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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 31 de maio de 2014

Cidades-sede da Copa vivem epidemia de homicídios - O Globo

Das 12 capitais brasileiras que sediarão os jogos da Copa do Mundo, sete tiveram aumento dos assassinatos na última década. O quadro é apontado por cálculo feito com exclusividade para O GLOBO a partir dos dados de taxa de homicídio do Mapa da Violência 2014, lançado semana passada.

Mesmo entre as outras cinco cidades-sede que tiveram redução no percentual de homicídios por cem mil habitantes, houve crescimento de outros tipos de crime, como roubo ou estupro, segundo outro levantamento feito também a pedido do GLOBO, este pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O cenário desafia o esquema montado para a Copa — cujo plano nacional de segurança, até um mês antes do início do Mundial, tinha menos de 12% pagos do total previsto para as cidades, segundo a Secretaria de Grandes Eventos.

E não se trata apenas de problemas potenciais de segurança nas áreas centrais de cada cidade-sede. As periferias dessas capitais e suas regiões metropolitanas correm o risco de ver aumento da criminalidade, segundo pesquisadores da área, já que o policiamento estará concentrado nas regiões turísticas e nos locais onde público e participantes da Copa estarão.

DE VOLTA PRA CASA - ESPETACULAR.


Enviado por Jose Eudes Mamedio Soares.

E POR FALAR EM MULHERES - Por Vicente Almeida

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém.

Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim! E se ela não receber de você vai pegar de outro.

Beijos matinais e um "EU TE AMO" no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia.

Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: Mlheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar.

O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, estará salvando a si mesmo.

É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode!

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O texto corresponde ao meu ponto de vista, mas foi escrito por: Luiz Fernando Veríssimo. Repasso.



30/09/2011

terça-feira, 27 de maio de 2014

Aumenta a desigualdade - Por José Casado, O Globo

"País rico é país sem pobreza”, sugere a publicidade governamental. Natural, pois sofisma e redundância são elementos-chave na propaganda e na política.

Na vida real, há um paradoxo: os brasileiros pobres estão cada vez mais empobrecidos pelo mesmo Estado que anuncia protegê-los.

É efeito da armadilha em que o país entrou e na qual se mantém prisioneiro.

Uma medida dessa alienação está na velocidade de expansão da teia da burocracia tributária. Ela avançou ao ritmo de 780 novas normas por dia durante o último quarto de século, desde a promulgação da Constituição em 1988 — informa o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação.

Somadas, as 4,7 milhões de regras baixadas de 1988 até dezembro passado comporiam um livro de 112 milhões de páginas impressas (em papel A4 e com letra Arial 12). Enfileiradas, as páginas cobririam o país em linha reta do Oiapoque, no Amapá, ao Chuí, no Rio Grande do Sul.

As consequências vão muito além de infernizar a vida das pessoas e empresas. A opção política por manter intocada essa estrutura fiscal e tributária produziu uma perversidade: aumentou a desigualdade social no Brasil nas últimas duas décadas, advertem pesquisadores como o economista José Roberto Afonso, do Ipea.

O sistema atual privilegia tributos indiretos e sobre o consumo. Com ele, até 1996, o Estado se apropriava de 28% da renda mensal das famílias pobres, com até dois salários mínimos (cerca de R$ 1.400). Em 2008 o Estado já tomava 54% do rendimento familiar dos mais pobres. No ritmo atual, prevê-se que no fim da década o peso dessa carga tributária esteja em 60%.

Fracassa ação do PT no STF para ajudar mensaleiros.


O ministro Marco Aurélio Mello (foto) rejeitou nesta terça-feira (27.mai.2014) uma ação proposta ao Supremo Tribunal Federal pelo Partido dos Trabalhadores. A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) do PT pedia que a Corte fixasse uma jurisprudência garantindo a todo preso no regime semiaberto o direito de trabalhar fora da cadeia durante o dia –independentemente de já ter cumprido ou não 1/6 de sua pena.

Para o ministro Marco Aurélio, que era o relator da ação, a petição inicial do PT teve de ser indeferida liminarmente por ser um instrumento impróprio, do ponto de vista processual, para o caso em análise. Nesses casos, o mérito do pedido nem chega a ser analisado.

O PT citava na ADPF o presidente do STF, Joaquim Barbosa, autor de várias decisões recentes que interrompeu o benefício de trabalhar fora para vários réus condenados no processo do mensalão.

Em sua decisão, Marco Aurélio considerou que as ações apresentadas pelos réus dos mensaleiros são o instrumento adequado para que o STF se pronuncie a respeito. José Dirceu, Delúbio Soares e Valdemar Costa Neto são alguns dos presos que buscam o direito de trabalhar fora durante o dia e estão recorrendo da decisão de Joaquim Barbosa.

A atitude de Marco Aurélio, entretanto, não significa que ele concorde com as decisões tomadas por Joaquim Barbosa. Na década de 90, ele decidiu de maneira contrária por considerar não ser necessário detentos no regime semiaberto terem de esperar 1/6 do cumprimento da pena para terem o direito de trabalhar fora durante o dia.

Outro ministro que na década de 90 votou como Marco Aurélio foi o decano (o integrante mais antigo do STF), Celso de Mello. Já seriam dois votos contra a decisão de Joaquim Barbosa.

Ocorre que as ações propostas pelos advogados dos mensaleiros não estão na pauta do STF nesta semana. Podem, em tese, ser analisadas por Joaquim Barbosa na semana que vem, de maneira monocrática –decisão apenas do presidente do STF. Em seguida, os advogados podem recorrer ao plenário do Tribunal.

Mas esse processo então tende a demorar várias semanas. E há 3 consequências principais.

Primeiro, os mensaleiros presos no regime semiaberto continuarão sem o benefício de poder trabalhar fora durante o dia.

Segundo, o assunto mensalão não vai sumir do noticiário.

Terceiro, há chances reais de mais adiante as decisões de Joaquim Barbosa serem derrubadas por seus colegas do STF, segundo apurou o Blog. Nesse caso, os mensaleiros sairão para trabalhar durante o dia e o presidente do Supremo ficará numa situação constrangedora

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Entrevista com o ministro Marco Aurélio - Por Gabriel Garcia


O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, repetiu cinco vezes - em 20 minutos - que toma decisões conforme sua consciência. Tanto que, em 24 anos de Corte, ficou conhecido como ministro do voto vencido.

Aos 68 anos, Marco Aurélio diz que o brasileiro perdeu a paciência com a má qualidade de serviços públicos como saúde, segurança, educação e transporte. E defende as manifestações que tomaram conta das ruas em meados do ano passado e se intensificaram com a Copa do Mundo, que começa em 12 de junho.

Marco Aurélio, no entanto, faz um alerta: a população precisa ir às urnas em outubro e escolher melhor os governantes. “Somos responsáveis por maus políticos que estão no cenário. Nós os elegemos”, afirma. Ele diz ainda que o teto salarial do funcionalismo público, hoje em 29,4 mil reais, está achatado.

Ministro, por que o senhor acha que o cidadão anda insatisfeito com o poder público, motivo pelo qual tem ido às ruas protestar?

O cidadão perdeu a paciência com os serviços essenciais. Primeiro, há inúmeras categorias com interesses represados. A tendência é reivindicarem. O refrão da Copa de 1970 dizia 90 milhões em ação. Hoje, somos 200 milhões. Os serviços básicos cresceram nesse diapasão? Não. Se eles estavam ruins, pioraram. Segundo, é muito fácil dizer que o índice de desemprego está baixo, mas o que temos é oferta excessiva de mão de obra e escassez de emprego.

As manifestações se intensificaram neste ano de Copa do Mundo e eleições. Isso assusta os homens públicos?

Hoje, conhecemos um fenômeno novo: a manifestação. Não a manifestação de direito cívico, mas com vandalismo. Na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, eu troquei o “vem pra rua” por “vem pra urnas”. O local de protesto, por excelência, é nas urnas, escolhendo bem os representantes. Somos responsáveis por maus políticos que estão no cenário. Nós os elegemos.

O que é preciso ser feito para coibir protestos que acabam em violência física e quebradeira?

Pensemos no caso da depredação na Avenida Paulista, no ano passado. O aparato policial chegou 30 minutos depois. Tem alguma coisa errada. O mote para manifestação foi um reajuste na passagem de 20 centavos. Quando recuou, o poder público estimulou a apresentação de outras reivindicações, porque mostrou fragilidade.

O ambiente exige respeito - Por Mary Zaidan

Serviços públicos para lá de precários, preços que doem no bolso desafiando o blablablá oficial, insegurança, roubalheira, um sem fim de promessas que não se concretizam. São motivos mais do que suficientes para que a mudança seja a reivindicação primeira dos brasileiros.

Mas mudar o quê? Tudo ou muita coisa, respondem 65% dos entrevistados pelo Ibope. Dito assim parece que o eleitor se renderá àquele que oferecer o pacote mudança-já mais palatável.

Bastará prometer seis mil creches, saúde de Primeiro Mundo ou energia renovável, mais barata e não poluente, como fez Dilma Rousseff em 2010? No horário eleitoral da época, a presidente apareceu sorridente ao lado de torres e pás eólicas que até hoje não iluminam uma única casa. No total, são 48 parques eólicos prontos, caríssimos, e que não geram um único watt por falta de linhas de transmissão.

O eleitor dá sinais de que se cansou de coisas assim. Está incomodado, inconformado.

Encarnar a mudança não é fácil para ninguém. Pela lógica, seria menos complicado para a oposição do que para quem quer continuar na cadeira. Mas não com o tipo de presidencialismo centralista em que o Executivo tudo pode. E que, a partir do PT, passou a poder ainda mais, não raro acima das leis.

Dilma pode até proclamar a mudança por decreto, como fez durante as manifestações de junho do ano passado, ao lançar um pacto nacional, de cara fadado ao insucesso.

Ainda que aliada ao atraso – Sarney, Collor, etc., e uma agenda estatizante que aproxima o País dos anos 1950 –, a presidente conta com exposição maciça: rádios regionais, rádio oficial uma vez por semana, publicidade estatal e possibilidade de usar rede nacional em horário nobre sempre que lhe der na telha.

Os opositores, nada disso. Mesmo que consigam reunir ideias inovadoras, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) terão de fazer mágica para chegar ao público. Não serão páreo nem mesmo quando vier o discutível horário eleitoral compulsório, espaço que Dilma dominará quase que por inteiro.

O quadro é cruel. O Brasil quer mudança e não há a menor possibilidade de se criar fóruns de massa para a apresentação e discussão de propostas. Jornais? Chegam a uma parcela mínima, que já tem opinião formada. Redes sociais? Mexem com turmas aguerridas ou remuneradas, defensoras de seus lados. Debates na TV? Acontecem tarde da noite, em horários proibitivos. E, possivelmente, se darão sem a presidente-candidata. Comícios? Caíram em desuso. Espaços terão de ser cavoucados à unha.

À mudança antecede outra exigência: respeito, artigo há muito em falta no estoque do atual governo e que a oposição tem a obrigação de tentar repor. Seria de grande valia, independente do resultado eleitoral.

domingo, 25 de maio de 2014

Voz da experiencia.



Não sei ao certo o nome de batismo ou registro, mas o conhecido Caboré, morador a Rua Raimundo Sabino no Sanharol tem seis filhos jovens com idade e diferença de um ano de um para o outro. Dificil saber qual deles o mais preguiçoso, traquina ou maluvido.

Um dia Caboré botou moral: vamos acabar com essa malandragem, todos pra roça, podem me acompanhar, não quero ouvir conversa mole.

Sairam todos, Caboré na frente e a reca de filhos atraz. Lá pelo meio do caminho um resmungou: Ah, se uma cobra jararaca me mordesse, assim eu voltava pra casa! O outro disse: Besta, bom era se a cobra mordesse pai que nós " vortava tudim".

sábado, 24 de maio de 2014

Emoções perigosas - Por Nelson Motta, O Globo


Como os marqueteiros e estrategistas concluíram que o eleitor vota movido mais pela emoção do que pela razão, preparem-se porque vem aí, além da chuva de lama habitual, doses cavalares de demagogia, populismo e sentimentalismo barato nas campanhas.

Diante do que está acontecendo nas ruas, no Congresso, nos palácios e nos tribunais, nada pior para o processo eleitoral, a democracia e o avanço da cidadania. Nunca precisamos tanto de razão e serenidade.

Além das ações dos movimentos sociais e sindicais, a tática lulista do “nós contra eles” e a crença de que os fins justificam os meios quando a causa é “justa” estão no DNA da atual violência das ruas e no desprezo pelas leis e pela população, quando sindicatos fecham acordos em assembleias mas minorias dissidentes param a cidade e vândalos impedem manifestações pacíficas. O clima de intolerância favorece a imobilidade e bloqueia qualquer progresso nas reformas que o país necessita. Mas 70% do eleitorado exigem mudanças.

Assim como existem pessoas dependentes de álcool, drogas, sexo, jogo e internet, muitos políticos são viciados no poder como numa droga. Embora alguns confessem que “a política é uma cachaça”, a dependência deles é mesmo do poder, dos privilégios, da sensação inebriante de superioridade, onipotência e impunidade que dão algumas drogas pesadas. E, como dependentes, fazem as piores fraudes, indignidades e crimes para mantê-lo.

Se quisessem mesmo servir ao país, deveriam repetir como um mantra a Oração da Serenidade, popularizada pelos Alcoólicos Anônimos:

“Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos, e sabedoria para distinguir umas das outras’’.

Alguns problemas brasileiros são insolúveis a curto e médio prazos, como a ladroagem e o compadrio, atrasos culturais que só mudam ao longo de gerações. Outros, como as reformas política e tributária, dependem de competência, honestidade e coragem para enfrentá-los.

Não é de emoções, mas de serenidade para distinguir uns dos outros, que eles — e nós — precisamos.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Doleiro preso depositou dinheiro em conta de Collor - O Globo


O juiz da 13ª Vara Criminal Federal do Paraná, Sérgio Fernando Moro, informou nesta quinta-feira ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, que a Polícia Federal encontrou no escritório do doleiro Alberto Youssf comprovantes de depósitos bancários em espécie no valor de R$ 50 mil, em nome do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Os comprovantes foram encontrados durante busca e apreensão da Operação Lava-Jato feita em março no escritório do doleiro. O juiz informa ao ministro Zavascki que Collor de Mello não é investigado e apenas comunica a existência dos depósitos em nome do ex-presidente da República.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

A imagem trincou - Por José Aníbal


Dessa vez não vai dar para “tapear”. Os olhos do mundo já estão aqui e é evidente que a Copa ajuda a trincar a imagem do governo brasileiro. Depois das expectativas criadas, a desorganização transformou o evento numa caricatura daquilo que o próprio PT prometeu. Viajaram na maionese e não entregaram nem a metade. Não dá mais para esconder a crise de credibilidade que se abateu sobre o Planalto.

Desnorteado pela reprovação pública que cresce ao seu redor, o PT tenta levantar o moral da tropa acirrando os ânimos e politizando a Copa. Lula recorre ao velho estratagema do sujeito indeterminado para dizer que “setores” torcem contra a seleção para atingir o PT. Não bastasse o delírio de tentar associar o orgulho à vergonha, Lula acha que o povo é idiota e se presta ao papel de bovino que aceita a canga.

Há um recorrente divórcio entre o que o governo diz e o que as pessoas observam. Para a FIFA, é um inferno lidar com os políticos do governo. Para a presidente, os dirigentes da FIFA são um peso nas costas. Eles lavaram tanta roupa suja em público, acabaram tão parecidos em meio às acusações mútuas, que o resultado está aí: nunca o Brasil foi tão enxovalhado internacionalmente.

Com o Google e o Youtube, qualquer um encontra o que quiser sobre os preparativos da Copa. Está tudo lá: discursos triunfais, promessas de milagres nas cidades brasileiras, trem-bala, aeroportos, estádios... Daí, quando a Infraero diz que vai “tapear” obras inacabadas ou Lula chama de “babaquice” a falta de metrô, o brasileiro sente o calafrio: as decisões que influenciam a vida de todos estão nas mãos dessa gente!


Enquanto isso, o marketing petista tenta inocular a ideia de que o partido representa o novo e a mudança nessa luta enlouquecida contra o passado – só que são eles mesmos que estão há 11 anos no poder... Longevidade sem precedente desde que a vitória de Tancredo Neves no colégio eleitoral encerrou a ditadura – aliás, como em outros momentos de comunhão nacional, sem os votos do PT.


Há certa histeria entre os petistas com a hipótese de ter que deixar o poder. Esse linguajar de acerto de contas, do “nós não vamos deixar”, tão usada por Dilma e Lula, é inadequado num debate livre e democrático. Usar a Copa e a seleção para tentar dividir, incitar e manipular as pessoas é uma infâmia. Dilma deveria ser a presidente de todos os brasileiros. Como não consegue ser, o Brasil a reprova. Sua imagem trincou.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Parabéns Pedro e Luizinha - Por Antonio Morais.


Prezados amigos - Pedro e Luizinha - Deus escolheu e confiou a vocês esse diamante, essa jóia especial e sublime. Vocês a lapidaram com o amor do Espirito Santo. Hoje todos nós somos felizes pela realização e vitória do bem e da fé em Deus. 

Eu que sou mais velho e conheci a religiosidade de Josefa de Sanharol e Madalena Bitu , suas dedicação a igreja, desejo de ter um familiar padre, estou certo que elas estão muito felizes, por terem alcançado tamanha graça. Que Deus lhes dê muita saúde e paz. Felizes vocês já são: Graças a Deus. Abraços.

O padrão Fuleco da FIFA - Por Maria Helena RR de Sousa


Dona Dilma acha que o turista não está interessado em levar um aeroporto na mala. Ele quer é sorrisos e simpatia.

Lula declara-se espantado com o desejo do torcedor de ter condução fácil para levá-lo aos estádios. Quem gosta de futebol vai a pé e até descalço ver seu time jogar, como ele diz que fez tantas vezes! Ou montado num jegue.

Depois de ler, abismada, as declarações da dupla LuloDilma, e de refletir sobre sua genialidade, uma sirene tocou em meu coração, alertando: vem cá, e a FIFA?

Pois é, e a FIFA? Para ela nada?

A FIFA foi presidida por um brasileiro de 1974 a 1998. Nascido em 1916, o advogado João Havelange lidou com não sei quantos governos brasileiros e como sempre fez parte da elite, com certeza lhe é constrangedor dizer que não conhece os meandros de nossa administração ou alegar que desconhece a qualidade da palavra empenhada pelo Brasil.

Ele não era mais presidente da FIFA em 30 de outubro de 2007, a data fatídica em que o Brasil foi formalmente declarado sede do mundial de 2014. Mas era Presidente de Honra da entidade, posto que largou em abril de 2013 por motivos nada suíços.

Seu sucessor, Joseph Blatter, foi secretário-geral da FIFA durante muitos anos e custo a crer que nunca tivessem conversado sobre o Brasil e, especialmente, sobre Lula e o PT. Papo quente, até divertido, em volta de uma fondue e com um bom Fendant no copo para brindar as gargalhadas.

O que o fez aceitar que em vez de oito, o Brasil tivesse doze sedes para os jogos? Não viu logo que isso só interessava ao Lula para ampliar o leque de influência do PT? Será que ele não sabia que o Brasil não tem portos, aeroportos, transporte urbano, hospitais, estradas de rodagem (ou ferrovias...), segurança nas ruas, em condições de atender bem à sua população, que dirá ao grande número de torcedores que sempre acompanham os times de seus países?

Não estou querendo livrar a cara do Brasil. Aceitou as exigências da FIFA porque quis e sabendo que aquilo tudo era impossível de cumprir. Aceitou alterar a Lei Seca nos estádios e até chamar nossos estádios de Arenas. Curvou-se porque quis.

Mas estou interessada em que outros países não se deixem levar pelo padrão FIFA de maldade. A FIFA tem entre seus filiados países onde a miséria é dolorosa. Deus permita que seus dirigentes se neguem a sediar Copas do Mundo ou que pelo menos digam não às exigências absurdas da FIFA.

Que digam aos Blatters o que o Lula nos disse: torcedor que é torcedor, vai a pé ou de jegue. O que nos leva a outro detalhe: pode então sentar seu delicado traseiro em qualquer cadeira ou arquibancada, não é? Para que estádios de luxo então?

Que a Fifa se convença, pois, que a única exigência permitida é um bom gramado e vestiários que atendam bem aos jogadores.

O Fuleco, ex-tatu-bola, vai ajudar nisso: a FIFA há de perder seu estranho poder.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Celso Daniel volta a assombrar o PT - Elio Gaspari, O Globo


O sequestro e o assassinato de Celso Daniel pareciam esquecidos. O prefeito de Santo André era o coordenador da campanha de Lula em 2002, foi capturado na saída de um restaurante e dois dias depois seu corpo apareceu numa estrada deserta, com 11 tiros.

Segundo a polícia paulista, o sequestro foi coisa de uma quadrilha que o confundiu com outra pessoa. A execução teria sido praticada por um menor de idade. Parte da família de Celso Daniel não acredita nessa conclusão.

Passados 12 anos, coisas esquisitas aconteceram: seis pessoas envolvidas no caso foram assassinadas a tiros e uma promotora que investigava o fato sofreu um acidente automobilístico, mas sobreviveu.

Os inquéritos da polícia foram contestados pelo Ministério Público, mas a iniciativa foi travada na Justiça, iniciando-se um litígio que está no Supremo Tribunal Federal.

Os promotores acusam de envolvimento no crime o empresario Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, que dirigia o carro do prefeito quando ele foi sequestrado. Se essa tese prevalecer, não houve delito comum, mas outra coisa, mais grave.

A deputada Mara Gabrilli, filha de um empresário de transportes de Santo André, diz a quem quiser ouvir que seu pai era extorquido por uma quadrilha anexa à prefeitura que levava o dinheiro ao comissário José Dirceu. Segundo ela, Celso Daniel queria desmontar o bando.

Assim como o tucanato desafiou a sorte mantendo o caso do cartel da Alstom em banho-maria, o comissariado poderá perceber que a procrastinação do julgamento do empresário foi manobra temerária.

Gabrilli pergunta: “Por que ‘Sérgio Sombra’ não foi julgado?”

Se o Supremo destravar o processo, é difícil, mas pode até acontecer de “Sombra” ir a juri antes da eleição.


Vou de jegue - Por Mary Zaidan

Primeiro, as promessas de mundos e fundos. Um legado nunca antes visto neste País se materializaria em mais aeroportos, portos, transporte urbano, telecomunicações. E ai dos que não acreditassem no conto. Uns danados de pessimistas, gente que aposta no quanto pior, melhor. Antipatriotas.

Agora, com apenas 38% das 93 obras da Matriz de Responsabilidade da Copa prontas, de acordo com o Sinaenco, o jeito é apelar para a alegria, para a alma e o ânimo do povo brasileiro, como fez Dilma Rousseff, sem esconder o desânimo. E incentivar o torcedor a ir assistir aos jogos a pé, de bicicleta e até de jegue, como sugeriu o ex Lula, para quem é “babaquice” essa história de metrô levando gente até dentro dos estádios.

Mais do que acinte, cretinice. Lula, aquele que como ninguém sempre soube colocar as palavras e até o seu português ruim para lhe garantir aplausos, se ferroou com o seu próprio veneno. Fez chacota com o povo. Pior, com os mais pobres, com aqueles que dependem de transporte público. Que deveriam ter transporte digno todos os dias, que não montam e nem são “jumento”.

O Brasil está fazendo a Copa mais cara já realizada no planeta e com a maior taxa de obras inacabadas. Algumas, concluídas, de nada servem, como o terminal de passageiros de Natal, uma obra de mais de R$ 70 milhões, que, segundo o presidente do TCU, Augusto Nardes, está pronto, mas não pode receber turistas devido ao desnível na construção da plataforma de embarque.

Incluem também estádios, como o Itaquerão, em São Paulo, cidade que vive a maior seca de sua história e que terá de torcer por mais secura no jogo de abertura da Copa para não molhar os torcedores.

Os sem-cobertura vexam o País, mas preocupam menos do que os sem-teto que ameaçam protestos no dia D. Acampados na vizinhança do estádio com aval do prefeito Fernando Haddad e bajulados pela presidente quando ela deu por concluída a arena corintiana, eles podem até ser aliados, mas só enquanto a conveniência assim ditar. Portanto, é um risco posto.

Primeiro veio o bordão “imagina na Copa”, usado com humor para demonstrar insatisfação com o que não funcionava direito. Depois vieram as manifestações do ano passado, desaguadouro para críticas contra a baixíssima qualidade dos serviços públicos essenciais: saúde, escola, transporte. Vieram o vandalismo, a violência, o “não vai ter Copa”.

Só isso seria suficiente para responsabilizar Lula, que, com sua provocação infeliz, atiçou quem paga muito para não ter quase nada em troca, quem não é “babaca”.

Mais cedo ou mais tarde o troco vem. A urna não discrimina quem chega “a pé, de bicicleta, de jumento, ou de qualquer coisa”.

domingo, 18 de maio de 2014

TCU pode convocar Dilma para explicar Pasadena - Por Vinicius Sassine, O Globo


A presidente Dilma Rousseff corre o risco de sofrer um forte desgaste político no curso da campanha eleitoral por conta da compra da refinaria de Pasadena, no Texas: o Tribunal de Contas da União (TCU) poderá convocá-la para uma audiência com o propósito de que explique a polêmica aquisição do empreendimento pela Petrobras, feita no momento em que a petista presidia o Conselho de Administração da estatal.

O TCU abriu um processo para investigar o negócio, e o parecer final dos auditores deve chegar ao gabinete do ministro relator, José Jorge, ainda neste mês.

A informação corrente no TCU é a de que o ministro pretende chamar Dilma para uma audiência. Se isso ocorrer, será a primeira convocação de um presidente da República para que preste esclarecimentos nesse tipo de procedimento, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO. Questionado sobre eventual decisão de convocar Dilma, José Jorge limitou-se a responder:

O processo se encontra na unidade técnica. Portanto, não existe decisão ainda.

sábado, 17 de maio de 2014

O EMPRESARIO E O MINEIRIM

Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas. Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer algumas perguntas: - Voce poderia me dar umas informações? - Claro, sô! - Essas vacas dão muito leite?
- Qual que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom? - Pode ser as malhadas. - Dá uns 12 litro por dia! - E as marrons? - Tamém uns 12 litro por dia!
O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar: - Elas comem o quê? - Qual? As maiáda ou as marrom? - Sei lá, pode ser as marrons! - As marrom come pasto e sal. - Hum! E as malhadas? - Tamém come pasto e sal!
O empresário, sem conseguir esconder a irritação: - Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te pergunto alguma coisa sobre as vacas você me diz se quero saber das malhadas ou das marrons , sendo que é tudo a mesma resposta? E o matuto responde: - É que as maiáda são minha! - E as marrons? - Tamém!

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Era o que faltava - Por José Aníbal.


Segundo reportagem do Estadão, recursos do fundo partidário foram usados pelo PT para pagar os advogados de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo. Suspeita de integrar um esquema de venda de “facilidades” na administração pública, Rosemary, assim como outros filiados petistas encrencados com a Justiça, teria custeado sua defesa com dinheiro dos impostos dos contribuintes.

Empregar recursos públicos para defender pessoas acusadas de lesar o Estado é a quintessência do cinismo e do deboche. Aqui, o poder público passa a ser o avalista de uma operação de risco. Caso um militante-delinquente seja pego burlando a lei ou surrupiando cofres públicos, o partido, com o dinheiro do cidadão, paga sua defesa. É uma espécie de “seguro ladrão” – obviamente ilegal e imoral.

A lei é cristalina quanto à aplicação desses recursos. Ela proíbe que despesas pessoais sejam pagas com o fundo partidário. Embora quase R$ 1 milhão tenha sido pago pelo PT – com o fundo partidário – aos advogados de Rosemary, eles juram que os honorários do processo por tráfico de influência, formação de quadrilha e corrupção passiva foram “cortesia”. Os repasses do partido ao escritório teriam servido para quitar outras causas.

Cada vez mais infestada pelo partido, a máquina pública sofre com disfuncionalidades crescentes em vários níveis. As instituições vão sendo carcomidas por apaniguados e a agenda nacional aos poucos sucumbe a interesses enviesados. Melhor exemplo são as estatais, que fraquejam à mercê de promiscuidades diversas. Agora mais essa: financiamento público de criminalistas para beneficiários privados.

À medida em que essas espertezas vão aparecendo e a reprovação ao governo ganha voz, cresce a violência retórica do PT contra quem cruza seu caminho. Após o processo de suavização ideológica, cujas marcas foram o “Lulinha Paz e Amor” e a “Carta ao Povo Brasileiro”, o partido aos poucos vai reavivando as fagulhas de seu raivoso radicalismo. Ao perder a vergonha de mostrar o que é, o PT reencontra sua história.

O curioso é que o radicalismo petista, antes nutrido por ranços ideológicos, agora se inflama pela defesa das ilegalidades cometidas. A confusão entre o Estado e o partido é tão obscena que eles perderam a vergonha de reinvindicar legitimidade para seus desvios. Se Lula vocifera contra a Justiça, é por ela fazer valer a lei. Se o PT ataca a imprensa, é porque ela não se curva. Agora, dinheiro do fundo partidário paga advogado de militante pego no pulo. Era só o que faltava.

Grande Zagalo.


Palavras do Zagalo em entrevista para um jornal do RJ. "As bandeiras não tremulam, apitos, camisetas...estão encalhados nas lojas...O Brasil as vésperas da Copa, não esta vibrante em Verde e Amarelo,
O Brasil esta Vermelho. Vermelho de vergonha. Vermelho de ver tanta corrupção Vermelho de ver tanta maracutaia,tanta cara de pau dos nossos governantes. 
Estamos vermelhos vendo grande parte de nossos políticos e poderes sendo calados e comprados pela corrupção.
O PT conseguiu tirar o brilho até do que o brasileiro mais gosta...É o vermelho tingindo de corrupção nosso verde e Amarelo...!"

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O Brasil e a Copa - Texto de Abilio Diniz.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo

Sempre declarei meu amor pelo Brasil. Trabalho para ajudar a melhorar este país, gerando empregos, dando aulas, apoiando iniciativas nas áreas de educação e esporte e investindo em empresas que possam contribuir para o seu crescimento.

Como milhões de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E não acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, não os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apoiam. É possível que saia mais gente às ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.

A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestão com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, é saudável e legítimo.

Mas nós não podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa nos terá custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.

O Brasil não é só um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?

O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E não são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.

Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estará grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediará. Não tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda é pequeno em comércio internacional e atração de turistas. Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.

Também acho que foram cometidos equívocos. Não precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.

Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediará uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Özil e Iniesta.

O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país --de começar a Copa cantando "sou brasileiro, com muito orgulho" e encerrá-la com "we are the champions".

Marcha de prefeitos pressiona Dilma - Por Gabriel Garcia.

Todo ano é a mesma coisa. Uma tropa de prefeitos vai a Brasília para a Marcha dos Prefeitos, em sua 17ª edição. Este ano, o clima é de hostilidade – mais do que nos anos anteriores.

Por quê? Primeiro, porque aumentou a insatisfação dos prefeitos com a falta de recursos.

Eles dizem que não dá para confiar nas promessas da presidente Dilma Rousseff. E querem aumentar em 2% os recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que representa fatia significativa do orçamento da maioria das prefeituras.

Há insatisfação ainda com os cortes em emendas parlamentares – importante fonte de recurso que é enviado por deputados e senadores aos municípios.

Pesa ainda contra Dilma sua queda nas pesquisas de intenção de votos. Os prefeitos trabalham diretamente junto ao eleitorado. Por causa dessa proximidade, são eles que pedem voto.

Com sua popularidade se "esfarelando", segundo deputados da base, Dilma precisa - e muito - do apoio dos prefeitos dos partidos aliados.

Ciente dessa dificuldade, Dilma foi convidada para a solenidade de abertura da Marcha dos Prefeitos, realizada hoje no Centro Internacional de Convenções de Brasília, onde estavam presentes 4 mil prefeitos.

Ela não compareceu, e muito menos o ministro Ricardo Berzoni, que a representaria no evento. Evitaram as vaias dos últimos anos.

Quem as recebeu foi o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Gilmar Dominici, muito vaiado hoje. A edição da marcha, este ano, vai até quinta-feira (15).

Mesmo assim, o ex-ministro do Turismo, o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), disse que Dilma está tranquila. "Ela foi inaugurar obras do São Francisco e tem uma extensa agenda pela frente, onde terá bastante visibilidade", afirmou.

Refinaria é um monumento ao uso político da Petrobras - (Editorial) O Globo


A Petrobras se converte em manancial de exemplos de como não se pode administrar uma empresa pública. Ou qualquer outra, por suposto.

A aquisição da refinaria de Pasadena, Texas, a um grupo belga, por um elevado preço final (US$ 1,2 bilhão), já teve importante função pedagógica por alertar sobre o que pode acontecer quando cargos-chave em uma empresa da importância da Petrobras fazem parte do jogo fisiológico do aparelhamento, por motivos político-ideológicos, pessoais ou ambos.

E não foi apenas Pasadena o único mau negócio fechado pela estatal no longo período em que a empresa esteve sob controle de uma falange sindical do lulopetismo. Também é considerada estranha a compra de uma refinaria no Japão (Nansei, em Okinawa), além dos superfaturamentos visíveis, detectados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em pelo menos dois canteiros de obras — da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e da Comperj, novo polo petroquímico do Rio de Janeiro.

Na edição de domingo, O GLOBO trouxe mais uma história nada edificante, a do projeto da Refinaria Premium I, prevista para Bacabeira, próximo a São Luís, Maranhão.

A pedra fundamental da refinaria foi lançada em 2010, com grande alarido, na presença do então presidente Lula, sua candidata à sucessão Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e representantes do clã Sarney: o próprio senador José Sarney (PMDB-AP), a filha e governadora Roseana e o discípulo Edison Lobão, ministro de Minas e Energia.

Anos depois, não há uma estaca fincada no local, “apenas” uma despesa de R$ 1 bilhão (!) jogada no caixa da estatal, a título de projetos, transporte, estudos ambientais, terraplenagem e treinamentos. Mais este escândalo tem, também, seu lado pedagógico: alertar sobre o risco de se subordinar investimentos públicos a objetivos políticos.

Cabe lembrar a entrevista que o ainda presidente Lula concedeu ao jornal “Valor Econômico”, em 2009, em que se vangloriou de ter forçado a Petrobras a incluir nos planos a refinaria maranhense e mais outra, a Premium II, no Ceará.

Foram parte do projeto político-eleitoral do lulopetismo, para consolidar a aliança com os Sarney e manter na zona de influência do PT os Gomes (o governador Cid e o ex-ministro Ciro). Na hora de ajustar as contas, a Petrobras jogou para o futuro as refinarias de Lula, numa decisão correta. Mas ficou com pelo menos a conta de R$ 1 bilhão da Premium I.

Lula também tentou empurrar para a Vale siderúrgicas no Norte. Não conseguiu, pois, mesmo com toda a influência do Estado na empresa, ela tem controle privado. A saga desses projetos, contabilizada em bilhões de reais de perdas, serve como prova da sobrecarga que representa para o contribuinte quando governos agem de forma voluntariosa, sem maiores cuidados técnicos. A atual crise no setor elétrico é outro exemplo.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Democracia de Lula - Por Carlos Alberto Di Franco

Documento elaborado pelo presidente do PT, Rui Falcão, sobre a campanha eleitoral deste ano classifica a imprensa como “mídia monopolizada, que funciona como verdadeiro partido de oposição”.

Segundo o texto, “a disputa eleitoral” vem sendo marcada “por um pesado ataque ao nosso projeto, ao governo e ao PT da parte dos conservadores, de setores da elite e da mídia monopolizada”. O ex-presidente Lula, único maestro da orquestra ideológica petista, já tinha dado o tom ao afirmar que a imprensa é o maior “partido de oposição” do país. É a música de sempre: eles e nós.

Choca, e muito, o autoritarismo e o cinismo que transparecem nas declarações que acabo de citar. O próprio Lula é o resultado direto de uma sociedade livre e democrática. Sua saga pessoal, extraordinária, passou por uma imprensa que abriu amplos espaços para um jovem sindicalista que, então, transmitia uma mensagem renovadora.

Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo no seu primeiro mandato, teve méritos indiscutíveis. Basta pensar nas políticas sociais adotadas por seu governo. O Bolsa Família, pilotado com competência e seriedade pelo ex-ministro Patrus Ananias, foi uma importante ferramenta de inclusão.

A última fase do governo Lula, marcada por constantes e crescentes episódios de corrupção, fez com que a imprensa apenas cumprisse o seu dever: informar, apurar, denunciar.

Irrita-se Lula porque a imprensa não se cala diante do seu exibicionismo de contradições e desfaçatez. Em recente entrevista à TV portuguesa, chegou ao ponto de interromper a entrevistadora que queria saber o grau de suas relações com José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. “Não se trata de gente de minha confiança.” Fantástico!

sábado, 10 de maio de 2014

Oposição se une em chapa contra clã Sarney no Maranhão.

Flávio Dino, do PC do B, lidera pesquisas, fez parte do governo Dilma e tem apoio do PSB e do PSDB

Líder absoluto nas pesquisas com 56% de intenções de voto para o governo do Maranhão, segundo levantamento Exata/TV Guará divulgado na sexta-feira, 9, o ex-presidente da Embratur Flávio Dino (PC do B) vive uma situação ímpar. Embora tenha feito parte do governo Dilma Rousseff (PT) e seja filiado a um partido da base governista, ele conta com apoio do PSDB de Aécio Neves e do PSB de Eduardo Campos.

PSDB formará chapa "anti-Sarney" com PC do B no MaranhãoSarney será oposição em eventual governo, diz CamposCampos diz contar com PMDB em seu governo, mas sem SarneyCandidato único, Marco Polo Del Nero vai ser o presidente da CBF em 2015Em Minas, Campos faz críticas indiretas ao PMDB

Questionado sobre a dubiedade de seu palanque, Dino diz que aposta em uma "solução acriana" para acabar com os quase 50 anos de mando da família Sarney no Maranhão. Ele se refere ao acordo entre PT e PSDB para a eleição do petista Jorge Viana no Acre, em 1998, quando toda a oposição no Estado se uniu para tirar do poder o grupo comandado pelo ex-deputado Hildebrando Pascoal, preso por chefiar o crime organizado no Estado.

O acordo que selou o amplo palanque de Dino pressupõe que o vice, a ser indicado pelo PSDB, será o coordenador da campanha de Aécio no Estado e o candidato ao Senado, cuja vaga caberá ao PSB, representará Campos. Aliados como o deputado Domingos Dutra (SDD-MA), ex-petista, defendem que Dino fique livre para pedir votos pela reeleição de Dilma, mas o pré-candidato descarta a possibilidade. "Meu palanque estará aberto a todos, mas eu, pessoalmente, não vou pedir votos para ninguém. Como síndico do condomínio, não posso me posicionar explicitamente."

Até agora, só Campos (duas vezes) e Aécio (na sexta) participaram de eventos da pré-campanha de Dino. Na sua passagem pelo Maranhão, Campos disse que iria "mandar Sarney para a oposição". Já o tucano evitou o confrontou com o atual senador pelo Amapá, com quem disse ter uma relação pessoal desde a morte do avô, Tancredo Neves, de quem Sarney foi vice - com a morte do titular, assumiu a Presidência em 1985.

Quanto a Dilma, ela não deve passar pelo Maranhão, seguindo a recomendação de não ir a Estados onde a base tenha mais de um candidato. Para complicar mais o cenário, o PT maranhense, pressionado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu formalmente apoiar a candidatura do adversário de Dino, o senador Edison Lobão Filho (PMDB), candidato da governadora Roseana Sarney (PMDB), que tem 23% das intenções de voto na pesquisa Exata/TV Guará, embora parte da base petista esteja em campanha aberta a favor do pré-candidato do PC do B.

Estreante em eleições, Lobão Filho herdou há sete anos a vaga no Senado na condição de suplente do pai, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, e aposta na dubiedade da aliança de Dino para avançar. "Falei para o Lula que o meu palanque é só da Dilma."

De acordo com a pesquisa divulgada na sexta, a presidente é de longe a melhor cabo eleitoral do Maranhão, com 66% das intenções de voto no Estado contra os 10% de Aécio e de Campos. Além disso, 3,2 milhões de maranhenses, cerca de 50% da população local, recebem o Bolsa Família.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, Lobão Filho aparece em discursos no interior maranhense dizendo que Aécio quer acabar com o Bolsa Família, algo que o tucano nunca afirmou. "Não creio que conceitualmente Aécio e Eduardo vão acabar com o Bolsa Família, mas acho que eles não vão incorporar este programa que é emblemático do PT. Eles darão uma conformação diferente. É o que indica o discurso de Aécio contra o reajuste de 10% nos benefícios", afirmou o peemedebista.

Embora reconheça a eficácia política do Bolsa Família, Lobão Filho adota um discurso crítico em relação ao programa. "Isso chateia profundamente meu orgulho maranhense. Será um ponto central da minha gestão a questão da dependência dos programas sociais. Como empresário, fui contra o Bolsa Família. Para mim, um homem tem que colocar comida na mesa com o suor do próprio trabalho."

Plebiscito. Apesar da ampla vantagem de Dino nas pesquisas de intenção de voto, ninguém dá como certa a vitória do comunista. O levantamento Exata/TV Guará mostra que 62% dos entrevistados ainda não escolheram candidato. A única certeza no meio político maranhense é de que esta será uma eleição extremamente polarizada. Pela primeira vez a oposição consegue lançar um candidato único para enfrentar o poderio dos Sarney.

"Será um plebiscito", disse o deputado Roberto Costa (PMDB), um dos líderes da bancada governista na Assembleia Legislativa do Maranhão.

A aliança de Dino reúne PC do B, PSDB, PSB, PROS, Solidariedade, PP, PTC e provavelmente o PDT. O fator comum e o principal foco do discurso é derrotar a oligarquia da família Sarney. "Se eles ganharem esta eleição, serão o grupo que mais tempo esteve no poder em toda a história do Brasil. D. Pedro II ficou 49 anos no poder; os Sarney estão há 48", comparou Dino.

A estratégia tem base no desgaste de Roseana, que está há 14 anos no poder em três mandatos completos e parte de um quarto período, quando perdeu a eleição, mas foi realojada no Palácio dos Leões depois do afastamento de Jackson Lago (PDT) pela Justiça Eleitoral, em 2009.

Segundo pesquisa Ibope/CNI divulgada em dezembro de 2013, Roseana tem 29% de avaliação ótima ou boa contra 34% de ruim ou péssima. Comandado quase ininterruptamente pelos Sarney ou seus aliados há quase meio século, o Maranhão tem o segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do País, à frente apenas de Alagoas, e comparável ao da Síria, país que enfrenta uma guerra civil.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Domicílios (Pnad), o analfabetismo cresceu de 19,1% em 2009 para 20,8% em 2012, o que equivale a quase 1 milhão de pessoas com mais de 15 anos que não sabem ler nem escrever. Mais da metade das residências do Estado não têm água encanada e esgoto. "Nesta eleição se dirá sim ou não a este mundo", disse o pré-candidato do PC do B.

O desgaste de Roseana e a força de Dilma faz com que, embora estejam em campos opostos, Dino e Lobão Filho adotem estratégias parecidas de se afastar da governadora e do clã Sarney e se aproximar da presidente da República.

Sem ter o PT na chapa, Dino vai explorar o fato de ter participado do governo Dilma como presidente da Embratur e ter apoiado a petista como deputado federal. No início do ano, ele propôs em seu plano de governo a concessão de 13.º salário aos beneficiários do Bolsa Família.

Laços de família. Já Lobão Filho, embora seja indicado por Roseana, tenta se desvincular da governadora e dos Sarney. "Meu nome é Edison Lobão Filho e não Edison Sarney", disse. Empresário há 30 anos, controlador de um império de mídia com emissora de TV, jornal e rádios, o senador de 50 anos aposta na imagem de jovem empreendedor para reverter o quadro eleitoral. "Eu sou o novo não em relação ao nome, mas à visão, ao tipo de gestão que quero implantar no Maranhão. Sou mais empresário do que político."

Nas últimas semanas, Lobão Filho chegou a "despachar" em uma sala no Palácio dos Leões, disse em entrevistas que nomeou e demitiu pessoas no governo e é filho de um dos mais fiéis aliados dos Sarney. Apesar disso, Lobão Filho faz uma manobra delicada para se desvencilhar eleitoralmente dos Sarney. "Não me sinto absolutamente a continuação de um modelo de governo", disse. "Mas registre por favor que não estou avaliando se o modelo atual é certo ou errado."

PF identifica um dos autores de ameaças de morte a Joaquim Barbosa - Por Robson Bonin

Homem que desejava atentar contra a vida do presidente o STF é um integrante da Comissão de Ética do PT. E agora?

Desde que o julgamento do mensalão foi concluído, em novembro do ano passado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tornou-se alvo de uma série de constrangimentos orquestrados por seguidores dos petistas condenados por envolvimento no maior escândalo de corrupção da história. A chamada “militância virtual” do PT, treinada pela falconaria do partido para perseguir e difamar desafetos políticos do petismo na internet, caçou Barbosa de forma implacável. O presidente do Supremo sofreu toda sorte de canalhice virtual e foi até perseguido e hostilizado por patetas fantasiados de revolucionários nas ruas de Brasília. Os ataques anônimos da patrulha virtual petista, porém, não chegavam a preocupar Barbosa até que atingiram um nível inaceitável. Da hostilidade recorrente, o jogo sujo evoluiu para uma onda de atos criminosos, incluindo ameaças de morte e virulentos ataques racistas.

Os mais graves surgiram quando Joaquim Barbosa decretou a prisão dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Disparadas por perfis apócrifos de simpatizantes petistas, as mensagens foram encaminhadas ao Supremo. Em uma delas, um sujeito que usava a foto de José Dirceu em seu perfil no Facebook escreve que o ministro “morreria de câncer ou com um tiro na cabeça” e que seus algozes seriam “seus senhores do novo engenho, seu capitão do mato”. Por fim, chama Joaquim de “traidor” e vocifera: “Tirem as patas dos nossos heróis!”. Em uma segunda mensagem, de dezembro de 2013, o recado foi ainda mais ameaçador: “Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas (...). Joaquim Barbosa deve ser morto”. Temendo pela integridade do presidente da mais alta corte do país, a direção do STF acionou a Polícia Federal para que apurasse a origem das ameaças. Dividida em dois inquéritos, a averiguação está em curso na polícia, mas os resultados já colhidos pelos investigadores começam a revelar o que parecia evidente.

Dilemas e temores do PT - Por Ruy Fabiano

Em abril de 2010, quando as pesquisas apontavam José Serra como favorito à Presidência da República, com cerca de 60% das intenções dos votos, o ex-deputado Saulo Queiroz (DEM), especialista na matéria, sentenciou: “Ele não ganha de jeito nenhum”.

Lembre-se que, na mesma ocasião, o presidente do Ibope, Carlos Montenegro, diante dos mesmos números, antevia a derrota de Dilma e a vitória de Serra. “Ela não chega ao segundo turno”, disse ele. Como profeta, perdeu de goleada para Saulo Queiroz.

Mas não se tratava de profecia, expediente que não costuma funcionar em política, mas da “lógica implacável dos números”, conforme explicava Saulo, que maneja suas prospecções com o engenho da estatística e a arte da política.

E é justamente o faro político, a capacidade de perceber o rumo dos ventos, que dá sentindo e consistência aos números. Serra, ainda farto em números, enfrentava um adversário poderoso, que não tardaria a depená-lo: a tendência pela continuidade.

O governo Lula surfava na bonança da economia mundial, o que levava o eleitorado, mesmo ciente de escândalos como o do Mensalão, a minimizá-los. O bolso, sempre o bolso, falava mais alto.

Os analistas, é bem verdade, já anteviam problemas futuros decorrentes da conduta perdulária do governo Lula, que preparava a herança maldita a ser entregue a Dilma. Mas o eleitor vota com a memória e percepção dos últimos seis meses.

O comando de campanha de Serra concebeu, então, uma estratégia desesperada: elogiar Lula e esconder FHC. “Continuidade sem continuísmo”, era a frase-síntese, que não colou. Se era para continuar, o melhor era seguir com a candidata de Lula. Tão logo o eleitorado inteirou-se de quem representava a continuidade, os números não tardaram a inverter-se, como previra Saulo.

Dilma se aproxima da inelegibilidade no centro-sul do Brasil-Por Jose Roberto de Toledo

A pesquisa Datafolha desta sexta-feira mostra a presidente Dilma Rousseff com saldo potencialmente negativo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas três, as opiniões de que seu governo é ruim ou péssimo superam as avaliações de ótimo e bom em um ponto porcentual. Está dentro da margem de erro, mas é um limiar perigoso: o histórico mostra que governantes com mais eleitores críticos do que apoiadores são praticamente inelegíveis.
O que salva a popularidade de Dilma é seu saldo amplamente positivo no Nordeste (26 pontos) e no Norte (31 pontos). Na média nacional, a presidente ainda tem nove pontos a mais de ótimo em bom (35%) do que de ruim e péssimo (26%). E é por isso que ainda é vista como a favorita a vencer a eleição em outubro pela maior parte do eleitorado nacional: 37%.
Por seu peso no total do eleitorado, o Nordeste é muito mais importante para Dilma. E é lá que o Datafolha mostra outro indicador preocupante para os petistas: a taxa de ótimo e bom do governo federal caiu 7 pontos, e a de ruim e péssimo subiu 6 no último mês. Como resultado, o saldo positivo, embora ainda alto, caiu 13 pontos. Ainda não é uma tendência, porque foi a primeira perda de popularidade da presidente na região desde novembro.
Essa divisão geográfica da avaliação do governo se reflete diretamente na corrida eleitoral. No Sudeste, Dilma está tecnicamente empatada com Aécio Neves (PSDB), segundo o Datafolha: tem 30% das intenções de voto, contra 27% do tucano. Já no Nordeste, tem quatro vezes mais que o tucano: 52% a 12%.
Entre os nordestinos, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) aparece ligeiramente à frente do tucano, com 16% dos votos. É no Sul (19% a 8%) e, principalmente, no Sudeste (27% a 7%) que Aécio livra sua vantagem sobre o candidato do PSB. Foi esse crescimento que aumentou em 50% a distância de Aécio sobre Campos no total do eleitorado nacional.
A geografia do voto mostra ainda que caiu a vantagem de Dilma no interior do País, onde sua avaliação e intenção de voto são historicamente maiores. Nessas cidades, o saldo de avaliação que chegou a ser de 30 pontos em novembro, caiu para 12 pontos em maio – apesar de todas as suas entrevistas para rádios do interior e dos programas de entrega de máquinas às prefeituras.
A presidente continua vulnerável nas metrópoles e capitais, onde a taxa de ótimo e bom (33%) está tecnicamente empatada coma de ruim e péssimo (29%). Mas nas maiores cidades Dilma pelo menos parou de cair.

Culpa é da Dilma - Por Eduardo Campos.

O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, culpou diretamente a presidente Dilma Rousseff pela crise no setor energético do País, após participar de um seminário sobre o tema nesta sexta-feira, 9, em São Paulo. Segundo Campos, como Dilma foi ministra de Minas e Energia durante o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela seria a responsável pelos atuais problemas no setor.

Questão energética será um dos pontos principais do programa de governo do PSB, diz Campos - Felipe Rau/Estadão

Questão energética será um dos pontos principais do programa de governo do PSB, diz Campos

Aécio diz que representa a 'mudança segura' para o País. Campos minimiza desconhecimento do eleitor mostrado pelo DatafolhaA estatização da CCEE. Berzoini critica alianças e falta de projeto da oposição. Empresariado vê Marina como entrave para Campos

"Quem conduz essa política há 12 anos no País? A Vossa Excelência presidenta da República. Ela toma conta há 12 anos desse setor e ele vive o seu pior momento nos últimos 40 anos", disse.

Segundo Campos, a crise atual é pior do que a do apagão de 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, pois engloba um conjunto maior de aspectos, como as denúncias que surgiram contra a Petrobrás e a falta de investimentos no setor do etanol.

O pré-candidato afirmou ainda que levantamentos de entidades da área indicam que existe hoje 46% de chance de haver problemas no abastecimento de energia até o fim do ano. "É quase um cara ou coroa", disse.

Ele também acusou o governo de esconder a existência do problema da sociedade por interesse eleitoral. "O governo endividou em bilhões o cidadão brasileiro para postergar aumentos de energia e agora esconde a situação. É como se um médico não dissesse à família do paciente a gravidade da situação que ele está vivendo."

Ao lado da sua pré-candidata a vice, a ex-ministra Marina Silva, Campos afirmou que a questão energética será um dos pontos principais do programa de governo do PSB que está em elaboração e que será dado ênfase ao compromisso com uma matriz sustentável, que invista em fontes renováveis de energia. 

PTB apresenta pré-candidatura de Collor nesta sexta.


Entrevista coletiva acontece às 10h, no auditório do Maceió Atlantic Suites (antigo Meliá), na Jatiúca, com a presença de várias lideranças do partido.

Num ato que será presidido pela prefeita Célia Rocha, uma das principais lideranças do partido em Alagoas, o PTB apresenta à imprensa, nesta sexta-feira (9), a pré-candidatura do senador Fernando Collor como o nome que será encaminhado à Frente de Oposição para concorrer ao Senado. A entrevista coletiva acontece às 10h, no auditório do Maceió Atlantic Suites (antigo Meliá), na Jatiúca, com a presença de várias lideranças do partido.

De acordo com Célia, o nome de Collor é unanimidade dentro do partido, e o lançamento da pré-candidatura do senador, bem como a decisão de apoiar a pré-candidatura de Renan Filho para o governo do Estado, marcam o início das definições do PTB alagoano em relação às eleições deste ano. Os oito prefeitos e oito vice-prefeitos do PTB em Alagoas, bem como vereadores e o deputado Maurício Tavares já confirmaram presença.

“O nome do nosso senador Fernando Collor é unanimidade dentro do partido, por sua liderança, pelo trabalho que vem realizando com os municípios alagoanos; pelo seu empenho em defesa dos projetos de interesse de Alagoas e dos alagoanos. Com o lançamento da sua pré-candidatura, iniciamos o processo decisório sobre os nomes que vão representar o partido nas próximas eleições, disputando, também, as vagas de deputado na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal”, explica Célia.

Segundo ela, durante o lançamento da pré-candidatura de Collor, será também divulgado um documento elaborado pela direção regional do PTB de Alagoas, dirigido ao coordenador da Frente de Oposição, ex-governador Ronaldo Lessa, onde o partido apresenta as razões pelas quais decidiu apoiar a pré-candidatura do deputado federal Renan Filho (PMDB) ao governo do Estado.

Após o lançamento, no Maceió Atlantic, os dirigentes do PTB seguem, às 11h30, em companhia do pré-candidato à reeleição no Senado, até o Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Cruz das Almas, onde os partidos que compõem a Frente de Oposição estarão aguardando a chegada de Collor e de Renan Filho para referendar as respectivas pré-candidaturas.

Esse será, também, o primeiro encontro dos dois pré-candidatos (Renan Filho e Collor) já definidos pelos respectivos partidos para disputar vagas majoritárias (Governo e Senado) nas eleições de outubro, pela Frente de Oposição.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Discurso fácil para eleição difícil - Por Rogério Furquim Werneck, O Globo


O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff à nação, em cadeia nacional de rádio e televisão, na véspera do 1º de maio, acabou recebendo menos atenção do que merece. Há boas razões para se crer que o que se ouviu no horário nobre do dia 30 seja a essência do discurso que a presidente pretende explorar ao longo dos próximos meses, na campanha da reeleição.

E que o pronunciamento já possa ser visto como protótipo bastante avançado do melhor que o marqueteiro do Planalto conseguiu produzir, no esforço de concepção de um discurso eficaz que permita que a presidente enfrente o desafio da reeleição com razoável chance de sucesso. Se é esse o caso, é bem provável que a fragilidade do discurso tenha deixado o PT e o resto da base aliada ainda mais apreensivos com as reais possibilidades da candidatura Dilma Rousseff.

O pronunciamento combinou cenas de populismo explícito, mistificação do desempenho do governo em áreas especialmente problemáticas e negação de dificuldades óbvias que estão a exigir correções de rumo em 2015.

Logo de entrada, para não deixar dúvidas sobre suas reais intenções, a presidente permitiu-se abrir farto pacote de bondades, com anúncio de reajustes nos benefícios do Bolsa Família e na tabela de recolhimento de Imposto de Renda, seguido de reiteração do seu inarredável compromisso com a “valorização do salário mínimo”.

Terminado o arroubo populista, a presidente sentiu-se à vontade para classificar seu governo como “o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas”. Uma tríplice inverdade, para dizer o mínimo.

Essa foi a única vez que a palavra crescimento apareceu no discurso. Tampouco houve qualquer nova menção à situação fiscal. Quanto à inflação, a presidente tentou vender a fantasia de que os aumentos de preços têm sido “localizados”, “temporários” e, “na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos”. E aproveitou para protestar contra “o uso político da inflação por aqueles que defendem o quanto pior melhor”.

Petrobrás sabia de suspeitas sobre propina desde 2012, diz executivo.

Em depoimento ao Ministério Público Federal do Rio, o representante da SBM Offshore no Brasil, Philippe Jacques Levy, afirmou que integrantes da Petrobrás sabiam das suspeitas de pagamento de suborno a funcionários da estatal desde 2012.

Justiça quebra sigilos bancários da Petrobrás e do ex-diretor presoDeputado contratou empresa envolvida em operação suspeita de doleiroVargas agora nega que Padilha tenha feito indicação

Apesar do alerta de integrantes da cúpula da própria empresa holandesa, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, só determinou a instalação de auditoria interna para apurar o caso quase um ano e meio depois, em 18 de fevereiro, seis dias após o vazamento da denúncia pelo Wikipédia. Concluída em 45 dias, a apuração interna avaliou que não houve pagamento de propina. A Petrobrás não quis comentar.

O depoimento, a que o Broadcast Político teve acesso, durou cerca de três horas e foi dado em 3 de abril, na sede do Ministério Público do Rio. Nele, Levy, que é francês, diz que anualmente o CEO da SBM tem reuniões com a diretoria da Petrobrás.

Levy disse ter testemunhado o encontro de 2012, no qual foram abordadas as suspeitas de suborno com alguns executivos, entre eles o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, José Miranda Formigli, o gerente executivo da área, Erardo Barbosa, e o gerente executivo Osmond Coelho, da área Internacional.

"(...)Perguntado quando e a quem a SBM informou a Petrobrás acerca das suspeitas de pagamentos indevidos, respondeu que anualmente o CEO da SBM tem reunião com a diretoria da Petrobrás, e, na reunião de 2012, salvo engano em agosto, o declarante estava presente quando o assunto foi abordado, estando presentes, pela Petrobrás, Formigli, Osmond Coelho e Erardo e, pela SBM, além do declarante, Bruno Chabas e Oliver Kassam", diz o documento.

Num segundo encontro, no primeiro semestre de 2013, o assunto voltou a ser comentado "sempre brevemente, porque as apurações ainda estavam em andamento", segundo Levy.

De acordo com o depoimento, a SBM contratou a holandesa Debrauw e a norte-americana Paul Hastings para investigar possíveis pagamentos indevidos. De acordo com as duas empresas, não foram encontradas provas de corrupção.

Contratos. Levy citou aos procuradores o papel de Julio Faerman, suposto representante da empresa SBM no Brasil que, segundo a denúncia, seria o responsável pelo pagamento da propina a funcionários da Petrobrás, em troca de contratos de fornecimento de plataformas.

Segundo Levy, Faerman era o "rosto" da empresa no Brasil e "atuava em todas as fases, como único agente comercial da SBM no Brasil, agindo de forma muito competente desde a elaboração dos contratos, colaborando com especificações técnicas, na qualidade de engenheiro, além dos aspectos comerciais".

O francês não soube responder, no entanto, quais os porcentuais de comissão e os valores que Faerman receberia por projeto. Atualmente, ele não faz mais parte do quadro de funcionários da SBM. Há suspeitas de que, no suposto esquema, uma comissão de 3% em propinas era dividida em 1% para ele e 2% para funcionários da Petrobrás.

Prazo. Responsável pela condução das investigações sobre o caso, o procurador da República Renato Silva de Oliveira considera que a conclusão do caso "possivelmente" fique para 2015. A avaliação consta dos autos do processo, no oficio n.º 5662, de 25 de abril.

No documento, o procurador informa que o procedimento investigatório criminal, aberto em 14 de março, continua em andamento, dentro do prazo inicial de 90 dias. Na sequência, porém, Oliveira faz a ressalva: "Sendo previsível que se terá de prorrogá-lo, e provável que não se encerre neste ano, pela complexidade dos fatos investigados".

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Marina Silva, o melhor cabo eleitoral do PT - Reinaldo Azevedo


Não há coisa mais cretina do que a soberba. E é pior quando parte de alguém que faz uma espécie de profissão de fé na humildade ou que a exerce com tal voracidade que chega a ser concupiscente. Eis Marina Silva, a candidata a vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) e líder da Rede, o partido inexistente mais arrogante do Ocidente. Marina concede uma entrevista à Folha que está na edição desta quinta. E lá está o título da página: “PSDB de Aécio tem o cheiro da derrota no 2º turno”. Não é um exagero nem uma simplificação. Ela realmente disse isso. Em que medida é um movimento combinado com Campos? Não se sabe. Quando se trata de Marina, nunca se sabe! Parece-me, no entanto, que, desta feita, ela pode estar obedecendo a uma estratégia conjunta — a tal lógica da diferenciação.

Só para esclarecer: por que falo em soberba? Em primeiro lugar, porque não me parece que seja a hora de os dois candidatos de oposição resolverem se enfrentar. Há cinco meses inteiros ainda até a eleição. Nas condições atuais, Dilma venceria no primeiro turno. Basta pensar: e se Aécio Neves responde na mesma moeda? Acontece o quê? Os petistas aplaudirão o bate-boca de pé. Essa tontice de Marina tem um quê de desonestidade intelectual e política porque parte da certeza de que aquele que foi atacado não vai responder — e acho, se querem saber, que não deve mesmo. Em segundo lugar, Marina é soberba porque parte do princípio de que ninguém ocupa a sua altitude moral e, pois, ela pode ser juíza do processo político e sair por aí a julgar os vivos e os mortos.

A Folha publica um texto sobre a entrevista e há endereço para um vídeo. Não assisti. Mas suponho que, se Marina tivesse dito algo de relevante — além do ataque à outra candidatura de oposição —, o jornal teria aproveitado num texto de mais de 5 mil toques. Se não está ali, é porque não há. Segundo Marina, Eduardo Campos é diferente de Aécio Neves. É certo que sim! Em quê? Ela exemplifica: ambos divergem sobre maioridade penal. E isso nem chega a ser exatamente verdadeiro. A proposta do PSDB mantém a dita-cuja em 18 anos, mas abre a possibilidade de a Justiça considerar exceções no caso de crimes hediondos. E pronto! Aí está a diferença.

Marina, ora vejam, expressa o seu entendimento de voto útil, que viola a história: “O PSDB sabe que já tem o cheiro da derrota no segundo turno. E o PT já aprendeu que a melhor forma de ganhar é contra o PSDB”. Ela se esquece de que o PSDB venceu duas eleições para a presidência no primeiro turno, e o segundo colocado era um petista — no caso, Lula!

Até agora, como se sabe, Marina não conseguiu transferir seus votos para Campos, mas ela prefere fazer especulações sobre a viabilidade do outro candidato que disputa o terreno oposicionista. Em certo sentido, convenham, o pleito difícil de explicar é o do PSB, que se diz oposição a Dilma, mas não a Lula. De tal sorte a candidatura está ancorada nesse fundamento que o ex-governador de Pernambuco seria obrigado a sair da disputa se o ex-presidente decidisse tomar o lugar de Dilma na chapa. Campos, está dado, não se opõe a um modo de governar, mas a uma pessoa.

Marina fala ainda como a senhora do progressismo e do avanço social. Depois verei o vídeo. No Acre, por exemplo, ela é governo, junto com Tião Viana (PT). Estou curioso para saber o que ela pensa sobre a exportação de haitianos para São Paulo. Ela já se importou bastante com bagres para ser tão silente sobre seres humanos, não é?

Ah, sim: segundo fiquei sabendo, em São Paulo, a chefe da Rede tende a apoiar a candidatura de Vladimir Safatle, do PSOL, ao governo do estado. Aí estão as suas afinidades. É mesmo uma pessoa diferenciada. A Folha informa que, antes da entrevista, ela passou beterraba nos lábios porque tem alergia a batom. O mundo é estranho. Eu sou alérgico a gergelim. E ela também nega que tenha falado diretamente com Deus, como andou espalhando por aí o presidente Lula. O Altíssimo, parece, se manifestou diretamente no seu coração.

Não deixa de ser um privilégio, né?

Manobras não eliminam dano no caso Petrobras - O Globo


Nenhum governo gosta de CPI, muito menos em ano eleitoral. Eis o porquê de tantas manobras engendradas entre o Palácio e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para retardar ao máximo qualquer investigação sobre a Petrobras que possa ser deflagrada no Congresso.

A ordem era impedir uma Comissão Parlamentar de Inquérito para vasculhar a estranha operação de compra da refinaria de Pasadena e outros negócios também esquisitos, todos com um ponto em comum: terem provocado prejuízos na estatal pelo pagamento de preços siderais e/ou por absurdos superfaturamentos — caso das obras da Refinaria Abreu e Lima e do Comperj (polo petroquímico do Rio de Janeiro).

Perdida a batalha da CPI exclusiva, com a liminar concedida pela ministra Rosa Weber a favor da comissão, como direito da minoria parlamentar — não se espera que o Pleno do STF casse a decisão da magistrada —, a base do governo (Renan à frente) trata agora de inviabilizar os trabalhos. Seja pelo exótico funcionamento simultâneo de duas CPIs, a Mista e uma outra no Senado, ou por qualquer outro artifício regimental.

Importa é impedir mais dificuldades à campanha de reeleição de Dilma. Bastam a inflação, o baixo crescimento e o risco de algum repique no mercado de trabalho a preocupar a presidente e sua equipe de campanha.

O flanco frágil nesta estratégia é que não se tem certeza de que a inviabilização matreira das investigações ajudará a candidatura de Dilma. Por que não poderá, ao contrário, prejudicá-la? Nos bate-papos de esquina pode se perguntar sobre o que tanto querem esconder.

Conspiram contra os estrategistas do governo os fatos. Afinal, não para o fluxo de novas informações, originadas na Polícia Federal, em que transcorre a Operação Lava-Jato, e mesmo do inquérito interno em curso na estatal para averiguar, entre outros pontos, a atuação do ex-diretor Internacional Nestor Cerveró, autor do documento “técnica e juridicamente falho”, na compra da refinaria.

Cerveró, informou ontem O GLOBO, ao ser ouvido neste inquérito, voltou a responsabilizar Dilma, à época presidente do Conselho de Administração da estatal, pela batida do martelo na aquisição de Pasadena, causa de um prejuízo já registrado em balanço de meio bilhão de dólares.

O tempo passa e novas histórias surgem. A “Folha de S.Paulo” de terça revelou que a aquisição da Refinaria Nansei, no Japão, em 2008, também foi resolvida sem que o Conselho estivesse bem informado sobre a operação. Também aqui estava Nestor Cerveró, autor, afirma-se, de outro sumário problemático.

Com ou sem CPI, há, ainda, um ex-diretor da Petrobras preso, Paulo Roberto Costa, “sócio” do doleiro Alberto Youssef — os dois, detidos na Lava-Jato —, capaz de esclarecer o funcionamento de um circuito de propinas construído em torno de canteiros de obras da estatal.

Nem tudo, portanto, parece estar dominado.

Historia Politica - Antonio Morais

Foto - Aureliano Chaves.

Está o Vicente Almeida a me pedir um texto sobre o Aureliano Chaves, eu retardei um pouco, mas no momento em que se monta um novo governo e um dos ministros indicados pagou a conta de um Motel com verba idenizatoria, dinheiro do povo, é bom que se leia o exemplo deste homem serio, honrado e de conduta ilibada.

Vai o texto Vicente.

Este cidadão mineiro era a medida padrão da decência, honradez e honestidade moral. Foi governador do Estado de Minas Gerais e seu ultimo cargo publico foi o de vice-presidente da Republica no governo João Batista de Figueiredo.

Algumas passagens históricas marcaram a vida de António Aureliano Chaves de Mendonça: Com a viagem do presidente Figueiredo aos Estados Unidos para tratamento de saúde o Aureliano assumiu a Presidência da Republica. Logo nos primeiros dias no cargo é comunicado pelo Ministro Chefe da Casa Civil Leitão de Abreu que um avião havia sido preso no Rio de Janeiro carregado de muamba. Está correto respondeu para o ministro. Acontece que a muamba é do filho do Presidente Figueiredo, disse o Ministro. Prenda-o, respondeu Aureliano! Esta historia foi resolvida com a alta médica forçada e o retorno imediato do presidente Figueiredo ao Brasil, suspendendo o tratamento. Por conta deste fato o Ministro do Exercito General Silvio Frota passou a nutri indiferença pelo Aureliano e numa solenidade no dia de Independência o ministro não prestou continência ao Vice - Presidente e foi preso por determinação deste. Depois o ministro se demitiu.

O fato mais importante de todos: o Aureliano foi indicado pela convenção nacional do PFL para candidato a presidente da Republica na eleição de 1988. Com Collor de Melo disparado nas pesquisas, surgiu à possibilidade da candidatura Silvio Santos, único nome, segundo as pesquisas de opinião, capaz de derrotar o Collor. O presidente do PFL senador Jorge Bornhausen reuniu o diretório nacional que decidiu formar à chapa Silvio Santos - Marcondes Gadelha, chegando a veicular no horário eleitoral. Acontece que para registrar essa candidatura haveria a necessidade de Aureliano renunciar. Quando houve a comunicação ao Aureliano da decisão da cúpula do partido ele disse: Vocês deram esse encaminhamento sem me consultar, em razão disto eu não renuncio, serei candidato. Assim o fez mesmo sabendo que não tinha chances. É isto aí, a mesma Minas Gerais que nos deu Aureliano Chaves, no passado, nos oferece Welington Salgado hoje.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Homenagem a um grande amigo e escritor do Blog do Crato e Sanharol - Vicente Almeida - Por: Dihelson Mendonça



Existem pessoas que um dia a gente conhece, sente que há muito em comum, mas por força dos compromissos, dos inúmeros afazeres que a vida nos impõe, acabamos sem ter a oportunidade devida de nos aprofundarmos na amizade. Esse é o caso de um grande amigo que presto uma homenagem hoje. Vicente Almeida, mais conhecido por Almeidinha, cuja amizade vem dos tempos de meu pai. Os dois contabilistas, na década de 80 e início de 90, compartilhavam conhecimentos e amizade. Meu pai, Damião Sousa trabalhava na construtora LEIMO, de propriedade de Dr. Assis Leite, que ficava ali na R. Senador Pompeu. Era o chefe de setor pessoal ( foi inclusive nesse tempo que o Antonio Morais, nosso escritor e colaborador, era gerente do BIC, e meu pai também fez amizade com o Morais ). Era tudo ali pertinho, construtora Leimo, quase defronte existia o cartório de Geraldo Lobo, Aglézio de Brito, na outra esquina existia o banco BIC, e tínhamos ainda a famosa Farmácia Pasteur, na outra esquina.

O Almeida possuía um escritório de contabilidade muito renomado na região do cariri, sendo a primeira pessoa que se conhece a utilizar a informática nesse setor, na região. Sempre foi além do seu tempo. Usou computadores para o trabalho, quando estes não tinham ainda nem disco rígido; Usávamos disketes naquela época, e os antigos CP-300 da empresa Prologica.

Almeida tem uma filha a quem eu tenho a maior consideração também, porque tive o prazer de ser seu professor de piano: A nossa querida Poliana. Lembro-me de Poliana, uma mocinha sapeca, correndo nas dependências da SCAC - Sociedade de Cultura Artística do Crato. Ia quase todo dia, religiosamente estudar as peças nos pianos das salas do andar superior, e passava horas tocando os exercícios. Naquele tempo, eu tinha uns 18 alunos de piano ( 1986/87 ) e eram sempre divertidas as nossas aulas, porque a Poliana sempre foi uma pessoa muito alegre, muito extrovertida, muito atenta. Naquele tempo não existia tristeza. Olhando agora através da janela do tempo, era tudo como um sonho azul e rosa. Havia uma magia no ar, junto com a música, e os perfumes. O mundo era um lugar doce de se viver. Poliana casou-se e foi morar em São Paulo. Enquanto isso, Almeidinha continuava a trabalhar diuturnamente no seu escritório, que pelo pioneirismo e a sua competência era para o mundo da contabilidade, assim como Dr. Aglézio de Brito está para o mundo da advocacia. O tempo passou... Poliana teve filhos...Eu toquei no casamento da outra filha do Almeidinha. Uma grande honra para mim. Os computadores ganharam terabytes de memória...entramos na era internética, e ganhamos alguns cabelos brancos, mas perdemos alguns entes queridos, inclusive meu Pai.

O tempo, este vilão imperdoável, comum a todos, nunca permitiu que nos aprofundássemos muito em nossa amizade. Encontrávamo-nos ainda esporadicamente "Boa Tarde, Sr. Almeidinha!", "Boa tarde, Dihelson!"... até o dia em que para minha felicidade, vi uma postagem do Almeida no Blog do Sanharol e logo, uma no Blog do Crato. Seria o mesmo Vicente Almeida que eu conhecia há décadas ? A resposta foi: SIM. Ali estava um amigo "virtual" antes mesmo de existir internet. Almeida hoje escreve crônicas, questionamentos importantes à sociedade, traz mensagens de otimismo e como não poderia deixar de ser, conduz uma personalidade magnética.

Ontem, quer por coincidência ou por um destino programado ( como Almeida, eu também não acredito em coincidências ), nos encontramos como há muitas décadas não foi possível, no calçadão do Crato. De repente, iluminado ao sol causticante do mês de dezembro, surgia aquele homem baixinho, trajando um óculos tão característico e familiar que é a sua marca registrada, portando o sorriso de uma criança sapeca que nos dá a impressão de que ele nunca mudou as feições. E foi festa! Almeida sentou-se, e pudemos conversar longamente sobre a vida, sobre o poder da amizade, compartilhar experiências, e falar sobre as pessoas de quem gostamos. Ao final, como não poderia deixar de ser, continuei com aquela mesma sensação de 25 anos atrás, de que o homem tem tantos conhecimentos, que é preciso ainda conversarmos por muitos anos para que possamos trocar idéias e experiências.

Meu querido Almeidinha, foi um prazer imenso encontrá-lo naquela tarde no calçadão, ao lado de outro grande amigo, Wilson Bernardo, e tantos outros. Uma vida às vezes, não é suficiente para que possamos conhecer alguém em sua totalidade, mas bastam apenas 5 segundos para perceber quando uma pessoa é verdadeiramente, um grande ser humano.

Um grande abraço, meu velho e novo amigo!

Dihelson Mendonça