O sequestro e o assassinato de Celso Daniel pareciam esquecidos. O prefeito de Santo André era o coordenador da campanha de Lula em 2002, foi capturado na saída de um restaurante e dois dias depois seu corpo apareceu numa estrada deserta, com 11 tiros.
Segundo a polícia paulista, o sequestro foi coisa de uma quadrilha que o confundiu com outra pessoa. A execução teria sido praticada por um menor de idade. Parte da família de Celso Daniel não acredita nessa conclusão.
Passados 12 anos, coisas esquisitas aconteceram: seis pessoas envolvidas no caso foram assassinadas a tiros e uma promotora que investigava o fato sofreu um acidente automobilístico, mas sobreviveu.
Os inquéritos da polícia foram contestados pelo Ministério Público, mas a iniciativa foi travada na Justiça, iniciando-se um litígio que está no Supremo Tribunal Federal.
Os promotores acusam de envolvimento no crime o empresario Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, que dirigia o carro do prefeito quando ele foi sequestrado. Se essa tese prevalecer, não houve delito comum, mas outra coisa, mais grave.
A deputada Mara Gabrilli, filha de um empresário de transportes de Santo André, diz a quem quiser ouvir que seu pai era extorquido por uma quadrilha anexa à prefeitura que levava o dinheiro ao comissário José Dirceu. Segundo ela, Celso Daniel queria desmontar o bando.
Assim como o tucanato desafiou a sorte mantendo o caso do cartel da Alstom em banho-maria, o comissariado poderá perceber que a procrastinação do julgamento do empresário foi manobra temerária.
Gabrilli pergunta: “Por que ‘Sérgio Sombra’ não foi julgado?”
Se o Supremo destravar o processo, é difícil, mas pode até acontecer de “Sombra” ir a juri antes da eleição.
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