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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

CINEMA, FUTEBOL E SOLIDÃO - Por Wilton Bezerra.



O companheiro Gomes Farias, narrador da equipe esportiva da Verdinha, tem uma implicância com estádio de futebol vazio ou com pouco público.
Brinco porque até parece que tem participação nas arrecadações, tal a sua obsessão em levar gente para assistir os jogos.
De fato, futebol sem torcida é uma coisa sem a menor graça.
Nos debates sobre a fuga do público consumidor de futebol no Brasil, Farias ignora, muitas vezes, as razões geradoras do problema.
Sugere a liberação da venda de cerveja e a criação de espaços para os menos aquinhoados, com ingressos barateados.
Sobre o assunto, me deparo com uma crônica de Ugo Giorgetti, no jornal Estadão, com o titulo: Cinema, futebol e solidão.


Constata ele que a TV reduziu cinema e futebol às suas proporções mais exíguas. Que há uma luta permanente para arrancar as pessoas de sua solidão caseira e levá-las às salas de cinema e aos estádios.
Lembra, no artigo, que os estádios, assim como os cinemas, tiveram seus lugares drasticamente diminuídos.
Destaca o fato de que, em jogos importantes, se chega a 40 mil espectadores, marca facilmente alcançada, em décadas passadas, por um jogo Corinthians e Ferroviária de Araraquara, no Pacaembu.
Melancolicamente, Goirgetti constata que a TV tornou as ruas mais vazias em torno dos estádios e em frente aos cinemas.
As multidões faziam parte do espetáculo, aguardando nas calçadas filmes e jogos.
Os bares se enchiam e, horas depois dos jogos e filmes, havia gente discutindo atores e craques.
Entre outras considerações, o cineasta e cronista define futebol e cinema hoje em dia como atividades para serem vistas em casa.
Enfim, acrescenta que estamos acostumados à solidão diante da TV.
No entanto, no caso especifico do futebol, o artigo secundariza sérios problemas responsáveis pelo afastamento do público dos estádios – violência desbragada e falta de qualidade do futebol jogado.
Adicione-se a essas situações, um calendário esportivo maluco, em que competições engolem umas às outras.
Mas, por fim, pertinente o artigo do competente Ugo Giorget

Um comentário:

  1. Até o final da década de 70 do século passado, eu viajava para Recife, Natal, Fortaleza, João Pessoa onde quer que o Santos Futebol Clube jogasse. Depois com a iniquidade humana os estádios se encheram de baderneiros criminosos organizados em bandos competidores. Sinceramente não sei como uma pessoa se dispõe a ir ao estadio nos dias de hoje. O esporte mais bonito e popular do mundo se transforma em ambiente de guerra.

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