O
senso comum nos leva a crer que a Monarquia, com suas cerimônias
tradicionais e pomposas, seja naturalmente mais dispendiosa, mas isso
não se verifica na realidade. Pelo contrário, quando se faz uma
comparação mesmo entre países europeus, é possível notar que naqueles
onde há um Monarca existe maior austeridade e respeito ao dinheiro
público.
Enquanto isso, no Brasil, nossa desacreditada classe
política, mergulhada em um dos maiores escândalos de corrupção de todo o
mundo, faz crescer sobre si a rejeição popular, sem qualquer
constrangimento ou respeito aos interesses do povo que representa, em
razão dos seus altíssimos salários e privilégios desproporcionais.
Segundos dados de 2016 do “Congresso em Foco”, cada Deputado Federal
custa por ano R$ 2.023.949,28 (dois milhões, vinte e três mil,
novecentos e quarenta e nove reais e vinte e oito centavos), somando
salário e benefícios; no total, os 513 parlamentares da Câmara dos
Deputados recebem R$ 1.038.285.980,64 (um trilhão, trinta e oito
milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, novecentos e oitenta reais e
sessenta e quatro centavos). Isso, claro, sem levar em conta a
quantidade de dinheiro recebida por políticos por meios ilícitos.
Dados
apresentados pela Fundação Indigo de Políticas Públicas – que tomam por
base informações do FMI, "Inter-Parliamentary Union", Euronews,
websites e documentações governamentais – apontam o Reino da Espanha
como o País no qual o salário básico dos parlamentares é o menor em
proporção à renda média da população (1,33). Em seguida estão outras
Monarquias como Suécia (1,63), Dinamarca (1,76), Reino Unido (2,1),
Austrália (2,95), Nova Zelândia (3,02) e Japão (3,59); todos à frente do
Brasil, onde, vergonhosamente, o que recebe um congressista é 16,1
vezes mais do que a média do brasileiro.
Em 2012, o Jornal da
Band, da TV Bandeirantes, apresentou uma interessante série de
reportagens de nome “Suécia – Políticos sem mordomia”, que está toda
disponível no YouTube. Lá um Deputado Federal recebe, em valores daquele
ano, o equivalente a R$ 13 mil mensais, o dobro do salário de um
professor sueco. Sem qualquer mordomia, os parlamentares passam a semana
em apartamentos funcionais simples de até 40m2, dividindo entre si
lavanderia e cozinha comunitária, sem empregados domésticos.
A
realidade sueca nos faz refletir sobre qual é a verdadeira finalidade do
político. Não é outra além de representar os interesses daqueles que o
elegeram. A política não pode ser uma carreira nem uma fonte de
privilégios. Certamente, temos algumas lições a aprender com o Reino da
Suécia, bem como as demais Monarquias Constitucionais.
IMAGEM: Infográfico representando o salário básico de um parlamentar em proporção à média de renda de sua população.
Prezado Armando. Ontem eu li um texto da historia que fala da proclamação da Republica. Segundo o texto grande parte da Igreja Católica Brasileira contribuiu enormemente para a derrubada da Monarquia e proclamação da Republica. Sua postagem mostra o desequilíbrio financeiro entre os segmentos da sociedade. Sem se falar na imoralidade que esses politicos surrupiam as escondidas.
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