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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Convite da Juventude Monárquica do Cariri


Cangaço - XV - Ultimo.

A Morte de Lampião
Em julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situado no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 5:15 do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se prepararem para tomar café, foi quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais. Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, segundo a opinião de Virgulino, o bando foi pego totalmente desprevenido. Quando os policiais do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva, abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro, e as joias.A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepa a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando sua cabeça foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luís Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim e Macela. Um dos policiais, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a. Este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro.Feito isso, salgaram as cabeças e as colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal. Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto para servirem de alimento aos urubus. Para evitar a disseminação de doenças, dias depois foi colocado creolina sobre os corpos. Como alguns urubus morreram intoxicados por creolina, este fato ajudou a difundir a crença de que eles haviam sido envenenados antes do ataque, com alimentos entregues pelo coiteiro traidor.Percorrendo os estados nordestinos, o coronel João Bezerra exibia as cabeças - já em adiantado estado de decomposição - por onde passava, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, os troféus estiveram em Piranhas, onde foram arrumadas cuidadosamente na escadaria da igreja, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografadas. Depois Maceió e depois, foram ao sul do Brasil.No IML de Maceió, as cabeças foram medidas, pesadas, examinadas, pois os criminalistas achavam que um homem bom não viraria um cangaceiro: este deveria ter características sui generis. Ao contrário do que pensavam alguns, as cabeças não apresentaram qualquer sinal de degenerescência física, anomalias ou displasias, tendo sido classificados, pura e simplesmente, como normais.Do sul do País, apesar de se encontrarem em péssimo estado de conservação, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da UFBA da Bahia. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Posteriormente, os restos mortais ficaram expostos no Museu Nina Rodrigues, em Salvador, por mais de três décadas.Durante muito tempo, as famílias de Lampião, Corisco e Maria Bonita lutaram para dar um enterro digno aos seus parentes. O economista Sílvio Bulhões, em especial, filho de Corisco e Dadá, empreendeu muitos esforços para dar um sepultamento aos restos mortais dos cangaceiros e parar, de vez por todas, essa macabra exibição pública. Segundo o depoimento do economista, dez dias após o enterro do seu pai violaram a sepultura, exumaram o corpo e, em seguida, cortaram-lhe a cabeça e o braço esquerdo, colocando-os em exposição no Museu Nina Rodrigues.O enterro dos restos mortais dos cangaceiros só ocorreu depois do projeto de lei no. 2867, de 24 de maio de 1965. Tal projeto teve origem nos meios universitários de Brasília (em particular, nas conferências do poeta Euclides Formiga), e as pressões do povo brasileiro e do clero o reforçaram. As cabeças de Lampião e Maria Bonita foram sepultadas no dia 6 de fevereiro de 1969. Os demais integrantes do bando tiveram seu enterro uma semana depois. Assim, a era CANGAÇO se encerrou, com a Morte de Virgulino.
Fonte - Blog do Crato

Cangaço - XIV


Resposta do prefeito.
Formiga ao encontrar o piquete da caieira ao lado da estrada, antes da ponte, explica a que vinha. O Soldado João Antonio de Oliveira o escolta ao solar do prefeito. Era, aproximadamente, uma da tarde. Rodolfo lê o bilhete para o pessoal em casa. Ali, se encontravam comerciantes e trabalhadores – gente amiga. Declara, com firmeza, que não cederia às exigências do facínora. Não faria concessões. Lutaria. Devido a pouca munição, recorreria à arma branca, caso fosse necessário. Por esse motivo não exigia sacrifícios, nem teria queixas de quem deixasse a trincheira. Nesse ínterim, Francisco Calixto de Medeiros rompe o silencio. Bate no bornal e grita:
O dinheiro está aqui! Lampião que venha buscar! Viva Rodolfo Fernandes! Viva nosso prefeito! Viva Mossoró! Todos vivaram uníssonos. Jubilosa aclamação alastrou-se aos piquetes da defesa. No calor do entusiasmo, Julio Fernandes Maia e outros companheiros mandavam recados desafiantes ao chefe bandoleiro. Da trincheira da rua, o mensageiro, meio desconfiado, ouvia a demonstração de valentia. Rodolfo aviu-se com Laurentino de Morais, sediado no prédio do telegrafo e o diretor da rede ferroviária, Vicente Sabóia Filho. A gente da trincheira sabendo que o assalto se daria em breve ficou alerta. Por falta de meios de comunicação, os entendimentos se alongavam. Retardaram a volta de Formiga, por mais de meia hora. O Edil procura impressioná-lo sobre a fortaleza dos mossoroenses e o numero de pessoas em armas.
Por fim, entrega-lhe a resposta:
Virgulino Lampião.
Recebi o seu bilhete e respondo-lhe dizendo que não tenho a importância que pede e nem também o comercio. O Banco está fechado, tendo o funcionário se retirado daqui. Estamos dispostos a acarretar com tudo que o Senhor queira fazer contra nós. A cidade acha-se, firmemente, inabalável na sua defesa, confiando na mesma.
13.06.1927.
Rodolfo Fernandes – Prefeito.

A invasão - Bando em fuga.

Deu tudo errado para Lampião em Mossoró. O resultado está nesta poesia de Jose Otavio Pereira Lima, referindo-se ao resultado da investida - feridos e mortos:

As cinco e meia da tarde
Lampião disse a negrada
Acabemos com esse fogo
Que isso não é caçoada
Jararaca e meu Colchete
Diabo levou no colete
Perdemos nossa caçada.

Seu Massilon eu me queixo
De você e mais ninguém
Dizer a mim que esse povo
Muita coragem não tem
Mas veja que em Mossoró
Os seus homens não tem dó
De bandidos que aqui vem.

Fujamos logo daqui
Eu estou envergonhado
De ir dizer ao Padre Cicero
Que por cá fui derrotado
Em que camisa me metir
Meus dois amigos perdir
Estou aterrorizado

Iam no grupo feridos
Que gemiam em grande dor
Outros calados qual mudos
Transpassados de pavor
Chorando sua desgraça
A beber em negra taça
O fel cortante do horror.
Raul Fernandes.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Cangaço - XIII

Segundo Ultimato ao Prefeito.
Virgulino estava preocupado, sem saber o que passava na cidade. Apenas Massilon e Júlio Porto conheciam-na, de algum tempo. A luta a ser deflagrada seria diferente, fugia as táticas das guerrilhas nas caatingas. Luís Joaquim de Siqueira, vulgo Formiga, natural de Afogados de Ingazeira, Trabalhava em Mossoró. No oficio de erradicar formigas, visitava as fazendas da redondeza. Espionava a serviço de um dos chefes dos quadrilheiros. Esperavam-no em Passagem de Oiticica. No terreiro da casa de Manuel Santino, o triunvirato do mal confabulava quando chega Formiga. Correu, prazenteiro, de braços estendidos a Virgulino e exclamou alto, como se fosse um velho amigo: Como vai capitão? E dá-lhe um abraço. O companheiro Amadeu Lopes, que de nada suspeitava, ficou atônito. Foi logo afastado para o meio dos prisioneiros do lugarejo, na maioria carentes conhecidos. Porem, o Caolho recebeu Formiga com frieza, que desnorteado, pede proteção. Seu Lampião me garanta a vida! Ninguém lhe ofende aqui. Vem de Mossoró? Sim. Como está a cidade? Bem guardada, a espera de um grupo de cangaceiros. Quantos homens tem em armas? Uns duzentos, no mínimo. Lampião fez um gesto desdenhoso e disse: Confere – eles brigarão menino? O intuito é brigar.
A carta de Gurgel não intimidara Rodolfo Fernandes. Lampião entrou em casa de Miguel Santino com Formiga. Retirou do bolso um pedaço de papel, encimado com seu timbre. Tomou do lápis e redigiu um bilhete. Julgava, assim, conseguir o intento. Escreveu com dificuldades numa péssima caligrafia:
Cel. Rodolfo.
Estando eu até aqui pretendo o dinheiro, já foi um aviso, ahi, pro Senhoris, si por causo resolver, mi a mandar será a importância que aqui nos pede. Eu envito de entrada ahi, porem não vindo esta importância eu entrarei, até aí penço qui a Deus querer, eu entro. E vai aver muito estrago por isto, si vir o dinheiro eu não entro, ahi ,mas nos resposte logo.
Capitão Lampião.
Entrega-o a Formiga e manda recado:
Se não for enviada a importância até as duas da tarde entrarei na cidade fazendo depredações de toda sorte.

O ANTAGONISTA - POR O ANTAGONISTA.


Brasil recuperou metade do que perdeu com Dilma.
Os brasileiros recuperaram metade do que foi dilapidado por Dilma Rousseff.

Diz O Globo:
“A recém-lançada PNAD Contínua do último trimestre de 2017 mostra que metade da perda real de renda per capita ocorrida desde o começo da forte recessão, iniciada em 2014, no governo Dilma, já foi recuperada.

A renda do brasileiro cresceu 3,6% quando comparada ao fundo do poço atingido em meados de 2016. A conta é da FGV Social.”


Lula presta depoimento sobre irmão Metralha.

Lula prestou depoimento à PF sobre os repasses do departamento de propinas da Odebrecht ao seu irmão Frei Chico, codinome Metralha.
Alexandrino Alencar disse que o próprio Lula pediu o dinheiro. O condenado, segundo O Globo, negou tudo, é claro.


Lula está com um pé na cadeia e outro no STF.

Diz a Folha de S. Paulo:
“A defesa corre contra o tempo: no dia 6 termina o prazo para que o Ministério Público Federal apresente a defesa da condenação de Lula, em resposta aos embargos dos advogados. A partir daí, o TRF-4 pode encerrar o caso e, se não mudar o entendimento, determinar a prisão.”

Ministros tentam salvar Lula, mas Cármen Lúcia se recusa a desmoralizar o Supremo votando às pressas um casuísmo para libertar o criminoso.

O Biodisel do Lula - Por Antônio Morais.


Dentre os anúncios mais demagógicos e ordinários feitos pelo Pajé Lula da Silva destacam-se o Biodiesel. No seu discurso piedoso e chorão anunciou  a redenção do Brasil, através da mamona. 

Disse para quem quis ouvir de maneira exata quantos hectares e tarefas de mamonas seriam  plantadas. Quantas toneladas e quilos seriam produzidas. Montou uma Uzina no interior do Ceará, em Quixadá onde o PT conseguiu enganar o povo por vários mandatos na prefeitura. 

O que se pergunta, hoje em dia, é do que foi feito dos equipamentos, maquinhas da industria já que  só resta o galpão construído e o rombo nos cofres públicos.



Quem  roubou? Onde se encontram as maquinas?  Cadê a produção? O Pajé foi um fracasso. Onde passou deixou sua marca de bandido ladrão.

Cangaço - XII


Resposta do Prefeito Rodolfo Fernandes.

Por volta das sete da manha, Pedro José chegou à casa do prefeito Rodolfo Fernandes, de modo Cortez, considera inaceitável a resposta do bandoleiro e revela a disposição de enfrentá-lo. Levou Pedro ao aposento, onde havia varias caixões com latas de querosene e gasolina. Mostrou-lhe o que estava aberto, cheio de balas. Adiantou que tudo aquilo era munição.

Exagerou o numero de homens, em armas, na cidade. A conversa visava impressioná-lo e a seu mandante. Entrega-lhe a resposta da carta, escrita de maneira e não agravar a situação dos reféns com as vidas ameaçadas. Pedro saiu apreensivo. Bate a porta dos amigos. Conseguiu com os comerciantes Amâncio Leite e Ezequiel Fernandes o necessário para sua liberdade. Encontrou Salustiano. Soube já ter sido enviado a importância do seu resgate por Belarmino de Morais, residente naquela região. Salustiano escusara-se de voltar com receio dos bandidos. Embora o caso estivesse resolvido, Pedro, em cumprimento a palavra dada. Separou três contos e quinhentos e foi ao encontro de Lampião. E, perguntou: recebeu meu dinheiro? Sim. Aqui está o de Azarias. Enquanto entregava a resposta da carta de Antônio Gurgel, acrescentou: O prefeito manda dizer que tem dois mil homens lhe esperando, e que fosse buscar o dinheiro! Virgulino não se alterou e, esboçando um sorriso, concluiu: Qual nada, isso é para me intimidar! Não acredito nisso! Não é isso tudo não! Ele vai saber se vai me intimidar!
Resposta do Ultimato:
Antônio Gurgel.
Não é possível satisfazer-lhe a remessa dos quatrocentos contos, pois não tenho, e mesmo no comercio é impossível encontrar tal quantia. Ignora-se onde está refugiado o gerente do banco, Sr. Jaime Guedes. Estamos dispostos a recebê-los na altura em que eles desejarem. Nossa situação oferece absoluta confiança e inteira segurança.
Prefeito - Rodolfo Fernandes.

Prefeito de Sobral bate o martelo e veta a proibição do ensino da “Ideologia de Gênero” nas escolas daquele município – por Armando Lopes Rafael (*)


  O Prefeito de Sobral, Ivo Ferreira Gomes, foi de encontro à vontade da maioria da população da Terra de Dom José Tupinambá, e decidiu que as escolas públicas daquela cidade irão ensinar a disciplina “Ideologia de Gênero”, às crianças e adolescentes sobralenses.
     Coincidentemente, dias antes em que falou mais alto a prepotência e arrogância  do atual Prefeito de Sobral, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo emitiu uma nota contra a Ideologia de Gênero. Formado por renomados médicos, psicanalistas, professores e cientistas paulistas, o CRM-SP emitiu a nota abaixo, que reproduzimos na íntegra.

“NOTA DO CREMESP

Após a plenária temática “DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE”, realizada pelo CREMESP em 19 de janeiro p.p, este Conselho vem a público manifestar suas considerações a respeito da saúde mental da criança e do adolescente.

A saúde mental do ser humano depende de um desenvolvimento harmônico, desde o princípio da vida, e uma parte dessa formação se faz por meio do desenvolvimento psicossexual da libido.

Considerando que:

1) a criança é uma pessoa em desenvolvimento e que o ser humano nasce desprovido de condições autônomas para se manter, tanto física quanto psiquicamente,

2) a criança é dependente e requer cuidados especiais, distintos em cada fase do desenvolvimento,

3) as diferentes fases de desenvolvimento evoluirão ao longo das duas primeiras décadas de vida e que essa evolução dar-se-á gradativamente,

4) os bebês e as crianças são absolutamente vulneráveis,

5) é negligente, irresponsável e alienante consentir ou induzir as crianças a fazerem escolhas prematuras, já que são desprovidas de maturidade para tal,

6) é função parental apresentar referenciais para a educação psicossexual da criança, podendo se valer de orientação médica e psicológica,

7) durante a adolescência ainda há parcial vulnerabilidade,

8) educação sexual, direito da criança e do adolescente, é muito diferente de incentivo à indefinição sexual, o que traz a eles insegurança, inadaptação e risco, com consequências para essa população vulnerável,

9) é medida antiética a realização de experimentos psíquicos, não aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), conforme legislação vigente, com a população de crianças e adolescentes, visto sua vulnerabilidade,

10) os Conselhos de Medicina têm por função zelar pela saúde da população, em seus aspectos físicos e psíquicos,

11) a homologação da Sessão Plenária do CREMESP realizada em 14 de fevereiro de 2018.

O CREMESP entende que o cuidado com a saúde mental das crianças e dos adolescentes deve ser prioridade e que colocá-los em risco pode trazer consequências danosas à formação do aparelho psíquico. Entende que a determinação sexual é dependente de fatores genéticos, epigenéticos e do desenvolvimento psicossexual precoce e que as variações do desenvolvimento sexual podem ocorrer em crianças e adolescentes e devem ser abordadas como tal, não devendo ser objeto de questões políticas, ideológicas ou de outra ordem.

O CREMESP considera que o cuidado com crianças e adolescentes em seu desenvolvimento psicossexual é prioridade, deixando claro que as diferenças sexuais existem e devem ser observadas para que a confusão não se estabeleça por desvio de objetivos”.

Na contra-mão da vontade da maioria da população sobralense, o prefeito Ivo Ferreira Gomes venceu uma batalha. Não percamos, no entanto,  a esperança de que essa decisão errônea  seja um dia revogada. Temos certeza de que Nossa Senhora da Conceição, Rainha e Padroeira de Sobral, não faltará à população cristã daquela nobre, aristocrática e altiva cidade, que foi consagrada  à Mãe de Deus desde seus primórdios. Amém.

(*) Armando Lopes Rafael é historiador.

Cangaço - XI


Ultimato ao prefeito.

Em passagem Oiticica, o prisioneiro Azarias Januário deparou-se com o velho conhecido, Pedro José da Silveira, em idêntica situação. Narrou-lhe o apuro em que se encontrava, sem portador para o resgate. Diante do impasse do amigo, Pedro entendeu-se com Virgulino, empenhando a palavra que regressaria com os sete contos de reis estipulados a ambos, caso fosse à cidade. Dessa vez, o bandido aquiesceu, porem mandou-o esperar. Entrou na casa de Miguel Santino. Voltou-se para o Coronel Gurgel e indagou-lhe de chofre: Conhece o chefe político de Mossoró, o Coronel Rodolfo Fernandes? Sim, conheço. Virgulino resolveu, então, negociar a ameaçar. Conversou com Sabino. E insistiu para Gurgel escrever ao Cel. Rodolfo Fernandes, cobrando quinhentos contos de reis, para poupar a cidade do saque e incêndio. Apenas conheço o Coronel Rodolfo. É provável que ele não se lembre de mim. Nunca me fica bem escrever-lhe. Venha escrever o que eu disser, retrucou Lampião. Sabino retira do bolso uma folha de papel, com o seu timbre numa pagina, e na outra com o do Capitão Virgulino Ferreira, Lampião. Gurgel esclareceu que a exigência era muito pesada, descabida. Lampião reduziu-a para quatrocentos contos. Em nossos dias, a importância equivaleria a dois milhões de reais. Nestes termos o prisioneiro redigiu a carta:
13 de Junho de 1927.
Meu caro Rodolfo Fernandes.
Desde ontem estou aprisionado do Grupo de Lampião, o qual está aqui aquartelado, bem perto da cidade, manda porem, um acordo para não atacar mediante a soma de quatrocentos contos de reis. Posso adiantar sem receio que o grupo é numeroso, cerca de 150 homens bem equipados e municiados a farta. Creio que seria de bom alvitre você mandar um parlamentar até aqui, que me disse o próprio Lampião, seria bem recebido. Para evitar o pânico e derramamento de sangue, penso que o sacrifício compensa. Tanto que ele promete não voltar mais a Mossoró. Diga sem falta ao Jaime que os vinte e um contos que pedir ontem para o meu resgate não chegaram até aqui, e se vieram, o portador se desencontrou, assim peço por vida de Yolanda para mandar o cobre por uma pessoa de muita confiança para salvar a vida do pobre velho. Devo adiantar que todo grupo me tem tratado com muita deferência, mas, eu bem avalio o risco que estou correndo. Creia no meu respeito.
Antônio Gurgel do Amaral.
Lampião estranha o apelo e pergunta: Quem é Yolanda? É minha netinha. Tem dois anos. A resposta emocionou o facínora. Não a esqueceu. Em seguida, entregou as cartas de Gurgel e Maria José a Pedro, advertindo-o: Vá levar ao prefeito! Volte logo, com a resposta e o dinheiro. Se você não cumprir o trato, acabo com sua família. Toco fogo em tudo, nem galinha deixo na sua fazenda. Emprestou-lhe um cavalo e o despachou.
Raul Fernandes

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Cangaço - X

Diabruras dos malfeitores.

Boa Esperança, fora o lugar, no Estado do Rio Grande do Norte, onde os cangaceiros deram expansão ao gênio e entregaram-se a grosseiros folgares. Beberam e cantaram ao som da sanfona. Divertiram-se numa ambiência galhofeira, torturando pacatos sertanejos, sem levarem em conta o mal que causavam.

A comunidade assistia, constrangida, às praticas abomináveis misturadas com visos de comicidade. Dos infames folguedos, alguns episódios são lembrados com certo humorismo pelos filhos da região. O velho Joaquim Justino de Souza vinha pela rua, tangendo um burro com uma carga de melancia. Satisfeito, trazia da sitioca, o produto de seu suor. Calculava o bom apurado nos festejos do padroeiro.

De súbito, achou-se cercado. Em meio a confusão, arremessaram-lhe uma fruta na cabeça. Cambaleia. Seguram-no para não cair. Atordoado, vê o algoz apanhando outra do caçuá. Roga-lhe, Então: escolha uma madura! O bandido, esboçando um sorriso, o atende. Repete a troça com rudeza.

Desta vez Justino vai ao chão. Cai sentado. Está satisfeito agora? Pergunta, desdenhosamente, o marginal. Saindo do estupor, o bem humorado camponês retruca: Estou sim senhor. Podia ser pior se a carga fosse de jerimum! Os malfeitores romperam em estrepitosas gargalhadas, enquanto saboreavam deliciosas talhadas de melancia.
Raul Fernandes.

Cangaço IX


Morte de Livino e Antônio.

A 24 de Maio de 1925, Virgulino saqueia a residência de dona Joana Torres, Baronesa de Água Branca, na vila do mesmo nome, em Alagoas. Em principio de 1926, perde Livino no combate contra as forças volantes da Paraíba e Pernambuco, no lugar Tenório, zona do Pajeú pernambucano. Naquela época a nação estava convulsionada. O presidente Artur Bernardes, tomava medidas de emergência. Procurava conter os surtos revolucionários no pais. Comissiona com altos poderes o deputado federal Floro Bartolomeu, foto, para organizar Batalhões Patrióticos contra a coluna rebelde de Carlos Prestes que ameaçava o nordeste.

Floro, muito doente, telegrafara a um amigo, em Pernambuco, no sentido de mandar a sua presença o afamado cangaceiro. Dois dias depois, verificou o erro. Enviou a contra ordem, que infelizmente não alcançou o destinatário. Em seguida, viajou ao Rio de Janeiro com a saúde abalada, vindo a falecer a 08 de março. Juazeiro do Norte era o Quartel General. Inesperadamente, a 04 de Março chega Lampião com quarenta e nove sequazes a procura do deputado. Padre Cícero, envolvido na política, agia como chefe. Arma os voluntários recém-chegados. Concede a patente de capitão a Virgulino Ferreira, de primeiro Tenente a Antônio e de segundo tenente a Sabino Gomes.

O Ceara alarmou-se. Adversários do Padre iniciaram uma campanha difamatória, acusando-o de protetor de bandidos. O medico e ex-senador Fernandes Távora, que o conheceu, no livro “Algo de Minha Vida”, após analisar a personalidade do sacerdote concluiu: “Foi um caridoso semeador de esperanças, um piedoso e bom, que passou pela terra consolando”.

O padre censurado defendia-se alegando que Lampião fora convidado. Seria uma traição mandar prende-lo ou entregá-lo a seus figadais inimigos. Não cederia. Considerava a palavra empenhada por Floro uma questão de honra. O novo capitão parte confiante para Pernambuco. Porém, o exercito e a policia militar não lhe reconheceram o posto. Ameaçavam prende-lo. Vendo-se desprestigiado, desiste de lutar contra Carlos Prestes. Aproveita o excelente material bélico e volta ao cangaço.
Raul Fernandes

"Briga de comadres"

Declaração de Ciro contra PT provoca reação no partido
O pedetista disse que era "mais fácil boi voar que o PT apoiar alguém". Líder do partido na Câmara rebateu: "diarreia verbal". Reação local também foi ruim
Fonte: Jornal O POVO, 26-02-2018.
      A declaração do pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) sobre as dificuldades de o PT apoiá-lo nas eleições deste ano causou tensão no partido. Após se reunir com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), Ciro disse que era “mais fácil um boi voar do que o PT apoiar alguém”. A declaração do ex-governador do Ceará foi concedida durante entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, na última sexta-feira, 23. Ciro afirmou que os tribunais vão impedir a candidatura de Lula por conta da Lei da Ficha Limpa. “Lula vai registrar e aí começa com o negócio que a gente sabe: liminar de juiz acolá, puxadinho jurídico pra acolá”, disse classificando a atitude como “miudice política”.

    Há um Ciro que faz e um Ciro que fala

Ciro tem buscado aproximação com o partido e, conforme as últimas pesquisas, é um dos candidatos que mais herdam votos de Lula, caso o petista saia da disputa. Antes da declaração, o pedetista discutiu com o Fernando Haddad, atual coordenador do programa do PT, a possibilidade de os partidos de centro-esquerda se unirem ainda antes da campanha. A articulação recebeu aval do ex-presidente Lula. Um dia depois da entrevista de Ciro, o deputado Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, reagiu aos comentários dizendo que o pedetista sofria de “diarreia verbal”. “Além de ser indelicado com Lula, revela baixa capacidade de solidariedade em um momento em que precisamos estar unidos em defesa de democracia”, escreveu no Twitter. Ele também afirmou que “não vai ser batendo no Lula” que Ciro irá “se credenciar como um nome com capacidade de conduzir o País”.

Líder da oposição, José Guimarães (PT-CE) diz que a fala denota “falta de rumo” do pré-candidato. “Um dia ele se reúne com o Haddad e no outro ele fala mal do PT”, afirma. “Se Ciro ficasse calado, talvez fosse melhor para ele”. Na opinião do presidente estadual do partido, De Assis Diniz, a declaração é uma “agressão gratuita”. Ainda assim, o dirigente não acredita que a declaração vá prejudicar a relação com o partido, mas diz que “deixa claro que ele não quer o apoio do PT”.

Ex-líder do partido na Câmara, Afonso Florence (PT-BA) atribui a declaração à “intempestividade” do Ciro. “Não é em cima do muro que ele vai se viabilizar eleitoralmente”, reage. O parlamentar também diz que “não é fato” que o PT não forma alianças. “Há apoio nos estados. Agora, em uma eleição nacional, Ciro como postulante tem que esperar o tempo correto. O Lula não está inviabilizado”, diz. Para o parlamentar, Ciro fez a declaração fora do “tempo correto”.

O POVO entrou em contato ontem à noite com a assessoria de comunicação do governador Camilo Santana, que é petista e aliado de Ciro, mas não obteve resposta. À tarde, a reportagem também contatou o secretário de Governo Nelson Martins (PT) que preferiu não comentar, justificando que não acompanhou o caso. (Rômulo Costa) 

Comentário de Armando Rafael 
É como diz conhecido provérbio nordestino: Brigam as comadres, descobrem-se as verdades.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Cangaço - VIII

A. morte de Jararaca.
Em torno da morte do famoso cangaceiro Jararaca, tiveram curso varias versões curiosas, uma das quais foi recolhida por Leonardo Mota, o brilhante folclorista cearense, no interior do Rio Grande do Norte. Seguindo essa versão, Jararaca fora barbaramente assassinado por soldados da policia potiguar, depois de haver sido conduzido da Cadeia Publica ao cemitério de Mossoró, aonde tê-lo-iam obrigado a cavar a própria sepultura. Para não desfigurar o cunho pitoresco do episodio, preferimos transcrevê-lo como narra o apreciador sertanista.

Quando Lampião teve a certeza de que atravessaria livremente todo o Ceara, em cujo território já por vezes penetrara, erguendo vivas ao então Presidente do Estado, decidiu invadir o Rio Grande do Norte, para atacar a cidade de Mossoró. Seduziam-se os pingues recursos desse empório comercial servido por uma agencia do Banco do Brasil. Saiu-lhe porem, o ano bissexto. A população de Mossoró, tendo a frente o valoroso prefeito Cel. Rodolfo Fernandes, reagiu bravamente ao assalto da cabroeira de Virgulino e dois sequazes deste tombaram baleados sem que os companheiros os pudessem conduzir.

Um dos feridos era Jararaca. Transportado para cadeia, solicitamente o medicaram. Era preciso que ele falasse sem que as autoridades o ouvissem. De fato, só depois de pensado, interrogado e até de fotografado, o Jararaca morreu. Mas ninguém o viu morto, pois o enterramento foi dado como feito alta noite. Uns vinte dias depois me dizia um sertanejo da terra potiguar: Jararaca morreu, mas não foi de morte morrida, foi de morte matada. E com a desventura de quem não tem papas na língua nem é jornalista de Governo, descreveu a cena macabra: Uma boca de noite, noite de lua, o Jararaca, algemado, foi conduzido da cadeia para o cemitério. Chegando lá rodeado de soldados mostraram-lhe uma cova, aberta lá num canto, quase fora do sagrado e lhe perguntaram se ele sabia para que era aquilo. Foi quando o Jararaca falou frocado e destemido: Saber de certeza não sei não, mas porem estou calculando. Não é pra mim? Agora isso só se faz porque eu me vejo nesta circunstancia, com as mãos inquiridas e desarmadas! Um gosto eu não deixo pra vocês: é de se gabarem de que eu pedi que não me matassem. Matem! Matem! Que matam, mas é um home. Fique sabendo que vocês vão matar o home mais valente que já pisou nesta... Mas não teve tempo de acabar de dizer o que queria. Por traz dele um soldado, naturalmente de combinação com os outros, deu-lhe um tiro de revolver na cabeça. A bala pegou bem no mole do pé do ouvido, lá nele. O Jararaca amunhecou das pernas e caiu, de olho virado. Aí, os soldados o empurraram com os pés pra dentro da sepultura. Só demoraram enquanto tiraram os ferros das algemas. Quando o cadáver rolou pra cova, fizeram luz e espiaram: o finado tinha caído de bruços. Mas, ninguém se embarassou com isso: por cima do corpo ainda quente as pás de terra deram serviço. Calou-se o narrador para dizer, logo mais, entre compadecido e irônico, num misto de piedade e galhofa. Coitado do Jararaca! Tão valente na hora da morte, mas foi enterrado dando as costas pra este mundo velho, onde ele fez tanta estrepolia.

O nome do pernambucano Jararaca era José Leite de Santana. Ele tinha apenas 22 anos – nos registros policiais, contudo, aparece com 26. Mesmo com um rombo de bala no peito, conseguiu gargalhar durante uma entrevista na cadeia. O cabra de Lampião dizia que era por causa das “lembranças divertidas do cangaço”.

Lampião diz qui num corre
Mas correu lá da Matinha
Deu um chouto vergonhoso
E galope almofadinha!

Lampião diz qui num corre.
É mofino corredor!
Já correu de Mata Grande,
Qui poeira levantou.
Raul Fernandes.

Cangaço - VII

Banditismo Profissional.

Quando Lampião entrou no grupo de Sebastião Pereira, adotou o banditismo como profissão. Viveria entre homens marginalizados, condenados pela lei. Fora desse ambiente não encontraria amigos, somente criaturas submissas pelo temor. O Sargento Optato Gueiros, viajava, em fevereiro de 1921, para Vila Bela. Descansava numa casa isolada, na caatinga, quando foi surpreendido, a meia noite, com a chegada do grupo de Sebastião. Os cabras vinham sedentos. Bebiam água e conversavam com animação. Um deles vendo Optato fardado perguntou:
Quanto ganha por mês?
Noventa e cinco mil reis.
Hum!. Muito pouco, acudiu Lampião. É melhor ser cangaceiro mesmo. Para trabalhadores rurais, que viviam na mais completa escravidão econômica, aquela vida prometia algumas compensações. Em 1926, Lampião passava, com o seu grupo, em Juazeiro do Norte. Foi entrevistado pelo Dr. Otacílio Macedo, medico e jornalista: Porque não larga essa vida, capitão, o senhor que já tem tanto dinheiro? Por que não vai embora para Goiás ou Mato grosso, deixando de vez essa existência perigosa? Doutor, o senhor estando bem numa vida, o senhor larga ela? Assim sou eu. O bandoleiro sentia-se realizado.
É mior ser cangaceiro
E poeta cantador
Que sê bispo ou deputado
Ou mesmo governador.

Querendo andar no cangaço
Inté sou bom cangaceiro
Que isso de matar gente
É serviço mais maneiro

Se o cabra não tem corage
Que mude de profissão
Vá para o rabo da enxada
Aprantá fava e feijão.

Raul Fernandes.

Cangaço - VI


Bando do Sinhô Pereira.

Em março de 1920, os filhos mais velhos do Ferreira ingressam no Bando de Sebastião Pereira, conhecido por Sinhô Pereira, que vivia em luta contra os Nogueiras e os Carvalhos. Tempos depois, na altura da fronteira de Pernambuco com a Paraíba, o grupo descia Serra Talhada tangido por tenaz perseguição das volantes. No confronto da fazenda de Neco Alves, parente de Pereira, avistaram uns homens, julgaram tratar-se de companheiros. “Lampião ia na frente, despreocupado, com os dois irmãos. Os soldados atiraram e erraram. Virgulino ao procurar livrar-se dos projeteis, perdeu o chapéu; Voltou para apanha-lo. Nesse instante, recebeu “ dois tiros”, um na virilha e outro acima do peito. Saiu andando e caiu. Senhor Pereira chamou o Dr. Mota, medico da família, que após o exame disse: “ Nunca vi tanta sorte”. Por um triz as balas pegavam a bexiga e espinha . Se fosse carabina teria pegado”. Depois desse batismo, Lampião resguardava-se muito.

Senhor Pereira adoece. O mal se agrava. O reumatismo tolhia-lhe os movimentos. Sentia-se sem condições de continuar. Em fins de Agosto de 1922, na Fazenda Preá, município cearense de Jardim, despede-se do cangaço. Foge com dois comparsas para Goias. Lampião que o acompanhava, há dois anos, assume a chefia do grupo – quinze homens e os oito irmãos. Permaneceu no posto até a morte. Dezesseis anos de banditismo profissional – de terror no sertão. Antes de deixar Pernambuco, Sebastião incendiou um comboio de algodão do prefeito Luiz Gonzaga, da Vila de Belmonte.

O cidadão Ioió Maroto, acusado de coiteiro, recebia na sua Fazenda são Cristóvão, o primo Sebastião. Luiz vingou-se. Mandou o tenente Montenegro com uns soldados a propriedade. Surraram Ioiô e as filhas. Era a suprema desmoralização! Senhor Pereira tomou-lhe as dores. Não Perdoou. Ao despedir-se Virgulino relembrou o acerto: “ Adeus compadre. Seja feliz. Espero que não falte ao prometido”! Não falto não, Sinhô. Pode ir descançado, Luiz Gonzaga é homem morto a estas horas. Palavra data era fato consumado. Virgulino entrou em Belmonte com sessenta e cinco homens debaixo de balas. Perdeu dois cabras. Cercou a residência de Gonzaga, que ao tentar esconder-se no sótão, levou uma queda fatal, arrebentando a cabeça no chão.

O Vila-balense despojou-o do anel de bacharel. Arrastaram o corpo para frente da casa. Jogaram-lhe roupas em cima. Despejaram querosene e fizeram uma fogueira. A noticia correu o sertão. Ouvia-se nas feiras:

Ioiô foi desfeitado
Nós prometemos vingar
Montenegro deu a surra
Gonzaga é quem vai pagar.

Raul Fernandes

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Cangaço - V

Morte dos Pais.

A família Ferreira refugia-se em Alagoas, no município de Água Branca. Virgulino foi trabalhar no lugarejo Pedra de Delmiro. Como tropeiro, conduzia peles, em companhia de Antônio e Livino. Antônio Matilde, casado com uma parente dos Ferreira, formara um grupo. Continuava a luta contra os Saturnino de Barros. Num dos embates, morre o famoso Casimiro Honório, tio de Saturnino. Suspeitas recaíram sobre os três irmãos que andavam muito arredios. Na boca do povo, Virgulino passou a ser identificado, entre os manos, por Lampião. Certa vez, em Água Branca, uma das mulas esbarrou num poste de iluminação publica, pondo-o abaixo com o Lampião. Foi o suficiente para nascer entre os próprios camaradas o apelido. Por desgraça, houve um incidente entre o “tio afim” de Virgulino e o delegado. Estavam, há pouco, no município de Água Branca. João, o único dos irmãos a não pegar em armas, anos depois, narrou ao Diário da Noite de Recife, o episodio da morte dos pais: Surgem, então apreensões em nossa casa, tanto que meu pai, de comum acordo com a minha mãe, proibiu os meus três irmãos mais velhos, Antônio, Livino e Virgulino de irem à cidade. Para atraí-los, o delegado prende João. Os irmãos foram tirá-lo da cadeia e caíram numa emboscada. Após intenso tiroteio, conseguiram escapar. Fracassado o plano, o delegado relaxa a prisão. Quando cheguei em casa, já encontrei os preparativos de viagem, pois meu pai decidira mudar-se dali, imediatamente, com toda família. No dia seguinte, partimos para Mata Grande, todos, menos os três irmãos mais velhos, que, em face do incidente, achou-se mais prudente que deveriam se afastar de Alagoas, até que se esclarecesse melhor o caso. Após dois dias de viagem, paramos a duas léguas da cidade de Mata Grande. Tomando rancho em casa, a beira da estrada, de um fazendeiro amigo da família. Meu pai resolveu prosseguir até Mata Grande, a fim de comprar mantimentos. Logo que ele partiu, minha mãe foi atacada de forte crise cardíaca, que a matou em poucos minutos, tanto que, quando meu pai retornou, já a encontrou morta. Mandou-se um portador atrás dos meus irmãos, a fim de avisá-los do acorrido e, com a presença deles fez-se o enterro no dia seguinte, no cemitério de Mata Grande. Mas, Antônio, Livino e Virgulino não entraram na cidade receosos de serem apanhados pela policia. Desorientado com esse terrível golpe, meu pai, para nossa completa desgraça, deixou-se ficar aí alguns dias. Fato é que decorridos dezoito dias da morte de minha mãe, uma força volante alagoana, antes do café da manha, de um dia muito chuvoso, dar um cerco no local e, embora não tivesse havido resistência, desencadeou terrível tiroteio no qual meu pai foi morto. Fato passado em Abril ou Maio de 1920. Nessa época, Antônio, o mais velho, tinha 23 anos. Livino 21 e Virgulino 19 anos e os cinco restantes abaixo de 16, sendo que a caçula não chagara a casa dos nove anos. João ficara com a responsabilidade da família. Em virtude das batidas policiais a procura dos irmãos, levou a vida errante, em desassossego permanente, em Pernambuco, Sergipe, Piauí e Ceará. Virgulino entra no bando dos Irmãos Porcino, operante na vizinhança de Água Branca. Durante a curta permanência nessa quadrilha teve vários choques com a policia. Logo depois, serve no grupo de Antônio de Matilde. Num dos esbarros, morreu gente de parte a parte. Um cabo foi confundido com José Lucena e recebeu 12 tiros. Os Ferreira, no lugarejo Pariconha, mataram o subdelegado, pensando tratar-se do delegado. Tinha muito desgosto por essa morte. A onda de crimes crescia. O ódio a Saturnino e José Lucena queimava alma dos três vilabelenses.
Raul Fernandes.

Crônica do domingo

No apagar das luzes, administração de José Leite, de Barbalha, retirou o busto do Presidente Kennedy de uma praça daquela cidade – por Armando Lopes Rafael
 Antes da retirada o monumento a John Kennedy 
este já estava num desprezo e sujeira injustificáveis 
    Todo caririense, residente na conurbação Crajubar, certamente lembra da Praça Presidente John Kennedy, localizada no centro da cidade de Barbalha. Ela ficava em frente à Faculdade de Medicina e ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Rosário e da Escola de Ensino Fundamental Senador Martiniano de Alencar. Naquele logradouro existia um imenso busto de bronze do Presidente Kennedy, que era visto diariamente por centenas de pessoas, que transitavam naquela redondeza.

      Pois bem, aquele artístico busto foi retirado – sorrateiramente – nos últimos dias da administração do ex-prefeito petista José Leite. O ódio que os petistas têm ao que eles chamam “classe dominante” é conhecido. Hoje o Brasil sabe o que é a ideologia do Partido dos Trabalhadores: difusão da luta de classe, colocando em lados opostos pobres e ricos, brancos e pretos, empresários e empregados. Simpatizantes do PT vivem em difundir “palavras de ordem”, estereótipos e clichês. Os petistas seguem (sem questionar) a doutrinação da cartilha revolucionária de Lula e Cia que define tudo: imperialismo, antiamericanismo, coletivismo, socialismo, gramcismo e todo tipo de "ismo", usados como recurso de farsa e desvario...

     O busto de John Kennedy havia sido colocado por uma iniciativa do Lions Clube de Barbalha, o qual – na década 1960 –, era formado por bravos e ínclitos cidadãos, amantes da sua cidade natal, a Barbalha de Santo Antônio. Dentre esses alguns já falecidos: Antônio Costa Sampaio, Edmundo Sá, João Teixeira de Luna, Virgílio de Sousa Torres, Antônio Gondim Sampaio, Marchet Callou, dentre outros.

       Deve-se ao ilustre barbalhense Martinho de Luna de Alencar, integrante da alta direção dos Diários Associados (grupo de comunicação fundado por Assis Chateaubriand) a vinda do busto do Presidente Kennedy para Barbalha. Aquele monumento público (portanto uma aquisição e propriedade do povo barbalhense) foi fundido em bronze pela empresa Marmura, do Rio de Janeiro. A Prefeitura da Terra dos Verdes Canaviais, atendendo ao pedido do Lions Clube, construiu uma pracinha para abrigá-lo. Anexa ao monumento havia placas, também de bronze, historiando a escultura. Um símbolo dos foros de civilização e adiantamento de Barbalha da década 60. Tudo foi retirado por determinação do prefeito José Leite...

     Estive em Barbalha neste sábado, 24 de fevereiro, e fui informado de que o monumento de bronze do Presidente Kennedy só não foi lançado em lugar incerto e não sabido, porque o Prof. Giuseppe Malmann Sampaio ia passado na hora da derrubada do busto. Giuseppe procurou o prefeito José Leite, e este autorizou – por escrito – que o professor levasse a escultura para ser guardada no Colégio Santo Antônio.

       Pobre Barbalha! Quem te viu e quem te vê. População de hoje acomodada! Outrora uma gente valente e aguerrida, pessoas do naipe de um Antônio Costa Sampaio, Edmundo Sá, João Teixeira de Luna, Virgílio de Sousa Torres, Antônio Gondim Sampaio, dentre outros. Eles devem estar se revirando nos túmulos onde dormem o sono da paz à espera da ressurreição final...


Comentário de Armando Rafael
Muita gente perguntou o porquê da retirada do monumento ao Presidente Kennedy,  instalado, em Barbalha, na distante década de 1960 (há mais de sessenta anos). O Código Penal Brasileiro define o crime de dano não só da coisa pública, mas até da coisa privada, no caput do art. 163: “destruir, inutilizar ou deteriorar coisa pública ou alheia, prevendo pena de detenção, de um a seis meses, ou multa”.
Por que isto aconteceu, logo em Barbalha, cidade que tinha uma elite vigilante e até camadas da população que se diziam “politizadas”? Por que? Perguntaram alguns chocados com a infeliz iniciativa da Prefeitura de Barbalha.
A explicação mais recorrente que encontrei foi a de que esta ação foi um ato de vandalismo e, o pior, uma ação vinda da própria administração municipal, no caso a que tinha como responsável o ex-prefeito de Barbalha, Sr. José Leite (filiado ao Partido dos Trabalhadores–PT).  Acrescente-se a isso, a falta de educação e de cidadania das camadas sociais, que ignoraram o papel e o que representam os monumentos públicos para uma comunidade, omitindo-se de denunciar este crime ao Poder Judiciário. Outra dimensão que deve ser considerada é a qualidade e constância da manutenção dos espaços e equipamentos públicos, que em Barbalha estava em estágio caótico até o final de 2016.
Mas o fato é que hoje a Prefeitura Municipal de Barbalha tem à frente uma pessoa educada, dinâmica e que vem fazendo excelente administração (talvez a melhor dentre os prefeitos do Cariri). Que o Prefeito Argemiro Sampaio mande construir um suporte de mármore ou granito,  noutra área pública ou privada de Barbalha e lá reinstale o busto do Presidente John Fitzgerald Kennedy.

 

Cangaço - IV


Primeiras Rixas.

Certo dia, José Ferreira foi à casa do vizinho reclamar uns chocalhos amassados. Saturnino justificou-se acusando os filhos de José de terem roubado o chocalho de uma vaca amojada. Retrucou, então, o velho Ferreira, afirmando que o morador de “Pedreiras” furtara-lhe um bode. Após demorada discussão, chegaram a bom termo.
Mas os rapazes do Ferreira não se conformaram. Armaram-se com mais dois parentes e saíram a represália. Atacaram a “ Fazenda Pedreiras” . Queimaram roças e cercados, dizimando parte do gado. Insultaram o proprietário com palavrões provocadores. Saturnino, encurralado, revidara á bala. Alvejou Antônio Ferreira e Antônio Matilde. Deu queixa à policia e Antônio Matilde passou doze, dias na prisão. O Juiz, vendo que o velho Ferreira já não controlava os filhos, mostra-lhe a impossibilidade de conciliação com o visinho. Aconselha-o a mudar-se. Com sacrifício, a família transfere-se para Nazaré. Em Março de 1918, apesar das recomendações do Juiz, Saturnino, vai a feira de Nazaré. Lá estava Virgulino a vender arreios. Ao avistá-lo, corre a procura dos irmãos. O fazendeiro regressava com o amigo João Flor, quando foi emboscado. Lutou cinco horas. Chegou a casa às nove da noite, certo de que os rancorosos rapazes voltariam a persegui-lo. Parentes e amigos de Saturnino acorrem armados a sua residência. A uma da madrugada estava cercado. Os atacantes retiraram-se as seis da manha depois de esgotada a munição. Os Ferreira, hospedados na casa do tio Manuel Lopes, prepararam-se dispostos a enfrentar a desforra, que não se fez esperar. Saturnino atacou com bastante gente, pondo os sitiados em perigo. O tiroteio foi pesado. Virgulino matara o filho de um morador de seu desafeto. A polícia não conseguia impedir atos de violência. Os choques sucediam-se. Em Nazaré organizaram volantes para capturar os filhos de José Ferreira, procurados por homicídio.
Raul Fernandes.

Cangaço - III

Infância

Aos cinco anos, Virgulino foi morar com o tio Manuel Lopes, na casa da avó materna Dona Jacosa, no sitio “Poço do Negro”, nas adjacências da vila de Nazaré. Aos dez anos, frequentou a escola, apenas três meses. O tio, para poupar aos aborrecimentos e as queixas, mandou-o de volta.
Naqueles idos, grupos de cangaceiros cruzavam aquela gleba sertaneja, zombando da policia. Tiroteios, escaramuças e estórias de façanhas arrebatadoras, narradas e cantadas nas feiras, empolgavam a criançada. Eram seus heróis Antônio Silvino, Cassimiro Honório, Né Pereira e Antônio Quelé. Não escapara aos filhos do Ferreira tal influencia. Dos nove aos doze anos, tinha Virgulino, como esporte favorito, o habito de organizar grupos de meninos armados a bodoque e passavam as tardes inteiras brigando nas mesmas condições táticas e estratégicas das usadas pelos afamados guerrilheiros. A ação do meio social, nas criaturas incultas, aprofunda-se, forjando-as conforme a receptividade individual. Conta-se que Virgulino, aos treze anos, recitou, numa festa, o verso, julgado de sua autoria, colocando-se entres os grandes:

Cassimiro no navio
Né Pereira em Pajeú
Virgulino e Silvino
Gostam assado e comem cru.
Naquele instante, desabrochava um cangaceiro, carecia apenas de motivação. Criado pela avó, faltava-lhe as coerções necessárias a formação, que só os pais sabem dar. “A criança vaidosa em excesso, gosta de mandar e deseja o predomínio". Se, acaso, protege um ser mais fraco, é para sobrepujá-lo em seguida. Prefere o mal ao bem, porque o mal satisfaz melhor a sua vaidade e emoção. É o anseio de emoções que a torna cruel.

ACOSSADOS - Por Wilton Bezerra Comentarista esportivo da TV Diário e Rádio Verdes Mares.


Nos expressamos, com essa mania de falar e escrever, sobre o que nos ilude e apavora.
Ainda mais, nesse momento de tristeza dos trópicos.
Em um cenário político-econômico de difícil avaliação, os pessimistas da platéia estão em maior número.
Difícil encontrar interlocutores que não reclamem da vida.
Se acham acossados na saída de bola, como no futebol
Ganhos reduzidos e despesas aumentadas.
Como disse Mário Lago: no final do mês sobrava um dinheirinho. Hoje, no final do dinheirinho, sobram meses.
Os políticos se assemelham a cavalos de bêbados.
Caminham para onde são empurrados, montados por oportunistas.
Até as eleições, seremos atingidos por uma epidemia de mentiras.


Nas redes sociais, não se discute programas partidários( na maioria, falácias). O que importa é injuriar e caluniar.
Também pudera. Quando candidatos tem folha corrida em vez de currículos, o que se pode esperar?
Eles não ruborizam e não sabem o que significa a palavra prurido.
As populações têm demandas que julgam mais importantes: acompanhar novelas e dar dinheiro às igrejas picaretas.
Reivindicar? Necas de pitibiriba.
Interessante. A classe política tem a obrigação de criar sistemas de ilusão para amenizar o enfrentamento com a realidade cruel.
Quem disse isso pode ser doido, mas não é besta.
A boa política é necessária.
É o que tinha a dizer, nesta crônica de precário encadeamento.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Perícia liga propina da Odebrecht a prédio para o Instituto Lula

Peritos da Polícia Federal indicam no sistema de propinas da empreiteira valores utilizados na compra do imóvel à entidade
Fonte: VEJA -- Por João Pedroso de Campos

    A Polícia Federal entregou ao juiz federal Sergio Moro, nesta sexta-feira, 23, a perícia em cópias dos sistemas Drousys e MyWebDay, utilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, departamento que cuidava da distribuição de propinas da empreiteira. A PF analisou cerca de 2 milhões de arquivos para concluir o laudo.

      O documento, que tem 321 páginas e é assinado por seis peritos criminais da PF, foi anexado no processo da Operação Lava Jato que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no suposto recebimento de 12,9 milhões de reais em propina da Odebrecht. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu as vantagens indevidas da empreiteira através das compras de um imóvel que abrigaria o Instituto Lula, em São Paulo, por 12,5 milhões de reais, e de uma cobertura vizinha à dele em São Bernardo do Campo (SP), por 504.000 reais. O prédio destinado ao instituto acabou não sendo utilizado.
      O laudo responde a questionamentos de Moro, do MPF e da defesa do petista sobre a autenticidade dos registros de pagamentos que, conforme a acusação, saíram do departamento de propinas da Odebrecht com destino à compra do prédio à entidade que leva o nome do ex-presidente. Ainda conforme a força-tarefa da Lava Jato, a aquisição foi feita por meio de uma empresa que funcionou como “laranja” da empreiteira, a DAG Construtora. O imóvel fica na Rua Haberbeck Brandão, na capital paulista.

      A PF indica na perícia que o codinome utilizado pelo setor de propinas no sistema MyWebDay para tratar do imóvel era “Beluga”, o que os peritos dizem ser uma possível referência à Beluga Holdings LTD, offshore de Mateus Baldassari, empresário que vendeu o imóvel à DAG Construtora.

      Conforme o documento, sob o codinome “Beluga” foram registrados pagamentos à Jaumont Services Limited, outra offshore de Baldassari; à DAG, que teria sido “compensada” pela Odebrecht pela compra do prédio; a Glaucos da Costa Marques, que teria sido utilizado como “laranja” na compra da cobertura em São Bernardo do Campo; e ao escritório Teixeira, Martins Advogados, do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula.

Cangaço II

Nascimento.

Virgulino Ferreira da Silva nasceu no município de Vila Bela, atual Serra Talhada, no estado de Pernambuco, a quatro de junho de 1898. Batizou-se, a três de Setembro, na capela de São Francisco, atual catedral de Floresta, paróquia de Bom Jesus dos Aflitos. Veio ao mundo no sitio dos pais, “Passagens de Pedras”, nesga de terra com vinte braças de frente por quarenta de fundos, a cinquenta quilômetros de Vila Bela. Vizinho da fazenda “Maniçoba das Pedreiras”, de José Saturnino de Barros, homem de recursos e influente.
Alem de forasteiros e pobres, os ferreiras viviam sob olhares indagadores de uma comunidade onde todos se conheciam. Contudo, durante quase quinze anos desfrutaram a paz.

Cangaço - I

Lampião.

Pelas alturas do ano de 1890, chegava ao município de Vila Bela, procedentes dos Inhamuís, nos altos sertões cearenses, o velho Antônio Alves Feitosa, que ali adotara o nome José, que fugia à ação da policia do Ceara, onde houvera cometido vários crimes. Ali casara-se José Ferreira da Silva, constituindo grande prole, da qual houve cinco varões: Antônio, Livino, Virgulino, João e Ezequiel, dedicando-se os dois primeiros, logo aos treze anos, à vida do campo, servindo como vaqueiro do próprio pai. E quatro filhas: Angélica, Amália, Maria e Virtuosa.
Os Feitosa deixaram uma região, onde as desavenças se decidiam pelas armas e emigraram para lugar mais bárbaro. Fixaram-se às margens do riacho São Domingos, afluente do Pajeú, esperançosos de melhores dias.




quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

NOVOS EMAILS MOSTRAM ACERTO DE ROBERTO TEIXEIRA COM ODEBRECHT.


É avassalador para Lula e seu compadre e advogado, Roberto Teixeira, o conjunto de emails que estavam no computador pessoal de Marcelo Odebrecht – entregues à Lava Jato.

Como mostramos mais cedo, as mensagens tratam claramente do acerto entre a cúpula da Odebrecht e Teixeira para a compra do imóvel que seria a nova sede do Instituto Lula.

Também tratam claramente do uso dos recursos da planilha da propina, gerenciada por Antonio Palocci, para a compra do prédio.

A vingança do tenente Antonio - Parte final.



Tentativa frustrada. Prosseguindo na entrevista, comenta Antônio de Amélia: todos reunidos ao pé da fogueira contavam anedotas ou relembravam fatos pitorescos ocorridos em outras ocasiões. Medalha levanta-se e se encontra a um pé de catingueira, enquanto Fortaleza se ampara em um toco. escorou o embornal e ficou voltado para o fogo. Limoeiro, ao lado de Antônio Tiago, ouvia as historias que outros contavam. Foi neste momento que, ao me aproximar cautelosamente de Fortaleza, baixei o mosquetão em cima dele mas pinou a bala. Foi quando procurei despistar colocando rápido o rifle as costas e fui passando debaixo dos galhos das árvores.

Nisto gritou: o que foi? Foi o galho que pegou aqui na mira do rifle. Passando o episódio, frustrada a primeira tentativa de liquidar os bandidos, pude distanciar-me um pouco e sacudi a bala fora, colocando outra na agulha. Antes, justifiquei o caso afirmando inexperiência no uso de armas daquele tipo.

A hora da vingança. O momento da vingança chegou: disse o tenente Antônio, de volta após mudada a bala que falhou e colocada outra na agulha, desci o mosquetão e o primeiro tiro pegou na cara do bandido Fortaleza, que enterrou os pés e caiu em seguida por sobre os paus. Dei o segundo tiro que o atingiu no ombro. Nisto ouvir disparo: Era compadre Antônio Tiago havia atirado em Limoeiro, enquanto numa sequência rápida, Sebastião pegou Suspeita pelo meio. Alfredo ataca Medalha e saíram aos trancos e barrancos numa luta corporal danada. Corri para lá e encontrei suspeita com Sebastião imprensado na ribanceira do riacho tentando puxar o punhal que, por ser grande demais ,não dava para arrancar da cintura. Sebastião então grita para mim: chegue se não este cabra me mata. Bati com a boca do mosquetão no pé do ouvido do cabra que o sangue acompanhou. Nisso Sebastião pode dominar Suspeita e joga-lo no chão. Quis usar novamente o mosquetão, mas Sebastião gritou:não atire que você pode errar e me atingir, e mesmo o bandido já está morrendo. Em seguida corremos para o lugar onde Antônio Tiago e Limoeiro se engalfinhavam numa luta de gigantes. Eram dois negros enrolados numa luta feroz. Nisso Sebastião pegou nos cabelos de Limoeiro e exclamou: foi este bandido que sangrou o o finado Mizael. Fui mandado, disse Limoeiro. Pelo amor de Deus não me sangrem. Atirem na minha cabeça mas não me sangrem.Um tiro reboou na mata. Caia morto o terceiro bandido. Estava vingada a morte do amigo de Antônio de Amélia. Partimos para o lugar onde Alfredo , pegado com medalha, tentava mata-lo. Alfredo é desses cabras vermelhos de cabelo ruim que quando pegam um não soltam. Ao nos ver disse: Dê cá uma faca. Deixem eu matar este peste. Não permiti que matasse, explicando que deveria levá-lo para ser entregue as autoridades.

Praticamente encerrado o impasse entre matar ou prender, entra em cena novamente Alfredo, de arma em punho. Com revolver colocado por cima dos ombros de Tião, desfechou um tiro certeiro na cabeça de medalha. Tombou o quarto bandido. É o próprio Tenente Antônio de Amélia, , explica a interferência de Alfredo no caso Medalha. no meio da luta o pai de Alfredo, ao se aproximar do local do acampamento foi atingido por uma bala no peito esquerdo e foi fulminado na hora. O filho, como um louco, viu o pai cair morto e não teve outra alternativa e não ser matar, com a pistola de Limoeiro, mais um bandido do grupo sinistro de Lampião.

14 anos de nulidades - Por Antônio Morais.


O governo Dilma não aconteceu, jamais existiu. O governo Lula também não existiu. O que ocorreu, nestes 14 anos de PT, foi o desmonte das instituições, a pilhagem dos bens públicos, o apodrecimento da iniciativa privada. Tudo ofuscado por uma propaganda vagabunda da qual os cidadãos tomaram ciência tarde demais. 

O Brasil do PT é uma fraude como nunca existiu. O governo Temer não podia ser diferente, é cria do mesmo modelo, eleito pelo mesmo sistema viciado e corrupto.

A vingança do tenente Antonio - Parte V



O grupo se divide para confundir as volantes. Contou-nos Antônio de Amelia: Todos os elementos do grupo estavam reunidos. Lampião, tendo ao seu lado a companheira inseparável Maria Bonita, começou a distribuir ordens. Precisava demorar, por muito tempo, naquele acampamento, para repouso, depois de longas caminhadas e reiterados encontros com as volantes policiais e de ataques a indefesas cidades nordestinas. Chamando Suspeita, um dos seus fiéis comandados, ordenou que fosse a cidade de Mata Grande. E prosseguiu o rei do cangaço: receba umas encomendas de Sebastião e depois, da Mata Grande mate Alfredo Curim, Zé Horácio da Ipueira e faça 6 ou 7 mortes na família dos Bentos que é para ficarmos aqui despreocupados. De lá viaje para onde quiser, que passe fora uns 15 dias a um mês. Alegando Suspeita, que os cangaceiros do seu grupo precisavam arrumar certas coisas, Lampião autorizou que retirasse elementos de outros grupos. Foi aí que Fortaleza, que era do grupo de Luiz Pedro, Medalha, que sempre acompanhava o chefe, e Limoeiro, que pertencia a outro, passaram a compor o pessoal de Suspeita para o cumprimento daquelas ordens. Ao mesmo grupo nos incorporamos. Isto é, eu, Sebastião e Antônio Tiago. Mais tarde, quando estávamos de passagem pelo município de Santana, Zeca, irmão de Sebastião e Alfredo, seu primo, se reuniram a nós, após as necessárias apresentações.

Em diferentes direções outros grupos saíram. Seguindo as ordens do capitão Virgulino, diversos grupos seguiram em diferentes direções, com o mesmo objetivo de desviar a atenção das volantes e facilitar a permanência de lampião, naquele local: Um deles, disse-nos Antônio de Amelia, se dirigiu a Matinha de Águas Brancas, terra da famosa baronesa, cujas joias foram roubadas por Lampião, no inicio de sua carreira.

Cangaceiros deram para desconfiar. Acampados no meio da mata, Suspeita e sua gente aproveitaram a presença de Zeca, primo de Sebastião, que era bom rabequista, para, ao lado de uma fogueira, dançarem e beberem durante toda a noite.

Antônio de Amelia prossegue na sua narração: aproveitando os cabras entretidos na dança, chamei Sebastião e disse para ele: vamos ter um pouquinho de cuidado com os cabras. Parece que eles estão um pouquinho desconfiados. Chamei depois o meu compadre Antônio Tiago e combinamos: o primeiro tiro será dado por mim em Fortaleza. Compadre Antônio cuida de Limoeiro e Sebastião de Suspeita. Aguardaremos, com cuidado a melhor oportunidade. Neste momento pude observar que Suspeita e Fortaleza se isolaram do grupo e, todos equipados, se dirigiam a um riacho nas proximidades do lugar de nosso acampamento. Foi aí que Sebastião se dirigiu até o local onde os dois se achavam e perguntou: O que está havendo com você, Suspeita, que está triste e capiongo? Ao que Suspeita exclamou: nada não, companheiro. Quem anda nessa vida precisa ter todo cuidado. Precisa confiar desconfiando. Sebastião retrucou: Então está desconfiando de mim que tudo tenho feito por vocês e gosto de você e do Capitão? Neste caso não mande mais me chamar para coisa nenhuma, e saiu para perto da fogueira. Diante da reação de Sebastião tudo voltou ao normal no acampamento, mesmo porque advertir, - disse Antônio de Amelia - para cessar a dança e o barulho da rabeca, pois dada a pequena distancia daquele local para a estrada, poderiam ser surpreendidos por alguma volante.

Continua.

ESCREVENTE CONFESSA QUE PREPAROU DOCUMENTO DO SÍTIO DE ATIBAIA PARA LULA - Por O Antagonista


O escrevente João Nicola Rizzi confessou em depoimento ao juiz Sergio Moro ter elaborado minutas de venda dos imóveis que formam o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, para transferi-las a Lula e Marisa Letícia.

Rizzi confirmou que, primeiro, lavrou as escrituras das duas propriedades em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna no escritório de Roberto Teixeira, a pedido dele.

O escrevente disse que, também a pedido de Teixeira, elaborou então as minutas de venda do sítio. Os campos dos compradores foram deixados em branco, por orientação do advogado e compadre de Lula.

A vingança do tenente Antonio - Parte IV



Encontro com Lampião. Reunidos ao grupo chefiado por Luiz Pedro, prossegue Antônio de Amélia na sua narração - Fomos a Fazenda de Pedro Ferreira, um amigo de Lampião.

Ali recebidos com muito queijo e carne seca de bode. Neste local os cabras demoraram um pouco tempo. Daí seguiram ao encontro do chefe. A apresentação da mais nova aquisição do bando foi feita por Luiz Pedro. É gente de Sebastião - explicou o apresentador sob o olhar meio desconfiado de Lampião. dada a grande confiança que gozava Sebastião junto a lampião e seus cabras, os visitantes logo puderam ficar a vontade.

Matreiro como sempre foi, confiando e desconfiando sempre, Virgulino Ferreira jamais poderia ter sido apanhado de maneira tão primaria, como blasamou o Capitão Bezerra, autor do discutido cerco da Grota do Angico.

O esforço de região em favor de um esclarecimento definitivo, sobre a verdadeira versão da morte de Virgulino Ferreira, tem encontrado larga repercussão, principalmente nos estados nordestinos, onde teve maior atuação o grupo de Lampião. Depoimentos de conhecidos oficiais da Policia que marcaram época no combate ao grupo, em entrevista a Região tem sido unânimes em afirmar que lampião foi morto por envenenamento. Tenente Solon, hoje oficial aposentado da Policias de pernambuco, residente em Bodocó, entrevistado por esta revista, esposou ponto de vista favorável a tese do envenenamento. Este oficial foi dos mais visados por Lampião e um de seus mais ardorosos perseguidores.

O próprio Tenente Antônio de Amélia defende a versão do envenenamento. Somam-se, talvez, as dezenas, os pronunciamentos de oficiais, da época, que proclamam como verdadeira esta versão. Nosso trabalho prossegue, com outras reportagens, até podermos reunir material informático, depoimento, tudo, final,mente, que possa construir peça final de esclarecimento e de fixação da verdadeira versão, do memorável cerco da Grota do Angico.

Estes fatos surgem-nos à mente ou ouvirmos de Antônio de Amélia a exposição de ardiloso planos de Lampião, visando desviar a atenção das volantes policiais em perseguição ao grupo. Pela inteligencia e perspicácia como eram preparados os planos do maior bandoleiro do Nordeste, em todos os tempos, chega-se a conclusão de que, dificilmente, o capitão Bezerra se teria aproximado, pouco pouco mais de cem metros, do local onde cercou e matou a tiros Lampião e parte de sua gente. Presume-se como vitoriosa a versão do envenenamento.


Continua.

Foro privilegiado: Barroso e Marco Aurélio repugnam ato de Toffoli - Por Luis Flávio Gomes.


Quando uma maioria no julgamento colegiado já foi formada, é um absurdo que a vontade de um único ministro, abusiva (porque já fora do prazo regimental), possa obstruir a vontade majoritária da Corte.

Deputados, senadores e ministros de Estado, dentre outras autoridades, só podem ser processados criminalmente no Supremo Tribunal Federal (STF). Isso se chama foro privilegiado, que é algo absolutamente inconcebível num Estado republicano onde todos são iguais perante a lei.

Há duas iniciativas contra esse absurdo chamado foro privilegiado. Um projeto de autoria do senador Álvaro Dias já aprovado no Senado (por 75 votos a zero) e que agora tramita na Câmara dos Deputados e uma questão de ordem na Ação Penal 937, que está em andamento no STF.

O primeiro extingue o foro privilegiado para todo mundo (nesse “todo mundo” incluem-se cerca de 45 mil autoridades), ressalvando-se o presidente e vice-presidente da República e presidentes da Câmara, do Senado e do STF. A segunda iniciativa restringe o foro privilegiado somente para os crimes cometidos durante a função e em razão dela.

Na questão de ordem referida, depois de oito votos no sentido de restringir o foro privilegiado aos crimes cometidos durante e em razão do cargo ocupado (relator foi o ministro Barroso), o ministro Toffoli pediu vista do processo, ou seja, retirou-o da pauta. Como o prazo regimental (duas sessões) já se transcorreu, o pedido de vista se transformou em “perdido de vista”.

De forma inusitada, Barroso reagiu contra esse tipo de abuso que consiste numa obstrução individual da decisão colegiada e, mesmo sem a conclusão final do julgamento, já está mandando seus inquéritos e processos para a primeira instância.

Um inquérito aberto contra o deputado Beto Mansur, por exemplo, acaba de ser enviado para a Justiça Federal de Santos, onde o crime de sonegação fiscal (cometido antes das funções parlamentares) teria ocorrido. Barroso não esperou o término do julgamento, porque já existem oito votos no sentido da restrição do foro privilegiado.

Adotando postura semelhante, o ministro Marco Aurélio, por meio do Estadão, deu 30 dias de prazo para Toffoli devolver o processo. Se não o fizer, da mesma maneira, vai mandar todos os seus inquéritos e processos para o primeiro grau, salvo os crimes cometidos durante e em razão da função.

A atitude inovadora de Barroso e Marco Aurélio, embora sem expressa previsão legal, é moralizadora e muito acertada. Quando uma maioria no julgamento colegiado já foi formada, é um absurdo que a vontade de um único ministro, abusiva (porque já fora do prazo regimental), possa obstruir a vontade majoritária da Corte.

A preservação no Supremo dos inquéritos e processos que não são da sua competência só estimula a vergonhosa impunidade daqueles que gozam de foro privilegiado no nosso País. A busca da certeza do castigo (da eficácia da lei para todos) justifica o ato rebelde dos ministros insurgentes, que já não são o juiz natural do caso.

A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, interpôs recurso contra a decisão de Barroso, entendendo que os processos devem “continuar tramitando no STF” até a conclusão final do julgamento. Isso significa apadrinhar a imoralidade e a ilegalidade do pedido de vista (quando o processo não é devolvido no prazo regimental) e, ademais, acobertar um ato ilícito, porque essa demora gera com frequência a prescrição do delito.

A segurança jurídica corre risco não quando se enfrenta um abuso inconteste, e sim, quando se incrementa a impunidade dos donos corruptos do poder, que é uma realidade gritante no caso do STF. A sociedade brasileira já não tolera esse tipo de tratamento privilegiado para a “aristocracia” delinquente.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A vingança do tenente Antonio - Parte III



Atendendo a uma sugestão de Sebastião, Antônio de Amélia conta que, em companhia de pessoa indicada por Sebastião, se dirigiu para o local não muito distante do sitio onde o seu parente teria encontro com os cabras de Virgulino. Ali aguardaria as noticias de Sebastião ou a ordem para se apresentar na casa onde estavam os bandidos. Antônio de Amélia conta que, durante oito horas, escondido no mato, ficou a espera de Sebastião, que só apareceu as 10 da noite, esclarecendo que teve que realizar algumas compras em Inhapi e, de volta, demorou numa festinha de casamento.

Pensei - disse Antônio de Amélia, que tivesse denunciado o plano do seu parente: Não vai dar jeito para vocês, apesar de lampião não ter vindo com os cabras que já estão aqui. Quem veio comandando os cangaceiros foi Luiz Pedro,agora, tem muita gente. Estão distante daqui uma légua.

Fingiram haver morto um soldado para gozar da confiança dos cangaceiros. Distante uma légua do sitio onde se encontravam Antônio de Amélia, seu primo Sebastião e Antônio Tiago, compadre do primeiro e amigo para enfrentar as mais difíceis situações, estava acampado um dos grupos do famoso bandoleiro do Pajeú. Foi neste local, conta Antônio de Amélia, que Sebastião, conhecido do grupo, pois para eles trabalhava em serviço de consertos de armas, costura de embornais e outras atividades de sua profissão, apresentou-me a mim e ao compadre Antônio Tiago: aqui é gente minhas,esclareceu na hora da apresentação, adiantando: Eles mataram um soldado e estão refugiados na Casa de João Aires. A policia os anda perseguindo, embora não saiba onde eles se encontram.

A historia da morte do soldado, ardilosamente criada por Antônio de Amélia, foi o bastante para que os estranhos passassem a gozar da simpatia e confiança do grupo.Para eles, cabras de lampião era herói quem assassinasse um soldado e duas vezes herói quem matasse um oficial.

Integrados ao grupo, Antônio e seus companheiros passaram a dar os últimos retoques no plano. Pelo menos já haviam conseguido penetrar no bando, o que muito facilitaria a execução de tudo quanto imaginaram perpetrar para vingar a morte do sócio Mizael. Naquele mesmo dia, a sombra das árvores, comeram, beberam e dançaram, homem com homem.

Interessante observação nos fez o Tenente Antônio de Amélia, a nos explicasse que mesmo sendo em pequeno grupo, os cabras de lampião jamais dormiram todos agrupados num mesmo local. Na hora de dormir se espalhavam a fim de garantir uma reação no caso de serem surpreendidos por uma visita desagradável dos volantes policiais.

Continua