Está aí uma briga boa de ver – a de Dilma contra ela mesma.
A de Dilma abusada, centralizadora, que trata mal seus subordinados e não confia em ninguém a não ser nela mesma, contra a nova Dilma que o PT e seus aliados torcem para que governe o país daqui para frente.
A nova Dilma seria o oposto da Dilma atual.
A Dilma tal qual a conhecemos teima em não sair de cena.
Em vão, Lula tentou emplacar Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central durante seu governo, no Ministério da Fazenda. Quando viu que não conseguiria mandou espalhar que Meirelles não era seu candidato ao posto.
Em vão, Lula sugeriu a Dilma o nome de Luiz Carlos Trabuco, presidente do Bradesco.
Argumentou que indústria, bancos e comércio se reconciliariam com o governo se Trabuco fosse o escolhido para suceder Guido Mantega no comando da economia.
O Ministério da Fazenda deverá ser ocupado por Joaquim Levy. É o que Dilma prefere. Só faltava ela começar a reforma do seu ministério se rendendo a escolhas de Lula...
Nem de Lula e nem por enquanto de ninguém.
Armando Monteiro Neto, senador pelo PTB de Pernambuco, irá para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior porque foi presidente da Confederação Nacional da Indústria.
Perdeu a eleição para o governo de Pernambuco, é verdade. Mas ajudou Dilma a ter ali uma votação superior a 70% dos votos no segundo turno.
Dilma convidou Armando para o governo sem dar a menor bola para o partido dele - que por sinal apoiou Aécio Neves.
Como convidou Kátia Abreu (PMDB-TO) para o ministério da Agricultura sem consultar sequer Michel Temer, vice-presidente da República e presidente do PMDB.
O PMDB não considera Kátia ministra de sua cota. Como se isso fizesse alguma diferença para Dilma.
A escalação da maioria dos ministros ficará para janeiro. Dilma não pode se arriscar a anunciar o nome de um ministro e em seguida ficar sabendo que ele está envolvido com a roubalheira na Petrobras.
Por fim: quando a Dilma do diálogo, do entendimento, da paciência para aturar os políticos e da disposição para ceder fatias do poder; quando essa Dilma fará sua estreia?
Sabe-se lá. Talvez nunca.
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