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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Carmen Lúcia : “Não se calará a Justiça!”

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, divulgou uma nota na tarde de hoje (30) em que lamenta a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do crime de abuso de autoridade para juízes e procuradores.

A proposta foi aprovada durante a madrugada pelos deputados, como emenda às medidas de combate à corrupção, propostas pelo Ministério Público e aprovadas ontem com diversas alterações no plenário da Câmara.

“A presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministra Cármen Lúcia, reafirma seu integral respeito ao princípio da separação dos poderes. Mas não pode deixar de lamentar que, em oportunidade de avanço legislativo para a defesa da ética pública, inclua-se, em proposta legislativa de iniciativa popular, texto que pode contrariar a independência do Poder Judiciário”, diz a nota.

Cármen Lúcia destacou que o estatuto constitucional da magistratura já prevê a responsabilização de juízes por seus atos e que a democracia depende de poderes fortes e independentes. Ela afirmou que o Judiciário “vem cumprindo seu papel” constitucional como guardião da Constituição e da democracia.

“Já se cassaram magistrados em tempos mais tristes. Pode-se tentar calar o juiz, mas nunca se conseguiu, nem se conseguirá, calar a Justiça”, destacou a ministra.

"Câmara sai menor desse processo", diz relator - Por Josias de Souza.


Para o deputado Onyx Lorenzoni, a Câmara desperdiçou uma oportunidade de elevar sua estatura na votação do pacote de medidas anticorrupção. Preferiu rebaixar o pé-direito. “A câmara perdeu uma oportunidade de se reconciliar com a sociedade”, disse Onyx ao blog, na madrugada desta quarta-feira.

O deputado acrescentou: “O que é mais triste é que, entre a população e a corporação, a Câmara optou por olhar para dentro. Ficou com a corporação. Perdeu a chance de recuperar alguma credibilidade. Sai muito menor desse episódio. E os próximos meses serão muito ruins. O risco de abrir uma crise institucional entre Poderes é gigantesca. Judiciário e Ministério Público vão reagir.”

Para Onyx, as emendas que foram penduradas no pacote anticorrupção durante a madrugada “desfiguraram tudo.” Ele enfatizou: “Foi uma destruição.” O projeto seguirá para o Senado. E o relator receia que o texto fique ainda pior depois que passar pelo filtro do Senado.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Vox populis no Sanharol - Por Antônio Morais.


Marcos Coimbra, diretor do Instituto Vox Populis.

Naquela eleição do Lula contra o Serra, uma pesquisadora  do Vox Populis, instituto  tendencioso  e vendido  que ainda hoje se atreve a  informar que  Lula é o mais  cotado, foi parar na casa de  Luzia de Zé Lula Goteira no Sanharol. 

Perguntou para Luzia : Pra quem a senhora vai votar?

Resposta seca - Serra.

Mas, porque razão minha senhora?  O Lula é nordestino,  é pobre como nós, a alma mais honesta deste pais, falta-lhe um dedo.

Minha filha se o Lula-Lá for tão ruim como  o Lula-cá o Brasil está é fodido.


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Vida dourada - Por Antônio Morais


Os Budus têm histórias. Chico, o mais grosso e desajeitado deles, depois de casado se achou proprietário de escritura passada da mulher. 

Ao brigar com a esposa, quebra-lhe um prato na cabeça. Inconformada com aquela situação a mulher disse para o mesmo:

É essa a vida dourada que você me prometeu?

Prometi e vou cumprir.

Já comecei a prateá-la.

domingo, 27 de novembro de 2016

Saudades da Pátria, ou: No tempo que nossos governantes tinham amor pelo Brasil


Na viagem para o exílio forçado, dias após o golpe republicano de 15 de novembro de 1889, a bordo do vapor Alagoas, ao passarem diante do último pedaço de terra brasileira que veriam, os membros da Família Imperial decidiram enviar uma mensagem ao Brasil, assinada por todos.

Presentes, todos muito abalados com a terrível e injusta situação, o Imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Dona Teresa Cristina, a Princesa Imperial Dona Isabel, o Conde d’Eu e seus filhos pequenos, o Príncipe do Grão-Pará, Dom Pedro de Alcântara, e os Príncipes Dom Luiz e Dom Antônio, além do Príncipe Dom Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança, filho da Princesa Dona Leopoldina.

Um criado escolheu um dos pombos mais vigorosos, que lhe pareceu capaz de transpor a distância que lhes separava da costa. O Príncipe Dom Luiz, então com onze anos de idade, relatou o ocorrido, anos mais tarde, em seu livro, “Sob o Cruzeiro do Sul”:
“Um pouco além de Cabo Frio – lembro-me como se fosse hoje – meu avô, querendo dar ao Brasil uma prova do seu inalterável amor, fez-nos soltar um pombo, em cujas asas ele próprio havia amarrado uma última mensagem. À vista da terra ainda próxima, a ave largou o voo; mas um longo cativeiro lhe havia sem dúvida alquebrado as forças. Depois de haver lutado alguns momentos contra o vento, esmoreceu e vimo-lo cair nas ondas.”

O bilhete trazia apenas três palavras, que não poderiam ser mais significativas: “Saudades do Brasil.”.
Dos oito membros da Família Imperial ali presentes, a maioria morreu no exílio, sem jamais terem podido retornar ao Brasil. Somente o Conde d’Eu e seus dois filhos mais velhos, os Príncipes Dom Pedro de Alcântara e Dom Luiz, tornaram a rever a Pátria amada, e somente os dois primeiros puderam pisar novamente em solo brasileiro.

(Baseado em trecho do livro “Revivendo o Brasil-Império”, de Leopoldo Bibiano Xavier).
             

Seminário do Crato - Por Antônio Morais


Eu me lembro. Era menino, meados da década de 50 do século passado, o padre Evaldo, chegava  no Sanharol em Várzea-Alegre e se hospedava na casa de minha avó Josefa Alves de Morais.

Durante a semana o padre saia com o meu pai de casa em casa da ribeira  do Riacho do Machado pedindo doações para  o Seminário do Crato. A moeda  existente à época era  arroz. Uma quarta numa casa, meia noutra, vinte litros aqui  dez litros ali.


José Raimundo de Morais, meu pai.

No final da coleta das doações o Padre Evaldo somava as quantidades e o meu pai entregava do seu arroz, guardado no paiol e produzido em anos anteriores. 

O padre  seguia viagem  com a carga no caminhão, cabia ao meu pai, sair novamente, de casa em casa juntando as doações muitas vezes recebendo em produtos de qualidade inferior ao entregue. Era assim todo ano de bom inverno.

Os católicos varzealegrenses sempre colaboraram com as ações  da Diocese de Crato. Povo de atitudes generosas e virtuosas.

Anel de diamantes - Por Antônio Morais



Uma senhora entra em uma joalheria, e de repente peida enquanto olhava para um anel de  diamantes. Ela olha em volta e fica com vergonha.

O vendedor atras dela em silêncio, age totalmente como profissional e pergunta : Bom dia senhora. Em que posso ajudar?

A mulher feliz e contente ao saber que o vendedor não tinha notado o seu pequeno acidente pergunta : Qual é o preço deste adorável anel de diamantes?

O vendedor gentilmente responde : Se a senhora peidou só em olhar, vai se cagar toda quando eu disser o preço.

sábado, 26 de novembro de 2016

Pequenas histórias - Por Antonio Morais


José Raimundo Duarte de Menezes, Cazuza do Sapo, era o filho mais velho de José Raimundo do Sanharol e Maria Anacleta de Meneses.

Costumava visitar os pais aos Domingos, e, numa das visitas solicitou um trabalhador para ajudar a capinar uma roça de sua propriedade. Porem, fez uma exigência: não me mande trabalhador que gosta de fumar, para não perder tempo fazendo cigarro e fumando etc.

No dia marcado estava a sua presença seu Martim um mulato alto, de dois metros de altura com a sua enxada de três libras. Chegando no roçado, Cazuza iniciou na primeira leira. Enquanto isso seu Martim se apoiou no cabo da enxada, meteu a mão no bolso, tirou um pouco de fumo e uma palha de milho e fez um cigarro bem fininho e iniciou o trabalho com duas leiras terminando-as antes de Cazuza.

Cazuza avechou-se e começou a próxima leira enquanto Martim se apoiou novamente no cabo da enxada, meteu a mão no bolso tirou um pouco de fumo e outra palha de milho e fez outro cigarro desta feita mais fino ainda, e, começou novamente com duas leiras terminando-as primeira do que Cazuza. Assim foi o dia todo, até terminarem o serviço. Duas por uma.

No Domingo, na hora da visita Cazuza falou para o Pai: Mas que caboclo velho mais danado aquele que o Senhor me mandou, passou o dia todo me dando duas por uma! José Raimundo resmungou: Imagine se não fumasse.


Como Sérgio Moro revolucionou a forma de julgar a malandragem do colarinho branco – Editorial


Em uma atuação incomum para o padrão da Justiça do nosso país, o juiz federal Sérgio Moro destacou-se nos últimos dois anos por conduzir os processos sob sua responsabilidade em ritmo acelerado e impor penas pesadas aos condenados. Ele desmontou o longevo esquema de propinas instalado na Petrobrás (2004/2014) e colocou na cadeia políticos, empresários, doleiros e ex-dirigentes da maior estatal brasileira. Depois do seu trabalho, o dito popular que afirmava que, no Brasil, só “pobre e preto vão pra cadeia”, acabou.

O encarceramento de altos diretores de estatais, alguns dos homens mais ricos do país e políticos poderosos, ligados a um governo que estava em seu quarto mandato, revelou a coragem e a tenacidade que caracterizam o seu perfil.

Em suas palestras, frequentemente, Moro lembra que a corrupção política ocorre em qualquer país do mundo, mas não a corrupção sistêmica, como descoberto na Petrobrás. “Nesse caso, era regra do jogo o pagamento de propinas de 1% a 3% do valor dos contratos, o que levou, já em 2015, a Petrobras a reconhecer R$ 6 bilhões de prejuízos em seu balanço oficial”, explica.

Para o juiz, a corrupção continuará em toda a parte, mas é possível a  sua redução a níveis menos relevantes se houver uma ação conjunta de todas as instituições brasileiras, com o apoio da sociedade civil.  “Corrupção sistêmica é inconsistente com democracia”, reforça, dizendo que temos hoje uma “democracia degenerada”.

Outro fator importante é o seu entendimento de que existem muitas “janelas da impunidade”. Na sua opinião, essas janelas que permanecem abertas minam a efetividade da Justiça criminal, em especial contra fraudadores do Tesouro.

Uma delas é o foro privilegiado. “Isso é um problema, considerando o excesso de pessoas contempladas com ele. Esse princípio fere a ideia básica da democracia de que todos devem ser tratados como iguais”, declarou à imprensa. E acrescentou ainda que, por conta do cargo que ocupa, também possui foro privilegiado, e que abriria mão do benefício “sem a menor preocupação.”

Uma de suas grandes atuações também foi a defesa de que réus fossem presos logo depois de decisões condenatórias em segunda instância. “Processo que nunca termina gera impunidade”, argumentou. Em fevereiro desse ano, o STF (Supremo Tribunal Federal) modificou o seu entendimento e decidiu que a prisão de condenados deve ocorrer depois que a sentença for confirmada em um julgamento de segunda instância.

Moro ressalta ainda que  “a existência de brechas processuais que permitem impunidade independentemente da culpa do acusado é algo anormal e reprovável, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo.”

Fica claro que a leitura do juiz  da Lava Jato, como é conhecido nacionalmente, sobre o que é justiça e como ela deve ser dirigida é mais elevada do que sempre se pensou no país. E para a opinião pública, cada sentença de Sérgio Moro é uma dose de catarse para o povo. De fato, o Brasil precisa do seu talento.

Morte de Fidel leva Euforia à Pequena Havana, em Miami

Fonte: Agências de Notícias

Miami se torna o epicentro do alívio anticastrista pela morte do eterno rival

Pequena Havana (ou Little Havana, como é chamado o bairro em inglês), reduto histórico dos opositores da revolução cubana em Miami, nos Estados Unidos, estava cheio de pessoas comemorando a morte de Fidel Castro. Todos com bandeiras de Cuba, panelas e tambores, gritando sua satisfação: “Viva Cuba livre!”, “Viva Cuba livre!”, “Viva Cuba livre!”, perto do Versailles, autodenominado “O restaurante cubano mais famoso do mundo”. Na porta do local, um dos funcionários sorria e dizia: “Sempre estivemos esperando que morresse e de vez em quando vinha a notícia, montávamos o show e depois ficávamos sabendo que não tinha morrido. Pois agora é verdade. A estrela morreu. Terminou o show”. O trabalhador do Versailles preferiu não se identificar: “Ainda tenho família lá. Quando Cuba for um país normal, volte aqui e dou meu nome”.

Na Calle Ocho, centro do bairro cubano, chegaram os idosos do primeiro exílio e as gerações nascidas nos Estados Unidos, como Leo Alfonso, 31 anos, que caminhava encantado pela rua: “Cuba é a festa, agora mais do que nunca. Quero viver na terra dos meus pais. E meus planos de mudar começam hoje, estou acelerado e feliz com a morte deste homem”.
A polícia tentava colocar ordem para deixar os carros saírem. Uma van saiu do Versailles dirigida por um cubano-americano dos velhos tempos com um boné do Exército dos Estados Unidos, fumando um velho cachimbo de madeira e buzinando para as pessoas que não o deixavam passar, com a expressão seca.

Na festa do anticastrismo havia jovens que nunca estiveram em Cuba, como Alberto Paradela, de 23 anos, que descreviam Castro como “um tirano que usou a ilha para seu próprio proveito” em um espanhol um pouco esforçado, mas com uma história que mostrava sua linhagem cubana: “Estudei em Miami no colégio jesuíta de Belém, o mesmo em que Fidel Castro estudou”. “Mas a Cuba que tenho na cabeça é a que contavam meus avós. Fico com pena em pensar que se for lá algum dia não há mais nenhuma das lendas que me ensinaram”.

E junto com os que viveram o anticastrismo à distância, estavam aqueles que o exerceram em Cuba e acabaram saindo. Jesús Mustafá Felipe, ex-preso político na ilha, falava aos 72 anos com a calma de alguém que conheceu as situações mais adversas. “Eu me sinto feliz, mas a alegria é sobretudo pelos cubanos. Embora nada tenha mudado ainda”. Ao lado dele, um outro ex-preso político, Antonio Díaz, de 54 anos, desenvolvia a ideia de Felipe: “O futuro de Cuba não nasce com uma morte, vai nascer com a vida, nascerá no momento em que o povo cubano tiver o direito de participar em eleições livres”.

Roselia Cruz, de 75 anos, olhava a multidão com uma panela na mão e dizia estar “muito feliz”. “Eu apoiava Batista e sempre quis ver a morte de Fidel Castro”. Ela chegou nos Estados Unidos em 1967. Passaram 49 anos desde aquele dia. Esta noite já tinha ido para a cama dormir quando a neta entrou no quarto. “Me disse: ‘Morreu Fidel!’, e eu falei, ‘Você está brincando comigo’, mas ela se jogou na cama gritando e percebi que era verdade e me levantei para vir comemorar. Não deu tempo nem de me vestir. Saí na rua com a minha panela e com todos os vizinhos gritando, ‘Fidel morreu!’, ‘Fidel morreu!’, ‘Fidel Castro morreu’”.

Povo em Miami comemora a morte do ditador Fidel Castro

Sabado, noviembre 26 de 2016


MUERE EL DICTADOR CUBANO
Miami reacciona ante fallecimiento del dictador cubano

26 de novembro de 2016 -- Prestando contas à Justiça Divina: Fidel Castro morreu aos 90 anos


O ex-ditador Fidel Castro morreu aos 90 anos de idade, informou neste sábado (26) seu irmão, o atual ditador de Cuba, em um discurso transmitido pela televisão estatal.


Fidel Castro sempre teve seus admiradores, Lula e Dilma Rousseff estavam entre eles
“Já vai tarde”
Com este título a revista VEJA publicou, em 2007, uma matéria sobre a ditadura comunista implantada por Fidel Castro em Cuba, em 1959, ditadura que já caminha para os 58 anos de tirania. Confira alguns tópicos daquela matéria abaixo, atualizada no modo  verbal:

Em 1953, levado a julgamento pelo crime de ter enviado seus primeiros seguidores para um ataque suicida a um quartel, o jovem advogado Fidel Castro Ruz assumiu a própria defesa e o fez de forma magnífica. Antecipando a retórica magnética, grandiosa, arrogante mas farsesca que o caracterizaria pelo resto da vida política, disse aos juízes: "A história me absolverá". Passou-se mais de meio século e, aos 90 anos, conceda-se, Fidel está diante do tribunal da história. Visto o sofrimento que infligiu ao povo durante 49 anos como senhor absoluto de Cuba (de lá parta cá, o novo ditador passou a ser seu irmão Raul Castro), a absolvição está fora de cogitação. Cabe recurso? Não dá mais tempo (...)


 Diante dessa impossibilidade, a dinastia dos Castro (que domina Cuba há quase 60 anos) finge que está por cima. Foi isso o que essa dinastia fez desde 1959. Vai anunciar o corte da cota de leite para a população adulta de Havana? Diga à multidão que não faltará leite para as crianças. Vai ter de recuar, desmontar os mísseis atômicos soviéticos e devolvê-los a Moscou? Diga que Cuba é soberana e pode ter as armas que quiser: "Os mísseis se vão. Mas ficam todas as demais armas" – como se isso fosse algum consolo. Mas as massas vão acreditar. Foi pego exportando terroristas para insuflar a subversão em outros países? Diga que, se quisesse mesmo fazer terrorismo, Cuba produziria "excelentes terroristas, e não esses incompetentes que foram presos". Está difícil explicar a miséria franciscana da economia cubana? Diga que quem está mal são os Estados Unidos ("os ianques estão falidos"), o Japão ("tenho pena dos japoneses") e a Europa ("o velho continente está esgotado"). Está prestes a morrer, não consegue caminhar nem discursar? Diga que vai apenas mudar de posto, mas que o combate continua.


Todo político tem de ser bom mentiroso. Para ser Fidel é preciso, no entanto, ser um grande farsante. Ele é um dos maiores que a história conheceu. É presidente de uma nação paupérrima, mas viveu como um cônsul romano comendo  lagostas quase todos os dias? Negava este fato: "Temos as lagostas mais doces do Caribe, mas não as comemos. Trocamos por leite para as crianças". Viveu cercado de um aparato de segurança que parece um bunker ambulante? Inventava que era um homem simples que às vezes andava só pelas ruas, como um filósofo peripatético absorto em uma paisagem idílica: "Outro dia, no México, ia só pela rua, só como uma pomba...".


Desde os primeiros momentos da revolução que o levou ao poder, em janeiro de 1959, Fidel mostrou a utilidade política de um grande fingidor. Quando começaram os julgamentos sumários com o objetivo de criar um clima de terror e matar os inimigos, e até alguns amigos políticos, Fidel não aparecia como carrasco (esse era o papel do argentino Che Guevara) nem como juiz. Fingia não se envolver. Em uma aparição famosa, ele vai ao tribunal do júri e faz um discurso mercurial: "Que esta revolução escape da maldição de Saturno. E que é a maldição de Saturno? É o dito clássico, o refrão clássico de que, como Saturno, as revoluções devoram seus próprios filhos. Senhoras e senhores deste tribunal, que esta revolução não devore seus próprios filhos". Lindo?

Sim, mas era uma farsa. Naquele mesmo dia, dois jovens combatentes comunistas urbanos que não lutaram na guerrilha rural de Castro foram condenados à morte. A revolução devorava alguns de seus próprios filhos. Mas o que ficou? O discurso inflamado com referências eruditas. Funciona sempre? Não. Funciona em Cuba, que tem Fidel e algumas outras características que ajudam esse tipo de farsa a passar por verdade. Ajuda muito banir a imprensa, dominar a televisão e o rádio, proibir a entrada de jornais estrangeiros no país e impedir os cidadãos de viajar para o estrangeiro. Ajuda enjaular por tempo indeterminado, e sem juízo formado, toda a oposição. Ajuda muito abolir as liberdades individuais e ser o ditador de uma ilha, um país-cárcere. Eis a grande obra de Fidel Castro em meio século de governo. A história o absolverá? Difícil.

              PS - As agências de notícias noticiam a festa que os exilados cubanos estão fazendo em Miami, nos EUA. Outro tópico interessante da matéria de Veja, acima citada:
"Quem pôde fugiu. Há 2 milhões de exilados – um em cada seis cubanos vive no exterior, uma proporção de exilados maior que a existente no Afeganistão, país devastado por trinta anos de guerra civil. O governo de Fidel Castro e do seu sucessor, o irmão Raul,  é agente do maior fracasso material da história das ditaduras latino-americanas. O comunismo foi formalmente estabelecido em abril de 1961. A economia planificada foi um desastre imediato. O racionamento de alimentos, que ainda persiste, começou no ano seguinte. O salário médio de um trabalhador cubano equivale a 10 dólares. A produtividade dos canaviais de Cuba, que já foi o maior produtor mundial, hoje é de 27.800 quilos por hectare, um índice baixíssimo. No Brasil, é de 73 900 quilos.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

A nova crise política só tem um pai: Temer - Por Ricardo Noblat

O artigo nono da lei 1.079 de 10 de abril de 1950, invocada para tirar Dilma Rousseff do cargo, define os crimes de responsabilidade que podem levar um presidente a julgamento e à perda do mandato.

Diz o inciso três do artigo que é crime “não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição”.

Diz o inciso sete do mesmo artigo que é crime “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.

Haverá certamente quem encontre em tais disposições amparo bastante para propor o impeachment do presidente Michel Temer caso reste provado que ele fez o que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero lhe imputa.

Disse Calero a certa altura do seu depoimento à Polícia Federal sobre a pressão que sofreu do ministro Geddel Vieira Lima, secretário do governo, para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberasse a construção de um prédio em Salvador onde ele comprara um apartamento:

"Que na [última] quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado 'dificuldades operacionais' em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução";

"Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente 'que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'”.

A revista VEJA publicou, ontem à noite, em seu site, que Calero entregou à Polícia Federal gravações de conversas que teve com Temer, mas também com Geddel e o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil. E que elas provariam tudo o que ele afirmou no depoimento.

O governo obteve a confirmação da existência dos áudios. “As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, informou à VEJA um ministro com gabinete no Palácio do Planalto.

O episódio que pôs Calero em rota de colisão com Geddel, e que o levou a pedir demissão, foi promovido à condição de uma robusta crise política por envolver agora o presidente da República e alguns dos seus mais prestigiados auxiliares.

Nunca antes na história do país um presidente teve conversas gravadas por um dos seus ministros. Nunca antes um ministro foi à polícia e relatou as causas de sua saída do governo. A polícia agiu as pedido da Procuradoria Geral da República, que pensava em abrir inquérito para investigar Geddel.

Pensará em fazer o mesmo com Temer depois do que contou Calero, o mais novo homem-bomba da República?

A oposição ao governo lambe os beiços diante do que lhe foi servido de graça. O governo balança como uma vara fina sujeita a ventos fortes. O estado delicado da economia não passará ileso pela mais nova crise política que tem um único pai: Temer com suas fraquezas.

Em respeito ao Brasil o PT e o Lula deviam silenciar-se - Por Antônio Morais.


Perdi a conta dos amigos que se intrigaram comigo por conta de sua predileção cega pelo PT e por Lula. 

Eu nada mais dizia do que : Isso não dar certo! Não é porque indicou os ministros da corte que se pode sair praticando crimes a torto e a direito.

Quando começou o zum zum zum do afastamento  da Dilma  eu dizia não muda nada, o PMDM  é sócio  do governo, mas eu tinha a esperança que o Temer conhecendo  tudo que o PT fez que não devia fazer, ia  evitar fazê-lo.

Mas que nada, passado esses poucos meses de governo  o que se ver é a repetição das mesmas práticas,  da mesma falta de responsabilidade, da mesma  imoralidade  com a coisa publica e falta de respeito com o povo.

Veja  na foto o que a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, indicada por Lula acaba de falar. 

Sinceridade extrema - Por Antônio Morais



Saiu de várzea-Alegre para se consultar com o Dr. Joaquim Fernandes Teles em Crato. Pelas quatro da manhã na companhia de seu filho José e de um serviçal amigo da família.

Em lombos de animais, às quatro horas da tarde estavam na casa de Mãe Pastora no sitio Quebra.

No outro dia, pegaram a Combi para o Crato e por volta de dez horas da manhã estavam frente a frente com o médico.

Terminada a consulta o médico falou : O senhor aguarde um pouco ali fora que eu vou ter uma conversa com o seu filho. 

Pra que disse isso. O velho ficou de orelha em pé. Por trás da porta, ouviu quando o médico falou : o seu pai tem 6 meses de vida. Bateu-lhe uma tristeza incontida, más não a dividiu com mais ninguém.

Ao retornar, recebendo a visita de Mundim do Sapo, o mesmo tratou de confortá-lo dizendo : Que tristeza é essa? Anime-se homem de Deus!

O velho Bitu revelou o que ouvira do médico : É que eu ouvir o médico dizer que tenho apenas 6 meses de vida.

E Mundim do Sapo : Ora que besteira essa sua, seis meses passa rápido, num instante.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Cármen Lúcia tira Renan Calheiros para dançar - Por Josias de Souza.

Num instante em que Renan Calheiros, estalando de pureza moral, executava o seu número de combate aos abusos cometidos por autoridades como magistrados, procuradores e delegados, a ministra Cármen Lúcia invadiu-lhe o palco. Tirou-o para dançar.

Ao abrir a primeira sessão de debate sobre o projeto que atualiza a Lei de Abuso de Autoridade, de 1965, Renan deu uma lição de óbvio à plateia. Ensinou que a arbitrariedade “é uma chaga incompatível com o regime democrático de proteção às liberdades civis.” Renan marcou para 1º de dezembro nova rodada de discussão.

Horas depois da aula do professor Renan, a presidente do Supremo Tribunal Federal marcou a data do julgamento de uma denúncia contra o senador. Nela, a Procuradoria-Geral da República acusa o presidente do Senado de custear com propinas recebidas da Mendes Júnior as despesas de uma filha que teve fora do casamento.

Cármen Lúcia marcou para o mesmo dia 1º de dezembro a sessão em que os ministros do Supremo devem abrir ação penal contra Renan, convertendo-o, finalmente, em réu. Se lhe perguntarem, a ministra será capaz de jurar que a coincidência de datas foi obra do acaso.

Seja como for, ficou entendido o seguinte: Renan Calheiros no papel de ombudsman de autoridades que ultrapassam os limites da lei é algo tão inusitado quanto um macaco na gerência da casa de louças.

No mesmo dia em que receberá no Senado os doutores Sergio Moro e Gilmar Mendes, estrelas da última sessão de debates sobre abuso de autoridades, Renan, protagonistas de 12 inquéritos, será retratado no plenário do Supremo como um abusador da paciência alheia. A Procuradoria acusou-o de três crimes: falsidade ideológica, uso de documento falso e peculato.

Renan marcou para 6 de dezembro a votação do projeto sobre abuso de autoridades. Nesse dia, o senador já estará desfilando pelo tapete azul do Senado sua condição de réu. Isso, naturalmente, se o ministro Dias Toffoli não jogar sobre a mesa mais um desses pedidos de vista que desvirtuam o acaso que rege os passos da dança de Cármen Lúcia.

Golpe contra a Lava-Jato - Por Ricardo Noblat

Está tudo pronto para que a Câmara dos Deputados, em sessão marcada para esta manhã, aprove a anistia para empresários que doaram e políticos que se beneficiaram de dinheiro de caixa dois, aquele não declarado à Receita nem à Justiça Eleitoral.

O texto da anistia diz:

“Não será punível nas esferas penal, civil e eleitoral doação contabilizada, não contabilizada ou não declarada, omitida ou ocultada de bens, valores ou serviços, para financiamento de atividade político-partidária ou eleitoral realizada até a data da publicação desta Lei”.

Ele será acrescentado em forma de emenda ao pacote de medidas contra a corrupção aprovado, ontem à noite, por uma comissão especial da Câmara. Quase todos os partidos se comprometeram em apoiar a anistia – à exceção do PSOL, PPS e REDE.

Isso não significa, porém, que todos os deputados votarão a favor. O PT, por exemplo, rachou. Dos seus 58 deputados, 26 deles assinaram uma nota de repúdio à anistia. Uma fração do DEM é contra. Uma fatia do PSDB, também.

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, foi quem articulou a aprovação de anistia. Ele só pretende pô-la em votação se tiver certeza de que será aprovada. O governo a apoia, embora finja manter-se distante do assunto.

A anistia nasceu na Federação das Indústrias de São Paulo. Tem a ver com o medo de empresários que doaram dinheiro ilegal de acabarem processados e presos por causa disso. Encontrou na Câmara solo fértil para prosperar devido ao medo, ali, da Lava-Jato.

Outra emenda ao pacote de medidas contra a corrupção também será votada hoje. Ela cria o crime de responsabilidade para magistrados e integrantes do Ministério Público.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Ministro do STF autoriza José Pimentel ser investigado por corrupção passiva e prevaricação.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou, nesta quinta-feira (23), a abertura de dois inquéritos na Operação Zelotes - que apura fraudes no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o tribunal de recursos da Receita Federal.

Um dos inquéritos abertos investiga o senador cearense José Pimentel (PT), o outro tem por alvo o líder do governo no Congresso Nacional, o senador Romero Jucá (PMDB). Os parlamentares são acusados de corrupção passiva e prevaricação.

Defesa

Em nota da assessoria, Jucá negou ter recebido recursos para atuar em benefícios de empresas. O senador é alvo de oito inquéritos no STF e este é o segundo somente dentro da Operação Zelotes.

"O senador Romero Jucá nega que tenha recebido recursos para beneficiar empresas por meio de medidas provisórias. Em relação a uma acusação específica, o senador anunciou em plenário o veto a uma emenda que supostamente teria sido comprada. Em outra, o próprio acusador do senador já desmentiu a informação e disse que não pagou nenhum valor ao senador".

A assessoria de Pimentel divulgou: "Em relação à notícia de que o ministro Ricardo Lewandowski autorizou abertura de inquérito na operação Zelotes, o senador José Pimentel declara o seguinte: 'Não fui notificado sobre os fatos que embasaram a decisão do ministro Lewandowski. 

O que posso dizer, mesmo sem saber do seu conteúdo, é que nunca pratiquei ato ilegal, nem recebi qualquer vantagem indevida no exercício da atividade parlamentar'"

Desfaçatez no Congresso se mantém em 100% - Por Josias de Souza.

Os congressistas brasileiros podem não ser bons exemplos. Mas são bons avisos. Num instante em que a Lava Jato dá os últimos arremates no acordo de delação coletiva dos executivos da Odebrecht, os deputados armam emboscadas para aprovar no plenário da Câmara uma ampla anistia para o crime de caixa dois e medidas que facilitem a abertura de processos contra procuradores e juízes. Todos os grandes e médios partidos estão nessa jogada.

A ideia é empurrar as novidades para dentro do chamado pacote de dez medidas contra a corrupção —uma iniciativa dos procuradores da Lava Jato que chegou ao Congresso subscrita por mais de 2 milhões de brasileiros. No momento, o debate ocorre em comissão especial da Câmara. Mas tudo pode ser ajustado no plenário, em votação que deve ocorrer até a primeira quinzena de dezembro.

O mais espantoso, é que os deputados tramam enfiar coisas como a autoanistia dentro de um pacote anticorrupção evitando imprimir as digitais na manobra. Deseja-se aprovar tudo em votação simbólica, sem a exposição do voto de cada parlamentar no painel eletrônico.

A boa notícia é que não houve nenhum aumento da desfaçatez no Congresso. Continua nos mesmos 100%. A notícia ruim é que, em tempos de quebradeira do Estado e de teto de gastos, o dinheiro público talvez continue saindo pelo ladrão, porque é grande a chance de os ladrões continuarem entrando no orçamento.

VÁRZEA-ALEGRE - TERRA DO ARROZ - POR ANTONIO GONÇALO DE SOUSA.

As chuvas que vêm caindo aqui em Fortaleza ultimamente, talvez tenham provocado mais uma de minhas crises saudosistas, trazendo lembranças do meu Sanharol lá na terrinha querida, Várzea Alegre - CE.  Saudade do cheiro que vem da mistura de umidade da terra com as cinzas das coivaras queimadas nas áreas preparadas para o plantio; arados revirando os solos nos baixios; sapos coaxando, sabiás cantando; as várzeas cheias de arrozais, etc. 
Saudade, que é o principal combustível da esperança. Eterna esperança de sempre voltar por lá.


No alto da foto se vê a residencia do Senhor Antonio de Gonçalo do Sanharol

"Dava gosto de se vê
Um bando da cabra macho
Cortando cacho por cacho
Cantando sindô lelê".
Candeiro.

E por falar em arrozais, acho que os leitores vão concordar comigo se eu comentar que o cultivo de arroz vem sendo muito reduzido nos últimos anos em Várzea Alegre. Esse fato me faz recordar  a extinção da cultura do algodão  ( Gossipium L.), uma das alavancas da economia regional até a década de oitenta do século passado e que já não existe mais na nossa região. Tem-se como um dos principais motivos de seu desaparecimento  a chegada de uma praga conhecida como “bicudo” (Anthonomus grandis). Na minha concepção, outras causas também contribuíram para a extinção total da sua exploração no nosso semi-árido. 
Mas isso não vem ao caso no momento, porque o que pretendo mesmo com esse humilde comentário é fazer um paralelo do que aconteceu com o algodão e   o que agora estamos assistindo em relação a exploração de arroz (Orryza Sativa), que por muitos e muitos anos também foi célebre destaque na agricultura Varzealegrense, aliás, fazendo com que o município fosse reconhecido como o o maior produtor de arroz de sequeiro do Ceará. 
A cultura de arroz é, por assim dizer, um ícone cultural de Várzea Alegre. Inclusive, um verso do nosso Hino do Município retrata muito bem essa relação: “O teu vale esperançoso e tão fecundo onde brotam os teus ricos arrozais”. Ouvindo esse trecho é impossível não imaginarmos as várzeas verdejantes dos Riachos do Machado, São Miguel, Riacho do Meio, com seus afluentes Mocotó, Caiana, Feijão e Umari dos Carlos. Os Saudosos José Clementino e Mestre Antônio, autores da letra e música do referido Hino, devem estar vendo lá de cima que o verde que era formado pelos arrozais está se tornando apenas pequenos mosaicos, com tendência de desaparecer completamente. De uns três anos para cá o que se vê mais são capins e boiadas nas várzeas. A desculpa dos agricultores é sempre a mesma, ou seja, que não compensa produzir arroz, por que sai muito mais barato comprá-lo já descascadinho..... É só botar no fogo......  

Na mesma posição da foto anterior a casa de Jose André do Sanharol

Vale ressaltar que não vem aqui nenhuma objeção à exploração pecuária, especialmente a criação de bovinos. Muito pelo contrário, julgamos que é uma boa alternativa e, quando praticada de forma consequente, também gera resultados compensadores. Com o potencial de solo e clima que temos em Várzea Alegre, se as explorações da bovinocultura de corte e leite estiverem aliadas às técnicas e insentivos das instituições que lidam com o setor, certamente gerarão bons frutos. Queremos até parabenizar a iniciativa de alguns produtores, Secretaria de Agricultura e a EMATERCE, que recentemente promoveram “Dia de Campo” sobre a exploração leiteira, cujo evento foi retratado neste blog. 
Mas, é preciso ressaltar que será difícil esquecermos daquele verde-cana que vem do Riacho do Machado, que depois vai passando para o  amarelado e, finalmente, quando chega maio/junho os baixios ficam dourados, se enchem de homens e mulheres apanhando arroz. E os adjuntos....tempo de fartura, cantorias, comida à vontade, galinhas caipira no guisado, carnes de perus,  porcos, carneiros e, por fim, a sobremesa de arroz-doce, só prá variar. Era bom demais.........
Fica a indagação: Se um dia o cultivo de arroz desaparecer totalmente de Várzea Alegre, qual “bicudo” vai ser o “bode espiatório” da questão? Sabe-se que os declínios ou até mesmo extinções de atividades são corriqueiros em todo o mundo. Temos outros exemplos de atividades e explorações que desapareceram ou que tiveram significativas reduções por aqui, tais como, os engenhos de cana-de-açúcar, os alambiques, o vaqueiro (Nordeste),  o café (Serra de Baturité - Ceará), a mineração (estado de Minas Gerais), queijo dos  Inhamuuns (Tauá/Arneiroz), o tropeiro (em todo Brasil). Em alguns casos, pode-se ver facilmente que os motivos estiveram ligados à chegada de inovações tecnológicas, ao clima, ao mercado, etc. Por outro lado, é possível observar que a aparente submissão dos agropecuaristas e até mesmo as políticas assistencialistas e eleitoreiras dos governos podem vir a comprometer outras explorações, inclusive, toda agricultura de sequeiro do Nordeste. Reconheçamos que determinadas profissões e/ou explorações, embora não tanto rentáveis economicamente, fazem (faziam) parte da cultura de algumas regiões do Brasil e contribuem para evitar o êxodo rural. Portanto, precisam ser incentivadas com políticas e gerenciamento voltados para preservação e sustentabilidade.

Às vésperas do incêndio - Por Ricardo Noblat


Fica combinado assim: anistia-se quem cometeu crime de caixa dois – a doação e o uso de dinheiro não declarado à Receita e à Justiça para financiar campanhas eleitorais.

Anistia-se também quem cometeu o crime de lavagem de dinheiro. E para que não reste brecha, anistia-se quem cometeu crime de corrupção. Que tal?

É isso o que a Câmara dos Deputados ameaça aprovar, se possível, ainda esta semana.

Lamentam os que desejam anistia para seus crimes que ela não tenha sido aprovada na semana passada. Teria provocado a ira da opinião pública? Certamente.

Mas nada que não pudesse ser aplacado em seguida pela onda de satisfação que se levantou no país com a prisão num período de 24 horas de dois ex-governadores do Rio de Janeiro - Sérgio Cabral e Garotinho, acusados de corrupção.

Admitamos: nunca antes na história do Brasil, dois ex-governadores do segundo mais importante Estado do país foram postos no xilindró e submetidos às mesmas regras que ditam a vida dos demais presos.

É verdade que Garotinho acabou enviado a um hospital por causa de uma artéria entupida. Mas se ficar bem, poderá mais adiante ir para Bangu 8, o mesmo destino de Cabral.

A observar no caso da prisão dos dois, o esculacho ao qual sempre estão sujeitos os mais notáveis suspeitos ou condenados por crimes em geral. 

O transporte de Garotinho para o presídio foi filmado em seus mais dramáticos detalhes. Mal Cabral deu entrada ali, fotos dele com a cabeça raspada já circulavam nas redes sociais.

A privacidade é um direito assegurado a todos por lei, até mesmo a bandidos.

Às favas todas as leis que obriguem os políticos a se por de acordo com o Novo Estado esboçado pela Lava-Jato com amplo apoio popular. É o que eles desejam.

Chamo de Novo Estado para não remeter ao Estado Novo de Getúlio Vargas, de tristes e de tão amargas lembranças. A sociedade de junho de 2013, das gigantescas manifestações de ruas pelo impeachment, só tem feito avançar.

Deixou para trás empresários e políticos do Estado em ruína, do capitalismo de laços que resiste a sair de cena para dar lugar a um Estado capitalista baseado na livre competição.

A corrupção não deixará de existir uma vez que se faça tal passagem. Mas ela será menor se comparada ao seu tamanho atual. Os empresários e políticos do regime ancião estão na contramão da História.

O governo Michel Temer é um paradoxo. Ao mesmo tempo em que se oferece como “uma ponte para o futuro” é formado por legítimos representantes de um passado que pretende apagar.

Se não apagar por impossível, relegar a um plano subalterno onde poderia ser estudado pelos interessados em pesquisar e compreender melhor os vários estágios da evolução de um povo.

Estabelecer um teto para gastos públicos; resgatar a lei de responsabilidade fiscal; reformar a Previdência, a legislação trabalhista e a Política; com tudo isso e mais alguma coisa acena o governo de Temer, refém do estilo excessivamente conciliador do seu titular, das angústias que o fazem hesitar ou retroceder muitas vezes, e de um sistema político apodrecido.

Neste mesmo governo, um ministro vai às compras, faz advocacia administrativa a favor de um empreendimento imobiliário, é denunciado por outro ministro que se demite, e vira alvo de investigações no Congresso.

Temer, o Senhor Prudência, brinca com fogo às vésperas de novas revelações que poderão incendiar boa parte da República.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Na briga Defesa X Moro, Lula entra com a cara - Por Josias de Souza.

Sérgio Moro começou a ouvir as testemunhas num dos processos em que Lula é réu. Arrolado pelo Ministério Público Federal como testemunha de defesa, o ex-senador Delcício Amaral foi o primeiro a depor. A banca de advogados do ex-presidente petista adotou como principal tática de defesa o ataque ao juiz da Lava Jato. Os doutores interromperam a audiência várias vezes. Quando Moro tentou colocar ordem na audiência, foi acusado de cercear a defesa. A coisa descambou para o bate-boca.

Os defensores de Lula abespinharam-se com o rumo da inquirição do procurador da República Diogo Castor de Mattos. Ele arrancava de Delcídio informações sobre o aparelhamento da Petrobras e o conhecimento que Lula tinha do esquema.

Um dos defensores do réu, Cristiano Zanin Martins, interveio cinco vezes. Na quinta interrupção, disse a Moro que o procurador formulava questões alheias ao objeto do processo, que apura a suspeita de que a OAS bancou ilegalmente R$ 3,7 milhões em despesas de Lula (a reforma do tríplex no Guarujá e o armazenamento das “tralhas” acumuladas na Presidência), como contrapartida de três contratos firmados com a Petrobras.

Moro indeferiu “questão de ordem” do advogado e autorizou o procurador a prosseguir com a inquirição de Delcídio. Deu-se, então, o rififi. Cristiano disse ao juiz que ele próprio indefirira a produção de provas durante a fase processual sob a alegação de que o caso se restringia a três contratos. E Moro: ''Doutor, a defesa pediu cópias de todas as atas de licitações e os contratos da Petrobras em 13 anos. É diferente de o Ministério Público fazer uma pergunta para a testemunha nesse momento. Está indeferida essa questão, podemos prosseguir.''

Cristiano não se deu por achado. ''Mas é uma questão de ordem, Vossa Excelência tem que me ouvir!'' Irritado, Moro perguntou se a defesa continuaria formulando uma questão de ordem a cada dois minutos. Realçou que, “no momento próprio”, os advogados de Lula teriam a oportunidade de inquirir Delcídio. Fora disso, as interrupções, por “inapropriadas”, serviam apenas para “tumultuar” a audiência.

Nesse ponto, interveio outro advogado de Lula, José Roberto Batochio. ''Pode ser inapropriado, mas é perfeitamente jurídico e legal.'' Moro reiterou: ''Estão tumultuando a audiência.'' Batochio interrompeu o magistrado: ''O juiz preside, o regime é presidencialista. Mas o juiz não é dono do processo. Aqui, os limites são a lei. A lei é a medida de todas as coisas. E a lei do processo disciplina esta audiência. A defesa tem o direito de fazer uso da palavra pela ordem.''

Batochio prosseguiu: “Ou o senhor quer eliminar a defesa? Eu imaginei que isso já tivesse sido sepultado em 1945 pelos aliados. Vejo que ressurge aqui, nesta região agrícola de nosso país”. Moro negou que a defesa estivesse sendo cerceada. Reiterou que as indagações do procurador se inseriam num determinado contexto. Quando o juiz esboçava a intenção de devolver a palavra ao representante do Ministério Público, um terceiro advogado de Lula foi à jugular: “Esse contexto só existe dentro da cabeça de Vossa Excelência!”

Moro mandou cortar o som dos microfones e interrompeu a audiência. Retomou-a minutos depois. Conduziu-a aos trancos. Foi a audiência mais tensa de toda a Operação Lava Jato. Só a falta de argumentos pode justificar a tática da defesa de Lula. Os doutores não se deram conta. Mas, ao comprar briga com Sergio Moro, transformam o processo numa espécie de Luta de boxe em que Lula entra com a cara.

Se for condenado por Moro, hipótese na qual seus advogados parecem apostar, Lula não terá senão a alternativa de recorrer ao Tribunal Regional Federal sediado em Porto Alegre. Ali, os desembargadores não costumam reformar decisões de Moro. Uma vez ratificada na segunda instância, a sentença terá de ser executada. Se tudo correr mal para Lula, além de ficar inelegível, o morubixaba do PT vai para a cadeia. Se tudo correr pior, a cana chega no primeiro trimestre de 2017.

Confusão de oficio - Por Antonio Morais



José das Meninas, assim chamado porque todos os filhos eram  mulheres, casado com  Dona Mariquinha, católicos fervorosos, devotos de São Raimundo, vivia do trabalho pesado na roça, o que lhe  resultava em grandes dificuldades para família. 

Das Dores, a filha mais velha  resolveu  ir embora para os lados da Amazônia, onde ficou um bom tempo sem  dar noticias. Fundou um bordel e melhorou de vida.  Sabendo das dificuldades das  irmãs, em Várzea-Alegre, mandou buscá-las para lhe adjetorarem  nas labutas do empreendimento.

O negocio prosperou e deu  bons lucros. Mas, o pai era insatisfeito com as informações recebidas dando conta do oficio e funcionalidade das filhas.

Um dia, Das Dores resolveu vi a Várzea-Alegre visitar os pais. Quando tomou chegada o velho  não deu a menor atenção. Com a mãe não foi diferente. Então, ela resolveu se queixar: Não vejo vocês há 30 anos,  vi visita-los e sou recebida com esse desprezo e essa indiferença. 

Eu trouxe até uma ajuda para vocês, mas, já que é assim vou voltar. Minhas irmãs mandaram 40 mil para  vocês, mas, diante de tamanha desconsideração vou voltar e nunca mais aqui volto.

O velho, já bem  mais calmo, coçou a cabeça e perguntou: Minha filha, que mal pregunte: Qual é mesmo a profissão  de vocês por lá? Ela, braba como um siri na lata respondeu a todo pulmão: "Prostitutas".

Então, o velho já bem manso disse: Minha filha, "me adiscurpe",  eu pensava que era "protestante".  Se acomode, vá tomar um bom banho, durma um bocadin para descansar da viagem. "Tá vendo Mariquinha, conversando é que se entende, as bichinhas nem têm curpa".

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Sérgio Moro quebrou o retrovisor da justiça brasileira - Por Jorge Oliveira.


Sérgio Moro está fazendo escola. Antes um cavaleiro solitário visto com desconfiança pelos mais céticos que não acreditavam na evolução da Lava Jato, Moro virou celebridade, um exemplo para a magistratura brasileira, mas um transtorno para os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Enquanto em menos de dois anos, o juiz paranaense condenou políticos e empresários as mais severas penas, os ministros do STF continuam batendo boca em público. Brigam entre eles para impor suas ideias e levam para às ruas a roupa suja que deveriam lavar em casa.

Dormem em berço esplêndido na principal Corte do país dezenas de processos envolvendo políticos que sequer foram analisados. Um caso exemplar de leniência é o do Paulo Maluf. Procurado em mais de 100 países do mundo, com fotos estampadas nas telas dos computadores dos aeroportos internacionais, o deputado federal, que representa São Paulo, continua impune.

Insisti em dizer que é inocente, mas o dinheiro resgatado nas contas lá fora é dele e da família. Se tivesse caído nas mãos do Moro, jamais teria saído da cadeia quando foi preso pela primeira vez.

domingo, 20 de novembro de 2016

Sinopse de uma ópera (bufa) – por Dora Kramer (*)

Artigo publicado no Estadão, edição deste domingo
 Capital do Império do Brasil e dos primeiros anos da República, o Rio de Janeiro era chamado "Cidade Maravilhosa". Hoje é conhecida como a "Cidade do Caos". Apesar de tudo, é, provavelmente, a cidade mais bonita do mundo.

Síntese do Brasil, o Rio retrata mazelas nacionais que o Congresso quer preservar

Um Estado que em seis anos aumenta em 70% o contingente de funcionários para, adiante, não ter como lhes pagar os salários gasta por causa de arrecadação presumida, com sucessivos governos levando um baile da bandidagem com a qual políticos trocam relações amistosas por votos nos territórios dominados, onde policial de alta patente confessa a seus pares que tem medo de chegar à noite ao Aeroporto Tom Jobim e enfrentar o trajeto pela Linha Vermelha por causa dos tiroteios, francamente o Rio não poderia estar em situação diferente. 

Tido como síntese do Brasil, sede da cidade (realmente) maravilhosa, o Rio é um retrato dos males que acometem o País desde Cabral (com trocadilho): corrupção a rodo, inépcia administrativa, irresponsabilidade nos gastos, insegurança pública, carência de espírito público e excesso de ganância privada. Nem todos os Estados reúnem todas essas características, mas raro (inexistente?) aquele onde não esteja presente ao menos uma delas. Se houver é a famosa exceção que confirma a regra liderada pela administração federal como vem revelando a tardia, porém bendita, aliança entre Polícia Federal, Ministério Público e Poder Judiciário. 

Uma hora essa coisa iria explodir. O padrão perverso que atrela o País ao atraso iria estourar. Provoca surpresa a prisão de dois ex-governadores, Sérgio Cabral e Anthony Garotinho. Surpreendente, contudo, é que tenham - cada qual o seu setor - pintado e bordado durante tanto tempo sem serem importunados. Garotinho é velho freguês da Justiça Eleitoral em decorrência dos métodos para obtenção de votos. Está preso por isso, compra de votos. Já Cabral, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, dá sinais exteriores de riqueza incompatível com os ganhos de suas funções desde que era deputado estadual. Como governador, abusou. De tudo: do excesso de confiança na “proteção” de Lula e Dilma, do deslumbramento, das relações impróprias com fornecedores do governo, da desfaçatez.  

Abusos que a Lava Jato revela terem sido corriqueiros e abrangentes desde sempre, embora não tão explícitos como nos governos do PT e aliados. A lamentar os prejuízos, materializados de maneira cruelmente contundente no Rio e demonstrados à farta na dilapidação da Petrobrás. Mas a celebrar o início do desmonte do modelo. Não se trata de festejar a perda de liberdade de quem quer que seja. Melhor que não houvesse motivo para tal ou que ocorressem como casos isolados. Evidente que o processo é sofrido e humilhante para quem é atingido, mas não dá para ser de outra forma. Até daria, se políticos, empresários, funcionários e quem mais se envolver em ilegalidades pensassem antes de fazer em uma máxima do óbvio: as consequências vêm depois.
Estão em curso e, por isso, sofrendo ameaça de serem abatidas em pleno voo por um Poder Legislativo eivado de suspeições e localizado na rabeira do ranking de confiabilidade da população nas instituições brasileiras. Câmara e Senado reagem - cada Casa a seu modo - contra o avanço das investigações, tentando aprovar leis que restrinjam a atuação notadamente do Ministério Público, cuja independência foi um dos principais avanços da Constituição de 1988. 

O Congresso está diante de uma escolha: fica do lado certo ou estaciona do próprio lado e, com isso, se posiciona contrariamente à vontade da Constituinte que elaborou a Carta atual. Contra a vontade daquele colegiado que há quase 30 anos estabeleceu um novo marco legal no Brasil, onde não cabe a impunidade e que finalmente começa a ser posto em prática.
A opção é de suas excelências: podem escolher ficar ao lado do cidadão ou contra ele. Sem esquecer que as consequências vêm depois. Cedo ou tarde. Não importa, virão. E aí, a cadeia pode ser a única opção.
(*) Dora Kkramer é jornalista.

Coletivo Macaquinhos.


Quando cheguei no Crato, em l.969 o Crato era "Cidade da Cultura". Cultura naquele tempo era um bem proveniente de pessoas com a mente de um Dom Quintino, Dom Francisco, José do Vale, Manuel Batista Vieira, Dr. Raimundo Borges, Pedro Felício, Dr. Luiz de Borba Maranhão, J. de Figueiredo Filho, Monsenhor Pedro Rocha e Padre Gomes e tantos outros.

Quem interessar saber onde o Crato chegou veja a postagem da foto do evento patrocinado com dinheiro público, o mesmo dinheiro que falta para a saúde e educação.

Peça Teatral "Coletivo Macaquinhos" apresentada na Estação da Rede Ferroviária - Crato-CE.

sábado, 19 de novembro de 2016

Acreditem, é vero: Lula quer prisão de Sergio Moro

Fonte: Site VEJA
Não é pegadinha! Defesa do ex-presidente Lula entrou com uma queixa-crime contra o juiz da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região
 O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Nelson Almeida/AFP)

Lula é réu em três processos relacionados à Lava Jato. Um por tentar obstruir a Operação com a ajuda do ex-senador Delcídio do Amaral; outro por tráfico de influência, corrupção e lavagem de dinheiro por obras da Odebrecht em Angola e a liberação de crédito junto ao BNDES; e ainda outro por benfeitorias feitas pela OAS no tríplex do Guarujá (SP) e no transporte dos bens presidenciais. Este último é o que está nas mãos do juiz Sergio Moro. Os outros estão na Justiça Federal de Brasília.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ingressou nesta sexta-feira com uma queixa-crime subsidiária no Tribunal Regional Federal da 4ª Região para que o juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância, em Curitiba, seja condenado pela prática de abuso de autoridade. Entre as punições previstas para esse tipo de delito, estão a detenção de dez dias a seis meses, a suspensão e a exoneração do cargo, conforme frisado pela nota assinada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira.

“Após expor todos os fatos que configuram abuso de autoridade, a petição pede que o agente público Sergio Fernando Moro seja condenado nas penas previstas no artigo 6º. da Lei 4.898/65, que pune o abuso de autoridade com detenção de dez dias a seis meses, além de outras sanções civis e administrativas, inclusive a suspensão do cargo e até mesmo a demissão”, diz o texto.
Na nota, os advogados afirmam que o artigo 16 da Lei8 4.998/65 autoriza a vítima de abuso de autoridade a propor uma ação penal contra um juiz. O pedido foi inicialmente protocolado na Procuradoria-Geral da República (PGR) na última quarta-feira, mas, como não foi tomada nenhuma providência, decidiu-se pela queixa-crime de caráter subsidiário. A defesa alega que Moro cometeu os abusos por ter autorizado a condução coercitiva do ex-presidente, “privando-o de seu direito de liberdade por aproximadamente 6 horas”; pelos mandados de busca e apreensão expedidos contra ele; e pela interceptação “indevida” de ligações telefônicas.
              

A República no camburão - Por Ricardo Noblat.

A política, como quase tudo na vida, nutre-se de símbolos. A prisão, no espaço de menos de 24 horas, de dois ex-governadores do Rio de Janeiro – Garotinho e Sérgio Cabral -, sob a mesma acusação, simboliza o onipresente drama nacional da corrupção.

Nada o expressa melhor que o passeio de ambos, de camburão, rumo às instalações do presídio de Bangu 8, que um, Cabral, inaugurou, e o outro o teme por ter, segundo disse, mandado para lá muitos inquilinos. Um reencontro problemático, sem dúvida.

Mas o símbolo aí não é negativo: o reencontro do Comando Vermelho com o Palácio Guanabara indica que algo está mudando.

Outro simbolismo, não desprezível, é o fato de as prisões terem ocorrido na sequência imediata da Proclamação da República, que inaugurou, há 127 anos, na mesma cidade do Rio de Janeiro, uma etapa nada republicana da história do país.

Fruto de uma quartelada, a República no Brasil entrou pela porta dos fundos e, nas palavras de um republicano de então, Aristides Lobo, “o povo a tudo assistiu bestializado”. Não foi chamado a participar e levou semanas para entender o que se passava.

É possível que até hoje não tenha entendido.

Voltemos ao presente – e a outro cenário simbólico. As prisões se dão no exato momento em que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, constata que está sem dinheiro até para pagar a seus servidores. Pior: quer que eles, os servidores, resolvam o problema que ele, governo, criou. Que paguem a conta.

Propõe redução de salários em 30% e pagamento dos que estão em atraso – em média, quatro meses –, já com os devidos descontos, em sete singelas prestações. Nada menos.

Estranhamente, o povo reagiu, embora mais uma vez bestializado. Mas sua ira não altera o essencial: não há dinheiro, e os governos não sabem fazê-lo; apenas gastam o que arrecadam – e alguns governadores, muitos, põem uma parte no próprio bolso.

O que ocorre no Rio não é fato isolado. Há mais estados falidos, vivendo o mesmo drama, ao tempo em que a Lava Jato prossegue sua faxina judicial, enquadrando gatunos. Só que agora, sem abandonar a esfera federal, investe na regional. Começa a caça aos governadores e, na sequência, aos prefeitos.

A semana política, que costuma inexistir quando pontuada por algum feriado, ignorou o 15 de novembro. Foi das mais densas, não apenas pelas prisões mencionadas, mas sobretudo pelas manobras parlamentares para esvaziar as dez propostas de combate à corrupção encaminhadas pelos procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, que tramita na Câmara.

As dez viraram 18, depois 12 e o objetivo é que virem nenhuma – e que a Lava Jato acabe. Anistia para os crimes do passado – e não somente caixa dois – e um voto de confiança para o futuro, eis a síntese do que pretendem.

Trabalha-se por um desfecho como o da Operação Mãos Limpas, da Itália, que, entre 1992 e 1996, passou um trator na política daquele país, mas acabou esvaziada pela aprovação de leis que abortaram as investigações e culminaram na ascensão de um político, Sílvio Berlusconi, que simbolizava o oposto do que se buscava. Mas, naquela época, não havia ainda internet e redes sociais, o que faz toda a diferença em relação ao Brasil de agora.

É nas redes sociais que as manobras estão sendo denunciadas, com uma repercussão que assusta os parlamentares. A ausência dos partidos nas sessões da comissão especial das dez medidas evidencia o temor com o aprofundamento das investigações.

Sabe-se que poucos escaparão das garras da Lava Jato e que há um camburão a aguardá-los para um trajeto semelhante ao de Garotinho e Cabral. É a República no camburão.

No Senado, deu-se outro esvaziamento. Por falta de quórum, a comissão que examinaria a PEC do fim do foro privilegiado, de autoria do senador Álvaro Dias, não se reuniu. Se aprovada, a PEC devolverá políticos e autoridades dos três Poderes à vala comum dos cidadãos que os sustentam com impostos.

Numa hipótese, um ministro do STF poderia ser julgado por um juiz de primeiro grau, como Sérgio Moro. Há quem veja aí um exagero. O senador Ricardo Ferraço, por exemplo, acha que o foro deve ser mantido pelo menos para os presidentes dos três Poderes.

O certo é que a farra do foro deve acabar, o que facilitará sem dúvida o desenvolvimento de investigações como a Lava Jato. O desafio dos parlamentares que têm contas a acertar com a Justiça é ficar no âmbito do STF, que até aqui não condenou ninguém da Lava Jato, enquanto Sérgio Moro já condenou cerca de 120 infratores.

É a estatística a serviço da sobrevivência.


sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Mensagem do escritor Antônio Gonçalo de Souza.


Escritor Antônio Gonçalo de Souza.

Todos nós agradecemos a sua participação no livro. Eu, particularmente reitero minha gratidão, também, pelo fato de ter tido a oportunidade de  postar comentários meus nesse blog, muito bem conduzido por você. 

No livro, comento que foi a partir dessas postagens que passei a me interessar mais pela escrita o, que me impulsionou à tarefa de retratar traços das trajetórias de meu avô paterno, meu pai e amigos, que por muitos anos desenvolveram a atividade de tropeiros nos sertões do Cariri. 

Fico grato pelos seus comentários recentes elogiando a minha iniciativa literária, que teve a colaboração importante do meu irmão José Gonçalo Araripe. Dedico a humilde obra a todos os varzealegrenses e, em especial, aos amigos do Sítio Sanharol, onde aprendemos a conviver e guardar as coisas e histórias do povo.

Desculpo-me por ter passado algum tempo sem enviar matérias para o seu blog, mas imputo tal fato à dedicação que tive que dar às escritas, preparação e, agora, divulgação do livro TROPEIRISMO NOSSO. Prometo que em breve estarei envidando esforços para retomar as postagens.

Muito grato.

Petrobras recebe R$ 204,2 milhões recuperados por meio da Lava Jato.


Cerimônia ocorre na tarde desta sexta-feira (18), em Curitiba. Dinheiro é resultado de 21 acordos, segundo o MPF.

O Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) devolveu à Petrobras R$ 204,2 milhões recuperados por meio de acordos de colaboração e de leniências celebrados a partir da Operação Lava Jato.

O dinheiro é resultado de 21 acordos, segundo o MPF. *Veja a lista abaixo. Destes, 18 são de colaboração premiada, celebrados com pessoas físicas, e três de leniência, que foram fechados com pessoas jurídicas.

A cerimônia ocorre na tarde desta sexta-feira (18), em Curitiba, com a participação do presidente da Petrobras, Pedro Parente. Acompanhe o Tempo Real da entrevista coletiva.

O MPF informou que, até o momento, 70 acordos foram feitos no âmbito da Operação Lava Jato, além de seis acordos de leniência e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Conforme o MPF, esta é a terceira  e a maior devolução de recurso para a Petrobras dentro da Lava Jato. A primeira devolução foi feita em maio de 2015. Ao todo, de acordo com o MPF, foram devolvidos cerca de R$ 500 milhões.

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador da República Deltan Dallagnol, afirmou que não se pode considerar normal o que é anormal – ao falar sobre a corrupção.

"Os direitos das vítimas não são menos sagrados que os direitos dos réus", disse Dallagnol. Ele também reforçou que a devolução de valores para as vítimas dos esquemas de corrupção deve ser a regra.
Deltan Dallagnol ainda afirmou que a corrupção roubou a dignidade e o orgulho dos funcionários da Petrobras. O procurador afirmou que, no Brasil, é "uma façanha" conseguir recuperar dinheiro roubado dos cofres públicos.

Para o delegado da Polícia Federal (PF) Maurício Grillo, apesar de o valor entregue à estatal nesta sexta-feira ser "simbólico" diante do tamanho da Petrobras, ele é importante, um "incentivo".
Veja a lista de quanto foi devolvido por pessoa ou empresa:

Agosthilde de Mônaco Carvalho – R$ 561.075,76
Augusto Mendonça – R$ 3.654.544,12
Camargo Corrêa – R$ 13.496.160,51
Carioca Engenharia – R$ 4.514.549,36
Cid José Campos Barbosa da Silva – R$  1.361.108,22
Dalton Avancini – R$ 615.214,86
Eduardo Leite – R$ 3.234.115,08
Eduardo Musa –R$ 2.491.703,88
Hamylton Padilha Junior – R$ 56.436.661,43
João Medeiros Ferraz – R$ 1.514.884,92
José Adolfo Pascowitch – R$ 8.061.648,61
Júlio Camargo – R$ 16.378.002,66
Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva – R$ 3.221.368,12
Mário Frederico de Mondonça Góes – R$ 1.155.570,78
Milton Pascowitch – R$ 16.125.201,60
Pedro José Barusco Filho – R$ 41.535.289,50
Ricardo Ribeiro Pessoa – R$ 5.641.161,51
Roberto Trombeta – R$ 11.974.842,02
Rodrigo Morales – R$ 8.691.786,92
Shinko Nakandakari – R$ 1.061.455,05
Setal Óleo e Gás (SOG) – R$ 2.555.397,02

Ator José de Abreu vai ter que devolver 300 000 reais captados na lei Rouanet



Fonte: VEJA
Saiu publicado no Diário Oficial uma portaria do Ministério da Cultura solicitando a devolução de recursos da lei Rouanet. De acordo com o texto, o ator José de Abreu terá de devolver 300 000 reais captados para a turnê do espetáculo Fala, Zé pelo Sudeste
A Orquestra Sinfônica Brasileira também está na lista. Terá de devolver 2 milhões de reais.

Comentário do postador:
Para quem não lembra, este cidadão foi aquele que em abril último, cuspiu em um casal, em um restaurante de São Paulo, porque o casal defendia o impeachment da ex-presidente Dilma. O fato foi noticiado pelas televisões. Depois, no Programa do Faustão, ele soltou as macacas, dizendo que quem apoiava o impeachment era golpista, porque os governos do PT sempre tinha agido com honestidade, ética, e transparência.Agora tá explicado a razão de tantas “loas” e defesas aos governos lulopetistas...