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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Vaccari pagou por apartamento no prédio do tríplex de Lula - Alexandre Hisayasu, Veja


O Solaris, no Guarujá, é um dos poucos edifícios da Bancoop que foram finalizados. O hoje tesoureiro do PT presidia a cooperativa quando ela quebrou

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é o único sortudo a ter comprado um tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), uma das poucas obras iniciadas pela Bancoop que foram concluídas. O atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pagou por um apartamento no mesmo prédio.

Seu nome consta de um documento oficial, feito em 2006 pela Bancoop, que lista os “cooperados ativos” do edifício – ou seja, que estavam com os pagamentos das parcelas em dia. Procurada, a assessoria do petista disse que ele não iria comentar o assunto.

A Bancoop quebrou em 2006, quando era presidida por Vaccari. Deixou 32 obras inacabadas e mais de 3 500 famílias na rua da amargura. O  edifício Solaris foi uma das oito obras assumidas pela OAS depois disso.

À beira da praia e com vista para o mar, o prédio tem três tipos de apartamentos – as coberturas triplex, alguns duplex de 162 metros quadrados e outros de um pavimento, com cerca de 100 metros quadrados.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Graça Foster se despede da Petrobras. A bola está com Dilma - Ricardo Noblat

A corrupção não pode ser premiada

Por três horas, Graça Foster, presidente da Petrobras, disse, ontem, o que queria dizer à imprensa e respondeu a perguntas sobre a roubalheira dentro da empresa.

Pareceu sincera ao falar sobre a maioria das coisas. Mas inocente, não.

Antes que lhe perguntassem por que ainda não pediu demissão do cargo foi logo dizendo que o pôs três vezes à disposição de Dilma. E que ela o recusou.

Não disse por quê. Compreensível que não tenha dito. Cabe a Dilma dizer se quiser.

- A coisa mais importante para esta diretoria é a Petrobras, muito mais importante do que meu emprego ou qualquer coisa – comentou.

Lugar comum. Clichê.

Se a Petrobras fosse a coisa mais importante para ela, teria sido mais cuidadosa com a empresa. E não cúmplice, no mínimo por omissão, com os desmandos ocorridos ali.

Somente com a compra da refinaria Pasadena, no Texas, a Petrobras amargou um prejuízo de R$ 1,8 bilhão, segundo a Controladoria Geral da União.

Que isentou de culpa Graça, Dilma e os demais membros do Conselho de Administração da empresa.

Nada se faz na Petrobras sem a concordância do Conselho. Nada.

Dilma presidia o Conselho quando Pasadena foi comprada. Em sua defesa, disse que se baseou num parecer “técnico falho”.

O tal parecer tinha menos de duas páginas. Dilma poderia ter tido acesso a mais de 100 páginas referentes à compra.

Não o fez. Nem ela, nem Graça, nem os outros membros do Conselho.

- Eu preciso ser investigada. Nós, diretores e gerentes, precisamos ser investigados. E isso leva tempo – disse Graça, humilde.

Para deixar claro, em seguida, que sua saída da Petrobras ou a de algum outro diretor significará a saída de toda a diretoria.

- Quanto aos diretores, eu não conseguiria trabalhar sem eles. Temos uma convivência dentro da companhia e compartilhamos as dificuldades e preocupações — afirmou Graça.

Quanto ao futuro da Petrobras, Graça contou que pediu ao governo federal uma posição sobre a situação das empresas envolvidas na corrupção.

Caso eles sejam proibidas de participar de novas licitações, Graça teme o atraso em obras e o impacto disso nas metas de crescimento da produção de petróleo.

De alguma forma, Graça saiu em defesa das maiores empreiteiras ao dizer taxativamente:

- As grandes empresas, nós precisamos delas. Ou então vamos ter de fazer licitações internacionais a toda hora.

Ora, que se faça. A corrupção é que não pode ser premiada.

A entrevista de Graça soou dentro da Petrobras como uma despedida dela e dos demais diretores.

A bola está nos pés de Dilma, redondinha, redondinha. Mas ela hesita em chutá-la.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

1912 - 2012 - Centenário de Luiz Gonzaga - Por Antonio Morais.


Luiz Gonzaga dança com sua mulher Helena ao som da sanfona e do bumbo de 'seu' Januário e Santana, seus pais.

Fole de Ouro - Trio Nordestino -  Canta Jorge de Altino.

 


Descanse em paz, Graça Foster - Por Ricardo Noblat.


A Petrobras precisa ser refundada

Pronto, a sorte de Graça Foster, presidente da Petrobras, está selada.

De Michel Temer, vice-presidente da República:

Seja qual for a medida a ser tomada, não há nada envolvendo os critérios pessoais, a conduta, a lisura da presidente Graça Foster.

De José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça:

- É fundamental dizer, da minha parte, que qualquer ato ilícito deve ser apurado. Relativamente à presidente da Petrobras (Graça Foster) não há nenhum ato ilícito que possa implicar em qualquer juízo de valor.

Fontes do Palácio do Planalto, sob o manto do anonimato, plantaram nos jornais a informação de que Graça será mantida por Dilma a qualquer preço.

Tudo isso comprova que a presidente da Petrobras, graciosamente chamada de Graciosa por Dilma, não entrará o próximo ano no cargo.

Cabe a Graça se convencer de que dançou. E facilitar a vida da presidente da República pedindo demissão em caráter irrevogável.

Dilma então lamentará sua saída e será bem capaz de presenteá-la com algum outro cargo de prestígio, mas sem tanta importância. Em seguida indicará seu substituto.

Aos poucos, Graça acabará esquecida. E se tiver sorte, escapará do lamaçal que ameaça afogar a Petrobras. Por via das dúvidas, um dia desses, Graça pôs alguns dos seus bens em nome de parentes.

O nó da substituição de Graça só será desatado de vez quando Dilma encontrar um executivo de primeira linha que aceite o desafio de refundar a Petrobras.

Sim, porque a Petrobras precisa ser refundada.

Lula e o PT operaram o prodígio de desvalorizá-la em 80% nos últimos 10 anos. A empresa jamais voltará a ser forte e admirada no mundo como foi.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Meus netos - Por Antonio Morais


Mais uma vez estamos vivendo uma Expocrato, época que costumeiramente reunimos  toda a família. Dos netos a Thais, uma mocinha graciosa de 15 anos, muito centrada e responsável, já se cuida sozinha, já sabe escolher e realizar suas vontades. Não gosta que se contem suas historias. Gosta de guardar segredos.  



Os outros dois, João Pedro de oito anos e Aluísio de três, dominam  o ambiente com as suas proezas. Hoje, dona Salete fritava umas coxinhas e o Aluísio, se aproximou com sua fama de comelão, olhou para  a travessa e perguntou: O que é isso? Dona Salete respondeu: são coxinhas de frango e de bacalhau você quer de qual? Ele respondeu no ato: "das duis"!




João Pedro me confidenciou que o pai dele estava  fazendo uma tarefa de casa com ele e,  ao chegar na parte da ciência que tratava das rochas sedimentares, magmáticas e metamórficas passou por cima supondo que com certeza o assunto não iria cair na prova.

Mas que nada,  quando Menezes Filho foi apanhá-lo na escola João Pedro disse: cai não né! Não vai cair né! Tá adivinhando agora? Foi a primeira pergunta viu! Eu respondi na base da adivinhação. 

A sorte do Menezes Filho é que no outro dia, ao receber a prova, tinha um 10 bem caprichado.

Ex-gerente da Petrobras relata 'troca de propina' com tesoureiro do PT


Pedro Barusco diz que fez acerto com João Vaccari para acelerar recebimento de comissão da Schahin referente a obra no Centro de Pesquisas da Petrobras.

O ex-gerente executivo de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco Filho disse, em delação premiada à força-tarefa da Operação Lava Jato, que fez uma "troca de propinas" com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. Ele não especificou valores. Barusco afirmou que possuía um "crédito" da empreiteira Schahin Engenharia, gigante que atua nas áreas de petróleo e gás.

O ex-gerente estaria encontrando dificuldades em receber o dinheiro, que, segundo ele, seria relativo ao empreendimento de reforma e ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro, complexo de laboratórios na Ilha do Fundão. O ex-gerente disse que procurou Vaccari porque o petista "tem uma boa relação com a Schahin". A Diretoria de Serviços da Petrobras, unidade estratégica da estatal e na qual Barusco atuava, era cota do PT. Por ela passam todos os procedimentos de licitações e contratação da estatal.

Vaccari, segundo afirmou Barusco, também era credor de propina de uma outra empresa do ramo de óleo e gás que atua em contratos de módulos para o pré-sal e que participou da montagem de Angra I e Angra II. O ex-gerente e o tesoureiro teriam feito, então, uma permuta. No cruzamento de propinas, o "crédito" do petista teria ficado para Barusco e Vaccari teria herdado o pagamento da Schahin.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Por uma cabeça! (Ou o escudo de Dilma) - Ricardo Noblat.


Foi o PT que corrompeu a Petrobras.

O que o PT tem a dizer sobre a roubalheira na Petrobras? Afinal, ele sempre disse que a Petrobras seria privatizada se o PSDB, um dia, conseguisse voltar ao poder.

Pois a empresa foi corrompida pelo PT, desmoralizada pelo PT e empurrada buraco a baixo pelo PT.

Hoje, o PT é uma camiseta puída com cheiro de suor, uma estrela guardada no fundo de uma gaveta, uma bandeira vermelha coberta de vergonha.

Na Petrobras, é fato, o roubo existe desde meados do governo José Sarney nos anos 80 do século passado.

Atravessou os governos Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. Mas foi no governo Luiz Inácio Lula da Silva que alcançou uma escala gigantesca, segundo investigação da Polícia Federa.

Surpreso com a herança maldita, caberia ao governo Dilma livrar-se dela. Certo? Errado.

Você é ingênuo o bastante a ponto de acreditar que Dilma ignorasse o que se passava com a Petrobras?

Dilma foi ministra das Minas e Energia. A Petrobras era subordinada a ela.

Foi chefe da Casa Civil da presidência da República, o segundo posto mais importante do governo. Acumulou o cargo com a presidência do Conselho de Administração da Petrobras.

Nada se fez ou se faz na Petrobras sem a aprovação do Conselho. Da compra de uma refinaria, como a de Pasadena, por exemplo, a aditivos a contratos bilionários.

A Petrobras é a empresa campeã no Brasil em contratos firmados sem licitação.

Comprada a um grupo belga, Passadena representou um prejuízo enorme para a Petrobras. Para os belgas foi o “negócio do século”. Encheram as burras de dinheiro.

Uma vez eleita para suceder Lula, Dilma nomeou para o Ministério das Minas e Energia um nome indicado por Sarney – o do senador Edison Lobão. E para a presidência da Petrobras uma de suas amigas de fé, irmãs, camaradas, Graça Foster.

Lobão foi ministro de faz de conta – quem mandava no ministério era Dilma. Quanto a Graça... Mandou na Petrobras consultando Dilma para tudo.

Em depoimento à CPI da Petrobras em junho último, Graça afirmou que jamais ouvira falar antes de corrupção na empresa.

“Só com a suspeita, nós ficamos muito envergonhados”, disse, e em seguida choramingou. Comovente! Mas pura lorota como se sabe hoje.

Graça ouvira falar de corrupção, sim. E, no mínimo, três vezes. Vamos a elas.

Pouco antes de comparecer à CPI, Graça fora informada pelo Ministério Público Holandês sobre propinas pagas pela empresa holandesa SBM na venda à Petrobras de um navio-plataforma.

A SBM ainda recebeu US$ 25 milhões extras pela antecipação da entrega do navio.l Lula queria inaugurá-lo às vésperas da possível eleição de Dilma para presidente em 2010. E assim foi.

No final de 2009, em e-mail enviado a Graça, Venina Fonseca, então gerente da Petrobras, alertou-a sobre o aumento de gastos com a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

De US$ 4 bilhões, o negócio passara a custar US$ 18 bilhões.

Em outro e-mail de 2011, Venina confessou a Graça que o “imenso orgulho” que tinha de trabalhar na Petrobras dera lugar à “vergonha”. Ofereceu-se para lhe contar o que sabia. Não obteve resposta.

Demitir ou não demitir Graça?

Eis a questão que tira o sono de Dilma desde que o Procurador Geral da República cobrou a demissão da diretoria da Petrobras.

A empresa perdeu 80% do seu valor entre dezembro de 2004 e dezembro deste ano.

Graça serve à Dilma de escudo contra o mar de lama que se acumula ao pé da rampa do Palácio do Planalto.  Se ele sair do meio, Dilma ficará face a face com a lama.

Lula entregou a cabeça de José Dirceu e salvou a sua, ameaçada em 2005 pelo escândalo do mensalão. Deu certo.

Dilma acabará entregando a cabeça de Graça. Resta ver se dará certo.

Para Marina, é preciso demitir comando da Petrobras ‘de forma urgente’ - O Globo


Em entrevista, ex-candidata do PSB não escondeu sua mágoa com o PT, com a presidente Dilma Rouseff e com a campanha

Derrotada na eleição presidencial de outubro ainda no primeiro turno, a ex-senadora Marina Silva engrossou o coro das pressões políticas pela demissão da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de toda a diretoria da estatal.

Em entrevista ao programa Roberto D´Avila, exibido na Globonews na madrugada de domingo, Marina Silva disse que é preciso demitir "de uma forma urgente" todo o comando da empresa.

Para a ex-candidata, a Petrobras foi tomada por um grupo que "roubou" R$ 30 bilhões. A ex-petista não esconde sua mágoa com o PT, com a presidente Dilma Rouseff e com a campanha eleitoral.

Em quase 30 minutos de entrevista, Marina disse que concordava com as declarações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a respeito da gravidade do escândalo da Petrobras. Para ela, o procurador "está correto".

domingo, 14 de dezembro de 2014

Enviado por Amigos de Deus.

A vaidade tem sido a causa de muitas de nossas decepções. Cremos que somos melhores, mais competentes e superiores àqueles que estão ao nosso redor.

Achamos defeito em tudo e em todos, concluindo, logo a seguir, que poderíamos fazer o mesmo de maneira muito melhor. 

Quando somos humildes em nossas atitudes, os aplausos e elogios nos enchem de felicidade. Quando somos arrogantes e orgulhosos, muitas vezes os aplausos não aparecem e mergulhamos em profunda decepção e angústia. 

É melhor não esperar nada e receber tudo do que esperar tudo e não receber nada.

A chantagem da petrorroubalheira - Elio Gaspari, O Globo


A doutora está jogando na defesa com as petrorroubalheiras. Falta-lhe iniciativa, mesmo que seja para reconhecer o que se fez de errado, para evitar que se faça pior.

Outro dia, a doutora Dilma recebeu dirigentes sindicais preocupados com milhares de trabalhadores de empreiteiras que correm o risco de perder seus empregos se obras da Petrobras forem paralisadas. No fim dessa linha está uma chantagem das grandes empresas: se a limpeza avançar, cria o risco de se “parar o país”. Já há milhares de demissões e greves em estaleiros na Bahia e no Rio.

A doutora está jogando na defesa com as petrorroubalheiras. Falta-lhe iniciativa, mesmo que seja para reconhecer o que se fez de errado, para evitar que se faça pior. Está na fila das encrencas o caso da contratação de navios-sondas para perfurações.

Depois da descoberta das reserva do Pré-Sal, a Petrobras precisava contratar navios-sonda de perfuração. Podia ir ao mercado, mas os comissários, com Pedro Barusco no lance (US$ 100 milhões na Suíça), tiveram a ideia de formar uma empresa brasileira e em 2011 criaram a Sete Brasil na qual a Petrobras tinha 10% e punha seu selo. Entre 2014 e 2018, a Sete Brasil forneceria 28 plataformas. Coisa de US$ 30 bilhões.

Um projeto desse tamanho poderia atrair investidores de todo o mundo. Entraram três bancos (BTG, Bradesco e Santander) e mais os suspeitos de sempre: os fundos Petros, Previ Funcef, Valia e o FGTS. A Viúva ficou com cerca de 45% do negócio. Passou o tempo, entregaram um casco e cinco estão atrasados. A Sete já desembolsou US$ 8,9 bilhões, com uma parte em adiantamentos. Num caso, com um desembolso de US$ 2 bilhões, não há metade disso em obras. Só há uma sonda dentro do cronograma. No mercado surgiu a figura do “estaleiro Powerpoint”.

Se tudo desse certo cada sonda sairia por algo em torno de US$ 1 bilhão. No mercado internacional, custavam US$ 750 milhões. Depois, seriam alugadas para operadoras, pagando-se US$ 600 mil por dia. Lá fora, esse serviço valia no máximo US$ 500 mil. Os prazos foram para o espaço e hoje pode-se torcer para que as sondas fiquem prontas entre 2016 e 2022, se ficarem.

Quando faltou caixa, só o BTG aumentou sua participação, mas a Sete Brasil disse que ia buscar dinheiro no mundo. Piada. No início deste ano, acharam US$ 10 bilhões no Fundo de Marinha Mercante. O Banco do Brasil não topou repassar os recursos e a tarefa foi para o espeto do BNDES. Esse financiamento tornou-se o maior projeto do banco, com uma exposição superior à que ele assumiu com Eike Batista.

A senhora pode dizer que isso são vicissitudes do mercado. Mas veja que a Sete Brasil contratou obras com seis estaleiros. Três (Jurong, Keppel e EAS) estão de pé. A OSX do Eike virou pó. As outras duas, EEP e Rio Grande, estão com gente dormindo em colchonetes da Polícia Federal. (Na EEP há duas greves de trabalhadores.) O doutor Barusco, que defendeu a criação da Sete Brasil e foi seu diretor de operações, está preso, colaborando com a Viúva.

Na última reunião do conselho da Sete Brasil, duas operadoras de sondas resolveram cair fora. Não querem migrar das páginas de economia para o noticiário policial.

O argumento segundo o qual a investigação das petrorroubalheiras pode parar obras, gerando desemprego, é chantagem. Em alguns casos, as empresas já estavam quebradas, em outros, não haverá jeito. Botar dinheiro nelas é remunerar o ilícito. Se as doutoras Dilma e Graça Foster começarem a trabalhar hoje, esse mal pode ser remediado.

Basta mostrar que a Viúva poderá avançar no patrimônio das empresas e dos seus doutores. O Brasil não é a China, mas o companheiro Xi Jinping está fazendo exatamente isso. Primeiro ele limpa o ladrão, depois manda-o para a cadeia. Um dos empreiteiros já está vendendo os cavalos do seu haras. Em vez de tirar dinheiro do Fundo de Marinha Mercante para financiar estaleiros virtuais, depenam-se os ladrões (pessoas físicas e jurídicas) para evitar que eles depenem os trabalhadores.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Uma bandeira coberta de vergonha - Ricardo Noblat.


Foi Lula quem afundou o PT

Tem cabimento tamanha desfaçatez?

Vejam o que disse Lula, na última quarta-feira, em Brasília, ao falar para uma plateia de militantes do seu partido:

- Cadê os intelectuais do PT? Eram tantos. Eles estavam no PT porque acreditavam nos discursos que fazíamos.

Se estiveram no PT e agora não estão mais...

Por que Lula não vai fundo na autocrítica apenas esboçada de leve, quase de passagem?

Ninguém mais do que ele poderá fazê-lo. Tem autoridade para tal. E conhecimento de sobra.

De pouco, contudo, adiantará se não for capaz de bater no peito três vezes e confessar seus próprios pecados.

O mais original deles foi quando chamou José Dirceu à sua presença, e cansado de ter perdido a terceira eleição presidencial consecutiva, avisou:

- Só disputarei novamente se deixaremos a vergonha de lado e usarmos as mesmas armas dos nossos adversários.

Se a frase não foi exatamente essa, o sentido foi o mesmo.

Valendo-se das armas dos adversários, Lula se elegeu em 2012. Para governar, socorreu-se do mensalão inventado por seus comparsas da mais sofisticada organização criminosa que já tentou se apoderar do aparelho de Estado.

Para realizar o projeto do PT de permanecer no poder o maior tempo possível, azeitou as engrenagens da máquina de corrupção que corroía a Petrobras pelo menos desde meados do governo Sarney. E foi assim que chegamos até aqui.

Cadê os intelectuais do PT?

Ora, eles não recepcionaram Dilma em um teatro do Rio de Janeiro para alimentar o programa de propaganda eleitoral dela?

Tudo bem: os nomes ali reunidos não eram todos do primeiro time. Mas fazer o quê? Vai longe o tempo em que artistas e intelectuais cantavam “Lula-lá”...

Lula poderia ter perguntado também pelos jovens do PT, pelos militantes que vendiam lembranças do partido para arrecadar dinheiro, e pelos líderes autênticos dos movimentos sociais que suavam a camisa à caça de votos sem esperar empregos em troca.

O PT, hoje, é um quadro velho pendurado na parede, uma estrelinha guardada no fundo de uma gaveta, uma camiseta descolorida pela ação do tempo, uma bandeira vermelha coberta de vergonha.

Foi Lula que o afundou. Não será Lula que irá refunda-lo.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Lei americana é ameaça a empreiteiras suspeitas na Lava Jato.


Processo no exterior, além de custar caro, pode restringir a capacidade de financiamento das companhias

EMPRESAS-PETROBRAS.

As empreiteiras brasileiras acusadas na operação Lava Jato de pagar propinas em negócios com a Petrobras começam a se preparar para a investigação do Departamento de Justiça americano sobre o caso. Os advogados estão alertando seus clientes de que elas podem ser enquadradas na lei anticorrupção americana e sofrer processos de investigação parecidos com o que a própria Petrobras está enfrentando.

A preocupação entre as construtoras existe porque um processo desses, além de custar caro (já que são as empresas que precisam pagar as consultorias que fazem a investigação e depois ainda estão sujeitas a pesadas multas), pode restringir a capacidade de financiamento.

Um dos casos mais famosos de investigação anticorrupção dos americanos de uma empresa fora dos Estados Unidos foi o da alemã Siemens, que teve de desembolsar US$ 2 bilhões para pagar o custo da investigação e ainda fez um acordo para pagar outro US$ 1,6 bilhão para encerrar o processo. Mas também o Brasil tem os seus casos, com o da Embraer, em que a empresa é acusada de pagar propina fora do País.

As empresas também temem a forma célere e implacável de investigação. "A questão do caso Petrobras ficará mais preocupante para as empresas quando os Estados Unidos começarem a investigar, pois é muito mais provável que saia primeiro uma decisão lá fora do que um desfecho dos processos no Brasil", diz o advogado Jorge Nemr, do escritório Leite, Tosto e Barros Advogados.

Nesta quinta-feira, 11, o Ministério Público Federal denunciou 35 pessoas por ligação com esquemas de desvios e citou em sua denúncia as construtoras OAS, Camargo Corrêa, UTC, Mendes Jr., Engevix e Galvão Engenharia.

Enquadramento

Para ser enquadrada como empresa americana, e portanto estar sujeita à lei anticorrupção do país, não é preciso muito. A advogada Isabel Franco, do escritório KLA, diz que basta ter sido usado um servidor de e-mail no país, ou encontros em algum hotel qualquer, ou pagamentos via alguma conta bancária em Miami, por exemplo, para que as empreiteiras passem a ser consideradas empresas americanas. "Se tiver um escritório de representação, já estará sujeita à lei americana", diz Isabel.

Há ainda casos mais claros de enquadramento, como de empresas como a Odebrecht, que tem obras no país. Em outros, como o da Camargo Corrêa, a ligação é menos direta. Alguns advogados dizem que o fato de o grupo ser acionista controlador da CPFL Energia, que possui ações negociadas na bolsa americana, já seria suficiente para que os Estados Unidos a considerassem sob sua jurisdição e portanto sujeita à lei.

Toda essa discussão, entretanto, teve início por um enquadramento clássico da lei que é o fato de a Petrobras possuir ações negociadas na Bolsa de Nova York. Segundo algumas fontes, a decisão da empresa de contratar consultorias para fazer uma investigação própria, antes mesmo de ter sido citada formalmente, já se deu em razão de conversas com o Departamento de Justiça americano e da SEC, a comissão de valores mobiliários do país.

Pelas regras americanas, as empresas é que contratam os investigadores. Os funcionários do departamento acompanham passo a passo a investigação e, com base nela, decidem processar ou não a companhia e seus administradores. Na maior parte das vezes é feito um acordo para evitar o processo.

A vantagem é que, diferentemente da lei brasileira, não é necessário assumir culpa. Mas, além de pagar multas, é preciso se comprometer a melhorar as regras anticorrupção e é feito um monitoramento por pelo menos dois anos após o acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

SAUDADE AZUL - Por Xico Bizerra


Estava branco de saudade até que uma borboleta multi-colorida pousou sobre sua tristeza. E trouxe-lhe notícias daquela que lhe provocava tamanha dor, agora tão distante dali. 

A partir daquele instante, cabeça, tronco, membros e alma se azularam de um azul tão celestial que foi como se ela estivesse voltando, já chegando, dali a pouco. Clareou-se o céu, as nuvens pararam de se movimentar e de formar bichinhos esquisitos no céu e toda a sua atenção concentrou-se na estação do voltar, para a chegada de seu bem querer. 

No delírio, mil beijos, mil bocas, mil palavras. Em pouco tempo, escurecido o tempo, foi-se a borboleta, foram-se os sonhos. E os mil beijos que poderiam ter o mesmo sabor bom da mesma boca beijada mil vezes converteram-se em mil silêncios, em centenas de escuros no peso daquela alma tão saudosa.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Investigações nos EUA ampliam crise do petrolão - Editorial O Globo


Consta que envolvidos no petrolão temeriam mais o que pode acontecer com eles nos Estados Unidos. Não deixam de ter razão.

O continente não é uniforme também quanto à solidez das instituições republicanas. Há Cuba e Venezuela, em que o Legislativo apenas carimba decisões do Executivo, e também o Brasil, no qual, nos atuais 26 anos do estado de direito democrático, um presidente sofreu impeachment, votado no Congresso, e graduados do partido no poder, o PT, foram condenados à prisão como mensaleiros, pelo Supremo Tribunal. Mas é tão longa e atribulada a história política latino-americana, com ciclos de fechamento e abertura políticos, que ainda é necessário lapidar uma cultura não apenas de estrito respeito às leis, mas também de sua execução.

Deve ser o tempo ainda relativamente curto de vivência numa democracia plena, com suas devidas instituições, que leva poderosos a construir, como se inimputáveis fossem, esquemas criminosos de desvio de dinheiro público. O mensalão já foi surpreendente pela ousadia. Já o petrolão, também saído das pranchetas do lulopetismo, ultrapassa todas as medidas.

No assalto à Petrobras, porém, a ousadia foi tanta que caiu no campo da imprevidência. Uma coisa é desviar dinheiro de uma subsidiária de marketing do Banco do Brasil, como no mensalão, outra, perpetrar o saque por meio de superfaturamento de investimentos bilionários da Petrobras, estatal globalizada, com milhares de ações em mãos privadas inclusive nos Estados Unidos. O BB também conta com recibos de ações (ADRs) em Wall Street, mas o caso Petrobras é superlativo.

O erro, talvez capital, dos salteadores da Petrobras foi, ao operar o aparelhamento da diretoria da empresa com funcionários de carreira apadrinhados por PT, PP e PMDB, para drenar dinheiro público, se tornarem alvo do aparato institucional americano de defesa da lisura das operações no mercado financeiro.

Dirigentes atuais da estatal, aqueles que se envolveram nas falcatruas e saíram da empresa, bem como o Executivo federal, passam a enfrentar ações imunes a pressões políticas e diplomáticas. Aqui, o Tribunal de Contas da União deliberou a favor da presidente Dilma, na história mirabolante da compra da Refinaria de Pasadena, mesmo que ela, à época, estivesse à frente do Conselho de Administração da Petrobras.

É quase certo que o mesmo não aconteceria nos Estados Unidos. Inclusive com ela na Casa Branca. Além das providências tomadas pelo Departamento de Justiça e pela SEC (CVM americana) para averiguar o escândalo, o escritório de advocacia Wolf Popper, com experiência no ramo, abriu ação coletiva em nome de quem comprou ADRs da estatal entre 2010 e 2014, para que reclamem seus direitos.

Quer dizer, ressarcimento pelo patrimônio desviado para os desvãos da política e bolsos privados. São comuns, no mercado americano, multas bilionárias na punição por operações fraudulentas.

Consta que envolvidos no petrolão temeriam mais o que pode acontecer com eles nos Estados Unidos. Não deixam de ter razão.

Janot: uma fala firme que surpreende e irrita o governo - Cristiana Lobo


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fez nesta terça-feira, duras críticas à gestão da Petrobras, defendeu a troca de toda a diretoria da companhia e afirmou que "corruptos e corruptores devem experimentar o cárcere".

Tão duras afirmações surpreenderam o governo e provocaram irritação. Até porque a fala de Janot confronta com a estratégia do Palácio do Planalto que, até aqui, era a de mostrar ações combate à corrupção na gestão de Graça Foster e oferecer investigações na companhia no período anterior à chegada da nova direto5ria.

"Janot colocou todos no mesmo balaio", afirmou um auxiliar do governo sobre o discurso do procurador-geral.

Em várias ocasiões, a presidente Dilma Rousseff deu indicações de que pretende manter Graça Foster na presidência da Petrobras como "comandante da faxina" na maior estatal brasileira. A fala de Janot não faz distinção à gestão de Graça – segundo fontes do Ministério Público, porque documentos da Operação Lava Jato indicam que a corrupção na companhia continuou mesmo depois da chegada dela à presidência.

Em seu discurso, Janot fala ainda que a Petrobras deveria agir "de forma colaborativa com o Ministério Público". É aí que alguns viram um recado do procurador para o próprio Ministério Público, notadamente, para a força-tarefa que conduz as investigações da Operação Lava Jato no Paraná. Segundo pessoas ligadas a Janot, ele reage às afirmações de que estaria negociando com advogados de empreiteiras um acordo de leniência.

Por isso, ele afirmou hoje que não existe acordo sem reconhecimento de culpa. Isso confronta com o interesse de empreiteiras que propõem, por suas defesas, um acordo para pagamento de multa e suspensão temporária de execução de obras públicas. Mas Janot acha que deve incluir, também, punição aos corruptores – "corruptos e corruptores devem experimentar o cárcere", como disse na manhã desta terça-feira.

Com estas declarações, Janot adota o tom do Ministério Público e conquista apoio de procuradores. Vale lembrar que o mandato dele se encerra em maio deste ano e, se quiser ser reconduzido, ele precisa de apoio interno para ter seu nome encaminhado.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

PT inventa o fantasma do golpe para posar de vítima - Ricardo Noblat


O PT encontrou um antídoto que julga eficiente para qualquer embaraço grave que a presidente Dilma Rousseff enfrente doravante: a denúncia de golpe.

Sim, há um golpe em curso contra Dilma, segundo o PT. E tudo haverá de ser feito para evitá-lo.

Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal, foi sorteado para analisar as contas de campanha de Dilma. O lance, ora, faz parte do golpe.

Um lance que dependeu de sorteio – mas não importa. Até os fados, muitas vezes, favorecem o mau contra o bem.

Gilmar é ministro graças a Fernando Henrique Cardoso, que o indicou. Lula cabalou o voto dele para absolver os mensaleiros. Gilmar denunciou a cabala e desde então foi promovido pelo PT à condição de seu inimigo.

Uma equipe de 16 técnicos do Tribunal Superior Eleitoral encontrou irregularidades nas contas de campanha de Dilma.

Olhe aí! Bem que o PT avisou. É golpe. Mais um lance do golpe!

Se Gilmar propuser a desaprovação das contas de campanha de Dilma, seu voto será confrontado com os votos de outros seis ministros. Entre eles, o governo tem folgada maioria.

Mas e daí? Trata-se de um golpe e pronto!

Digamos que as contas da campanha acabem rejeitadas. Ainda assim Dilma seria empossada. E teria tempo suficiente para corrigi-las. Só perderia o cargo se não as corrigisse. É quase impossível.

Onde estaria o golpe nesse caso?

Ora, no ar, nas nuvens, no clima, em qualquer lugar.

Na verdade, a denúncia de golpe serve para vitimizar Dilma e o PT. E aumentar, se der certo, o apoio popular dos dois.

Serve, também, para disfarçar o momento delicado que Dilma atravessa. Afinal, a Justiça denunciará empreiteiros envolvidos na roubalheira da Petrobras.

E no PT se teme que a denúncia aproxime ainda mais o escândalo do gabinete de Dilma. E - quem sabe? - do gabinete do vice Michel Temer.

O doleiro preso Alberto Yousseff, em troca de delação premiada, contou coisas que até Deus duvida. E comprometeu Lula e Dilma. Disse que eles sabiam da roubalheira.

Não basta ao delator que delate. Caso minta perderá o benefício de uma pena menor.  Delação premiada não se sustenta com mentiras.

O PT decidiu organizar de última hora uma manifestação contra o golpe a se realizar amanhã, em Brasília. Se tiver certeza de que a manifestação reunirá muita gente, Lula comparecerá. Do contrário, não.

Sabe o que de fato acontece?

O PT ganhou mais quatro anos de governo, embora por pouco. Por uma diferença mínima. A menor desde que ele chegou ao poder pela primeira vez em 2002. Ainda não se recuperou do susto.

Perdeu 18 vagas na Câmara dos Deputados. E meia dúzia no Senado. Para que governe, dependerá do apoio do PMDB. Quase metade dos convencionais do PMDB, em meados deste ano, rejeitou o apoio à reeleição de Dilma.

Em fevereiro próximo, o PT completará 35 anos de vida. Nasceu à sombra de Lula. Alcançou o poder por meio de Lula. Dependerá de Lula para não ser expurgado do poder em 2018. Não é uma trajetória brilhante.

O medo instalou-se no partido. É por isso que ele não consegue sequer celebrar a vitória que colheu há coisa de mês e meio.

Fim da Arvore Genealógica.

Mãe, vou casar!
Jura, meu filho? Estou tão feliz ! Quem é a moça ?
Não é moça. Vou casar com um moço... O nome dele é Murilo.Você falou Murilo... Ou foi meu cérebro que sofreu um pequeno surto psicótico?Eu falei Murilo. Por que, mãe? Tá acontecendo alguma coisa? Nada, não... Só minha visão que está um pouco turva. E meu coração, que talvez dê uma parada. No mais, tá tudo ótimo.
Se você tiver algum problema em relação a isto, melhor falar logo... Problema ? Problema nenhum. Só pensei que algum dia ia ter uma nora... Ou isso.
Você vai ter uma nora. Só que uma nora.... Meio macho. Ou um genro meio fêmea. Resumindo: uma nora quase macho, tendendo a um genro quase fêmea... E quando eu vou conhecer o meu. A minha... O Murilo ?
Pode chamar ele de Biscoito. É o apelido. Tá ! Biscoito... Já gostei dele.. Alguém com esse apelido só pode ser uma pessoa bacana. Quando o Biscoito vem aqui ?
Por quê ? Por nada. Só pra eu poder desacordar seu pai com antecedência.
Você acha que o Papai não vai aceitar ? Claro que vai aceitar! Lógico que vai. Só não sei se ele vai sobreviver.. . Mas isso também é uma bobagem. Ele morre sabendo que você achou sua cara-metade. E olha que espetáculo: as duas metade com bigode.
Mãe, que besteira ... Hoje em dia ... Praticamente todos os meus amigos são gays. Só espero que tenha sobrado algum que não seja... Pra poder apresentar pra tua irmã.
A Bel já tá namorando. A Bel? Namorando ?! Ela não me falou nada... Quem é?
Uma tal de Veruska. Como ?
Veruska... Ah !, bom! Que susto! Pensei que você tivesse falado Veruska.
Mãe !!!... Tá.., tá..., tudo bem...Se vocês são felizes. Só fico triste porque não vou ter um neto ..
Por que não ? Eu e o Biscoito queremos dois filhos. Eu vou doar os espermatozóides. E a ex-namorada do Biscoito vai doar os óvulos. Ex-namorada? O Biscoito tem ex-namorada?
Quando ele era hétero... A Veruska. Que Veruska ?
Namorada da Bel... "Peraí". A ex-namorada do teu atual namorado... E a atual namorada da tua irmã . Que é minha filha também... Que se chama Bel. É isso? Porque eu me perdi um pouco...
É isso. Pois é... A Veruska doou os óvulos. E nós vamos alugar um útero... De quem ?
Da Bel. Mas . Logo da Bel ?! Quer dizer então... Que a Bel vai gerar um filho teu e do Biscoito. Com o teu espermatozóide e com o óvulo da namorada dela, que é a Veruska.
Isso. Essa criança, de uma certa forma, vai ser tua filha, filha do Biscoito, filha da Veruska e filha da Bel.
Em termos.... A criança vai ter duas mães : você e o Biscoito. E dois pais: a Veruska e a Bel.
Por aí... Por outro lado, a Bel....,além de mãe, é tia... Ou tio... Porque é tua irmã.
Exato. E ano que vem vamos ter um segundo filho. Aí o Biscoito é que entra com o espermatozóide. Que dessa vez vai ser gerado no ventre da Veruska... Com o óvulo da Bel. A gente só vai trocar. Só trocar, né ? Agora o óvulo vai ser da Bel. E o ventre da Veruska.
Exato! Agora eu entendi ! Agora eu realmente entendi...
Entendeu o quê? Entendi que é uma espécie de swing dos tempos modernos!
Que swing, mãe ?!!.... É swing, sim ! Uma troca de casais... Com os óvulos e os espermatozóides, uma hora no útero de uma, outra hora no útero de outra.....
Mas... Mas uns tomates! Isso é um bacanal de última geração! E pior... Com incesto no meio..
A Bel e a Veruska só vão ajudar na concepção do nosso filho, só isso... Sei !!! ... E quando elas quiserem ter filhos...
Nós ajudamos. Quer saber ? No final das contas não entendi mais nada. Não entendi quem vai ser mãe de quem, quem vai ser pai de quem, de quem vai ser o útero,o espermatozóide. .. A única coisa que eu entendi é que...
Que.... ? Fazer árvore genealógica daqui pra frente... vai ser foda.


* (Luiz Fernando Veríssimo)

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final....

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração.. .... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal". Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.. E lembra-te:“Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”
(Fernando Pessoa)

domingo, 7 de dezembro de 2014

Datafolha: quase 70% responsabilizam Dilma por corrupção na Petrobras - Gabriel Garcia


Mas avaliação do governo da petista permanece estável em comparação com outubro.

Pesquisa Datafolha revela que sete em cada dez brasileiros acreditam que a presidente Dilma Rousseff tem responsabilidade no escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras.

No entanto, a avaliação de Dilma permanece estável, mesmo com os desdobramentos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que apura o esquema que desviou R$ 10 bilhões da estatal. A pesquisa foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo na edição de hoje.

Na opinião de 42% dos entrevistados, o governo Dilma é bom ou ótimo. O número é idêntico ao registrado em 21 de outubro, antes da eleição. Mas aumentou a avaliação negativa: 24% consideram a gestão Dilma ruim ou péssima, contra 20% da pesquisa de outubro.

Faltando menos de um mês para o início do segundo mandato de Dilma, 50% dos pesquisados afirmam que ela fará bom governo. Em dezembro de 2010, o índice era de 73%.

A pesquisa aponta melhora na percepção do brasileiro com a corrupção. Em junho, tratava-se do principal problema do país para 14% - número que caiu para 9%. Além disso, 40% acham que nunca houve tanta punição aos corruptos como agora.

Na lista de preocupações, saúde é líder para 43%. Em seguida, vem a violência/segurança, com 18%.

Em análise na Folha de S. Paulo, o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, diz que o esforço da oposição em manter-se ativa, as denúncias da Petrobras e o debate sobre o novo ministério "não impactaram a avaliação da opinião pública sobre o desempenho geral do governo".

Foram entrevistadas 2.896 pessoas entre 2 e 3 de dezembro.  A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Dilma se irrita com resposta curta do PT à acusação feita por delator

Brigada anti-incêndio A nota lacônica do PT em resposta à acusação feita pelo executivo Augusto Mendonça de que doações legais ao partido faziam parte do esquema de corrupção na Petrobras caiu como uma bomba no Palácio do Planalto. Para corrigir o que foi considerada uma falha do partido, a presidente Dilma Rousseff escalou os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) para defender em entrevistas as contas da campanha de 2010.

Estarrecida A presidente ficou inconformada ainda com a falta de defesa da base aliada diante dos ataques da oposição no Congresso na sessão de anteontem. Também foi alvo de crítica no Palácio a falta de coordenação dos aliados durante a acareação de Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, na véspera.

Terror Petistas se dizem muito assustados com a delação de Mendonça. Para eles, o caso cria uma trincheira perfeita para a oposição melar as eleições de Dilma.

Pânico Integrantes da sigla relatam que há semanas têm a impressão de que o tesoureiro João Vaccari Neto está na iminência de ser preso.

Teflon Em reunião do PT no fim de outubro, Vaccari disse aos colegas de partido que não se preocupassem com ele. Estou limpo. Não há nada contra mim, afirmou, segundo um petista.

Viver ou juntar dinheiro?


Recebi uma mensagem muito interessante de um ouvinte da CBN e peço licença para mostrá-la na íntegra, porque ela nem precisa dos meus comentários.
Max Gehringer

Lá vai: 
"Prezado Max, meu nome é Sérgio, tenho 63 anos e pertenço a uma geração azarada: Quando era jovem as pessoas diziam para escutar os mais velhos, que eram mais sábios. Agora dizem que tenho que escutar os jovens, porque são mais inteligentes.

Na semana passada li numa revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. E eu aprendi muita coisa... Aprendi, por exemplo, que se eu tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, durante os últimos 40 anos, eu teria economizado R$ 30.000,00. Se eu tivesse deixado de comer uma pizza por mês, teria economizado R$ 12.000,00 e assim por diante.

Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas, então descobri, para minha surpresa, que hoje eu poderia estar milionário.

Bastava não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas das viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei e, principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.

Ao concluir os cálculos, percebi que hoje eu poderia ter quase R$ 500.000,00 na conta bancária.

É claro que eu não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?

Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar com itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que eu quisesse e tomar cafezinhos à vontade. Por isso acho que me sinto absolutamente feliz em ser pobre.

Gastei meu dinheiro com prazer e por prazer, porque hoje, aos 63 anos, não tenho mais o mesmo pique de jovem, nem a mesma saúde. Portanto, viajar, comer pizzas e cafés, não faz bem na minha idade e roupas, hoje, não vão melhorar muito o meu visual!

Recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que eu fiz. Caso contrário, chegarão aos 63 anos com um monte de dinheiro em suas contas bancárias, mas sem ter vivido a vida".

"Não eduque o seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas, não o seu preço."

Enviado por Elisabeth Blank

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Aos partidos não importa a origem do dinheiro. O que vier, eles traçam! - Ricardo Noblat


PT recebeu grana suja da Petrobras como se fosse doação.

O esquema era franciscanamente simples, despojado. Mas nem por isso pouco engenhoso. Era quase à prova de descoberta. Não fosse a delação premiada...

Do começo.

Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, executivo da empresa Toyo Setal, revelou em acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, que parte da propina paga ao ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque foi por meio de “doações oficiais” ao PT.

Entre 2008 e 2011, ele calcula que a Toyo Setel doou ao PT algo como R$ 4 milhões. O dinheiro fez parte das contas oficiais do PT declaradas à Justiça. E tudo teria ficado por isso mesmo, perfeitamente dentro do que a lei prevê, não fosse o fato de... De Augusto Ribeiro ter contado o que sabia para não ser preso.

O Palácio do Planalto, que segundo a presidente Dilma nem fala nem tem ouvidos, informou à imprensa que “doações de campanha são da alçada” do PT. Quer dizer: se restar provado que dinheiro de propina pagou despesas de campanha de Dilma, ela, coitada e inocente, nada tem a ver com isso.

O PT se apressou em dizer que declarou à Justiça, tostão por tostão, tudo o que recebeu de empreiteiras. Não tinha como adivinhar que o dinheiro era sujo ou limpo. Está vendo por que o esquema era engenhoso? E à prova de quase tudo?

Empreiteiras interessadas em fazer negócios com a Petrobras concordavam em pagar por fora uma comissão que acabava dividida assim:

* parte dela era destinada a encher os bolsos de Duque;

* outra parte era depositada em contas de Duque no exterior, podendo, mais tarde, ir parar em outras contas;

* e parte entrava aparentemente limpa nos cofres do PT.

Quer dizer: o grau de pureza do dinheiro era certificado pela Justiça Eleitoral.

O sistema de financiamento de campanhas no Brasil está sob grave suspeição.

Como?

Você acha que o PT ou outro partido qualquer deveria investigar a origem do dinheiro que lhe for oferecido?

Imagina! Como você é ingênuo.

Como?

E se um traficante de drogas, por meio de terceiros, doasse dinheiro aos partidos?

Dinheiro não é carimbado. O que vier os partidos traçam. São raras as ocasiões em que aparecem delatores. Vale correr o risco.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Quanto custa o voto de um senador e de um deputado - Por Ricardo Noblat


A liberação de emendas ao Orçamento também se presta à corrupção miúda.

Se não fosse a coisa mais natural do mundo a compra indireta do voto de deputados e senadores, não haveria liberação de dinheiro para obras nos redutos eleitorais dos parlamentares condicionada à aprovação do decreto de Dilma que revê para baixo a meta fiscal de 2014.

Ontem, pela quarta vez desde o segundo turno da eleição presidencial, o governo fracassou na tarefa de aprovar o decreto baixado por Dilma que reduz a meta fiscal – dinheiro economizado para pagar juros da dívida pública, o superávit primário.

Renan Calheiro (PMDB-AL), presidente do Congresso, suspendeu a sessão devido ao tumulto provocado por não mais do que 30 manifestantes agenciados pelo PSDB, que ocuparam parte das galerias do plenário, gritando e vaiando a tropa do governo.

Uma nova sessão está marcada para esta manhã. Se o decreto de Dilma for aprovado, cada deputado e senador terá direito a R$ 748 mil a título de emenda individual ao Orçamento da União. A importância será aplicada em pequenas obras nos redutos deles.

A liberação de emendas ao Orçamento não costuma apenas reforçar as chances de reeleição dos parlamentares. Ela também se presta à corrupção miúda.

As obras são contratadas a empreiteiras que ajudam a financiar as campanhas. E comissões sobre as obras acabam sendo pagas aos parlamentares autores das emendas.

Dilma manda às favas todos os escrúpulos - Ricardo Noblat


Sem cerimônia. E sem vergonha

Quer saber o que é diálogo no entendimento da presidente Dilma Rousseff?

Em resumo, é o seguinte: eu mando e você obedece. Se obedecer será gratificado. Do contrário, prepare-se para sofrer represália.

Fui claro?

Ninguém foi mais claro do que a própria Dilma.

Na semana passada, os partidos aliados do governo fizeram corpo mole e faltou quórum para que o Congresso votasse o decreto assinado por Dilma que muda a meta fiscal de 2014.

Com esse objetivo, está marcada para esta noite uma nova sessão do Congresso.

O que fez Dilma para “convencer” senadores e deputados a aprovarem o decreto?

Editou outro decreto que condiciona uma nova liberação de R$ 444,7 milhões para pagamento das emendas individuas dos parlamentares ao Orçamento da União à aprovação do decreto que muda a meta fiscal deste ano.

É dando que se recebe, segundo São Francisco de Assis.

Os R$ 444,7 milhões garantem uma fatia de R$ 748 mil para cada um dos 513 deputados e 81 senadores – dinheiro a ser empregado em obras nos redutos eleitorais deles.

Se a meta fiscal não for mudada, adeus o dinheiro das emendas. É o que está dito no novo decreto assinado por Dilma.

Para que os parlamentares não sejam amanhã acusados de trocar o voto por dinheiro, Dilma se reuniu ontem à noite com 23 líderes de partidos (isso mesmo, 23 líderes de partidos) e pediu o empenho deles pela aprovação da nova meta fiscal.

Era a desculpa que queriam os líderes para justificar o voto dos seus liderados. Como recusar um pedido da presidente? E logo agora quando a caneta dela está cheia de tinta para assinar promoções e distribuir cargos?

Verdadeiramente espantosa a sem cerimônia com que Dilma 2, a pragmática, está se impondo à Dilma 1 - a ex-faxineira ética.

Sem cerimônia e sem vergonha.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Cunha ganha apoio da bancada ruralista na Câmara


Deputado Eduardo Cunha: candidato do PMDB à presidência da Câmara à revelia do Palácio do Planalto (Lúcio Bernardo Jr/Agência Senado/VEJA)

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai se reunir amanhã com a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) para receber o apoio do grupo à sua campanha pela presidência da Câmara. O líder do PMDB participará do almoço da bancada ruralista ao lado do atual presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (RN), nesta terça-feira. Os ruralistas somam cerca de 220 deputados nesta legislatura e, para o mandato que começa em 2015, esperam atingir 240 parlamentares. O novo presidente da FPA, Marcos Montes (PSD-MG), que na campanha presidencial trabalhou para Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, prepara um almoço de gala para receber Cunha e selar o apoio dos ruralistas. Com o apoio dessa ala, ele deve consolidar sua candidatura. O aval da frente ruralista deve se somar ao da bancada evangélica, avessa a medidas adotadas pelo governo Dilma Rousseff com o apoio do PT na Câmara.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dilma vai às compras - Por Ricardo Noblat.


O PT é especialista em deixar o PSDB sem discurso e, com frequência, sem bandeiras.

Quem disse a maior bobagem da semana passada? Gilberto Carvallho, ministro-chefe da Secretaria-Geral da presidência da República, ao comentar a escolha de Joaquim Levy para futuro ministro da Fazenda?

Aécio Neves, senador do PSDB, pelo mesmo motivo? Ou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que parece não ter assimilado a reeleição da presidente Dilma Rousseff e mais uma derrota do seu partido?

Gilberto disse: “Joaquim Levy aderiu ao programa histórico do PT, à filosofia econômica do projeto”.

Aécio disse: “O da presidente Dilma é um governo que não sabe a direção que vai tomar”.

Disse Fernando Henrique: “[Dilma] ganhou, é legal. Mas sem uma parte do dinamismo do país. E por outro lado com um sistema de apoios que não se expressa no atual nem no futuro Congresso”.

O PT foi quem aderiu ao modelo econômico que Joaquim sempre defendeu desde sua formatura na ultraortodoxa Universidade de Chicago.

Com a indicação dele para xerife da economia, Dilma deixou claro a direção que dará ao seu governo.

Não faltou apoio do atual Congresso para que ela se reelegesse. Não faltará apoio do próximo para que governe. Pode acreditar.

Dilma mandou às favas todos os escrúpulos e saiu às compras. Em Fortaleza, aproveitou uma reunião do Diretório Nacional para garantir que governará com todos os partidos.

Não poderia ter sido mais direta: “O governo não é um governo meu. É do PT, dos partidos de nossa aliança”.

Prometeu que os partidos participarão do governo com cargos e discussão de políticas públicas.

Aos partidos bastam os cargos. Mas se o preço a pagar por eles for a discussão de políticas públicas...

Vai longe o tempo em que o PT era um partido ideológico. Hoje, o que o orienta é apenas um projeto de poder.

Lula abriu mão de tentar voltar à presidência este ano por que Dilma se recusou a deixá-la mais cedo. Espera, agora, que ela cumpra direito com o seu dever.

Até aqui, pelo menos, Dilma dá a impressão de que concorda em trocar o Dilma 2 pelo Lula 3. Ela engoliu Joaquim sem fazer cara feia. E está disposta a engolir as exigências dos partidos por diretorias que furam poços.

Foi Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara no primeiro governo Lula, que cobrou para o PP, seu partido, uma diretoria da Petrobras que furasse poço.

Diretoria que fura poço movimenta mais dinheiro. O PMDB, por exemplo, quer trocar o Ministério da Previdência pelo dos Transportes.

O da Previdência tem um orçamento gigante, mas quase todo comprometido com despesas obrigatórias. O Ministério dos Transportes tem mais dinheiro cuja aplicação depende só da vontade do ministro.

É um manjar! Compreende?  Pois é...

A oposição de fraque e cartola teima em subestimar o PT de macacão estilizado. Pior para ela.

Dilma fez com a economia o que achou necessário para se eleger. Deu certo, embora tenha sido por pouco.

PIB? Onde o povão se preocupa com o crescimento do PIB se por enquanto emprego e renda vão muito bem, obrigado?

Dilma fará com a economia o que for necessário para eleger Lula. Melhor os dois primeiros anos  de governo sob dieta severa do que os dois últimos.

O PSDB ficará rouco de tanto repetir que Joaquim é cria dele, e que o PT se apropria descaradamente de sua receita de governo.

Quem se interessa por isso?

A verdade é que o PT é especialista em deixar o PSDB sem discurso e, com frequência, sem bandeiras.

Foi o que fez em 2002 ao eleger Lula. É o que está fazendo outra vez para bater novo recorde de permanência no poder e eleger Lula.

domingo, 30 de novembro de 2014

Quem quer ser membro do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados? - Por Ricardo Noblat


Quem aspira presidir o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados? Quem gostaria de ser apenas um dos membros do Conselho?

Aspirantes a presidente não passam de dois ou três se tanto. Simples membro do Conselho, ninguém gostaria de ser.

Não se trata de vaidade. Do tipo: só aceito fazer parte do Conselho na condição de presidente. Não.

São 513 os deputados federais. A quase totalidade deles prefere passar longe das cadeiras reservadas aos 21 conselheiros titulares e 21 suplentes. Por quê?

Cabe ao Conselho zelar pelo comportamento ético dos deputados. E a ele cabe punir com a cassação de mandato os que cometerem crimes graves.

O corporativismo na Câmara é grande. No Senado, idem.

De resto, o que um deputado faz para ser cassado é o mesmo que o outro também costuma fazer. Com uma única diferença: alguns poucos são descobertos e processados. Dos processados, raros os que perdem o mandato.

É uma dor de cabeça julgar os colegas. E não deixa de ser arriscado. Quem hoje julga, amanhã poderá ser julgado. E aí...

sábado, 29 de novembro de 2014

Vaccari, guerreiro, do povo brasileiro! - Por Ricardo Noblat


O PT não aprende. Não aprende mesmo.

A cautela e a experiência ensinam que o partido deveria esperar melhor esclarecimento da Justiça antes de renovar a confiança em João Vaccari Neto, seu tesoureiro, citado em conversas telefônicas grampeadas como envolvido em roubalheira na Petrobras.

Lembre-se de Delúbio Soares, tesoureiro do PT na época do estouro do escândalo do mensalão – o pagamento de propinas para que deputados federais votassem como queria o governo. Por mais evidências que houvesse contra ele, o partido evitou largá-lo de mão. Quando o fez, Delúbio já estava enlameado dos pés à cabeça.

Forçado, depois, pelo PT, Delúbio desligou-se do partido. Mas foi só de mentirinha. Ele nunca abandonou o partido – nem o partido o abandonou. Delúbio acabou voltando formalmente. Foi um dos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal.

Em Fortaleza, onde está reunido o Diretório Nacional do PT, Vaccari recebeu, ontem, um tratamento reservado às estrelas do partido. Aproveitou parte da reunião fechada à imprensa para se defender da suspeita de ter desviado recursos da Petrobras diretamente para o caixa do PT. E foi ovacionado. Dirigentes do partido o elogiaram a exaustão.

- Nunca fiz nada de errado – disse Vaccari. “Nada tenho a temer”.

O tesoureiro justificou assim as conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal: foram para marcar encontros com representantes da Petrobras, que o ajudariam a captar dinheiro para o partido de forma legal. “Tudo o que foi arrecadado foi também contabilizado”, garantiu.

Só faltou a Vaccari ser saudado por sua turma como “guerreiro do povo brasileiro”.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Dilma se rende e fará no segundo governo o que negou que faria - Ricardo Noblat


Faça de conta que Marina Silva se elegeu presidente da República para suceder Dilma Rousseff. E que mesmo acusada durante a campanha eleitoral de ser refém do sistema financeiro, tenha convidado Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, para ministra da Fazenda.

Neca agradeceu o convite, mas o recusou, alegando compromissos com o banco. Em compensação, indicou para seu lugar um graduado funcionário do Itaú. E por meio de nota oficial, elogiou-o no dia do anúncio do seu nome como futuro ministro da Fazenda.

Em um caso assim, como reagiria o PT e as demais forças políticas derrotadas há tão pouco tempo? Silenciariam por reconhecer que Marina não tinha melhor opção para promover os ajustes reclamados pela economia? Ou a acusariam de fazer o que negara antes?

Troque o nome de Marina pelo de Dilma. O de Neca Setúbal pelo de Luiz Fernando Trabuco, presidente do Bradesco. E chame o novo ministro da Fazenda de Joaquim Levy, ex-diretor do Bradesco, ex- funcionário do FMI, doutor pela ultraortodoxa Universidade de Chicago.

Terá sido por isso que Dilma suspendeu na semana passada o anúncio oficial do nome de Levy, deixando-o exposto a ataques do PT? Ou terá sido por isso que ela não quis anunciar, ontem, os nomes de Levy, Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central)?

É como se Dilma tivesse dito com seu gesto: bem, estou fazendo tudo o que os meus críticos diziam que era para ser feito. Tudo o que Aécio Neves prometia fazer caso se elegesse. Reservo-me, porém, o direito de mais adiante interferir se discordar dos resultados.

Guido Mantega, atual ministro da Fazenda, foi piedosamente poupado de participar da rápida e modesta solenidade que marcou no Palácio do Planalto a recepção aos novos ministros. Em nota, Dilma referiu-se a ele como “o mais longevo” ministro da Fazenda. Levy fez o mesmo.

Longevo, em si, não quer dizer nada. Mantega pode ter sido o mais longevo ministro da Fazenda dado à sua competência. Ou o mais longevo porque não ousou tentar contrariar os seus chefes. Por uma coisa mereceria ser elogiado. Pela outra, não necessariamente...

Desde já, reserve-se para Dilma o prêmio de presidente mais original da história recente do país – o único a dispor de dois ministros da Fazenda ao mesmo tempo. Um, demitido por ela, mas que ainda não saiu do governo. E o outro, anunciado, mas que ainda não entrou.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Lava Jato choca ministros do STJ - POR FREDERICO VASCONCELOS


Sob o título “Nível de corrupção revelado na operação Lava Jato choca ministros do STJ“, o texto a seguir foi divulgado no site do Superior Tribunal de Justiça:

Mais de uma dúzia de habeas corpus de presos na operação Lava Jato da Polícia Federal já chegaram ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo para magistrados com décadas de atuação no direito criminal, o nível de corrupção que está sendo descoberto na Petrobras, envolvendo políticos, empresários e servidores públicos, é estarrecedor.

Nesta quinta-feira (25), no julgamento de um desses habeas corpus, os ministros da Quinta Turma surpreenderam-se com o fato de que personagens secundários no esquema estão fazendo acordos para devolver elevadas quantias de dinheiro, que ultrapassam a casa da centena de milhões de dólares. “O que é isso? Em que país vivemos? Os bandidos perderam a noção das coisas! Como podem se apropriar desse montante?”, questionou incrédulo o desembargador convocado Walter de Almeida Guilherme.

Para o ministro Felix Fischer, a corrupção no Brasil é uma das maiores vergonhas da humanidade. “Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira. Pelo valor das devoluções, algo gravíssimo aconteceu”, ponderou o ex-presidente do STJ.

O presidente do colegiado, ministro Jorge Mussi, também manifestou sua indignação reproduzindo frase do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Ao comparar a operação Lava Jato ao escândalo que ficou conhecido como mensalão, Mendes afirmou que, “levando-se em consideração o volume de recursos envolvidos na operação Lava Jato, o mensalão deveria ter sido julgado no juizado de pequenas causas”.

O ministro Luiz Alberto Gurgel de Faria aderiu às observações dos colegas.

Coragem

Relator de vários habeas corpus relativos à Lava Jato, o desembargador Newton Trisotto afirmou que há muitos anos o Brasil convive com o flagelo da corrupção, porém jamais em níveis tão alarmantes.

“Poucos momentos na história brasileira exigiram tanta coragem do juiz como esse que vivemos nos últimos anos. Coragem para punir os políticos e os economicamente fortes, coragem para absolvê-los quando não houver nos autos elementos para sustentar um decreto condenatório”, disse o relator, citando Rui Barbosa: “Não há salvação para juiz covarde.”

Justiça

Segundo Trisotto, a absolvição de qualquer acusado, ainda que ofenda a sociedade e provoque clamor público, é a solução que se imporá se não houver elementos necessários à sua condenação. O combate à corrupção e o justo anseio da sociedade em punir os corruptos não justificam a violação dos princípios constitucionais.

Trisotto afirmou que a sociedade reclama dos políticos, da polícia, do Ministério Público e do Judiciário ações eficazes para coibir a corrupção e punir exemplarmente os administradores ímprobos e todos que estiverem a eles associados.

“É fundamental, no entanto, que todos tenham consciência de que essa punição só pode ser concretizada com rigorosa observância do devido processo legal, princípio que assegura a todos os acusados o direito ao contraditório e à ampla defesa. É um princípio absoluto, que não pode ser relativizado”, alertou.

O juiz que sacode o Brasil - Por Pedro Cifuentes, El País


Sergio Moro é um dos nomes mais comentados do país desde que prendeu executivos.

No topo do caso Petrobras, que investiga o possível desvio organizado de mais de 9 bilhões de reais e está abalando as estruturas institucionais do Brasil, está um juiz federal de 42 anos: Sergio Moro, considerado um dos maiores especialistas em lavagem de dinheiro do país (senão o maior). No último dia 14, ao assinar uma ordem de prisão contra 21 dos membros mais ricos e poderosos do establishment empresarial, ele se tornou também uma das personalidades mais respeitadas e comentadas do país.

Nas ruas de Curitiba, onde o escritório de Moro centraliza as investigações da Operação Lava Jato, o magistrado já é uma figura popular. “Ele é um juiz com impulso, não se detém diante de nada”, afirma o diretor de uma importante emissora local que tenta dissimular seu entusiasmo. Outros jornalistas intervêm para elogiar seu “sentido de justiça”.

A crescente reputação de Moro intimida até os advogados de defesa dos 13 empresários ainda presos. “Ele tem muito respaldo na Justiça Federal”, reconhece Pedro Henrique Xavier, advogado da importante construtora Galvão Engenharia SA. Na delegacia da Polícia Federal onde dividem a cela e prestam depoimentos os milionários detidos, os letrados reclamam diariamente porque seus clientes ainda não abandonaram a cadeia.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

“A Justiça tirou o direito dos pais educarem seus filhos”.



Mais antiga moradora da comunidade Cacimba dos Pombos, no Pirambu, a servidora federal aposentada Irene Pirapora Ribeiro, 84, diz que o aumento do número de jovens na criminalidade seria culpa da própria Justiça.

“Não havia filho mandando nos pais ou ameaçando os pais no tempo em que os pais tinham o direito de educar seus filhos. Agora a Justiça tirou o direito dos pais educarem seus filhos. Não se pode dar uma palmada educativa, nem ao menos gritar para o filho”, comentou a mulher, que integra a Federação do Movimento Comunitário do Pirambu (Femocopi), a Federação das Entidades das Áreas de Risco de Fortaleza (FEARF) e o Conselho de Saúde Guiomar Arruda.

“Tenho uma filha de 59 anos, que sempre me obedeceu e me respeitou. Mesmo quando ela casou e teve dois filhos, a educação que eu dei para ela prevaleceu”, ressaltou.

Moradora de uma das áreas mais violentas de Fortaleza, a mulher de 84 anos afirma que muitos jovens ingressaram no crime, depois que os pais perderam a autoridade sobre seus filhos. “Antes diziam que era melhor o menino apanhar em casa, que apanhar da Polícia. E agora?”

Blog do Eliomar de Lima

Reinaldo Azevedo.


Petrobras admite agora o que todo mundo já sabia: empresa está sendo investigada nos EUA

Com certo atraso, para não variar, a Petrobras admite o que o mundo dos negócios de todo o planeta já sabia: ela está, sim, sendo investigada pela SEC (Securities and Exchange Commission), órgão que regula o mercado de capitais nos EUA. A razão? Os escândalos de corrupção que vieram à tona com a Operação Lava Jato.

Aliás, essa não é a única investigação em curso. A empresa também está na mira de órgão do Departamento de Justiça americano. Quando a notícia veio a público há pouco mais de uma semana, o que fez a estatal brasileira? Tentou negar o óbvio. Agora, não dá mais. Aliás, o comando da empresa negava sistematicamente que houvesse corrupção em suas operações, como sabemos. Dilma só admitiu a existência da safadeza há modestos 38 dias.

E por que uma empresa brasileira pode ser investigada por um órgão americano? Porque ela negocia ações na Bolsa de Nova York, condição essencial de uma empresa de seu porte e que tem de se financiar no mercado internacional. Todas as empresas que querem ter essa prerrogativa têm de se submeter à SEC, que é levada terrivelmente a sério por lá.

Agora a direção da estatal admite que vai enviar àquele órgão regulador dados de uma auditoria independente encomendada a dois escritórios: o brasileiro Trench, Rossi e Watanabe e o americano Gibson, Dunn & Crutcher. Há alguns dias, o comando da Petrobras chegou a negar que a contratação dessas duas empresas tivesse alguma relação com a investigação da SEC.

Esses dois escritórios se dizem ainda especialistas em leis anticorrupção, em especial a FCPA (Foreign Corrupt Practice Act), que pune severamente empresas estrangeiras que negociam ações nos EUA e praticam corrupção.

Tudo indica que há gente na Petrobras que ainda não percebeu que a empresa não pode ser tratada como o quintal da casa da mãe joana. Já não adianta tentar tapar o sol com peneira. A questão da corrupção ganhou dinâmica própria. De resto, não se deve confundir a SEC ou as regras da FCPA com uma CPI de cartas marcadas no Brasil. A coisa subiu de patamar.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A velha Dilma barra a entrada em cena da nova Dilma - Ricardo Noblat


Está aí uma briga boa de ver – a de Dilma contra ela mesma.

A de Dilma abusada, centralizadora, que trata mal seus subordinados e não confia em ninguém a não ser nela mesma, contra a nova Dilma que o PT e seus aliados torcem para que governe o país daqui para frente.

A nova Dilma seria o oposto da Dilma atual.

A Dilma tal qual a conhecemos teima em não sair de cena.

Em vão, Lula tentou emplacar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central durante seu governo, no Ministério da Fazenda. Quando viu que não conseguiria mandou espalhar que Meirelles não era seu candidato ao posto.

Em vão, Lula sugeriu a Dilma o nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Argumentou que indústria, bancos e comércio se reconciliariam com o governo se Trabuco fosse o escolhido para suceder Guido Mantega no comando da economia.

O Ministério da Fazenda deverá ser ocupado por Joaquim Levy. É o que Dilma prefere. Só faltava ela começar a reforma do seu ministério se rendendo a escolhas de Lula...

Nem de Lula e nem por enquanto de ninguém.

Armando Monteiro Neto, senador pelo PTB de Pernambuco, irá para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior porque foi presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Perdeu a eleição para o governo de Pernambuco, é verdade. Mas ajudou Dilma a ter ali uma votação superior a 70% dos votos no segundo turno.

Dilma convidou Armando para o governo sem dar a menor bola para o partido dele - que por sinal apoiou Aécio Neves.

Como convidou Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério da Agricultura sem consultar sequer Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB.

O PMDB não considera Kátia ministra de sua cota. Como se isso fizesse alguma diferença para Dilma.

A escalação da maioria dos ministros ficará para janeiro. Dilma não pode se arriscar a anunciar o nome de um ministro e em seguida ficar sabendo que ele está envolvido com a roubalheira na Petrobras.

Por fim: quando a Dilma do diálogo, do entendimento, da paciência para aturar os políticos e da disposição para ceder fatias do poder; quando essa Dilma fará sua estreia?

Sabe-se lá. Talvez nunca.

Marina Silva critica primeiras medidas econômicas de Dilma - EDUARDO RODRIGUES - O ESTADO DE S. PAULO


Ex-senadora acusou a presidente de tomar rumo conservador na economia; ela evitou tecer comentários sobre os nomes cogitados

BRASÍLIA - A ex-ministra Marina Silva criticou duramente as primeiras medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff na economia após o segundo turno das eleições. Marina, que disputou a sucessão presidencial pelo PSB, não quis fazer comentários sobre os nomes cogitados para os ministérios do novo governo,mas acusou a presidente de tomar o rumo conservador, que na campanha tanto criticou. 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Corrupção da Petrobras põe o Brasil à beira do precipício - Antonio Jiménez Barca, El País.


País vive à espera das delações e das consequências econômicas e políticas do caso

O sistema é simples, diabólico e eficaz: um acusado de corrupção reduz sua pena se delatar outros, que por sua vez podem receber o mesmo tratamento, com o que o caso se ramifica ao infinito.

É a maneira que o juiz brasileiro Sérgio Moro tem para reconstruir o rastro da bilionária corrupção que domina de cima a baixo a maior empresa pública da América Latina, a Petrobras, e que sacode o país: contratos forjados no valor de bilhões de reais, obras superfaturadas para a construção de refinarias, contas bancárias repentinamente esvaziadas para que não sejam congeladas, arrependidos que fazem acordos após pagar quase 100 milhões de reais, maletas com notas de dinheiro que vêm e vão, jatinhos levando somas estonteantes, um tesoureiro do PT envolvido na trama e intermediários que se entregam após passar dias foragidos da polícia.

E, além disso, vários dos maiores empresários do país, todos detidos na mesma carceragem sob a acusação de suborno, dividindo espaço e destino com o delator, Alberto Youssef, que tudo sabe e tudo conta… O sonoro nome que a Polícia Federal deu à última fase da operação, Juízo Final, é sintomático. Tudo no Brasil gira atualmente em torno dessa gigantesca empresa pública e das venenosas revelações que surgem a cada manhã.