Pacote de ouro é jóia
E de bananas é cacho,
De medidas é tramóia
E de lei é cambalacho.
Do governo é um embrulho,
Um pacote de entulho
De arrocho e recessão.
Deixando o rico assustado,
O médio desempregado
E o pobre vira ladrão.
Parece até com um trote
Ou conversa de cigano,
Cada vez que sai pacote
O pobre entra pelo cano.
O pacote traz carência,
Faz crescer a violência
E acaba a cidadania.
O dinheiro diz adeus,
Só quem vai saber é Deus
Se ele volta algum dia.
Não confío em campanhas
Sem conhecer as propostas,
Lagoa que tem piranhas
Jacaré nada é de costas.
Meu voto não é degrau,
E nem meu ombro é um pau
Pra subir bicho preguiça.
Já dizia a velha Lica,
Cachorro que a cobra pica
Tem medo até de linguiça.
O discurso me espanta
Me deixa desconfiado,
Tucano que muito canta
O ninho fica cagado.
Só se ver falar em plano,
Em pacote todo ano
E nada de resultado.
E o nosso Brasil querido,
de gigante adormicido
Virou anão acordado.
Mundim do Vale.
12-11-97.
Um poema atras do outro. Cada qual o melhor. Esta cacimbinha e fonte jamais se esgota.
ResponderExcluirMUITO POETA PROVANDO QUE NO ANÃO ACORDADO NÃO TEM GIGANTE DORMINDO VALEU PARABÉNS POR MAIS ESSE
ResponderExcluirMundim,
ResponderExcluirVocê tem um jeito especial de alegrar a alma da gente.
Para mim esses seu "veuços" são de qualidade superior, pois além da rima perfeita têm um ritmo contagiente.Você fala tudo diretinho, explicadinho e coisa e tal, sem perder o fio da meada.
Abraço cratense
Claude