Não existe pecado maior do que a inveja. mas quando parte de uma criança, Deus perdoa.
No ano de 1952, contando apenas com seis anos ( Coisa que não faz muito tempo ) Eu alimentava uma inveja criminosa, de Zezé Salviano, que passeava num carneiro com arreio e tudo. Quando ele passava montado naquele carneiro, era como se estivesse me surrando.
Em casa eu só falava em ganhar um carneiro também:
- Eu sei que um dia eu vou passear da Vazante até a rua, no meu carneiro.
Madrinha Mimosa dizia:
- Você vai chorar godê.
Eu respondia:
- Deixe de besteira que meu padrinho Áureo disse que vai me dar um.
- Basta! Só se for quando galinha criar dente.
Eu era tão ingênuo que todos os dias assim que me acordava, corria para o chiqueiro, pegava duas ou três galinas, e abria os bicos pra ver se já tinha nascido dentes.
Como o meu propósito estava ficando impossível, eu resolví mudar de idéia. tirei uma imbiras de salsas, lacei uma porca de Joaquim Beca e montei. Entrancei as pernas no vazío da porca e segurei nas orelhas, fazendo com que a porca ficasse assustada.
Era a porca roncando e eu chorando. Partimos da casa de meu tío Raimundo Piau em direção a casa de Caetano de Zezim de Matias e só fomos parar quando a porca escorregou numa lama pegajosa que tinha na ladeira.
A porca fugiu e eu fiquei sujo de lama, sendo amparado pela vizinhança.
A notícia que nós tivemos da minha montaria, foi dois dias depois, quando Antônio de Valdevina apareceu na Vazante, dizendo que tinha encontrado uma porca suja, correndo e roncando no corredor das Corujas.
Dedicado a Sávio Pinheiro e Renato Bitu.
É...
ResponderExcluirMundim do Vale do Machado:
Você foi o máximo. Montar uma porca é o mesmo que mnontar um boi em um rodeio, e ninguém pense que é fácil. É quase impossivel domar um porco.
Vicente Almeida
Mundim.
ResponderExcluirJá vi que toda historia de carneiros é desastrada. Eu tambem tinha esse desejo: possuir um carneiro e andar montado. Realizei, tia Maria me deu o carneiro. Eu esquipava nele pra cima e pra baixo. Um dia o meu pai botou um adjunto, esperava 100 homens na roça e viaram 130 e quem pagou foi meu carneiro, foi abatido de ultima hora para completar a alimentação e não permitir que armazem a arapuca. Passei oito dias chorando e nunca mais falei com Ze de Joana que matou o meu carneiro, embora a ordem tenha partido do meu pai.
Mundim do Vale,
ResponderExcluirVocê é um caval(h)eiro desde criança. Montar numa porca em movimento é uma tarefa bastante difícil. E você conseguiu.
Só pra nós, aqui; montar numa suína estática não teria sido mais fácil?
Um abraço.
Eita, Mundim,
ResponderExcluirVôte! Será que o couro da porca é frouxo como o do carneiro? (risos)
Admirável façanha, essa ...
Abraço,
Claude