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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 25 de novembro de 2014

A velha Dilma barra a entrada em cena da nova Dilma - Ricardo Noblat


Está aí uma briga boa de ver – a de Dilma contra ela mesma.

A de Dilma abusada, centralizadora, que trata mal seus subordinados e não confia em ninguém a não ser nela mesma, contra a nova Dilma que o PT e seus aliados torcem para que governe o país daqui para frente.

A nova Dilma seria o oposto da Dilma atual.

A Dilma tal qual a conhecemos teima em não sair de cena.

Em vão, Lula tentou emplacar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central durante seu governo, no Ministério da Fazenda. Quando viu que não conseguiria mandou espalhar que Meirelles não era seu candidato ao posto.

Em vão, Lula sugeriu a Dilma o nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.

Argumentou que indústria, bancos e comércio se reconciliariam com o governo se Trabuco fosse o escolhido para suceder Guido Mantega no comando da economia.

O Ministério da Fazenda deverá ser ocupado por Joaquim Levy. É o que Dilma prefere. Só faltava ela começar a reforma do seu ministério se rendendo a escolhas de Lula...

Nem de Lula e nem por enquanto de ninguém.

Armando Monteiro Neto, senador pelo PTB de Pernambuco, irá para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior porque foi presidente da Confederação Nacional da Indústria.

Perdeu a eleição para o governo de Pernambuco, é verdade. Mas ajudou Dilma a ter ali uma votação superior a 70% dos votos no segundo turno.

Dilma convidou Armando para o governo sem dar a menor bola para o partido dele - que por sinal apoiou Aécio Neves.

Como convidou Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério da Agricultura sem consultar sequer Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB.

O PMDB não considera Kátia ministra de sua cota. Como se isso fizesse alguma diferença para Dilma.

A escalação da maioria dos ministros ficará para janeiro. Dilma não pode se arriscar a anunciar o nome de um ministro e em seguida ficar sabendo que ele está envolvido com a roubalheira na Petrobras.

Por fim: quando a Dilma do diálogo, do entendimento, da paciência para aturar os políticos e da disposição para ceder fatias do poder; quando essa Dilma fará sua estreia?

Sabe-se lá. Talvez nunca.

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