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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

A vingança do tenente Antonio - Parte IV



Encontro com Lampião. Reunidos ao grupo chefiado por Luiz Pedro, prossegue Antônio de Amélia na sua narração - Fomos a Fazenda de Pedro Ferreira, um amigo de Lampião.

Ali recebidos com muito queijo e carne seca de bode. Neste local os cabras demoraram um pouco tempo. Daí seguiram ao encontro do chefe. A apresentação da mais nova aquisição do bando foi feita por Luiz Pedro. É gente de Sebastião - explicou o apresentador sob o olhar meio desconfiado de Lampião. dada a grande confiança que gozava Sebastião junto a lampião e seus cabras, os visitantes logo puderam ficar a vontade.

Matreiro como sempre foi, confiando e desconfiando sempre, Virgulino Ferreira jamais poderia ter sido apanhado de maneira tão primaria, como blasamou o Capitão Bezerra, autor do discutido cerco da Grota do Angico.

O esforço de região em favor de um esclarecimento definitivo, sobre a verdadeira versão da morte de Virgulino Ferreira, tem encontrado larga repercussão, principalmente nos estados nordestinos, onde teve maior atuação o grupo de Lampião. Depoimentos de conhecidos oficiais da Policia que marcaram época no combate ao grupo, em entrevista a Região tem sido unânimes em afirmar que lampião foi morto por envenenamento. Tenente Solon, hoje oficial aposentado da Policias de pernambuco, residente em Bodocó, entrevistado por esta revista, esposou ponto de vista favorável a tese do envenenamento. Este oficial foi dos mais visados por Lampião e um de seus mais ardorosos perseguidores.

O próprio Tenente Antônio de Amélia defende a versão do envenenamento. Somam-se, talvez, as dezenas, os pronunciamentos de oficiais, da época, que proclamam como verdadeira esta versão. Nosso trabalho prossegue, com outras reportagens, até podermos reunir material informático, depoimento, tudo, final,mente, que possa construir peça final de esclarecimento e de fixação da verdadeira versão, do memorável cerco da Grota do Angico.

Estes fatos surgem-nos à mente ou ouvirmos de Antônio de Amélia a exposição de ardiloso planos de Lampião, visando desviar a atenção das volantes policiais em perseguição ao grupo. Pela inteligencia e perspicácia como eram preparados os planos do maior bandoleiro do Nordeste, em todos os tempos, chega-se a conclusão de que, dificilmente, o capitão Bezerra se teria aproximado, pouco pouco mais de cem metros, do local onde cercou e matou a tiros Lampião e parte de sua gente. Presume-se como vitoriosa a versão do envenenamento.


Continua.

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