Irritado com uma pergunta tática do repórter Mineiro Léo Gomideda, da Rádio Inconfidência, durante entrevista coletiva, o treinador Osvaldo Oliveira partiu para a agressão física.
Depois do acontecido, ele foi dispensado do Atlético Mineiro e o repórter proibido de cobrir as atividades no clube.
Tem a história, não confirmada, de um palavrão, proferido pelo repórter. Não é segredo para ninguém que, com a criação das assessorias de imprensa dos clubes, constituídas por jornalistas, os dirigentes se inclinaram a querer pautar a cobertura da reportagem.
Há uma clara rota de colisão entre os cronistas e dirigentes, com relação aos conteúdos das pautas. Antes, não era assim. Após os treinos e jogos, repórteres escolhiam à vontade quem entrevistar à beira do campo.
Os laços entre os jornalistas, jogadores e treinadores rendiam boas reportagens e esse período é lembrado com uma certa nostalgia.
Hoje, não mais. Há um incômodo até com relação ao tipo de pergunta que é feita.
As abordagens precisam ser agridoces e sem muita profundidade.
Há uma clara intenção de que a crônica faça um jornalismo puramente declaratório. Quem é do ramo sabe do que estou falando. O repórter tem que incomodar, sim. Precisa ir fundo e confrontar as declarações em busca da realidade dos fatos.
Não pode permitir que os aborrecidos entrevistados determinem o que deve ser perguntado. Aqui na província, nas coletivas, tem muita “água de salsicha” ao gosto dos que não querem sair de uma zona de conforto.
O que se viu a seguir foi uma demagógica posição de solidariedade a Osvaldo Oliveira por parte de treinadores no Brasil inteiro.
Não se sabe se pela dispensa ou pelo entrevero com o repórter. Discursos feitos e pedidos de minutos de silêncio. A princípio, pensei que Osvaldo Oliveira havia morrido. A federação nacional dos treinadores também se manifestou.
Costumo repetir como um mantra: classe que não tem consciência de si própria não merece consternação.
A classe de treinadores no país não é unida.
Quando um treinador cai, existe uma fila de candidatos a pegar o cargo.
Não precisam nem de convites, são oferecidos pelos seus agentes.
Tudo, menos o ridículo. Por favor, sem esses gestos solidários de araque.
O texto do Wilton Bezerra é de uma feitura e elaboração impares. É mais ou menos o que se ver hoje em dia. As fotos para ilustrar escolhi para que julguemos a importância das personalidade: Osvaldo de Oliveira um treinador igual a tantos outros espalhados pelo mundo a fora e Pelé uma figura única no mundo. O primeiro na sua empáfia parte para a agressão enquanto o segundo com o mundo inteiro a seus pés, todo ensaboado atendia as autoridades com a mais sublime humildade. É uma questão de índole, de caráter. O que falta no Osvaldo sobra no Pelé.
ResponderExcluirInfelizmente a cronica esportiva se assemelha à classe de treinadores. Se apequena e chega a ser humilhada e agredida.
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