País vive à espera das delações e das consequências econômicas e políticas do caso
O sistema é simples, diabólico e eficaz: um acusado de corrupção reduz sua pena se delatar outros, que por sua vez podem receber o mesmo tratamento, com o que o caso se ramifica ao infinito.
É a maneira que o juiz brasileiro Sérgio Moro tem para reconstruir o rastro da bilionária corrupção que domina de cima a baixo a maior empresa pública da América Latina, a Petrobras, e que sacode o país: contratos forjados no valor de bilhões de reais, obras superfaturadas para a construção de refinarias, contas bancárias repentinamente esvaziadas para que não sejam congeladas, arrependidos que fazem acordos após pagar quase 100 milhões de reais, maletas com notas de dinheiro que vêm e vão, jatinhos levando somas estonteantes, um tesoureiro do PT envolvido na trama e intermediários que se entregam após passar dias foragidos da polícia.
E, além disso, vários dos maiores empresários do país, todos detidos na mesma carceragem sob a acusação de suborno, dividindo espaço e destino com o delator, Alberto Youssef, que tudo sabe e tudo conta… O sonoro nome que a Polícia Federal deu à última fase da operação, Juízo Final, é sintomático. Tudo no Brasil gira atualmente em torno dessa gigantesca empresa pública e das venenosas revelações que surgem a cada manhã.
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