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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

15 de novembro de 1889 – As verdades que a República esconde (Parte IV)

Fonte: Site  Veja
A invenção de um herói
 Os principais idealizadores da República, Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e Benjamin Constant, não eram figuras conhecidas além dos círculos militares. A pouca participação popular tornava difícil a consagração de um mito, importante para a aceitação do novo regime. "Heróis são símbolos poderosos, encarnações de ideias e aspirações, pontos de referências, fulcros de identificação", escreveu o historiador José Murilo de Carvalho.

Tiradentes, único dos inconfidentes mineiros condenado à morte, surpreendentemente, caiu como uma luva para o papel de herói.

O mito em torno de sua figura foi criado após sua morte. O mineiro passara quase um século na obscuridade, como traidor da monarquia. Como não havia registros de sua imagem e seus pensamentos, a República teve liberdade para criá-los: tornou-se um idealista pela liberdade do Brasil e suas representações passaram a se assemelhar com as da figura de Cristo — cabelos longos, castanhos, olhar cândido, vestes brancas, crucifixo no peito.

A República se apropriou de Tiradentes como o mártir da República. Foi a mais eficaz das tentativas dos republicanos na construção de um imaginário para o novo regime.


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