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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Santo de Cajazeiras - por Armando Lopes Rafael



Conhecido popularmente como o Santo de Cajazeiras, o Padre Inácio de Sousa Rolim (na foto ao lado portando a condecoração da Ordem de Cristo que lhe concedida por Dom Pedro II), depois de cento e nove anos de falecido, poderá ter o seu Processo de Beatificação aberto. Começam a surgir no meio do clero de Cajazeiras, cidade paraibana fundada sob a influência do referido padre, a possibilidade de abertura da causa da canonização desse sacerdote sertanejo, cuja vida consistiu em um testemunho claro de amor a Deus e ao povo, no decorrer de seus quase cem anos de sua existência.

Padre Inácio Rolim foi um grande educador – passou à história como o “Anchieta do Nordeste” – e foi um dos maiores formadores da consciência moral, religiosa, educacional e cultural dos sertões nordestinos. O colégio por ele fundado em Cajazeiras, no século 19, atraía alunos de toda a vastidão do Nordeste, numa época em que as viagens eram feitas em lombo de burro. Dentre centenas de seus alunos destacamos dom Joaquim Arcoverde (o primeiro cardeal da América Latina) e o padre Cícero Romão Batista.

Em homilia que proferiu na Catedral de Cajazeiras, no último dia 22 de Agosto, aniversário de morte do Padre Rolim, o bispo diocesano dom José González fez referência à possibilidade de abertura do processo de canonização daquele sacerdote, cuja documentação das virtudes heróicas será catalogada pelo Padre Raimundo Honório Rolim.

Padre Inácio de Souza Rolim teve grande ligação com o Crato. Ainda criança seus pais o enviaram para estudar em Crato (onde foi acolhido na residência de dona Bárbara de Alencar) para receber a educação necessária ao ingresso no Seminário de Olinda, onde foi ordenado sacerdote em 2 de outubro de 1826.
Segundo o médico-historiador Napoleão Tavares Neves, anos depois, já sacerdote, Padre Rolim – fugindo de uma das costumeiras e inclementes secas que assolaram o sertão paraibano – fixou residência temporária no Sítio Lameiro, nas proximidades de Crato. Ali, aproveitando as potencialidades agrícolas e a fertilidade do nosso solo – dotado de clima ameno e abundância de água – cultivou uva e fez experiência com o plantio de trigo. Antes de retornar à Cajazeiras, Padre Rolim fez circunstanciada carta ao Presidente do Ceará mostrando que o solo caririense se prestava a produzir vinho, oliveira e trigo. Sua carta – uma verdadeira aula de agronomia – desapareceu no meio da burocracia palaciana, mas uma cópia foi preservada para a história.
Padre Inácio de Sousa Rolim foi, enfim, um misto de mestre e santo. Homem de invulgar cultura, falava dez idiomas (francês, inglês, alemão, italiano, espanhol, latim, hebraico, sânscrito, grego e tupi-guarani). Escreveu e publicou – em Paris – livros didáticos sobre ciências naturais, um tratado de Filosofia, uma gramática portuguesa e uma gramática de grego. Um homem de grande cultura humanística; um extraordinário educador; um espírito empreendedor dotado de visão futurística.
Texto e postagem de Armando Lopes Rafael

Coisas de Criança - No Zoológico


No tempo em que o Clube Recreativo Grangeiro possuía um Zoológico, um dia fui visitar meu irmão Zé Almeida em sua chácara próxima ao Clube e ele contou o seguinte:

No domingo anterior, estavam todos no Clube e sentiram falta da sua caçula a Séfora, que na época tinha quatro anos e havia desaparecido de suas vistas num piscar de olhos.

Procuraram por toda parte; nos parques, nas piscinas e nos chalés e não a encontraram. Estavam já a beira do desespero quando alguém sugeriu procurá-la no zoológico.

Sairam Cada um correndo mais para ver se encontravam a garota. La chegando encontraram-na feliz e despreocupada na jaula das cobras, colocando e tirando a mãozinha.

Ao ver o meu irmão chegar, toda inocente falou: painho, eu tava aqui dando comida as minhocas.

Vicente Almeida

Caçada prolongada - Por João Pedro


Gato Preto - assim é que o conhecemos e chamamos. Mora no sitio Iputy. Quando jovem era um excelente jogador de futebol, depois de velho virou caçador. Muito amigo do meu avô e do meu pai. Certa feita saiu para caçar com a cachorra Pitombeira e foi surpreendido por uma onça. Quem poderia imaginar uma onça nas quebradas da serra do Iputy? Mas era verdade. De repente se viu de frente com a felina.
Ao se aproximar encontrou a onça virada para cachorra que latia acuada como diz o ditado nessas bandas. Quando a Onça descansou um pouco, fez carreira no que foi seguida pela cachorra e por seu dono. Quando cansou novamente a Onça virou-se: Pitombeira e Gato Preto recuaram. Aproveitaram também para tirar um deforete. Era sempre assim. Seguiram-se dias e meses nessa historia e nessa peleja. Cada dia ficavam mais distante de casa. Finalmente depois de muito tempo, pra lá de ano em perseguição, alcançaram as matas do Pará e conseguiram, por fim, abater a Onça.
A esta altura Gato Preto já contava com a companhia de 16 cachorros. Neste período Pitombeira pariu quatro vezes, cada parição com uma ninhada de 04 filhotes.
Bem recente, há menos de 06 meses, um filho de Gato Preto matou outra Onça nas matas do Iputy. Quem interessar saber se é verdade ou não, procure informações com o meu tio - Dr. Enio Meneses que ele poderá confirmar. Dedico este causo ao mestre Pedro Piau.
João Pedro de Morais Meneses.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A Luz dos encarcerados - Por Mundim do Vale

Amor e fraternidade
Viajam do mesmo lado
Em busca de humanidade
Para o homem encarcerado.
Resgatar o cidadão,
Das grades de uma prisão
Em campanha social.
É papel de educador,
De juiz, de promotor
E a igreja pastoral.

O preso recuperado
Esbarra na rejeição
Continua condenado
Mesmo longe da prisão.
Enfrenta mais uma grade
Da fria sociedade.
Que lhe nega a acolhida.
É o mal do preconceito
O homem sem ser aceito
Depois da pena cumprida.

Depois que o encarcerado
Le liberta da corrente
Encontra o fardo pesado
Do preconceito inclemente.
Uma nova reclusão
Nas grades da omissão
E a falta de caridade.
Só mesmo com a campanha
O encarcerado ganha
Um passo pra liberdade.

Quem viveu trancafiado
Na mazela da prisão
Depois de recuperado
Merece ser cidadão.
Deve encontrar seu lugar
Pra viver e trabalhar
Sem corrente nem grilhões
Uma luz na porta aberta
Porque Cristo é quem liberta
De preconceito e prisões.

O velho código penal
Já se acha ultrapassado
Não tem amparo legal
Pra reger um magistrado.
O poder legislativo
Precisa ser mais ativo
Com a lei judiciária.
Esquecer reeleição,
Pensar na renovação
Da política carcerária.

Cadeia é pra punir
E não para maltratar
Foi feita pra corrigir
Mas nunca para matar.
No sufoco da prisão
Cristo dá sua atenção
Aos que estão isolados.
Jesus Cristo é liberdade,
Amor e fraternidade
É LUZ DOS ENCARCERADOS.

Mundim do vale

Lagoa de São Raimundo - Por Mundim do Vale.


Aquela lagoa, que tanto brinquei
Dizer eu não sei,
A extensão da saudade,
Aquela lagoa, tomada e sofrida,
Foi quem deu a vida,
A nossa cidade.

Aquela lagoa, de belo cenário
Ajudou ao vigário,
Batizando pagão.
Aquela lagoa, do meu padroeiro
Foi o anjo Pinheiro,
Que fez doação.

Aquela lagoa, já viu do seu lado
Namoro arrochado,
Mas não comentou.
Naquela lagoa, que foi um jardim
Plantaram capim,
E a beleza acabou.

Aquela lagoa, lugar de afeto
Já tem um projeto,
Bastante seguro.
Aquela lagoa, merece viver
Pra ser um lazer,
No nosso futuro.

Aquela lagoa, foi fonte de tema
De um triste poema,
De um autor com saudade.
Aquela lagoa, nasceu com tendência
De ser referência,
Da nossa cidade.

Mundim do Vale

Lagoa de São Raimundo - Por Mundim do Vale


Naquela lagoa, de meu São Raimundo
Eu dava um tibungo
Pra dar um mergulho.
Aquela lagoa, me viu tomar banho
Mas eu não me acanho,
Pois tenho é orgulho.

Aquela lagoa, foi minha visinha
Quando ela não tinha,
Senhor nem patrão.
Naquela lagoa, Eu vi pescaria
De noite e de dia,
De anzol e galão.

Daquela lagoa, olhando o nascente
Eu vejo na frente,
A igreja matriz.
Aquela lagoa, naquele lugar
É testemunha ocular,
Da nossa raiz.

Aquela lagoa, de rara beleza
Com toda certeza
É santa também.
Naquela lagoa, na minha memória
Não consta na história,
A morte de alguém.

Aquela lagoa, de tanta saudade
Divide a cidade,
Do bairro vazante,
Naquela lagoa, eu vi Joaquim Beca
Caçando marreca,
Com o velho Brilhante,

Aquela lagoa, da terra do arroz
Uns anos depois,
Ficou destruída.
Aquela lagoa, no meu parecer
Em breve vai ser,
Reconstituída.
Mundim do Vale

Varzea-Alegre está de Luto - Dr. Jose Savio Pinheiro

Lulu - o contraste de ser mais velho que o pai.

Tarcísio Matos

02 Agosto 12h13min 2008.

A história seguinte, título de hoje de Aos Vivos, é de autoria do médico e amigo Sávio Pinheiro. Fala dos contrastes de sua Várzea Alegre, especificamente de pitoresco fato envolvendo um ser humano especial, o Lulu, portador da síndrome de Down. Pego carona no causo de Sávio para homenagear meu irmão de sangue, Flávio Matos (o velho "Buras"), também portador deste distúrbio genético. Aos 46 anos, hoje, sempre foi por nós coberto de solicitude, amor. À belíssima história de Lulu. "Lulu, 62 anos, portador de Síndrome de Down é filho de Várzea Alegre, cidade conhecida como a Terra dos Contrastes pela irreverência de seu povo e pelos fatos pitorescos vividos por aquela gente, e que foi imortalizada pelo grande sanfoneiro Luiz Lua Gonzaga, o rei do baião, com a música Os Contrastes de Várzea Alegre, do genial compositor José Clementino, que além de ser filho da dita terrinha, é primo do nosso personagem central. Quem teve a infância nessa cidade, nos anos 60, conviveu com as peripécias de um jovem com a idade de adulto, mas com uma mente infantil e original. O astuto Lulu aprontou várias na sua terra natal. Certa vez, foi transferido para um sítio na periferia da cidade por pegar no traseiro de um juiz de Direito, que por acaso era uma mulher. Este fato obrigou o seu pai a dar-lhe umas férias no campo para não causar-lhe constrangimento. O seu visual era o retrato da sua irreverência. Calção largo, camiseta de meia (possuía dezenas), uma pilha de revistas em um dos braços e um cassetete na mão livre que só servia para assustar os intrusos que ousassem adentrar no nosso meio de brincadeiras e de peripécias. Pois bem. Fui informado que, recentemente, a família o levou para um exame médico em Recife, onde mora um irmão seu, o qual teve a curiosidade de consultar um especialista, já que não era tão comum, há tempos atrás, um portador desta síndrome viver tanto. O médico, após exame minucioso, constatou ser Lulu ainda saudável com a maioria de seus sistemas e órgãos em pleno funcionamento apesar do seu aspecto envelhecido, comum em todos os portadores de tal síndrome, e que as malformações tão freqüentes nessas pessoas não o tinha afetado, o que lhe fizera aumentar bastante a sua expectativa de vida. Foi aí que um fato interessante aconteceu. O médico, tentando explicar para a família a relação das idades dos portadores de Síndrome de Down e da população geral, utilizou uma técnica pedagógica simples. Exemplificou, que o fato do Lulu ter chegado a essa idade diante das inúmeras malformações e complicações comuns nessa situação, era como que ele tivesse o dobro de sua idade, ou seja, 124 anos. O seu pai, que não havia se manifestado uma só vez durante toda a consulta, retrucou: Alto lá doutor! Que ele já viveu bastante, isso eu já sabia... Agora, dizer que ele é mais velho do que eu, que sou seu pai, isso eu não aceito! Nem em Várzea Alegre, que é a terra dos contrastes, eu agüento uma dessa!"
Cronica do Dr. Jose Savio Pinheiro publicada no Jornal o Povo na data acima. O nosso querido Lulu faleceu ontem 28.09.2009, deixando nossa gente consternada e trinste.
Postado por A. Morais

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Acento de Igreja - Raimundinho Piau

Nos encontros de varzealegrenses sempre acontecem teimas e brincadeiras. Certo dia estavam conversando: Luis Meneses, Demontiê, Mundim de Chico Luis, Zé Haroldo, Raimundo de Souzão eValdemar Souza ( Balah ) Quando de repente começaram uma teima sobre veículos: Carro fulano é melhor do que carro sicrano, carro beltrano é mais ruim do que carro tal e por aí ia. No auge da teima Luis Meneses falou: Carro é bom é o Corcel de quatro portas.
Balah rebateu: Porque o carro de quatro portas é melhor do que o de duas?
Porque é mais cômodo. Mas é mais trabalhoso. São oito dobradiças, quatro fechaduras e quatro trincos. É mais quando o carro para desce um passageiro por cada porta. Sendo assim o ônibus da Itapemirim precisaria de quarenta e duas portas.
Raimundo de Souzão que até então não tinha entrado na discussão, resolveu intervir: Apois melhor do que carro era aquelas jardineiras que tinha quando eu era menino. Porque nem porta tinha. Era assim que nem acento de igreja
Raimundinho Piau.

A Revolta da Armada – por Armando Lopes Rafael



O que vou relatar abaixo está no livro "A Diplomacia do Marechal", resultado de longas pesquisas do ex-embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Correia de Castro. Ele vasculhou, literalmente, arquivos dos Estados Unidos.
O livro traz à tona um acordo entre o governo republicano brasileiro e o governo norte-americano. Vamos aos fatos: em 6 de setembro de 1893, cansados de presenciar os desmandos do governo Floriano Peixoto um grupo de oficiais da Marinha brasileira se rebelou para derrubar o sanguinário ditador. Entre os insurgentes estava o lendário Almirante Saldanha da Gama, conhecido por suas convicções monarquistas. Floriano sentiu que, sozinho, não tinha como derrotar a Marinha brasileira. Apelou, então, para o governo de Estados Unidos da América, dizendo que a "restauração da Monarquia seria daquele momento em diante, o objetivo dos insurgentes".

Deslocou um homem de sua confiança, Salvador de Mendonça, a fim de obter ajuda junto ao Secretário de Estado Americano, Gresham, para sufocar o movimento nacionalista dos brasileiros. Mendonça foi subserviente, mas competente! Lembrou às autoridades dos EUA que o Governo Cleveland tinha contribuído para a restauração da monarquia no Hawai. Perguntava Mendonça: "Não seria demais duas restaurações para só uma administração democrata"? E sentenciou: se os Estados Unidos não ajudarem Floriano, o Brasil volta a ser uma monarquia, como no tempo de Dom Pedro II, quando éramos mais ligados à Inglaterra. Ou seja, os norte-americanos perderiam os privilégios que vinham desfrutando desde o golpe militar de 15 de novembro de 1889.

O governo Yankee não se fez de rogado. Mandou três possantes cruzadores ao Rio de Janeiro: o Charleston, o Newark, e o Detroit. Aos três se juntaram depois mais dois navios de guerra, sob o comando do Almirante Benham, para acabar com o bloqueio dos navios brasileiros ao porto do Rio de Janeiro. Chegando ao Rio de Janeiro, o Almirante americano alvejou com um tiro, do Detroit, a armada brasileira. E ameaçou por a pique os demais navios brasileiros.
Para evitar derramamento de sangue, ante a superioridade norte-americana, Saldanha da Gama capitulou. Entrou pelo interior brasileiro para preparar a resistência. Perseguido, foi morto no Rio Grande do Sul. Floriano Peixoto era o dono da situação: deu um banho de sangue, passando a fio de espada os cadetes da Escola Naval. Estava assegurada a manutenção da atual República brasileira. Graças a ajuda norte-americana!
E o alagoano, de quebra, ainda ganhou o título de Marechal de Ferro.
Todos os fatos são amplamente relatados no livro citado...
Texto e postagem: Armando Lopes Rafael

2ª feira, 28 de setembro - por Armando Rafael


Que o brasileiro tem memória curta é fato. Que isto tem sido aproveitado pelos políticos corruptos que se reelegem a cada eleição é outra verdade. Somente nesta 2ª feira, o Boletim Administrativo de Pessoal (BAP) do Senado da República vai publicar a exoneração de Henrique Dias Bernardes, contratado por meio de um ato secreto para trabalhar na Diretoria Geral daquela casa, com elevado salário e sem nenhuma qualificação. Alguém lembra quem é esse Henrique Dias Bernardo? Trata-se do ex-namorado da neta do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Hoje também a censura imposta ao jornal “O Estado de S.Paulo” completa dois meses. Desde 31 de julho, o jornal está proibido, por decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), a pedido do empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investiga os negócios da família Sarney. O desembargador que proferiu a decisão, Dácio Vieira, foi afastado do caso por seus pares, mas sua decisão continua em vigor.
Ninguém vai, sequer, lembrar-se desses fatos. Logo mais, Sarney abrirá a sessão da mais alta casa legislativa da “ré-pública” sob o apoio conivente de sua tropa de choque...

Texto: Armando Lopes Rafael

domingo, 27 de setembro de 2009

Atentado ao laranjal - Por Raimundinho Piau


No ano de 1.970, uma briga de família somada a uma interferência política, culminou com um atentado a uma plantação de laranjas, do Senhor Antônio Frutuoso, no sítio Vacaria. O agitador cortou um hectare de laranjeiras num ato de perversidade e covardia.
O processo por danos materiais ficou tramitando no cartório, enquanto a população comentava indignada, os prejuízos da vítima. O juiz da comarca expediu um mandado para que fosse procedido um laudo técnico no local do crime. O mandado foi distribuído para os dois oficiais de justiça da comarca, que no caso era Caseca e esse contador de causos.
Chegamos no laranjal já havia bastante curiosos querendo saber como ia ficar a situação, Caseca foi conversar com alguns vizinhos para colher algumas informações que pudesse ilustrar o laudo enquanto eu me sentei num tronco de madeira e comecei a desenvolver o trabalho. Do meu lado sentou-se um morador da vítima picando fumo, sem dizer uma única palavra. Os vizinhos tentavam consolar Toim Frutuoso com algumas palavras de repúdio e solidariedade: Tenha calma Seu Toim! Qui tudo vai ser resolvido.
Outro dizia: Um caba desse divia ir roçar unha de gato no pingo de ameidia, pra ver o qui é bom pra tosse.
Mais um: Esse individo miricia era qui fosse cortado os dois braço dele, qui era pra ele nunca mais poder coçar o furico.
Mais outro: Esse elemento devia ter cortado era o rabo da mãe dele. Eu sei qui ele num cortou esse tanto de laranjeira só pra faze chá.
Nesse momento chegou um evangélico ( Coisa que tinha muito na Vacaria ) com a bíblia no sovaco e começou a consolar Toim: Calma irmão Toim! Tem um ditado que diz: Vão se os anéis e ficam os dedos. O sujeito que fez isto só podia era tá possuído por Satanás. Mais o irmão fique tranqüilo, que mais tem o Senhor pra dar. O Senhor vai voltar, para corrigir as injustiças desse mundo de pecados. Na volta do Senhor, ele vai devolver todo o seu prejuízo em fortuna e saúde. Aguarde a chegada do Senhor ele vai voltar.
Nessa hora o picador de fumo enrolou o cigarro, passou a língua, acendeu e resolveu entrar na conversa: Isbarre aí seu crente! Cuma é qui Senhor de Jubáia vai adigitorar seu Toim, se ele num tem nem pra ele mesmo? Sinhor de Jubáia veve a vida é pidindo as coisas a Deus e o mundo.

Mundim do Vale

Um jogo no Juremal - Por Mundim do Vale.


Foto atual do Estadio Juremal.


Hoje amanheci pensando
Num jogo no Juremal
Eu vi a bola voando
Do chute de Bacabal.
Ví Sílvio de Zé Tetê
Com Carlito Cassundé
Levando a bola de trote.
Ví a rede balançando
E a bola retornando
Porque foi gool, de Mascote.

Vi Mundinho da Varjota
Torcendo pelo aceiro
Eu vi o Seu Tõe de Cota
Passar bola pra Tinteiro.
Vi Mascote cobrar falta,
Vi fazer jogada alta
E matar bola no peito.
Vi a torcida biruta
Porque neném de Canuta
Perdeu um gool, quase feito.

Mundim do Vale

sábado, 26 de setembro de 2009

Só pra lembrar - Por A.Morais

Sem comentarios.

Por A.Morais

Não sou mais rapaz - Mundim do Vale

Assis de Zé do Carmo, moço trabalhador era o que podia se chamar de pau pra toda obra. Vivia em Várzea-Alegre fazendo todo tipo de trabalho. Capava porco, batia tijolos, catava oiticica, esgotava cacimbão e ainda era o melhor condutor de caixão de defunto. Mas como ninguém é perfeito, Assis tinha uma falta, quando bebia falava fino e se requebrava. Assis começou um namoro com Terta de Chico Félix e já falava em casamento. Quando a família de Terta soube foi contra, por conta disto ele roubou a moça e deixou na casa de Zé Raimundo da Vazante a quem ele chamava de padim Zé. Terta ficou lá ajudando nas prendas da casa enquanto Assis foi trabalhar, para no prazo de três meses se casarem. Não passou nem um mês um guarda da febre amarela carregou Terta pras bandas do Inhamuns. Não houve mais quem tivesse notícias dos dois.
Quando Assis soube da fuga da noiva, endoidou. Deixou o serviço da olaria e saiu na rua bebendo, chorando e se requebrando. Zé Raimundo mandou um recado para que Assis fosse até a Vazante para falar com ele. Assis atendeu mas, quando passava no oitão da casa viu um tamanco que Terta na pressa da fuga deixou cair no pé da janela. Ele pegou esse tamanco cheirou o couro, beijou o pau e caiu novamente numa crise de choro e de requebrado. Foi para a frente da casa, sentou na beirada da calçada e ficou lamentando quando Zé Raimundo falou: Assis, seja homem. Foi melhor assim, Terta não servia para você. Assis respondeu: É mais quando eu me alembro dela, me dá um disgosto tão grande. Ainda mais agora qui eu achei o tamanquim qui mandei Abidom fazer no dia do anivessaro dela. Mas, esse negócio já está virando palhaçada, só você foi que não notou ainda.
O sinhô num sabe o qui eu tou sintindo. Pimenta no meu fundo no do Sinhô é ponche. Deixe de conversa besta, esqueça Terta e vá trabalhar. Padim Zé só tá dizendo isso é pruque num foi madinha Ana qui fez cum o Sinhô. Deixe de comparação besta e vá cuidar da vida que é melhor. E se quiser saber mais, Terta nem era mais moça. E o que qui tem? Eu tombém num sou mais rapaz!
Mundim do Vale.

Historias do Sanharol - Por A.Morais

Isabel e Luis. Outro dia estive no Sanharol com o nosso parente e amigo Pedro Piau. Na casa de Geralda Batista, com o testemunho de Fernando Souza e Mundim do Vale ouvimos do nosso mestre esta preciosidade atribuída ao nosso bisavô Pedro Alves de Morais, o conhecido Pedrinho do Sanharol. Como vocês sabem Pedrinho foi casado duas vezes com duas sobrinhas e teve quatro filhos desses dois casamentos: Manuel, José, Antonio e João.
Certa feita, os irmãos Pedro e Vicente Borboleta resolveram roubar melancias na roça de Pedrinho. Manuel, o filho mais velho era muito esperto, nada passava sem seu conhecimento. Os irmãos Borboleta escolheram uma hora de chuva torrencial, mesmo assim o Manuel falou: meu pai quer pegar os cabras na roça vá lá: Eles estão com a mão na massa. Quando Pedrinho chegou no passadiço gritou: lá vou eu! “Os Borboleta” partiram na direção norte e Pedrinho disse: lá vão os cabras Manuel! Os Borboleta resolveram enveredar para o lado sul e Pedrinho novamente falou: lá vão os cabras Jose! Mesma coisa para o lado oeste com Antonio e ao leste com o João. O fato é que o Pedrinho sozinho conseguiu apanhar os gatunos de suas melancias. Passem essa historia para Pedro Jose e Luis Gustavo eles tem a mesma descendência do Pedrinho pelo lado materno e paterno, pois vocês dois são bisnetos do Pedro Alves de Morais, o Pedrinho do Sanharol.
A. Morais.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coisas de Criança - Pimenta Malagueta

Esta é mais uma resultante do nosso belo convívio familiar (Eu e Morais)
XXXXXXXXXXXXXXXXXX

Na década de 80, Em um fim de semana, como de costume, juntamos a filharada e fomos para a fazenda do Morais no Município de Assaré.
Quando a gente chegava lá era aquela alegria a começar pelos seus Pais: Sr. José André e D. Tonha, que tinham um carinho especial com todos nós, e as crianças gostavam muito daquele aconchego e daquele xamêgo. Assim que chegavam partiam para explorar as redondezas. Aproveitavam para uma pescaria, um banho no açude, ver os carneiros, tentar montá-los e correr. A manhã transcorria naquela alegria. Após o almoço a meninada voltava a correr e brincar pelos terreiros.
Era costume Seu Zé André armar rede pra quem quisesse, os outros sentavam na mureta do alpendre e a conversa era sempre alegre com ele contando seus causos.

De repente a Ana Micaelly, filha mais nova do Morais, partiu correndo da beira do açude em direção à casa chorando e gritando como uma desesperada e colocando as mãos na boca e nos olhos. Aquilo assustou todo mundo e fomos ao seu encontro. A Nair sua mãe corria mais que todos e passou a nossa frente.
A Micaelly foi lhe dando os braços e dizendo: mãezinha foi só uma cenourinhas que eu comi ali na beira do açude. Seu Zé André estranhou e disse: aqui não tem plantação de cenoura! A Nair não deixou barato e falou! foi alguma planta venenosa. Ai o susto aumentou e todos correram para ver a planta e quando a Micaelly mostrou: ERA UM PÉ E PIMENTA MALAGUETA. Ufa.

O ABORTO E O CONGRESSO NACIONAL



Este texto não tem cunho jornalístico. Certamente levará o leitor a meditar e quem sabe, até tomar a sua posição no barco da vida.
A minha intenção é provocar uma discussão mais ampla, com consciência, decisão e respeito.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Vejo o aborto como um crime hediondo, bem superior aos crimes hediondos especificados em lei neste país.
A gestação quando interrompida por meios ilícitos, representa a maior agressão que um ser humano pode sofrer.
Há um terrível engano supor (sim supor) que no ventre materno quando em gestação não há um ser inteligente já habitando aquele corpo em crescimento.
Crime, Crime, Crime, bradam os céus e os autores não ficarão impunes. Não mesmo.

Queria que por instantes o ser humano dito inteligente, imaginasse se encontrar de repente atado a uma estaca e aos seus pés uma fogueira acesa prestes a alcançá-lo e destruí-lo e com o seu calor fazer as suas carne se decompor pela ação do fogo. Mesmo atado ele tentaria subir na estaca para manter a distancia do fogo. Dói não é? O que ele faria? Pediria socorro a plenos pulmões até ficar rouco, na tentativa de ser ouvido e socorrido por alguém!
Pois bem; semelhante coisa acontece com o feto, quando o médico (esse ser nem pode ser chamado de médico, digamos: monstro) introduz na vagina da mulher instrumentos sugadores para destruí-lo no útero, e isto é feito retirando-o aos pedaços.

Quando esse instrumento é introduzido, a criança em gestação percebe e sobe tentando se esconder da agressão, chegando a ficar no estômago da mãe e grita o seu pedido de socorro desesperadamente. Só que ninguém o escuta.

Vale esclarecer que várias são as formas usadas para matar e destruir um feto: Por aspiração conforme expliquei acima; Por envenenamento com injeção liquida de sal que queima a pele e o bebê sofre por mais de uma hora até morrer; Por dilatação e corte usando uma ferramenta cirúrgica em forma de foice que dilacera o corpinho do bebê o qual é retirado aos pedaços; Por hysterotomia (o mesmo que cesariana) o bebê é retirado vivo, recebe uma injeção para morrer, depois é utilizado em experiências ou é vendido para a indústria de cosméticos para a fabricação de produtos de beleza à base de colágeno. Outra forma de matar é o uso de abortivos caseiros, ensinados pelos malditos amigos da gestante.

Nos casos de Aspiração e Dilatação/corte, o bebê sente um seu bracinho arrancado, uma perninha e tudo o mais. É uma mutilação, parte por parte vai sendo desmontada até nada mais restar. Poderemos dizer que houve "Um esquertejamento". Onde está a graça?

Como ninguém viu nada, foi tudo por baixo do pano, não houve crime, verdade? MENTIRA: Não há crime maior que esse!

Onde é que esse mundo vai parar? Como poderemos ter paz, ser felizes se permitimos a destruição de inocentes vítimas para saciar nossa vaidade?

O médico (que médico que nada; Monstro) abortivo, seus auxiliares, os pais e todos aqueles que contribuíram para o crime, vão passar sob um rolo compressor e o seu sofrimento será bem maior do que se poderia imaginar e não dá para descrever. Não escaparão a punição da lei que Deus estabeleceu para toda a eternidade.

A mulher se diz dona do seu corpo e acha que tem direito de fazer dele o que quiser sem sofrer nada. Que dona coisa nenhuma, o seu corpo lhe é concedido por empréstimo por certo tempo, e está sujeito a lei natural como qualquer outro ser vivo.

Contudo não há coisa mais bela do que o corpo feminino quando respeitado. Ele resplandece, ele reflete a vontade do Senhor, para tornar a maternidade mais saborosa. É um templo onde ocorre o milagre da vida.

Nem todas as mulheres são abençoadas com a capacidade de multiplicar. Existem as estéreis que sofrem exatamente por não poder ter filhos... Mas, também há aquelas que por pura vaidade não adotam os desamparados da vida, para não ter trabalho. São fúteis.

Aqueles que homologarem na lei dos homens, autorização para o aborto apenas para o bem da vaidade humana, não sabem o que estão fazendo. É um retrocesso de milhares de anos.

Sou apenas uma gota d’água. Minha voz é semelhante a do abortado, ninguém escuta, mas vou insistir. São milhares de inocentes sacrificados impunemente todos os dias sem autorização legal. Imaginemos agora quando essa prática virar lei.

Vicente Almeida

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Monsenhor Lima, vigário de Várzea Alegre entre 1918 e 1921 – por Armando Lopes Rafael


Esta semana a Paróquia de Tombos, da diocese de Caratinga (MG), enviou e-mail à Cúria Diocesana de Crato pedindo uma foto do Monsenhor José Alves de Lima que foi vigário daquela freguesia mineira entre 1939-1940.
Monsenhor José Alves de Lima – nascido em Crato em 5 de maio de 1889 – teve profícua vida sacerdotal. Ele foi vigário de Juazeiro do Norte em duas oportunidades: de 1927 a 1933 e de 1950 a 1967. A partir daquele ano, já aposentado, continuou a residir na Terra do Padre Cícero até seu falecimento, ocorrido em 30 de agosto de 1969.
Em Crato, Monsenhor Lima foi coadjutor do Padre Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, entre os anos 1913 a 1915. Quando foi eleito primeiro bispo de Crato, Dom Quintino nomeou Monsenhor Lima, em 1916, Secretário do bispado e Diretor do Colégio Diocesano, cargos exercidos até 1917.
Depois disso, Monsenhor Lima foi vigário de Várzea Alegre (1918 a 1921); de Cedro (1921 a 1927). Em seguida passou 5 anos em Juazeiro do Norte (1ª vez), saindo dali para ser vigário de São José dos Calçados (1933) e Alegre (1934 a 1937), cidades localizadas no estado do Espírito Santo; foi Cura da Catedral de Vitória (ES) de 1938 a 1939; vigário de Tombos, diocese de Caratinga (MG) de 1939 a 1940, quando regressou à diocese de Crato. Depois disso foi vigário de Icó (1940-1950) e dali veio paroquiar Juazeiro do Norte (pela 2ª vez, de 1950 a 1967), onde permaneceu até sua morte.
Uma curiosidade: será que na sacristia da Matriz de São Raimundo Nonato existe fotografias dos vigários de Várzea Alegre?

Texto e postagem: Armando Lopes Rafael

Coisas de Criança - No Transito






José André é o meu afilhado, filho do meu compadre Morais, criador deste blog.

Quando ele tinha uns quatro anos viajou de automóvel para Fortaleza com os pais.
Lá tudo transcorreu conforme o previsto.
No retorno para o Crato, Morais começou a correr mais do que o autorizado nas placas.
Em uma lombada da rodovia BR 116, ele vinha veloz e ao descer aquela lombada, viu em sua frente uma viatura e alguns guardas de transito, e um deles cheio de dedos o mandou estacionar.
Em seguida o guarda se aproximou para o Morais e disse:
- O senhor vinha correndo demais;
- Vinha não seu guarda, falou o Morais;
- Vinha sim disse o guarda, está registrado aqui no radar móvel;
- Deve haver algum engano, comentou o Morais.
Nisso o pequeno José André que ouvia atentamente a conversa, botou a cabeça fora do veículo e falou:
Bem que mãinha vinha só brigando com o Sr. O Sr. Tava correndo demais sim!!!!!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bezerro desmamado - Por Mundim do Vale

No ano de 1.967, eu voltava das farras com meu amigo Taveirinha e já passando da meia noite a fome apertou. Como não tinha mais nenhum restaurante aberto aquela hora eu perguntei pra Taveira: E agora o que nós vamos fazer para lanchar? Vamos tirar uns cocos lá no jardim da casa de Dr. Osvaldo. Quando nós chegamos no jardim, respeite o susto. Tinha um pastor alemão amarrado no tronco do coqueiro. Passado o susto nós fomos para a praça da igreja. Taveira olhou na direção do curral do Sr. Dirceu e falou: Já sei, vamos quebrar o jejum com leite da vaca do véi Dirceu. Descemos para o curral já levando uma lata de ervilhas vazia. A vaca apesar de muito mansa não quis soltar o leite. Foi quando me lembrei e falei para o meu amigo, que a vaca só solta o leite se estiver com o seu bezerro arreado. Como o bezerro era apartado em outro local foi mais uma frustração.
Meu amigo pensou um pouco e disse: Apois pode me arrear que ela solta o leite. Eu peguei uma corda que tinha na cerca e arreei Taveira do pescoço para a perna da vaca, já com a latinha na mão. Meu amigo deu duas amojadas no ubere da vaca e para minha surpresa, ela começou a soltar o leite. Enquanto a vaca passava o rabo sujo na cara de Taveira eu tomava o leite que era quase só espuma. Foi quando Taveira gritou assustando a vaca: Ei Raimundim! O bezerrim aqui vai ficar dirmamado mermo? Com o grito a vaca desconfiou que estava sendo enganada, virou o focinho, lambeu a cara do meu amigo para confirmar o estelionato, depois jogou os dois pés derrubando meu amigo e a lata de leite que eu estava reservando para ele. Depois dessa, o jeito foi esperar o dia amanhecer para tomar leite com tapioca no café de Mariinha de Pedro Preto. Onde tinha o melhor lanche da terra do arroz.
Mundim do Vale

Chega! Não dá mais. Vou cair fora! - Por Padre Reginaldo Manzotti

A alta rotatividade com que as pessoas entram e saem das pastorais, movimentos ou mesmo do convívio paroquial é um sinal de que há algo errado no plano da evangelização. Consegue-se sensibilizar e despertar a fé das pessoas pelo "Kerigma", mas não consegue sua adesão. Há muitas ovelhas que abandonaram o rebanho. O texto nos diz que deveremos deixar as noventa e nove e buscar a ovelha que desgarrou. Caso não mudemos nossa conduta ficaremos com apenas uma, enquanto as noventa e nove vão se desgarrando. Com muita facilidade desistimos das pessoas. Por muito pouco as riscamos do nosso coração, do convívio social e da fé. No desafio de sermos igreja, duas virtudes precisam ser mais exercitadas por todos nós: A perserverança e a paciência. Os antigos tinham razão quando diziam: “Fogo de palha não cozinha feijão”. Somos pouco perserverantes. Diante dos primeiros obstáculos desistimos, seja na vida espiritual, nos projetos pessoais ou na vida afetiva. A virtude da paciência pode levar-nos a compreender que cada um tem sua hora, no que se refere aos conflitos comunitários. A maturidade da fé não é alcançada por todos ao mesmo tempo e nas mesmas circunstancias. Devemos ter paciência com os que erram e com quem ainda não fez a experiência existencial e de conversão com Jesus, como Paulo no caminho para Damasco.
A correção fraterna é uma exigência evangélica ensinada por Jesus. Implica que na verdade e na caridade instruamos quem errou. Creio que a vivencia contínua e verdadeira da correção fraterna dentro de nossas igrejas resolveria mais de 90% dos conflitos e impediria que muitos abandonassem as pastorais e movimentos. Por não se ter coragem de chamar quem está errado e, frente a frente, na caridade, corrigir, as igrejas estão repletas de fuxicos, maledicências e panelinhas que se reúnem para lavar roupa suja. Neste aspecto nós como igreja, temos muito a crescer. Sem duvida é mais fácil falar pelas costas ou omitir-se diante do que estar errado. Torna-se confortável ficar num pedestal enquanto outros são flagelados por seus erros. Isso não é ser Cristão. Lembremos que só a verdade, sem caridade, pode ser motivo de pecado contra a humildade. Uma correção se faz sempre com muita caridade.

Padre Reginaldo Manzotti.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Coisas de Criança - No batizado


Uma vez fomos convidados para apadrinhar uma linda menina, filha de um primo da minha esposa. Essa família morava a uns 30 km distante da nossa casa. Fomos para a igreja e após o batizado rumamos para a residência do agora nosso compadre.
Tudo transcorreu maravilhosamente bem até a hora do almoço.
Nossos compadres cevaram um peru para aquela ocasião. Na hora do almoço, fomos convidados à mesa.
Quando nos sentamos para a refeição a nossa filha Viviana que na época tinha quatro anos, sentou, pegou os talheres olhou as iguarias da mesa e bradou: E cadê o feijão? A sua mãe educadamente e baixinho falou: Viviana, em comida de festa não se usa feijão! E ela secamente respondeu: num tô vendo festa aqui!!!
A mãe meio sem jeito, ficou calada e o dono da casa que estava por trás de nós, ouviu tudo e falou: Não se preocupem compadres, pois menino em festa só serve pra duas coisas: fazer vergonha e raiva.
Vicente Almeida

Sou filho da terra - Ultima parte - Mundim do Vale



Sou cerca de vara, sou pau de arara,
Sou manga no cacho.
Sou nó apertado, sou couro ensebado,
Sou fogo de facho.

Sou água vertente, sou sol do nascente,
Sou voz do nordeste.
Sou peixe piau, sou cobra coral,
Sou cabra da peste.


Sou um cidadão feliz
Nascido aqui no sertão,
Tomando chá de raiz
Dançando xote e baião.
Tenho o cheiro da campina,
Da essência nordestina
Que Deus colocou na serra.
Sou um fruto do nordeste,
Que agradece o pai celeste
Por ser filho dessa terra.

Mundim do Vale.

Caçador de Onças - de Dominio publico.


O fazendeiro estava pagando trezentos reais pra quem conseguisse pegar a onça que tava comendo os bezerros da fazenda. Apresentou-se um compadre pobre e foi se oferecendo pro serviço. Magrinho, sandália japonesa, chapéu de palha, lá foi ele fazenda a dentro. Certa hora deu de cara com a pintada. Danou-se a correr, e a onça atras. O fazendeirão tava sentado na varanda quando o compadre caçador chegou correndo e perseguido pelo felino. Por sorte, na hora que a onça deu o bote final, ele tropeçou numa pedra e caiu. A onça voou por cima e caiu no terreiro, bem em frente a porta do fazendeiro. Ai o caçador de onça gritou: Segura essa ai, compadre, que eu vou buscar outra!
Enviado por uma leitora.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Se tu quiser - Xico Bezerra - Santana.

Outro dia vi um DVD do Clã Brasil e ouvir " Se tu quiser" do Xico Bezerra. Trata-se de um primor de musica. Nestes tempos que fazem dos nossos ouvidos pinico, musicas deste porte merece todo aplauso. Gostaria de postar com o Clã Brasil, mas não foi possivel. Veja com Santana.

Sugestão de uma leitora do Blog.

Filho da terra - Por Mundim do Vale

Sou pau de pereiro, sou pena e tinteiro,
Sou mata-borrão.
Sou forte no teste, sou brisa do leste,
Sou pau de tição.

Sou visgo de jaca, sou vira-casaca,
Sou queima de Juda.
Sou cheio de manha, sou teia de aranha,
Sou Deus nos acuda.

Sou gente pacata, sou véu de cascata,
Sou homem capaz.
Sou contra questão, sou bom cidadão,
Sou grito de paz.

Sou fera da mata, sou nó de gravata,
Sou calo na mão.
Sou água do mar, sou luz de luar,
Sou raio e trovão.

Sou bolsa de palha, sou pau de cangalha,
Sou galho de pau.
Sou bicho papão, sou sombra de oitão,
Sou velho babau.

Sou água de pote, sou remo de bote,
Sou verso em cordel.
Sou caldo de cana, sou pura caiana,
Sou favo de mel.

Sou bala trocada, sou fim da picada,
Sou beira de rio.
Sou casca de toco, sou água de coco,
Sou noite de frio.

Sou cinza de lenha, sou mato da brenha,
Sou galho com ninho.
Sou bem comportado, sou bom de recado,
Sou um bom vizinho.

Sou fruta madura, sou erva que cura,
Sou lã de algodão.
Sou pau de giral sou pedra de sal,
Sou mão de pilão.

Mundim do Vale

Exaltação a Santa Cruz - Por Cassio Abreu.


A igreja celebra, em 14 de Setembro, a Exaltação da Santa Cruz. A Paixão de Cristo está intimamente ligada à sua Cruz. Todos nós sabemos o que foi a cruz para Cristo. Já a palavra paixão parece não ser bem entendida. Passio, em latim, e patlema, em grego, significam “aquilo que se sofre pela ação de outra pessoa, objeto ou circunstancia”. É um sentimento ou emoção levados a um alto grau de intensidade, muitas vezes sobrepondo-se à lucidez e a razão.
Quando estamos apaixonados por alguém ou por algo o chão parece desaparecer debaixo de nossos pés. A beleza do outro ou desse algo nos invade de tal maneira que ficamos passivos, numa atitude de entrega absoluta, às vezes cegos, até perdendo a razão.
Porém, a paixão, na acepção da palavra, é somente para Jesus Cristo, e ele a viveu da agonia até sua morte na cruz. Jesus sofreu por causa de nossos pecados. Só Ele, sendo Deus, poderia viver essa “loucura” por cada um de nós ( crentes, incrédulos, amigos, santos, malfeitores, traidores...), para nos levar ao céu, libertando-nos do pecado e da morte eterna.
O amor que Ele tem por cada um de nós é indescritível. Olhando a cruz de Cristo podemos perceber a beleza e o valor do ser humano diante de Deus. Foi por nós que Ele se entregou apaixonadamente. Ninguém consegue amar o ser humano tão intensamente como Jesus. Mas, essa paixão de Cristo por nós não foi cega nem irracional como pode acontecer conosco. Ele sabia o significado de cada chicotada, bofetada, escárnio, da coroa de espinhos e de cada prego. Sofreu tudo isso calado, por mim e por você. Porém, ao ressuscitar, deu pleno sentido ao seu sofrimento, à sua paixão pelo ser humano.
Agora estamos livres para viver uma vida plena. Precisamos abraçar nossa cruz e seguir Jesus, o caminho, a verdade e a vida. Só quem viveu a experiência da cruz tão apaixonadamente pode nos ajudar a carregar a nossa.
Cássio Abreu.

Agradecimento - Por A. Morais


“Fase com alma o que na vida te for dado fazer. Mas não te esqueças nunca de integrar-te nos grandes planos de Deus”.
Dom Helder Câmara.
E assim é que estivemos unidos filhos, genros, netos e amigos. Com muita fé. Integrados e obedientes aos planos de Deus.
Agradecemos aos médicos Dr. Bosco Mendonça, Dr. Gaulter Alencar, Dra Letícia, enfermeiras, pessoal do laboratório, do RX e por fim ao Hospital de Fraturas do Cariri pela atenção dispensada durante nossa permanência para tratamento de saúde.
Antonio Morais, Nair e familia.

domingo, 20 de setembro de 2009

Historia de pescador.


Um dia o mineiro resolveu pescar sozinho que já estava de saco cheio de gente em volta dele. Vara na mão, lata de minhoca e lá vai ele pro rio, bem cedinho. No caminho ele encontra um caboclinho que começa a acompanha-lo. E o mineiro já pensando: ô saco, será que esse caboclinho vai ficar grudado ni mim?! Chegaram no rio e o caboclinho do lado sem falar nada. O mineiro se arruma todo, começa a pescar e também não fala nada. Passam 03 horas e o caboclinho acocorado olhando sem dar um pio. Passam 06 horas e o caboclinho só zoiando... Já no finalzinho do dia o mineiro ficou com pena e oferecendo a vara pro caboclinho disse: Ô mininim, qué pescá um cadim? E o caboclinho responde: Deus me livre moço, tem paciença não, sô!
Enviado por uma leitora.

sábado, 19 de setembro de 2009

Pavão Misterioso - Valdenia Almeida





















Moro numa chácara aqui no Crato, onde crio muita galinha caipira soltas no quintal. Tenho três filhas que moram na mesma chácara e são nove netos ao todo.
Certo dia pela manhã, apareceu no meu quintal um pavão maravilhoso que deixou o galo e as galinhas fazendo muitos co co ri cós de admiração ao fazer roda se exibindo para aquela platéia.

Eu fiquei encantada com aquela visão e lamentei os meus netos não estarem em casa para ver o espetáculo. Eles nunca haviam visto um pavão.

No dia seguinte a mesma coisa, o pavão veio nos visitar, fez o seu show e os meus netos não viram, pois estavam mais uma vez no colégio, e assim foi a semana toda.

No sábado então pela manhã, estavam eles na maior algazarra jogando bola num campinho improvisado e eu na cozinha fazendo o almoço, quando de repente se fez um silêncio total e eu pensei: “Será que o pavão voltou”?
Daí a pouco entra na cozinha o Filipe de sete anos, meu neto mais corajoso e com ar preocupado, muito desconfiado, cruzando as mãos sobre o peito e fazendo girar os polegares passando um pelo outro, postou-se ao meu lado e falou: “Vóóó´, o teu frango chegou ali fora com um feixe de capim nas costas”.

E o pavão com o passar do tempo, ficou manso e encantava a todos com a sua dança até que um dia desapareceu misteriosamente e nunca mais voltou.

Valdênia Almeida

Filho da Terra - Mundim do Vale


Sou filho da terra, sou vento da serra,
Sou chá de raiz.
Sou ave voando, sou peixe nadando,
Sou gente feliz.

Sou chuva caindo, sou flores se abrindo,
Sou rama no chão.
Sou barro de telha, sou mel de abelha,
Sou pé de peão.

Sou rio correndo, sou planta nascendo,
Sou palha de milho.
Sou sol da manhã, sou flor de romã,
Sou pai e sou filho.

Sou mimo de rosa, sou dedo de prosa,
Sou som de chocalho.
Sou pó de urucum, sou quebra jejum,
Sou dente de alho.

Sou nó de imbúia, sou caco de cuia,
Sou gás de pavio.
Sou boca de noite, sou reio de açoite,
Sou braço de rio.

Sou crista de galo, sou dedo com calo,
Sou erva cidreira.
Sou fundo de saco, sou bolo de caco,
Sou teima na feira.

Sou pedra de anil, sou verde Brasil,
Sou olho de água.
Sou bicho do mato, sou unha de gato,
Sou gente sem mágoa.

Sou pau de cancela, sou cravo e canela,
Sou noite de lua.
Sou corda de arado, sou pau de machado,
Sou bico de pua.

Sou pau de bandeira, sou pé de ladeira,
Sou bicho de pé.
Sou feito na hora, sou gente que chora,
Sou homem de fé.

Mundim do Vale

Coisas de Criança - Vicente Almeida

- A Rachel é nossa neta, tem cinco anos. Certa noite ficou em nossa casa até tarde assistindo TV (desenho do Pica Pau) quando ia embora a vó disse - Quer que eu vá te deixar em casa?
Ela respondeu, não vó ainda tá craro. - Ai a vó falou, então eu fico olhando daqui, boa noite, que Jesus te abençôe e que Nossa Senhora te cubra com o seu manto. A Rachel se virou e respondeu: - Pecisa não vó, meu pai já me abençôa toda noite e me cobre com meu lençol.

- Um religioso pai ensinava seu filho de seis aninhos a orar. Em um dado momento o menino interrompeu e disse: Quando rezo minhas orações, peço muito a DEUS que abençoe todos os avôs por que eles fazem pra nós tudo que nossos pais não querem fazer!

- Certa vez uma criança disse: A gente devia estudar o cheiro. Quando as pessoas são boas, cheiram bem e quando são más, cheiram mal. Os cachorros sabem disso!

- Um criança conversando com a outra disse: Quando o papai e a mamãe se amam, não brigam, fazem caras bonitas um para o outro, se abraçam e se beijam. As lágrimas da mamãe desaparecem e os olhos do papai ficam brilhando.

Vicente Almeida

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Menságem aos Leitores do Blog - Vicente Almeida

Nosso companheiro, criador e administrador do Blog do Sanharol, “Antonio Alves de Morais” está ausente temporariamente porque está no Hospital de Fraturas, acompanhando a sua esposa D. Nair que no dia de ontem 17/09, foi submetida a uma cirurgia. Passa bem, devendo retornar ao lar em poucos dias.
Para D. Nair nossos mais sinceros votos de rápido restabelecimento.
Saúde e Paz.

Vicente Almeida

Coisas de Criança - Vicente Almeida

Na década de 70, como contador, trabalhava para uma grande instituição com ramificações em vários Estados e sempre viajava de automóvel para prestar assistência nos respectivos Estados.
Passava às vezes vários dias fora do nosso domicilio. Essas viagens e estadias eram totalmente custeadas pela instituição. Meus companheiros de viagens eram minha esposa Valdênia e minhas filhas: Poliana de cinco anos, Adriana de quatro anos e Viviana de dois anos.

Certo dia passando por um Posto de Policia Rodoviário Federal, o guarda nos parou para fazer averiguações de documentos, veículos, etc. Vendo tratar-se de uma família começou a conversar e Poliana que era a mais danada (ainda hoje é!), botou a cabeça fora, vendo a sua arma na cintura, perguntou: “E tu tem um revolve é? Ao que o guarda respondeu:
– tenho para a minha defesa.
Poliana disse e é?
– É sim garotinha disse o guarda!
- Incontinente Poliana disse: pois papai tem é dois e ta ai debaixo dos bancos deles.

Imagine você leitor o susto que tivemos, pois era verdade. Mas o guarda riu, não pediu mais documentos nem nada e disse: tudo bem podem seguir viagem.
Ainda hoje não sei se o guarda acreditou nela ou levou na brincadeira.

Vicente Almeida

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Mundo Ensina Melhor - Vicente Almeida




Quem já não se deparou com alguma situação difícil na vida? Acreditamos que muitas pessoas já passaram de alguma forma, por momentos considerados intransponíveis, difíceis, às vezes angustiantes... E superaram.
Aqueles que mais sofreram certamente se preocuparam demais com o problema em si, lamentando-se ou descarregando suas amarguras nos outros, preferentemente nos subordinados que nesta hora, servem muito bem aos seus propósitos como saco de pancadas. E nesta situação pagam o pato; os filhos, o cônjuge, a sogra, os empregados e até mesmo aqueles que tentam ajudá-lo “Os Amigos”. Sabemos que esta conduta não trás solução, mas amplia o problema.
Entretanto, aqueles que ao detectarem uma situação difícil, ao invés de se lamentar, procuraram uma saída, tiveram êxito! Pois, prenderam a sua mente na busca da solução e aí, receberam sugestões as mais diversas inclusive aquelas que o levaram a sair da dificuldade. Esta é, pois a via expressa, disponível para todos.
Deus em sua imensa sabedoria nos capacitou para dominar e transformar a terra e nós a transformamos em um mundo cheio de amarguras, vícios e violência. Contudo esta situação pode mudar. Adote a postura de vencedor. Mude a sua vida, mude a si mesmo.
Você acha que sua mudança não melhorará o mundo, mas é engano, o mundo melhora acompanhando você. Sua família será mais feliz, seus amigos serão mais leais, seus negócios farão mais sucesso. Não é isso que todos buscamos? Então, mãos a obra!
Quer saber: um minuto começa a partir do primeiro segundo, uma hora com o primeiro minuto, uma cachoeira começa com a primeira gota e a mais longa jornada começa com o primeiro passo.
Inicie agora o seu trabalho de construção pessoal. O tempo não espera você melhorar e você também não deve esperar o tempo melhorar. Comece agora, já!... Desenvolva suas potencialidades. Elas existem. Acredite. Veja as lições que o mundo lhe oferece.
Adotar a postura de vencedor é não vacilar diante dos obstáculos, eles fazem parte aprendizado. Não vamos dizer que as dificuldades desaparecerão, contudo, podemos afirmar com segurança que elas serão minimizadas. Ao desenvolver suas habilidades, inteligência e criatividade, descobrirá facilmente uma saída para cada situação crítica que surgir. Onde os outros enxergam problemas, você verá soluções. Fique certo disso. Ilumine-se e a sua luz iluminará a todos. Pense nisso.

Vicente Almeida

Cantai ao Senhor.

" Quando chorei com teus hinos e teus cânticos, fortemente comovido com as vozes de tua igreja, que docemente cantava! Penetravam aquelas vozes meus ouvidos e tua verdade se derretia em meu coração, com o que se incendiava o afeto de minha piedade, e corriam minhas lagrimas... e quanto bem me fazia"!
Santo Agostinho.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caboclo do Rosario - Por A. Morais

Outro dia cedinho, sair com o meu neto João Pedro para o Mercadinho próximo de casa para comprar um chilitos. Na volta, ele se deliciava dos flocos de queijo com uma voracidade nunca vista. Notei que ele estava temeroso que eu entrasse de sócio no consumo e disse: Coboclo do Rosário pode comer tranqüilo que eu não quero dos seus chilitos. Ele me encarou e perguntou: porque o senhor me chamou de Caboclo do Rosário? Então passei a contar-lhe um pouco do que ouvir dizer e falar de Caboclo do Rosário.
Neto de Jose Raimundo do Sanharol, Pedro Alves de Lima, o conhecido Caboclo do Rosário, era proprietário de uma vasta área de terras no sitio Rosário. Casado em primeiras núpcias com Clara Alves de Menezes e em segundas núpcias com Matilde César Ferreira. Não houve filhos dos dois casamentos. Dizem que era muito econômico, suvina e não admitia desperdício, qualidades indispensáveis, mas que alguns a consideram como não muito agradáveis e simpaticas.
Certa vez, fez uma viagem ao Crato com o seu primo Jose Raimundo de Meneses, o conhecido Jose Raimundo do Canto, e, quando chegaram à altura da localidade Monte Pio, por volta das duas horas da tarde, Jose Raimundo apanhou o fumo e uma palha de milho fez um cigarro e acendeu. Em continente Caboclo meteu a mão no coxim e desenrolou um guardanapo com duas tapiocas temperadas com amendoim. Tirou uma e escondeu novamente a outra. Enquanto consumia a primeira dizia: Zé Raimundo não quer: está fumando! Jose Raimundo se preparou. Eu quero ver se ele vai comer a outra sozinho. Duvido que consiga. Passaram por Dom Quintino, depois pela Ponta da Serra e quando já avistavam as casas da Palmeirinha, onde finalizavam a viagem, Jose Raimundo acendeu outro cigarro. Caboclo retirou a outra tapioca e disse: Zé Raimundo não quer, está fumando! João Pedro não entendeu bem a conversa, mas no futuro ele vai entender o quando fumar é prejudicial e dar prejuizo.
A. Morais

Heroi de Guerra - Por Mundim do Vale

Ditador Paraguai Francisco Solano Lopez.

No tempo da segunda guerra mundial, aparecia nos municípios, viaturas do exército para recrutar voluntários. Nossos conterrâneos com receio de servir a pátria e não mais voltarem, procuraram escapar subindo as serras.
Quando falaram para Luís Inácio ( Boca de Fogo ) ele disse que não ia fugir porque tinha como desdobrar a patrulha. Dois dias depois chegou na cidade um caminhão com um oficial, um sargento, um cabo e uma dúzia de soldados. O tenente comandante chegou com uma prancheta na mão e perguntou: Cadê Antônio de Souza Filho? Morreu na sumana passada cagando e vumitando. Cadê Vicente Alexandre? Tá doente de lepra lá na Caiana, que ir buscar ele. E cadê José Soares? Tá preso num quarto lá no Alto da Prefeitura, ele foi mordido de cachorro doido e agora fica mordendo todo mundo. O tenente desistiu e quando ia passando na calçada de uma bodega, Boca de Fogo perguntou: Pra donde vai com a tropa tenente? Eu estou recrutando gente para a guerra, como é o seu nome? Meu nome é Hitler, se meu tenente quiser pode assentar meu nome aí que eu quero matar um magote de judeu. Me empreste logo u m fuzil desses, que eu quero matar Lasdilau Camilo da Vacaria e Pedro Inácio do Saco que é pra eu já ir treinando. O oficial olhou para o sargento e ordenou: Sargento dispense logo esse voluntário, porque se não nós vamos levar um inimigo no lugar de um aliado. Toim do Guarani que gostava muito de aguardente, estava bebendo numa banca quando a tropa ia passando para retornar a Fortaleza. Já puxando fogo Toim Falou: - Ei tenente num vai levando ninguém? Apois eu quero ir pra guerra, quero conhecer as Oropa e quero tombem matar alemão. O oficial se aproximou e perguntou: Como é o seu nome? Meu nome todo é Ontôe Goberto, mas o povo chama eu é de “ Come Onça “ Esse apilido é pruque eu tem custume de tirar couro de onça pintada, ante mermo de matar a bicha. – Pois nós vamos lhe alistar e vamos partir agora mesmo para Fortaleza e de lá pegar o navio para Montese na Itália. O tenente chamou o sargento e ordenou: sargento! Pegue esse voluntário leve para o caminhão, vá dando as instruções, sem esquecer de manter o cantil sempre cheio de cachaça, porque se não, nós vamos chegar no quartel sem nenhum voluntário. Chegando em Fortaleza embarcaram imediatamente. Quando o navio já estava em alto mar, começou a passar o efeito da embriaguez e chegava os sintomas da ressaca. Foi quando Toim chegou para o sargento e perguntou: Adonde é qui eu tou? Pra donde nóis ramo? Pra qui é tanta ispingarda socadeira? Nós vamos para a guerra ? O Senhor se apresentou como voluntário e agora vai lutar. Não Sinhor. Pode mandar o chofé desse negoço dá uma ré pra tráis qui eu num vou não. Mas Seu Antônio esse navio não pode voltar porque ele está em operação de guerra. Apois se então eu vou pular e vortar a nado. Eu tou acustumado a atrevessar o riacho da Furtuna, pruquê qui num posso vortar nadando nessa lagoa. Depois dessa ameaça o sargento mandou amarrar Toim no mastro e foi chamar o tenente. O tenente chegou logo perguntando: O que foi que houve Seu Come Onça? O Senhor disse que queria matar alemão, que tirava couro de onça viva e agora quer afrouxar? Não ome! Essa histora de onça é invenção do povo, eu só mato uns gatim de casa prumode butar o couro im pandeiro. E esse negoço de guerra num dá certo pra eu não. Na hora qui eu vejo uma ispingarda dessas eu me cago todim. Uma hora depois chegou uma mensagem em código Morse, comunicando que a guerra havia acabado. Come Onça retornou a Várzea Alegre com medalha e condecoração de herói de guerra, sem ter pisado em terras italiana.

Mundim do Vale

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Salva do Meio dia - Vicente Almeida e Valdenia.


Monumento ao Padre Antonio Vieira.

O tempo não deixou que a religiosidade do povo nordestino perdesse a força na sua tradição. A Paróquia de São Raimundo Nonato na cidade de Várzea Alegre-CE. Criada em 30/11/1863 por D. Antonio dos Santos, primeiro bispo do Ceará, é motivo de orgulho para o povo varzealegrense, que há 146 anos ininterruptos, realiza a festa anual do seu Padroeiro, ocorrendo verdadeira romaria.
Para melhor entender, a devoção do povo, vejamos um pouco da história desse valoroso santo: São Raimundo Nonato, nasceu na Catalunha-Espanha no ano de 1.200 (a história não menciona dia e mês). Sua mãe morreu durante o trabalho de parto. Por isto ao nome Raimundo foi acrescentado Nonato que significa não-nascido de mãe viva, ou seja, foi extraído vivo do corpo sem vida dela.
Ordenou-se em 1.224, tempos depois foi mandado para a Argélia, norte da África, em missão para resgatar cristãos das mãos dos muçulmanos.
Durante sua estadia lá, conseguiu libertar cento e cinqüenta escravos e devolvê-los às suas famílias. Com a intenção de salvar mais prisioneiros, se ofereceu como refém e no seu cativeiro sofreu torturas e humilhações de toda espécie.
Na prisão ele continuava pregando a todos a palavra de Jesus Cristo e os magistrados muçulmanos para impedi-lo, mandaram perfurar sua boca e colocaram cadeados. Raimundo sofreu oito longos meses essa tortura e finalmente foi libertado em 1.239.
Como ficou com a saúde muito abalada, não conseguiu dar continuidade ao seu trabalho evangelizador vindo a falecer em 31 de agosto de 1.240 na cidade de Cardona, onde foi sepultado. O seu túmulo se tornou local de peregrinação e o povo resolveu construir ali uma igreja para abrigar seus restos mortais.
Raimundo Nonato, devido à condição difícil do seu nascimento é venerado como padroeiro das parturientes, das parteiras e dos obstetras.
No Estado do Ceará, em homenagem a São Raimundo Nonato, poucas famílias não têm um membro com o nome Raimundo ou Raimunda e o número de devotos só cresceu com o passar dos tempos.
Voltemos, pois, a Várzea Alegre. No mês de agosto a cidade recebe muitos visitantes. Os seus filhos que hoje habitam outras áreas geográficas vêm para participar das comemorações, ali permanecendo e aproveitando para visitar parentes e amigos.
Matar as saudades é o que mais querem, e sempre que chegam se deparam com nova roupagem na cidade. Observam que ela cresceu bastante; novos parentes, novas ruas e novas atividades no setor produtivo. Em fim o progresso é notado e eles se orgulham de ter Várzea Alegre como seu berço natal.
Várzea Alegre é a única cidade conhecida que possui um Blog movimentadíssimo: O Blog do Sanharol, que em apenas nove meses resgatou a memória de mais de uma centena de personagens que fizeram história e habitaram aquela urbe. O blog do Sanharol dá vida aos esquecidos, e o seu relato é objetivo singelo e cheio de carisma, atraindo inclusive pessoas que desconheciam a cidade.
Durante as comemorações festivas do seu Padroeiro, destacamos A SALVA DO MEIO DIA e para conferir a beleza do ato, no dia 22 de Agosto último, viajamos até aquela cidade, eu, minha esposa Valdênia e o casal Morais/Nair.
Em lá chegando, inicialmente visitamos a casa do meu inesquecível amigo José André de Morais, de saudosa memória, onde encontramos sua esposa D. Tonha e seus filhos Dinha, João e Raimundo, de quem tivemos acolhedora recepção. Dali seguimos para a bela chácara do casal Menezes/Micaelly, onde fomos recebidos com uma alegria contagiante e onde aguardamos a hora da SALVA DO MEIO DIA, que claro, seria ao meio dia.
As 11h45min nos encaminhamos para a Matriz cujo pátio estava festivamente engalanado. Logo percebemos que a SALVA DO MEIO DIA é um momento de grande alegria para o povo varzealegrense. A Igreja-Matriz se enche de devotos, curiosos e visitantes. É um Magnífico Cenário.
Durante os dez dias festivos, ao meio dia, na porta lateral, o Padre Mota inicia o seu relatório financeiro e religioso das atividades. Interrompendo de vez em quando para que a banda de musica, postada no pátio ao lado direito da Matriz, execute os seus dobrados com a maestria de grandes músicos. A banda é composta por 26 pessoas (homens e mulheres) dentre elas; crianças de 12 anos e homens de até 70.
Sentíamos o som do dobrado vibrar dentro de nós, se espalhar pelas imediações e se elevar aos céus como uma prece, e percebemos naquele momento, a demonstração do grande amor daquele povo para com o seu criador. Após a execução de cada dobrado, os foguetes subiam, rasgando o espaço, diria até, furando a barriga do céu e explodindo no ar como a gritar nossos pensamentos: “SENHOR, estamos aqui, cuida de nós, concede-nos a capacidade de te amar cada vez”. Em consonância com o foguetório, o badalar do sino também era ouvido à distância. Era tudo alegria, era tudo amor. Era um convite a paz e a fraternidade.
Olhamos para o semblante dos componentes daquela banda e vimos estampado em seu rosto macerado pelo tempo, à imensa alegria com que tiravam o som mavioso dos seus instrumentos. Ali, de pé, estavam externando através da música, o seu sentimento de amor, a sua satisfação.
Um fotógrafo se postava em cada canto, desejando registrar o histórico e inesquecível momento. O sol do meio dia era abrasador, mas isto não inibia a presença de muita gente e ninguém se preocupava em procurar sombra, mesmo por que o interior da igreja já estava lotado. O povo queria mesmo era ver quem estava tocando e ouvir de perto aqueles dobrados memoráveis.
Após a SALVA DO MEIO DIA, o padre Mota deu inicio ao ritual da Hora da Graça, circulando entre os fiéis com o Santíssimo e ao encerrar o ritual, fiquei deslumbrado e quis permanecer um pouco mais naquele ambiente sublime e majestoso. Valia à pena, pois via no rosto dos presentes, a esperança de uma graça alcançada. Sentia como se raios luminosos e invisíveis envolvessem cada um dos presentes, pois, o seu semblante demonstrava uma paz indescritível.

Destacamos também a administração valorosa do seu Vigário, o Padre Mota que há 40 anos é pastor daquele rebanho. Pe. Mota é daqueles que se preocupa com o bem estar da sua comunidade, pois, naquela Igreja-Matriz todos os bancos têm assentos e encostos estofados e macios.
A SALVA DO MEIO DIA, durante todo o mês de agosto, foi exaltada em prosa e versos por Antonio Alves de Morais e Mundim do Vale no Blog do Sanharol, e eu encantado com suas narrativas, não me contendo fui ver de perto. Fiquei deslumbrado.
A grande família varzealegrense está de parabéns, merece o destaque do Blog do Sanharol idealizado e mantido por seu fundador, Sr. Antonio Alves de Morais.
Finalmente após um lauto banquete oferecido por nossos anfitriões Menezes/Micaelly, regressamos ao Crato.

Vicente Almeida e Valdênia

Blog humor - O mineirinho e Deus.


O mineirinho comprou um sitio no interior, com aquele matagal, uma sujeira enorme. Em pouco tempo limpou tudo, fez um chiqueirinho, um galinheiro, pintou os caules das arvores de branco, enfim deixou aquele brinco, tudo bem ajeitadinho. O padre da cidade, passando pelo local, viu aquilo e crescendo o olho, parou pro cafezinho. Uai, mais que belo trabalho oceis fizeram aqui, sô - Oceis, oceis quem, exclamou o mineirinho. O senhor e Deus, respondeu o padre. Ah, falou o mineirinho. Mas o senhor precisava ver, quando ele cuidava daqui sozinho.
Enviado por uma leitora.

Lucio Alcantara vem ao Crato lancar o livro "O Cariri " - Por Armando Rafael.


O Ex-governador Lúcio Alcântara estará em Crato na próxima 5ª feira, dia 17, oportunidade que lançará – às 19:00h, no Instituto Cultural do Cariri – a 2ª edição do livro “O Cariri: seu descobrimento, povoamento, costumes” escrito pelo médico-historiador Irineu Pinheiro. A obra foi reeditada pela Fundação Waldemar de Alcântara.
Este livro, editado em 1950, cuja edição se encontrava esgotada narra o descobrimento e o povoamento de um dos mais característicos trechos do Nordeste brasileiro, o Cariri.
Na ocasião serão ainda lançados os livros abaixo, todos editados pela Fundação Waldemar de Alcântara:
– “Algumas origens do Ceará”, de Antônio Bezerra, um trabalho de investigação documental sobre as origens do Ceará;

– Scenas e typos - Rodolpho Theophilo - inspirado por sua trajetória de vida e pela literatura, Rodolfo Teófilo traça, através de onze histórias, um perfil minucioso do Ceará e do cearense; – Miscellanea histórica ou collecção de diversos escriptos de J. Brígido - João Brígido - o livro contém escritos de João Brígido sobre o Padre Gonçalo Ignácio de Loyola Albuquerque Mello Mororó, Coronel João de Andrade Pessoa Anta, Feliciano José da Silva Carapinima, Luiz Rodrigues Chaves, Coronel José Antonio Machado, Francisco Bento Maria Targino, Genealogia dos Partidos do Ceará, A Guerra Civil no Sul do Ceará, Eleição do Conde Belford e Pinto Madeira, Reputação do Sr. Paulino Nogueira e o Ceará Holandês.

Para a solenidade V.Sa. e família estão sendo convidados.
Historiador Armando Rafael.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Curiosidade - Por Mundim do Vale

Você sabe quem foi que:

Travou o SERROTE de ANTÔNIO BITU?
Assanhou o SANHAROL de Zé RAIMUNDO?
Quebrou a VARA DA PRENSA?
Viu o FANTASMA de ANTÔNIO LUCIANO?
Fez a UNIÃO de JOSÉ DE OLIVEIRA?
Tapou o nariz ao passar na CAATINGA GRANDE?
Foi ver como EXU É?
Namorou com a moça do FUNDÃO?
Pisou no MOCOTÓ de ANDRÈ BATISTA?
Cruzou a EXTREMA de RAIMUNDO SALVIANO?
Cozinhou no CALDEIRÃO de PEDRO DE CALDAS?
Lavou as PANELAS de ZÉ ILDEFONSO?
Rezou no ROZÁRIO de CABOCLO?
Comprou a Moça de ANTONIO EMIDIO?

Por Mundim do Vale

Perdemos um grande amigo - Por A. Morais


A vida é feita de oportunidades. Pra tudo há tempo debaixo dos céus. Tempo de poder e oferecer solidariedade aos nossos semelhantes e tempo de precisar recebê-la. Na fase difícil, quando mais precisei de solidariedade e força encontrei o ombro amigo de Francinilson Martins Azevedo, um amigo sincero, leal, pontual e solidário. Recebo com muito pesar a noticia de seu falecimento porque representa para mim a perda de uma preciosidade de valor inestimável. Transmito meus sinceros sentimentos aos familiares e espero que Deus o tenho em seu seio e em sua eterna paz.
Antonio Morais e Familia.

domingo, 13 de setembro de 2009

Morre aos 71 anos o medico Jose Iran Costa.


13/09/09 – O médico e líder político, ex-prefeito deste município, José Iran Costa, faleceu nesta manhã, em sua residência. A causa da morte não foi divulgada, mas sabe-se que o médico vinha lutando contra um câncer há algum tempo.
Iran Costa completou 71 anos no último dia 7, segunda-feira passada. Nos últimos dias, houve especulações que diziam que o seu estado de saúde era crítico. O velório está acontecendo desde o início da manhã de hoje, em sua residência, à rua Sérgio Pontes, 692, bairro Betânia, neste município.
O sepultamento será no Cemitério da Saudade, nesta segunda-feira, 14, às 9h, depois da missa de corpo presente, na Igreja Matriz de São Raimundo Nonato.
Por A. Morais

Brigas - Altemar Dutra.

Muito boa musica. Muito boa mensagem e conselho.

Por A. Morais

Do pé do cruzeiro - II - Mundim do Vale


No pé do cruzeiro, contando piada
Varei madrugada
Até de manhã
No pé do cruzeiro, eu vi seu Missena
Chorando com pena
Da morte de Ivan.
No pé do cruzeiro, eu tava sentado
Ouvindo o dobrado
Que abanda tocava
No pé do cruzeiro, fiquei de platão
Pra ouvir o sermão
Que o padre pregava
Do pé do cruzeiro, subindo a bandeira
Eu vi João Teixeira
Fazer cumprimento
Do pé do cruzeiro, olhei pra ladeira
Vi padre Vieira
Selando um jumento.
Mundim do Vale.

sábado, 12 de setembro de 2009

Falsa democracia - Por A.Morais

Na ditadura militar, de Castelo Branco e Figueiredo o presidente que mais autoridade teve em mãos o foi o General Ernesto Gisel. No seu governo foram assinados acordos com a Alemanha na área nuclear. A oposição pequena, mas compentente e brava, porque não tinha o rabo preso, como a de hoje, entendeu de criar uma CPI para apurar possiveis irregularidades. A CPI foi criada, instalada, teve começo e fim. O presidente desta CPI foi o nobre senador mineiro Itamar Franco do PMDB - ou seja- da oposição.

Neste governo, por mais graves que sejam as denuncias não se pode falar em CPI. Quando recorrem a justiça e esta determina a instalação a relatoria e a presidência tem que ser obrigatoriamente preenchida pelo governo. Aí o circo está armado para meia dúzia de palhaços oficiais perderem a descencia e a vergonha. O congresso só vota quando é avisado o que interessa ao governo. Obdece até aos prazos. Se um repórter ou apresentador noticiar alguma coisa que possa prejudicar a canonização do rei de plantão: de duas uma - ou será afastado da empresa ou a fatura dos serviços prestados ao governo não será creditada. O pior, esse pessoal todo está negando o passado. Não vejo um só defender o Estado de São Paulo que estar sob censura a aproximadamente 50 dias, impedido de falar o que todo brasileiro sabe: que existe pouca coisa pior do que Sarney e sua família. Ouça o que diz o ministro Miguel Jorge a respeito do assunto. Quem sabe amanha o Lula o obrigue a se desculpar.

Por A.Morais

Do pé do cruzeiro - Por Mundim do Vale.


Do pé do cruzeiro, com o vento soprando
Vi Romana cantando
O bendito mais novo.
Do pé do cruzeiro, tomando uma brisa
Eu vi Dona Eliza
Educando meu povo.


No pé do cruzeiro, me perdia na hora
E só ia embora
Quando tava sem luz.
No pé do cruzeiro, olhando pra cima
Eu fiz essa rima
Pensando em Jesus.


Do pé do cruzeiro, na barraca do azul
Eu vi João Bitu
Ficar no caritó.
Do pé do cruzeiro, eu vi Padre Otávio
Crismando Zé Sávio
Nos braços da avó.


Do pé do cruzeiro, com Zé Atahide
Eu vi Alaíde
Ouvindo o sermão.
Do pé do cruzeiro, vi Raimunda Teixeira
Subindo a ladeira
Com o terço na mão.


Do pé do cruzeiro, eu ouvia o sermão
Com muita atenção
E nunca esqueci.
No pé do cruzeiro, munidas de fé
Vi Zefa de Pedro André
E minha Mãe Iracy.


Do pé do cruzeiro, com Zé de Bogim
Vi quando Belim
Caiu lá do forro.
Do pé de cruzeiro, eu vi Paruara
Com um pano na cara
Brincando de Zorro.


Do pé do cruzeiro, na missa campal
Vi Seu Lourival
Cantando Louvor
No pé do cruzeiro, eu brincava de toca
E via João Doca
Levando o andor.

Por Mundim do Vale.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Historia do Cruzeiro - Por A. Morais

O nosso Cruzeiro é muito conhecido. O que não conhecemos é a razão de ser e a origem de sua historia. Sabemos que na coletânea de contrastes está incluído como isolado. Para que não fique isolado da historia estarei postando um poema do Mundim do Vale intitulado “Do pé do Cruzeiro” na esperança que entre os comentaristas encontremos informações a respeito da historia oficial do Cruzeiro : construção, origem e razão.
É sabido que por volta de 1876 a cidade se acometeu de uma epidemia de cólera. Muitos foram a óbito. O Padre Vicente Ferrer Ponte, segundo vigário de nossa paróquia, estava celebrando uma missa e, na hora da Eucaristia pediu a Deus que terminasse com aquela epidemia nem que ele fosse a ultima vitima. Por volta da meia noite, do mesmo dia, foi acometido indo a óbito. Conta-se que depois dele ninguém teve falecimento por cólera na cidade. Padre Ponte foi sepultado num tumulo que existia atrás da capela de Santo Antonio, portando fora do cemitério local. Acompanhe o poema do Mundim nas futuras postagens.
A. Morais

Na Praça de Santo Antônio - Por A. Morais

Na foto da Praça de Santo António – Várzea-Alegre, encontramos os amigos António Alves de Morais e Raimundo Nonato Bezerra de Morais - primos, amigos e camaradas. O primeiro é o idealizador do Blog do Antônio Morais e o segundo o seu mantenedor com a autoria da maioria das matérias. Somos sim, os responsáveis pelas raivas, pelos aborrecimentos, pelas contrariedades de opiniões e também pelos risos ou gargalhadas que por ventura existam.

Não somos literatos, escrevemos o vocabulário do dicionário glamoroso de Mundim do Sapo, que certa vez aguardava as recomendações do medico, depois de uma consulta, e, de tantos nomes científicos e difíceis quando o medico terminou Mundim disse: Doutor, agora o senhor fale tudo no “português rasteiro” por que até agora nós não entendemos foi nada do que o senhor disse. Pois bem, escrevemos o português rasteiro, exatamente como a gente de quem falamos fazia uso. 

Afinal as palavras ficaram para fazer o entendimento entre as pessoas e não para dificultar. O Blog está alcançando 10 anos de existência, mas se você for levantar os resgates de pessoas prestimosas de nossa terra que ele contém, causa admiração. E tudo isso não passa de uma brincadeira nossa para a posteridade. 

Lembramos que contamos com a colaboração de grandes historiadores e graças a seus escritos o blog é também motivo para pesquisa em alguns temas. Vamos em frente. Obrigado aos leitores, aos que comentam e principalmente aos que criticam, porque nas criticas encontramos o caminho para a correção. 

Como diz sempre o nosso grande amigo, leitor e comentarista Tarciso Coelho: "A única opinião que não é valida é aquela que não é dada". Foto de Fátima Bezerra.

Saudoso resgate - III - Mundim do Vale.



Na sala do catecismo
Luzenir dava a lição
Aula de catolicismo
Pra primeira comunhão
A comunhão simulada
Preparava a meninada
Para receber Jesus
O curso durou um mês
Foi lá a primeira vez
Que fiz o sinal da cruz.

Vi também a procissão
No dia de São Raimundo
Uma fila de cristão
A maior que vi no mundo
Uns carregavam o andor
Com seu santo protetor
Padroeiro da cidade
Outros cantavam o hino
Enquanto batia o sino
No compasso da cidade.

Também tinha um leilão
Gritado por Zé Sobrinho
Ele subia um capão
E um garrafão de vinho
Dizia – é a sua vez
Dou-lhe duas, dou-lhe três
Já está arrematado
Depois mandava o dinheiro
Para o santo padroeiro
Sem faltar nem um trocado.

Já que não vai retornar
O tempo maravilhoso
Quero voltar a sonhar
Esse resgate saudoso
Quero falar nesta rima
Do velho carrocel Lima
Na festa de São Raimundo
Uma festa colossal
Que não vejo outra igual
Em nenhum lugar do Mundo.

O sonho foi demorado
Foi até o outro dia
Deu pra ouvir um dobrado
Que mestre Antonio regia
A banda bem afinada
Na salva da madrugada
Ou bandinha pra tocar
Eu continuei sonhando
Porque estava gostando
Não queria acordar.

Conheço a realidade
Do avanço do progresso
Mas sei que toda saudade
Atua no retrocesso
Sei que sonho é ficção
A mais eterna ilusão
Chega a ser um disparate
Mas o meu sonho deixou
Um desejo que ficou
Deste saudoso resgate.

Mundim do Vale

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Quatro decadas e meia - Por A. Morais

Há 44 anos a Casa de Saude São Raimundo de Várzea-Alegre atua na defesa do bem estar e da saúde do povo de nossa terra. A luta do seu idealizador, mentor e construtor Dr. Pedro Satiro é bem mais antiga. No inicio dos anos 60, após se formar em Recife, retornou a sua terra para dedicar sua vida a serviço da vocação escolhida: aliviar o sofrimento alheio e salvar vidas. Homem honrado, amigo, dedicado, caridoso com destacada ação na área da solidariedade humana.
A Casa de Saúde São Raimundo é a resultante de quatro décadas e meia de trabalho árduo iniciados pela disposição e liderança do Dr. Pedro Satiro no meado da década de 1960.
No inicio as dificuldades eram enormes, mas o carismático médico sempre contou com a solidariedade do nosso povo. Quantas vezes podíamos observar adjuntos cortando lenha para queimar caeiras de tijolos, outros juntando pedras para fazer concreto. Os tempos eram outros. As dificuldades bem maiores e só eram superadas graças à liderança e a confiança depositada pela população na causa de seu grande líder. No dia de encher a placar de concreto parecia um formigueiro subindo e descendo as escadas com as latas de concreto na cabeça.
Quem vê esta imponente obra, completa, acabada, acha que caiu do céu pronta para consumo, não sabe nem conheceu a luta do Dr. Pedro Satiro para que chegássemos a ter hoje este beneficio valioso a nossa disposição.
Não podemos nem devemos esquecer outros benfeitores que com Dr. Pedro Satiro caminharam na difícil jornada, mas não podemos esquecer que Dr. Pedro foi o começo de tudo. Parabens Dr. Pedro – Deus lhe abençoe.
A. Morais