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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caboclo do Rosario - Por A. Morais

Outro dia cedinho, sair com o meu neto João Pedro para o Mercadinho próximo de casa para comprar um chilitos. Na volta, ele se deliciava dos flocos de queijo com uma voracidade nunca vista. Notei que ele estava temeroso que eu entrasse de sócio no consumo e disse: Coboclo do Rosário pode comer tranqüilo que eu não quero dos seus chilitos. Ele me encarou e perguntou: porque o senhor me chamou de Caboclo do Rosário? Então passei a contar-lhe um pouco do que ouvir dizer e falar de Caboclo do Rosário.
Neto de Jose Raimundo do Sanharol, Pedro Alves de Lima, o conhecido Caboclo do Rosário, era proprietário de uma vasta área de terras no sitio Rosário. Casado em primeiras núpcias com Clara Alves de Menezes e em segundas núpcias com Matilde César Ferreira. Não houve filhos dos dois casamentos. Dizem que era muito econômico, suvina e não admitia desperdício, qualidades indispensáveis, mas que alguns a consideram como não muito agradáveis e simpaticas.
Certa vez, fez uma viagem ao Crato com o seu primo Jose Raimundo de Meneses, o conhecido Jose Raimundo do Canto, e, quando chegaram à altura da localidade Monte Pio, por volta das duas horas da tarde, Jose Raimundo apanhou o fumo e uma palha de milho fez um cigarro e acendeu. Em continente Caboclo meteu a mão no coxim e desenrolou um guardanapo com duas tapiocas temperadas com amendoim. Tirou uma e escondeu novamente a outra. Enquanto consumia a primeira dizia: Zé Raimundo não quer: está fumando! Jose Raimundo se preparou. Eu quero ver se ele vai comer a outra sozinho. Duvido que consiga. Passaram por Dom Quintino, depois pela Ponta da Serra e quando já avistavam as casas da Palmeirinha, onde finalizavam a viagem, Jose Raimundo acendeu outro cigarro. Caboclo retirou a outra tapioca e disse: Zé Raimundo não quer, está fumando! João Pedro não entendeu bem a conversa, mas no futuro ele vai entender o quando fumar é prejudicial e dar prejuizo.
A. Morais

Um comentário:

  1. Um belo dia regresando de Fortaleza para o Crato dei carona a um descendente de Caboclo do Rosario. Quando chegamos em Quixeramobim paramos para abastecer o carro. Quando voltei para o restaurante o meu companheiro estava comendo um pastel do tomanho de um chapeu de couro e quando me viu tratou de esconder. Empurrou o bicho no bolso da calsa e a meladeira foi a maior. Mas, nada de oferecer.

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