Uma manhã de alegria - Mundim do Vale

Tava tomando café
Quando escutei a buzina
Era Antônio de Zé André
Já chegando na esquina.
Antônio entrou, conversou
Mas nem um café tomou
Dizendo: Hoje é nosso dia.
Os dois Pedros, foram atrás
Eu na frente com Morais
Já falando em poesia.

Fátima já estava esperando
Na Praça de Santo Antônio
Quando nós fomos chegando
Disse: Chegou conterrâneo.
Pedro Piau e Raimundinho
Com o garoto Pedrinho
E meu padrinho Morais.
Vocês só saem depois
De provar o pão de arroz
Que a tia Tetê faz.

Eu tava um tanto indisposto
Por conta de uma gastura
Mas na festa de agosto
São Raimundo trouxe a cura.
Fátima Bezerra na praça,
Morrendo de achar graça
Tirando foto da gente.
E eu querendo me esconder
Com medo de parecer
Com um litro de aguardente.

Foi segurança total
Nessa manhã de alegria
Com baladeira e bornal
João Pedro se garantia.
Não quis dizer a ninguém
Mas eu não estava bem
Por conta de uma ressaca.
Por todos fui bem tratado,
Mas estava ressacado
Precisava era de maca.

Na casa de Zé André
Eu lembrei madrinha Zefa
Lugar que bondade e fé
Dava mais de uma tarefa.
Mas cometemos infração,
Pois a nossa proteção
Foi Baladeira e bornal.
João Pedro nos protegeu,
Mas garanto que esqueceu
De ler o código penal.

Depois lá de Zé André
Nós descemos para a pista
Morais enfiou o pé
Lá pra Geralda Batista.
Foi onde arrochei o nó,
Com manzape e pão-de-ló
Como os que vovó fazia.
Fernando Souza chegou
Com a câmera e registrou
Nossa manhã de alegria.

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