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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dilma corta R$ 92,7 milhões de Reais para o Ceará


NE - O show já terminou. Vamos voltar à realidade...

Perda mais significativa com o corte nas emendas será de R$ 30 milhões, destinados à manutenção de perímetros irrigados, responsáveis pela produção de frutas - FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR; Perímetros irrigados, infraestrutura logística e qualificação profissional serão diretamente atingidos pelo veto.

Agora é para valer. A presidente Dilma Rousseff, no tradicional estilo "fechar a torneira", riscou, na tarde de ontem, de uma só vez, R$ 92,7 milhões de 20 emendas parlamentares e individuais que poderiam vir para o Ceará este ano. O veto mais significativo, de R$ 30 milhões, é o da emenda destinada à manutenção de perímetros irrigados do Estado, notadamente, uma péssima notícia para a economia local, por se tratar de um setor produtivo que vem se destacando nos últimos anos, inclusive, sendo responsável por recordes na exportação de frutas.

A infraestrutura logística também foi afetada com o veto de R$ 20,8 milhões na manutenção de trechos das BRs que passam pelo Estado, outra reclamação recorrente de cearenses e de caminhoneiros que pelo Estado têm de transitar. Outra área importante e "tecla batida" no mundo empresarial como entrave para o desenvolvimento do Estado - a necessidade de qualificação de mão-de-obra local para ocupação de novas oportunidades de emprego -, também foi prejudicada com o veto, por parte da presidente, de R$ 29 milhões.

Deste montante, R$ 19 milhões poderiam ser aproveitados no fomento à elaboração e implantação de projetos de inclusão digital, o chamado Cinturão Digital; enquanto os outros R$ 10 milhões deveriam ser aplicados no apoio à implantação e modernização de Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e aquisição de equipamentos. Ambas as ações consideradas ferramentas estratégicas de capacitação de força de trabalho no Estado.

Emendas individuais

Não demorou para as primeiras medidas anti-populares do novo governo começassem a eclodir. Contudo, para surpresa dos parlamentares cearenses, até emendas individuais, que, geralmente, eram menos susceptíveis ao veto que as demais emendas da bancada do Ceará, foram retiradas do orçamento. "Um veto desses é inadmissível. Nunca houve isso para emendas individuais, que foram aprovadas dentro de todas as normas. O pior é que o restante, (aproximadamente R$ 1,1 bilhão previsto no orçamento para o Estado) não estará livre de contingenciamentos", reclamou o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB), ressaltando que apenas 3% dos recursos das emendas parlamentares do Ceará foram aproveitadas no ano passado, e que só 19% do recursos total da União para o Estado foi, de fato, aplicado em 2010, conforme, matérias publicadas, com exclusividade, pelo Diário do Nordeste, em janeiro deste ano.

"Não podemos virar uma Venezuela. O que existe, hoje, é uma subserviência como um todo do Congresso em relação ao governo", indignou-se o deputado quanto ao tratamento das matérias pelo executivo. Ao todo, a presidente Dilma barrou 16 propostas cearenses (de oito deputados federais e de um senador, tanto da oposição como da base governista), que totalizavam R$ 12,8 milhões em construção de cisternas para armazenamento de água no Interior do Estado; revitalização da infraestrutura física das unidades da Embrapa; apoio à pesquisa, inovação e extensão tecnológica para o desenvolvimento social; prevenção de violência contra a mulher; estruturação da rede de serviços de proteção social básica e especial, implantação e modernização dos CVTs; fomento a projetos em arte e cultura; promoção da inclusão produtiva; apoio à pesquisa e desenvolvimento am áreas temáticas da biodiversidade; e apoio à inovação em arranjos produtivos locais. "Uma das emendas vetadas pela presidente Dilma reservaria uma quantia de R$ 500 mil para o CVT de Maranguape, que, com certeza, iria viabilizar uma escola técnica naquele município", lamentou Matos.

Social mais afetado

Esta semana, o governo federal tinha sinalizado que a área social não seria atingida pelo corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal. Porém, na tarde de ontem, o que se viu foi justamente o contrário. De um total de R$ 1,8 bilhão de emendas vetadas pelo executivo para todo o País, pouco mais de R$ 1 bilhão, ou seja, 55,2% são justamente desse setor. Destaque para inclusão digital (R$ 419 milhões). Sobrou até para economia solidária e acesso à alimentação, com veto de R$ 20 milhões e 12 milhões, respectivamente.

A área de infraestrutura, com R$ 458 milhões (24,6%) veio logo em seguida na participação do que foi vetado, destaque para R$ 113 milhões no setor de mobilidade urbana. Na produção, o veto do executivo chegou a R$ 355 milhões (19%).

Área social

1 bi de reais em emendas parlamentares voltadas à área social foi cortado do Orçamento da União, contrariando o discurso do governo de que investimentos para o setor seriam mantidos.

ILO SANTIAGO JR.
DiÁRIO DO NORDESTE

6 comentários:

  1. Dihelson.

    Uma atitude providencial, o remedio é amargo, mas necessario. Surpreende a presidente pela coragem de tomar estas decisões. Lamento que esta situação não tenha sido levado a conhecimento no inicio. Onde anda o pai da coalhada a esta altura. Pode-se explicar um pais não ter condições de dar uma majoração de 0,50 dia para o salario? O preço de uma bicada de pinga?

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  2. Ora, ora, ora... Mas essa atual presidente não era a candidata que dizia que o Brasil não precisava de ajuste fiscal? E que também afirmava ser exatamente seu adversário no segundo turno o grande defensor dos cortes de investimentos? E o Brasil que até empresta dinheiro ao FMI e que quitou toda a dívida externa será mesmo que precisa efetuar cortes no orçamento? Gostaria que os iluminados eleitores da terrorista abortista e assaltante de bancos me respondessem essa dúvidas que atormentam, se é que tem alguma explicação para esse "mistério"...

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  3. Dihelson,aqui no blog não quero discutir politica,pois respeito a opinião de qualquer um.Eu te pergunto.Por que o Ciro Gomes não aceitou ser Ministro da Dilma? Tem alguma coisa que ele vinha prevendo.Coisa boa não é,senão seria Ministro.E mais uma vez de propaganda enganosa fomos embriagados.O culpado o futuro dirá.Um abraço

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  4. Dr. Rolim.

    Houve um tempo em que o Blog não podia nem pensar em fazer uma postagem dessas. Era uma ofensa a sua santidade - o Cara.

    A presidente atual está mostrando a real situação, e ninguem deve se abster de opinar. Não existem mentiras nem invenções na postagem. Estamos comentando noticias divulgadas fartamente pela imprensa, que parece não está mais sendo paga para encobrir. O que tambem é muito bom.

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  5. 1 – Como todo início são flores, a presidente vai conseguir -- logo mais à tarde -- aprovar o salário mínimo de R$ 545. Os deputados -- que sobrevivem nas tetas do poder -- não são esses homens todo para divergir de quem detém a caneta;
    2 – Até me surpreendeu a reação do deputado federal Raimundo Gomes de Matos, cfe. Notícia divulgada na edição do jornal O POVO desta 4ª feira. A ver:
    “O deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) informou, nesta tarde de terça-feira, que a presidente Dilma Rousseff assinou vetos ao orçamento geral da União de 2011. Esses vetos correspondem a um corte R$ 1 bilhão 860 milhões.
    “Contradizendo o que ela prometeu – combate à pobreza, Dilma cortou da área social R$ 1 bilhão 030 milhões”, lamentou o parlamentar para o Blog.
    Segundo Gomes de Matos, o Estado do Ceará perdeu, com esses vetos, um total de R$ 92 milhões 740 mil, sendo R$ 79 milhões de emendas de bancada. Os deputados federais Chico Lopes (PCdo B), Mauro Benevides (PMDB), José Gerardo (PMDB) – este não reeleito, José Linhares (PP), Ariosto Holanda (PSB), Eudes Xavier (PT), Jose Airton (PT) e Gomes de Matos (PSDB) e o senador Inácio Arruda (PCdoB) perderam ao todo R$ 13 milhões 140 mil de suas emendas individuais.
    “Isso demonstra desrespeito da presidente ao Congresso Nacional e, principalmente, aos Estados onde ela teve grande maioria de votos como o Ceará, que lhe garantiu mais de 80% de votação”, protestou o parlamentar tucano.
    Para Gomes de Matos, esse mesmo tratamento Dilma está dando aos 41 milhões de trabalhadores, não assegurando reposição significativa, preferindo manter uma megaestrutura de 37 ministérios”.

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  6. Dihelson.

    Todo orçamento é fictício, óbvio! Daí os vetos serem naturais em um governo preocupado com suas contas. Se a presidenta Dilma Rousseff resolve gastar menos em 2012, qual é o problema? Legislativo faz a sua parte, que é propor emendas, e executivo a sua, que é vetar ou não. O que eu considero pior é o toma-lá-da-cá. Mas, isso, acredito eu, que ainda esta longe de acabar!
    Em tempo: Foi graças a alguns vetos que fiz ao orçamento de casa que pude dar à minha filha uma bicicleta nova. E vê-la feliz é minha prioridade máxima!

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