O PT não aprende. Não aprende mesmo.
A cautela e a experiência ensinam que o partido deveria esperar melhor esclarecimento da Justiça antes de renovar a confiança em João Vaccari Neto, seu tesoureiro, citado em conversas telefônicas grampeadas como envolvido em roubalheira na Petrobras.
Lembre-se de Delúbio Soares, tesoureiro do PT na época do estouro do escândalo do mensalão – o pagamento de propinas para que deputados federais votassem como queria o governo. Por mais evidências que houvesse contra ele, o partido evitou largá-lo de mão. Quando o fez, Delúbio já estava enlameado dos pés à cabeça.
Forçado, depois, pelo PT, Delúbio desligou-se do partido. Mas foi só de mentirinha. Ele nunca abandonou o partido – nem o partido o abandonou. Delúbio acabou voltando formalmente. Foi um dos mensaleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal.
Em Fortaleza, onde está reunido o Diretório Nacional do PT, Vaccari recebeu, ontem, um tratamento reservado às estrelas do partido. Aproveitou parte da reunião fechada à imprensa para se defender da suspeita de ter desviado recursos da Petrobras diretamente para o caixa do PT. E foi ovacionado. Dirigentes do partido o elogiaram a exaustão.
- Nunca fiz nada de errado – disse Vaccari. “Nada tenho a temer”.
O tesoureiro justificou assim as conversas telefônicas grampeadas pela Polícia Federal: foram para marcar encontros com representantes da Petrobras, que o ajudariam a captar dinheiro para o partido de forma legal. “Tudo o que foi arrecadado foi também contabilizado”, garantiu.
Só faltou a Vaccari ser saudado por sua turma como “guerreiro do povo brasileiro”.
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