NE - O show já terminou. Vamos voltar à realidade...
Perda mais significativa com o corte nas emendas será de R$ 30 milhões, destinados à manutenção de perímetros irrigados, responsáveis pela produção de frutas - FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR; Perímetros irrigados, infraestrutura logística e qualificação profissional serão diretamente atingidos pelo veto.
Agora é para valer. A presidente Dilma Rousseff, no tradicional estilo "fechar a torneira", riscou, na tarde de ontem, de uma só vez, R$ 92,7 milhões de 20 emendas parlamentares e individuais que poderiam vir para o Ceará este ano. O veto mais significativo, de R$ 30 milhões, é o da emenda destinada à manutenção de perímetros irrigados do Estado, notadamente, uma péssima notícia para a economia local, por se tratar de um setor produtivo que vem se destacando nos últimos anos, inclusive, sendo responsável por recordes na exportação de frutas.
A infraestrutura logística também foi afetada com o veto de R$ 20,8 milhões na manutenção de trechos das BRs que passam pelo Estado, outra reclamação recorrente de cearenses e de caminhoneiros que pelo Estado têm de transitar. Outra área importante e "tecla batida" no mundo empresarial como entrave para o desenvolvimento do Estado - a necessidade de qualificação de mão-de-obra local para ocupação de novas oportunidades de emprego -, também foi prejudicada com o veto, por parte da presidente, de R$ 29 milhões.
Deste montante, R$ 19 milhões poderiam ser aproveitados no fomento à elaboração e implantação de projetos de inclusão digital, o chamado Cinturão Digital; enquanto os outros R$ 10 milhões deveriam ser aplicados no apoio à implantação e modernização de Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e aquisição de equipamentos. Ambas as ações consideradas ferramentas estratégicas de capacitação de força de trabalho no Estado.
Emendas individuais
Não demorou para as primeiras medidas anti-populares do novo governo começassem a eclodir. Contudo, para surpresa dos parlamentares cearenses, até emendas individuais, que, geralmente, eram menos susceptíveis ao veto que as demais emendas da bancada do Ceará, foram retiradas do orçamento. "Um veto desses é inadmissível. Nunca houve isso para emendas individuais, que foram aprovadas dentro de todas as normas. O pior é que o restante, (aproximadamente R$ 1,1 bilhão previsto no orçamento para o Estado) não estará livre de contingenciamentos", reclamou o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), ressaltando que apenas 3% dos recursos das emendas parlamentares do Ceará foram aproveitadas no ano passado, e que só 19% do recursos total da União para o Estado foi, de fato, aplicado em 2010, conforme, matérias publicadas, com exclusividade, pelo Diário do Nordeste, em janeiro deste ano.
"Não podemos virar uma Venezuela. O que existe, hoje, é uma subserviência como um todo do Congresso em relação ao governo", indignou-se o deputado quanto ao tratamento das matérias pelo executivo. Ao todo, a presidente Dilma barrou 16 propostas cearenses (de oito deputados federais e de um senador, tanto da oposição como da base governista), que totalizavam R$ 12,8 milhões em construção de cisternas para armazenamento de água no Interior do Estado; revitalização da infraestrutura física das unidades da Embrapa; apoio à pesquisa, inovação e extensão tecnológica para o desenvolvimento social; prevenção de violência contra a mulher; estruturação da rede de serviços de proteção social básica e especial, implantação e modernização dos CVTs; fomento a projetos em arte e cultura; promoção da inclusão produtiva; apoio à pesquisa e desenvolvimento am áreas temáticas da biodiversidade; e apoio à inovação em arranjos produtivos locais. "Uma das emendas vetadas pela presidente Dilma reservaria uma quantia de R$ 500 mil para o CVT de Maranguape, que, com certeza, iria viabilizar uma escola técnica naquele município", lamentou Matos.
Social mais afetado
Esta semana, o governo federal tinha sinalizado que a área social não seria atingida pelo corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal. Porém, na tarde de ontem, o que se viu foi justamente o contrário. De um total de R$ 1,8 bilhão de emendas vetadas pelo executivo para todo o País, pouco mais de R$ 1 bilhão, ou seja, 55,2% são justamente desse setor. Destaque para inclusão digital (R$ 419 milhões). Sobrou até para economia solidária e acesso à alimentação, com veto de R$ 20 milhões e 12 milhões, respectivamente.
A área de infraestrutura, com R$ 458 milhões (24,6%) veio logo em seguida na participação do que foi vetado, destaque para R$ 113 milhões no setor de mobilidade urbana. Na produção, o veto do executivo chegou a R$ 355 milhões (19%).
Área social
1 bi de reais em emendas parlamentares voltadas à área social foi cortado do Orçamento da União, contrariando o discurso do governo de que investimentos para o setor seriam mantidos.
ILO SANTIAGO JR.
DiÁRIO DO NORDESTE
Dihelson.
ResponderExcluirUma atitude providencial, o remedio é amargo, mas necessario. Surpreende a presidente pela coragem de tomar estas decisões. Lamento que esta situação não tenha sido levado a conhecimento no inicio. Onde anda o pai da coalhada a esta altura. Pode-se explicar um pais não ter condições de dar uma majoração de 0,50 dia para o salario? O preço de uma bicada de pinga?
Ora, ora, ora... Mas essa atual presidente não era a candidata que dizia que o Brasil não precisava de ajuste fiscal? E que também afirmava ser exatamente seu adversário no segundo turno o grande defensor dos cortes de investimentos? E o Brasil que até empresta dinheiro ao FMI e que quitou toda a dívida externa será mesmo que precisa efetuar cortes no orçamento? Gostaria que os iluminados eleitores da terrorista abortista e assaltante de bancos me respondessem essa dúvidas que atormentam, se é que tem alguma explicação para esse "mistério"...
ResponderExcluirDihelson,aqui no blog não quero discutir politica,pois respeito a opinião de qualquer um.Eu te pergunto.Por que o Ciro Gomes não aceitou ser Ministro da Dilma? Tem alguma coisa que ele vinha prevendo.Coisa boa não é,senão seria Ministro.E mais uma vez de propaganda enganosa fomos embriagados.O culpado o futuro dirá.Um abraço
ResponderExcluirDr. Rolim.
ResponderExcluirHouve um tempo em que o Blog não podia nem pensar em fazer uma postagem dessas. Era uma ofensa a sua santidade - o Cara.
A presidente atual está mostrando a real situação, e ninguem deve se abster de opinar. Não existem mentiras nem invenções na postagem. Estamos comentando noticias divulgadas fartamente pela imprensa, que parece não está mais sendo paga para encobrir. O que tambem é muito bom.
1 – Como todo início são flores, a presidente vai conseguir -- logo mais à tarde -- aprovar o salário mínimo de R$ 545. Os deputados -- que sobrevivem nas tetas do poder -- não são esses homens todo para divergir de quem detém a caneta;
ResponderExcluir2 – Até me surpreendeu a reação do deputado federal Raimundo Gomes de Matos, cfe. Notícia divulgada na edição do jornal O POVO desta 4ª feira. A ver:
“O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) informou, nesta tarde de terça-feira, que a presidente Dilma Rousseff assinou vetos ao orçamento geral da União de 2011. Esses vetos correspondem a um corte R$ 1 bilhão 860 milhões.
“Contradizendo o que ela prometeu – combate à pobreza, Dilma cortou da área social R$ 1 bilhão 030 milhões”, lamentou o parlamentar para o Blog.
Segundo Gomes de Matos, o Estado do Ceará perdeu, com esses vetos, um total de R$ 92 milhões 740 mil, sendo R$ 79 milhões de emendas de bancada. Os deputados federais Chico Lopes (PCdo B), Mauro Benevides (PMDB), José Gerardo (PMDB) – este não reeleito, José Linhares (PP), Ariosto Holanda (PSB), Eudes Xavier (PT), Jose Airton (PT) e Gomes de Matos (PSDB) e o senador Inácio Arruda (PCdoB) perderam ao todo R$ 13 milhões 140 mil de suas emendas individuais.
“Isso demonstra desrespeito da presidente ao Congresso Nacional e, principalmente, aos Estados onde ela teve grande maioria de votos como o Ceará, que lhe garantiu mais de 80% de votação”, protestou o parlamentar tucano.
Para Gomes de Matos, esse mesmo tratamento Dilma está dando aos 41 milhões de trabalhadores, não assegurando reposição significativa, preferindo manter uma megaestrutura de 37 ministérios”.
Dihelson.
ResponderExcluirTodo orçamento é fictício, óbvio! Daí os vetos serem naturais em um governo preocupado com suas contas. Se a presidenta Dilma Rousseff resolve gastar menos em 2012, qual é o problema? Legislativo faz a sua parte, que é propor emendas, e executivo a sua, que é vetar ou não. O que eu considero pior é o toma-lá-da-cá. Mas, isso, acredito eu, que ainda esta longe de acabar!
Em tempo: Foi graças a alguns vetos que fiz ao orçamento de casa que pude dar à minha filha uma bicicleta nova. E vê-la feliz é minha prioridade máxima!