Antônio Ulisses, como sempre, original e criativo, preferiu declamar os seguintes versos populares da obra de cordel, intitulada “A chegada de Lampião no Inferno”, de José Pacheco da Rocha:
Um cabra de Lampião,
Por nome Pilão Deitado,
Que morreu numa trincheira,
Um certo tempo passado,
Agora pelo sertão,
Anda correndo visão,
Fazendo mal assombrado.
E foi quem trouxe a noticia,
Que viu Lampião chegar,
O inferno nesse dia,
Faltou pouco pra virar,
Incendiou-se o mercado,
Morreu tanto cão queimado,
Que faz pena até contar.
A professora, religiosa, decepcionada com os conhecimentos literários de seu aluno, não gostou nem um pouco da poesia escolhida. Por isso, Antônio Ulisses recebeu nota zero, foi retirado da sala, permanecendo um certo tempo de castigo na Diretoria da Escola.
Voce imaginar Antonio Ulisses em frente a todos os colegas, do lado da professora declamando esses versos, voce já dar grandes risadas. Esse resgate do Dr. Flavio Costa Cavalcante merece todo louvor. Parabens.
ResponderExcluirTio Antônio Ulisses desde criança adorou as histórias do cangaço. O filme Curisco e Dadá ele assistiu inúmeras vezes. Sabia histórias interessantes dos bandoleiros, algumas delas ouvidas do seu patrão-avó Dirceu Pimpim....
ResponderExcluirFlávio e Morais, o interessante dessa história, a qual eu já conhecia de outra fonte - Raimundo Diniz, irmão de Jairo Diniz já havia me contado - mostra o preconceito que se tinha em relação a literatura de cordel.
ResponderExcluir"A Chegada de Lampião no Inferno" do fenomenal Zé Pacheco, que colocou o jovem Antônio Ulisses para fora da sala de aula naquela época, é considerado, hoje, o maior fenômeno editorial do cordel no Brasil, já tendo sido publicadas mais de quinhentas edições desta obra com mais de um milhão de folhetos vendidos.
Daí, a contemporanização dando a volta por cima e enaltecendo a arte popular como sendo uma das molas propulsoras da nossa cultura.
Um Abraço.
Zé Sávio...
ResponderExcluirQue bom que o cordel conquista a cada dia mais espaço e respeito na cultura brasileira.
Poetas como Você e o Zé Pacheco merecem citações nas nossas autlas de literatura brasileira.
Forte abraço...