o domicílio para São Paulo numa aventura de doido, para concorrer ao governo do estado e foi aceita.
É a justiça a serviço do puder, seja ele qual for, seja de onde venha. Se não forem impugnados teremos Rosângela Moro candidata a deputada federal por São Paulo e Sérgio Moro candidato a senador pelo Paraná.
Este fato vai marcar e testemunhar a lambança da justiça eleitoral do Brasil.
Costumo dizer que os iguais se atraem, quem tem o puder de nomear e quem é nomeado. Triste de um país que tem uma justiça vendida e um povo que aplaude e sustenta esse sistema nocivo e seboso com o seu voto.
Sobre o livro "Crônicas e causos" do eminente cronista e comentarista esportivo Wilton Bezerra tenho a informar o que se segue : Ele informa que a edição esgotou.
Há um projeto de futuro para uma nova edição.
Deixou um abraço de agradecimento para todos os amigos..
No futebol, simulação é indecente, falta de caráter.
Quando a morte chegar, não vai me reconhecer. Vai que escapo.
Nunca devemos nos deixar levar pela fama fácil das comunicações.
A felicidade conseguida através da fantasia é sempre provisória.
Puritanos públicos e devassos privados. É o pau que rola.
Não tem buraco no mundo que nos esconda dos problemas.
É verdade. A cada boa impressão deixada, criamos um inimigo.
A vida é cruel, com seu inexorável ciclo de envelhecimento.
O futebol é um ideia em movimento.
A espécie humana está distanciada de sua humanidade.
O amigo é uma loteria que ganhamos na vida.
Recebi o livro do eminente cronista e comentarista esportivo Wilton Bezerra, "Crônicas e causos". Muito bom, li de uma tirada, recomendo aos amigos.
Gostei muito de um causo que ele conta do Delegado de Policia Civil de Várzea-Alegre Antônio Alves Costa, foto abaixo.
Apareceu um marido com queixa de um sujeito que estava saindo com a sua mulher.
O delegado tentou demover o queixoso daquela atitude, até que, uma argumentação não pegou bem: " Amigo fique tranquilo que aquilo não se acaba"!
O marido traído retrucou em cima da bucha : "Não acaba mas afoloza".
Há exatos 176 anos, nascia aquela que se tornaria A Redentora, a Princesa D. Isabel do Brasil!
D. Isabel foi a segunda filha, a primeira menina, do imperador D. Pedro II do Brasil e sua esposa a imperatriz D. Teresa Cristina das Duas Sicílias. Como a herdeira presuntiva do Império do Brasil, ela recebeu o título de Princesa Imperial.
A princesa serviu três vezes como regente do Império enquanto seu pai viajava pelo exterior. D. Isabel promoveu a abolição da escravidão durante sua terceira e última regência e acabou assinando a Lei Áurea em 1888. Apesar da ação ter se mostrado amplamente popular, houve forte oposição contra sua sucessão ao trono.
O fato de ser mulher, seu forte catolicismo e casamento com um estrangeiro foram vistos como impedimentos contra ela, juntamente com a emancipação dos escravos, que gerou descontentamento entre ricos fazendeiros.
A monarquia brasileira foi abolida em 1889 e ela e sua família foram exilados por um golpe militar. D. Isabel passou seus últimos trinta anos de vida vivendo calmamente na França.
Não poderíamos deixar passar essa data tão especial para todo patriota: o nascimento daquela que teve seu trono usurpado! Teria sido uma grande imperatriz, muito à frente de seu tempo!
Que seu espírito esteja descansando em paz, Princesa!